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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

24.10.24

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

O advento do 'streaming', através de plataformas como a Netflix, Disney+ ou o próprio YouTube, entre outras, veio colocar nas pontas dos dedos dos assinantes destes serviços toda uma gama de conteúdos outrora apenas acessíveis com considerável esforço e dispêndio de dinheiro. É, por exemplo, possível ver nestas plataformas várias séries completas de Power Rangers e South Park (na Netflix), os velhos desenhos animados do icónico Clube Disney (no Disney+) ou mesmo todos os episódios do não menos lendário Bocas, que alguém fez o favor de reunir numa única playlist no YouTube, à guisa de 'serviço público' para nostálgicos perto da meia-idade.

Toda esta 'bonança' quase faz esquecer que, há meros vinte anos, quem quisesse desfrutar dos programas anteriormente listados era obrigado a fazê-lo em grupos de três a cinco episódios, editados de forma espaçada, com capas duvidosas, e sem haver qualquer certeza de a totalidade da série alguma vez vir a ser lançada. Quase todas as principais franquias de interesse para os jovens eram alvo deste tratamento – de Dragon Ball Z a Power Rangers, Tartarugas Ninja, Zorro, Looney Tunes e mesmo séries mais antigas como o supramencionado Bocas ou as histórias do Panda Tao-Tao – e a grande maioria delas acabava, inevitavelmente, colada a uma cartolina e pendurada da 'janela' de um qualquer quiosque ou tabacaria de bairro.

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Exemplo de um lançamento que poderia perfeitamente ser avistado num quiosque noventista.

Falamos, claro, dos famosos 'vídeos de quiosque', lançamentos que, embora oficiais, não chegavam às prateleiras das grandes superfícies, por uma razão ou outra – normalmente, por se tratarem de produtos de baixíssimo orçamento, com grafismo e materiais pouco cuidados, em que as capas faziam, invariavelmente, lembrar as versões 'caseiras' de personagens famosos normalmente reservadas para a decoração de carrinhas de gelados ou diversões de feira, os erros de ortografia e incorrecções quanto aos enredos não eram, de todo, infrequentes, e, os conteúdos eram quase sempre desenhos animados de domínio público, muitas vezes sem qualquer tratamento de som ou imagem em relação aos originais dos anos 30 ou 40. Alternativamente, poderiam tratar-se de lançamentos episódicos, como os acima mencionados, caso em que a ideia era forçar o consumidor a uma compra habitual, à semelhança do que sucedia com as colecções de fascículos, também muito populares na altura. Ainda uma terceira vertente trazia lançamentos 'honestos' que, por qualquer motivo, haviam apenas escolhido uma forma alternativa e independente de chegar ao grande público, como era o caso de alguns 'impostores animados' da GoodTimes ou Classic Animations.

Fosse qual fosse o contexto por detrás destes lançamentos, no entanto, a verdade é que os mesmos se afirmavam irresistíveis, quanto mais não fosse para descobrir o que se escondia por detrás das capas mal-amanhadas, e até que ponto iria o 'embuste' – paradigma que, aliás, se manteve com a transição do VHS para o DVD como formato dominante. Escusado será dizer, no entanto, que a 'Internet das Coisas' veio acabar com tão obsoleta práctica – o que, por um lado, é positivo (permitindo o acesso fácil e imediato a grande parte da infância e juventude) mas, por outro lado, veio acabar com essa sensação de mistério, e com o 'gozo' de imaginar (e, potencialmente, descobrir) o que conteria aquela cassette avistada durante uma Quinta no Quiosque, e prontamente trazida para casa para ser vista numa Sessão de Sexta em família...

30.06.22

NOTA: Este post é respeitante a Quarta-feira, 29 de Junho de 2022.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

Numa altura da História em que tudo está disponível mediante uma rápida pesquisa na Internet, torna-se progressivamente mais difícil perspectivar a quantidade desses elementos que, na era analógica e primórdios da digital, ofereciam uma conjuntura específica e invariavelmente limitada de acesso. Os mais óbvios são, claro, imediatamente identificáveis, das enciclopédias em formato físico aos os jogos de vídeo em disquete, cartucho ou CD-ROM; no entanto, para cada um destes, há outro, mais insignificante ou obscuro, que o tempo vem, paulatinamente, tratando de fazer esquecer.

Um exemplo perfeito desta última categoria são as cassettes VHS promocionais, muito populares na década a que este blog diz respeito, mas cujos conteúdos teriam, meros anos mais tarde, sido incluídos no menu de opções especiais de um qualquer DVD, ou mesmo disponibilizados gratuitamente no YouTube. Estando qualquer destes meios ainda a cerca de uma década de distância, no entanto, o VHS afigurava-se mesmo como o melhor veículo para divulgar os documentários 'making-of' de certo e determinado filme, ou os vídeos de antevisão, truques e dicas para jogos 'da moda' - estes últimos, normalmente, lançados pelas próprias companhias.

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Um dos VHS promocionais lançados pela Sega, em exclusivo para os membros do seu clube de fãs.

No entanto, independentemente do valor histórico que possuem hoje em dia - como documentos de uma época desaparecida - estas cassettes não representavam, mesmo à época, uma particular mais-valia, muitas vezes consistindo de uma única peça, relativamente curta, ou de uma série de segmentos de duração equivalente; felizmente, as mesmas também não tendiam a ser, regra geral, vendidas comercialmente, surgindo mais frequentemente como brinde ou prémio em promoções, ou como parte da subscrição a um clube de fãs (o que também ajuda a inflacionar o seu valor nos dias que correm, dada a sua raridade.)

Escusado será dizer que este é um paradigma que se encontra total e inapelavelmente erradicado da sociedade ocidental actual, pelo menos até uma penetração informática ou cataclismo natural erradicar o elemento digital da mesma, ou até a actual onda nostálgica atingir o seu limite máximo; e o mínimo que se pode dizer é que, neste caso, tal constitui uma mais-valia, visto as cassettes promocionais terem sido, mesmo na 'sua' altura da História, um artefacto algo sem sentido, com mais valor como curiosidade do que como obra audio-visual propriamente dita.

02.06.22

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 1 de Junho de 2022.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

Eram caixinhas de surpresas. Folhas em branco, à espera de serem povoadas com o que mais aprouvesse a quem as adquiria. Portas para um mundo mágico, repleto de possibilidades ao alcance dos dedos (e da carteira). Instrumentos de sedução. Provas de amizade. Métodos de documentação. Tudo isto, e muito mais, pelo preço de duas semanas da mesada de um jovem dos anos 90.

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Falamos das cassettes ditas 'virgens' (tanto de áudio, como de vídeo), que estiveram entre as invenções mais populares das décadas de 80 e 90. Numa altura em que a aquisição dos formatos 'oficiais' – vinil, cassettes musicais pré-gravadas, CD, Betamax ou VHS – requeriam algum investimento, esta inovação veio permitir a muitos jovens gravar os seus filmes, músicas e programas de televisão ou rádio favoritos, em blocos de várias horas, dependendo da duração e qualidade da cassette; escusado será dizer que poucos foram os jovens que não tiraram partido dessa apelativa possibilidade.

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Comercializadas, em Portugal, sobretudo pela Sony, TDK, Fuji, Mitsubishi e BASF (embora não fosse, de todo, difícil encontrar 'marcas' muito menos conhecidas, algo mais baratas, mas de qualidade significativamente menos comprovada) este tipo de cassette era relativamente fácil de encontrar, podendo normalmente ser adquirida na secção audio-visual de estabelecimentos dos mais variados tamanhos, desde lojas de bairro a supermercados e hipermercados – o 'truque' estava, apenas, em descobrir onde eram praticados os preços mais apelativos. Depois – uma vez adquirido o número desejado de cassettes em branco – restava gravar a nosso bel-prazer, tanto quanto as horas das referidas cassettes permitissem, e, no fim, identificá-las através de um dos característicos rótulos que qualquer ex-jovem da época terá repetidamente criado para saber o que continha cada 'volume' (ou, caso a família fosse leitora da TV Guia, através de uma das não menos icónicas 'capas' oferecidas semanalmente pela revista, e alusivas aos grandes filmes a passar na televisão nessa semana.)

Em suma, um verdadeiro ritual de passagem de qualquer adolescente da época, que perdurou durante toda a década seguinte (apenas substituindo as cassettes por CDs ou DVDs) mas que, como tantos outros de que falamos nestas páginas, inexoravelmente se perdeu na era do 'streaming'. Hoje em dia, as 'mixtapes' são 'playlists', e os filmes que não estão na Netflix acabam, mais tarde ou mais cedo, por entrar em rotação constante num qualquer canal da TV Cabo. Restam, pois, as memórias de toda uma geração para preservar a experiência que era pôr uma cassette em branco no vídeo, aparelhagem ou 'tijolo', e nela documentar os gostos pessoais naquele ponto das nossas vidas...

 

15.01.22

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.

Os anos 80 viram nascer aquele que se viria a tornar um dos mais bem-sucedidos e revolucionários aparelhos tecnológicos da História, o leitor de videocassettes. Ao contrário do que se passava até então – em que um qualquer filme tinha de ser visto enquanto estivesse em cena, caso contrário havia que esperar por uma eventual repetição – graças ao leitor de vídeo, qualquer cinéfilo podia, agora, ver o seu filme preferido no conforto da sua casa, quantas vezes quisesse e sempre que quisesse.

Esta premissa apenas tinha um problema – nomeadamente que, como qualquer tecnologia recém-criada, tanto os próprios leitores de VHS e Betamax como as cassettes com eles compatíveis eram proibitivamente caros para a carteira média da época; mesmo dez anos mais tarde, já depois de a tecnologia se ter popularizado, e de o VHS ter ganho a batalha dos formatos e tornado obsoleto o seu 'irmão mais velho', continuava a não ser barato alimentar o 'vício' por filmes em casa. Não foi, pois, de surpreender que o sempre oportunista mundo dos negócios tenha 'inventado' toda uma nova forma de lucrar com este paradigma e, ao mesmo tempo, permitir ao cidadão médio ver filmes em videocassette sem ter que abrir os cordões à bolsa.

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Surgidos ainda nos anos 80, precisamente como resposta ao problema acima delineado, os videoclubes não tardaram a popularizar-se, primeiro nos dois extremos do continente americano, e mais tarde um pouco por todo o Mundo – incluindo Portugal. O seu conceito era simples: a inscrição como sócio de um destes serviços permitia a qualquer pessoa alugar filmes por um período de uma a cinco noites, tendo cada modalidade um preço fixo – uma solução que, apesar de temporária, caiu no gosto da tal percentagem da sociedade ocidental que não tinha meios para comprar vídeos de forma permanente. Graças aos clubes de vídeo, a prática de juntar toda a família frente a um filme numa Sexta ou Sábado à noite tornou-se prática corrente, e muita gente deixou de ter desculpa para ainda não ter visto tal ou tal filme.

Com o seu aspecto e atmosfera característicos – em Portugal, a maioria eram pequenas 'lojecas' de bairro, longe do 'glamour' de uma Blockbuster – e o óbvio atractivo de oferecer filmes de todos os tipos, desde os maiores 'blockbusters' aos filmes de série B mais 'chungas' – os clubes de vídeo tinham, para as crianças dos anos 80, 90 e 2000, uma atracção muito especial, que apenas aumentava no caso dos videoclubes que permitiam alugar jogos de vídeo. Ir ao clube de vídeo alugar um filme, ou até devolvê-lo, era uma parte marcante da semana de qualquer criança ou jovem da época, e terá sido nestes espaços que muitos deles terão descoberto alguns dos seus filmes favoritos - uma situação que não se alteraria durante as duas décadas seguintes, mesmo depois de o VHS sofrer o mesmo destino que inflingira ao Betamax, e ser tornado obsoleto pelo formato DVD.

Não, a 'morte' dos clubes de vídeo viria a dar-se, como é tantas vezes o caso com os produtos e conceitos que abordamos neste blog, com o dealbar da era digital 2.0, com as suas plataformas de vídeo e streaming, que tornariam obsoletos não só este tipo de estabelecimentos, como o próprio conceito de formatos físicos para gravação e reprodução de filmes. Após o aparecimento de serviços como o YouTube, não tardaria muito até aqueles carismáticos 'buracos' escuros e esconsos, cheios de uma ponta à outra com estantes repletas de filmes de todos os tipos, estilos e géneros, fecharem portas para sempre, e para o próprio conceito que representavam desaparecer da consciência popular da sociedade ocidental. Os mais velhos, no entanto – aqueles que se lembram da sensação de ir, sozinho ou acompanhado, buscar os 'filmes da semana' ao videoclube mais próximo – não deixarão morrer a memória destes espaços, tão icónicos e indissociáveis da cultura jovem da época como as lojas de discos, os cinemas de bairro, os salões de jogos 'manhosos' ou as discotecas de cave de centro comercial.

17.07.21

NOTA: Este post corresponde a Sexta-feira, 16 de Julho de 2021.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

 

E porque esta semana marca a estreia da sequela de Space Jam - com LeBron James no lugar do seu homólogo dos anos 90, Michael Jordan – nada melhor do que dedicar algumas linhas a recordar o original, estreado há quase exactamente vinte e cinco anos (em Novembro de 1996) e que conseguiu a proeza de se manter popular e relevante desde essa altura, justificando o investimento numa sequela, mesmo tantos anos depois.

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Essa popularidade continuada é – pelo menos para a geração que era da idade certa aquando da estreia do filme – bastante fácil de explicar; afinal, só quem viveu aquele momento da História consegue perceber o quão atrativa era a ideia de ter Michael Jordan e Bugs Bunny a contracenar no mesmo filme. Aquela que foi a primeira ‘mega-estrela’ do basquetebol norte-americano estava em plena alta de popularidade, graças às suas inacreditáveis exibições ao comando da ‘Dream Team’ dos Bulls e da Selecção Nacional norte-americana, enquanto o líder dos Looney Tunes é daquelas figuras perpetuamente populares entre os fãs de desenhos animados, muito graças às frequentes repetições das suas clássicas ‘curtas’ em canais de televisão por esse Mundo fora; assim, juntar os dois numa mesma produção tinha tudo para dar certo. E deu.

A história de Space Jam é, objectivamente, algo parva; uma raça de ‘aliens’ pretende raptar os Looney Tunes para os usar como atracção principal no seu parque de diversões espacial, e a ‘troupe’ animada decide confundi-los, apostando a sua liberdade num jogo de basquete, um conceito perfeitamente desconhecido para os pequenos seres espaciais (os quais não primam pela proeza física, assemelhando-se, mais do que nada, a pequenas lagartas de olhos grandes.) Um plano que teria tudo para dar certo – não fora o facto de os extraterrestres conseguirem roubar os talentos de alguns dos principais jogadores da NBA, com os quais se transformam em literais ‘monstros de esteròides’, bem maiores e mais poderosos do que os Tunes. A última esperança para Bugs Bunny e companhia – aqui aumentada com a adição da recém-chegada ‘craque’ e futura namorada de Bugs, Lola Bunny - reside, pois, numa ex-super-estrela do desporto, a qual se havia retirado do basquete para se dedicar ao beisebol – Michael Jordan, claro. Um rapto bem 'animado’ mais tarde, o prodígio dos Chicago Bulls vê-se convertido em capitão da auto-intitulada TuneSquad, e envolvido num desafio em que, por uma vez na sua carreira, não é favorito…

Uma premissa algo tola, portanto, e que serve, mais que nada, de pretexto para juntar as duas ‘estrelas’ do filme – bem como vários dos mais conhecidos jogadores da NBA à época, de Muggsy Bogues a Charles Barkley, Patrick Ewing, Shawn Bradley e Larry Johnson, os quais alinham numa bem-humorada sátira ao seu próprio estatuto, fingindo ter perdido as suas habilidades e ‘desaprendido’ a jogar basquetebol. ‘Space Jam’ conta, ainda, com Bill Murray, Theresa Randle e Wayne Knight em papéis de apoio, dando ao filme um elenco de luxo, bem acima do que seria expectável para uma produção deste tipo.

A intenção de criar algo que respeitasse o público-alvo não se fica, no entanto, pelo elenco e interpretações; apesar do argumento algo tonto, o filme conta com uma excelente banda sonora (a começar pelo tema-título, e passando pelo entretanto infame ‘I Believe I Can Fly’, de R. Kelly) e tem o cuidado de retratar os Looney Tunes exactamente como os conhecemos, sem quaisquer concessões ao politicamente correcto – tirando, talvez, o facto de Bugs Bunny nunca se vestir de mulher. De resto, e apesar do novo ‘look’ assistido por CGI, a turma animada aparece igual a si própria, com muitas ‘gags’ absurdas (incluindo uma no famoso lance final do jogo decisivo) e literalmente explosivas, assegurando que – ao contrário do infame filme de Tom e Jerry, lançado alguns anos antes – quem conhecesse os Looney Tunes não sairia defraudado do cinema.

As cenas de jogo contêm muitas das melhores 'gags' do filme

O resultado foi, previsivelmente, um sucesso de bilheteira, que reavivou o interesse nos Looney Tunes, e justificou o lançamento de vários novos produtos alusivos a Bugs e companhia, agora, previsivelmente, com o seu novo ‘look’ e equipados à basquetebol; entre os mais memoráveis encontravam-se um jogo para PlayStation (basicamente um 'NBA Jam', mas com os Looney Tunes no lugar dos jogadores cabeçudos) e o relançamento, em formato VHS, de vários episódios clássicos de cada um dos principais personagens, com uma nova dobragem em português, sob a denominação ‘Estrelas do Space Jam’.

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Um volume da colecção 'Estrelas do Space Jam', focada no personagem de Marvin, o Marciano

Nada de muito surpreendente – não fosse o facto de o ‘merchandise’ alusivo ao filme ter continuado a vender (e bem) durante as duas décadas seguintes (ainda em 2018-2019, o Primark lançava uma t-shirt alusiva ao filme, destinada a um público-alvo que mal era nascido quando o filme estreou!) Um caso de popularidade apenas explicável pelo facto de este filme aparentemente menor ter sido passado de irmãos para irmãos e de pais para filhos, beneficiando da nostalgia prevalente pela década de 1990 para se manter ‘nas bocas do povo’.

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T-shirt alusiva ao filme, lançada pela Primark mais de uma década após a estreia do mesmo

Seja qual for o motivo por detrás da intemporalidade de um filme que, teoricamente, só funcionaria no contexto específico em que foi lançado, a verdade é que ‘Space Jam’ a merece – por muito que a Internet queira fazer dele ‘bombo de festa’, a verdade é que se continua a tratar de uma excelente obra para toda a família, com muita diversão, momentos memoráveis, uma boa mensagem, e aquele tipo de violência animada que nunca sai de moda, por muito politicamente correcto que o Mundo se torne. Seria uma pena, portanto, se a recém-estreada sequela destruísse o consenso que o original ainda hoje consegue reunir – embora, a julgar pelas primeiras críticas, seja exactamente isso que se vá passar. Resta o consolo de, pelo menos, ainda termos o original para nos relembrar de que, na verdade, esta fórmula pode ser executada, mais do que correctamente, com louvor e distinção. ‘COME ON AND SLAM! AND WELCOME TO THE JAM!’

 

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