13.09.24
NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 11 de Setembro de 2024.
NOTA: Por razões de relevância temporal, a Quarta aos Quadradinhos fica adiada para a próxima semana.
Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.
A premissa por detrás da criação deste blog era simples: oferecer uma perspectiva nostálgica e leve sobre algumas das frivolidades que ocupavam a infância da geração 'millennial' portuguesa, sobretudo entre os anos de 1989 e 2000. No entanto, até o mais rígido dos conceitos encontra, forçosamente, situações em que é preciso 'contornar' um pouco as regras em nome de um tema ou efeméride tão importante e impactante que praticamente obriga a que lhe seja feita menção; e, para a juventude portuguesa de finais do século XX e inícios do seguinte, talvez a mais significativa dessas excepções tenha tido lugar a 11 de Setembro de 2001, o dia em que o Mundo parou para assistir a uma catástrofe que (espera-se) nunca mais será igualada.
A primeira imagem que muitos associam ao 11 de Setembro.
Qualquer cidadão velho o suficiente para ter tido noção do ocorrido sabe exactamente como responder à famosa pergunta 'onde é que estavas no 11 de Setembro?' Em Portugal, era já o início da tarde quando o primeiro dos três aviões capturados por terroristas embatia com uma das torres gémeas do World Trade Center, pelo que não faltam histórias sobre estar a almoçar, a trabalhar, ou mesmo na praia, a gozar os últimos dias de férias antes do regresso às aulas, como era o caso com o autor deste 'blog'. Fosse qual fosse o contexto ou local, ninguém jamais esquecerá a famosa imagem da coluna de fumo a emergir das torres nova-iorquinas, símbolo da destruição da mentalidade capitalista que as mesmas representavam, por parte de uma facção terrorista do Médio Oriente. Mesmo antes de se saberem detalhes da impressionante tragédia (como o número de mortos) aquela primeira imagem deixava já a sensação de se estar a viver, em directo, uma mudança no quotidiano do Mundo – a qual se viria, nos anos seguintes, a acentuar através de uma série de aspectos irremediavelmente alterados, como o processo de verificação das bagagens nos aeroportos (a famosa 'segurança' que tanto incomoda os viajantes aéreos frequentes) e o aumento da politização entre artistas dos mais diversos campos, muitos dos quais condenavam o Presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush, por ter dado azo ao horrendo acto com os seus interesses económicos no Médio Oriente.
Não faltaram, também, teorias da conspiração, com os habituais argumentos de que o atentado havia sido orquestrado pelo próprio Governo americano, como pretexto para atacar o Iraque e ali explorar as reservas de petróleo, e de que o homem capturado como sendo Osama Bin Laden (suposto líder da Al Qaeda e ideólogo do golpe) não passava de um sósia inocente feito de 'bode expiatório' pelos ianques, encontrando-se o verdadeiro ainda a monte. Teorias nunca comprovadas, e que dificilmente ajudam a atenuar, contextualizar, e muito menos explicar um acto difícil de conceber por qualquer cidadão ocidental, e sobretudo pelos habitantes de um pacato 'recanto' à beira-mar na cauda da Europa, como é Portugal. Talvez por isso o 11 de Setembro continue a constituir uma marca tão profunda na memória e psique de uma geração que nunca havia visto nada semelhante, e que, espera-se, nunca mais torne a ver, fazendo da tragédia norte-americana um daqueles momentos capazes de mudar toda a percepção relativamente à vida e ao quotidiano de qualquer criança ou jovem. Que nunca esqueçamos, e que nunca mais tenhamos que voltar a passar pelo mesmo.