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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

29.12.22

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

E numa altura em que o Natal já passou, mas em que as decorações ainda têm mais duas ou três semanas de 'vida útil' antes de regressarem à caixa e ao armário ou sótão, nada melhor do que dedicar algumas linhas a esse que é, também, um dos elementos indispensáveis da experiência natalícia ocidental, incluindo a portuguesa.

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Com as tradicionais bolas coloridas, metalizadas ou com padrões como símbolo, os enfeites típicos de uma árvore de Natal estendem-se destas aos também populares sininhos, lacinhos e chocolates de pendurar, à indispensável estrela ou anjo para pôr no topo da árvore, ou ainda a decorações menos 'práticas' de carregar e guardar, como os não menos obrigatórios fios de luzes piscantes e guirlandas brancas ou prateadas. Apesar de apenas estes elementos típicos já ajudarem a criar uma árvore de belo efeito, no entanto, uma das características mais memoráveis da decoração do pinheiro de Natal (e respectivo elemento circundante) residia - e talvez ainda resida - nas possibilidades de improviso criativo, de que algumas crianças tiravam o máximo proveito, adicionando ao acervo de enfeites criações feitas à mão (muitas vezes na escola) ou ainda 'quinquilharias' que pouco tinham a ver com a época do ano, como os 'bonecos de agarrar', muito populares nos anos a que este 'blog' diz respeito. Longe de estragarem ou escamotearem o efeito, estes 'desvios' ajudavam a dar às respectivas árvores um toque de personalidade, que as distinguia dos pinheiros 'linha de montagem' existentes em outros lares.

Tal como acontece com o presépio, a decoração da árvore - e respectivo tipo de enfeites e 'quinquilharias' - foi dos rituais que menos inovações e mudanças sofreu ao longo dos anos, permanecendo, hoje em dia, quase imutável em relação ao vivenciado pela geração dos anos 90, ou até pela anterior; e, tal como sucede com a cena da Natividade, resta esperar que este paradigma se mantenha, para que pelo menos uma tradição pré-digital consiga continuar a passar, quase inalterada, de geração em geração...

13.12.22

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Há pouco menos de um ano atrás, falámos num dos nossos 'posts' sobre a emoção que representava para uma criança dos anos 90 ir assistir, ao vivo, a um espectáculo de Circo de Natal, normalmente através da(s) empresa(s) dos pais ou em visita de estudo com a escola. No entanto, e apesar de os referidos circos se espalharem, durante a época natalícia por quase todo o território português, haveria ainda, certamente, quem não tivesse oportunidade de visitar em pessoa a tenda listrada – e, nessa instância, apenas restava uma alternativa a quem queria admirar feitos impossíveis, rir dos palhaços ou emocionar-se com os sempre controversos números com animais: a emissão do 'Circo de Natal' apresentada por quase todas as televisões portuguesas da época.

Um marco perene da programação de Natal de finais do século XX (tão inevitáveis e esperados nas grelhas de 24 ou 25 de Dezembro como a 'Benção Urbi et Orbi' no Dia de Páscoa) os programas de Circo da época dividiam-se em dois grandes tipos: por um lado, as simples filmagens do espectáculo apresentado nesse ano pelos Circos Chen ou Cardinali situados em Lisboa ou no Porto, e por outro as transmissões de espectáculos de circo estrangeiros, normalmente de uma companhia prestigiada como o Circo do Mónaco; e ainda que nenhuma das duas opções enchesse totalmente as medidas ou conseguisse capturar a experiência de ver aqueles números ao vivo – os programas com base em circos portugueses, em particular, faziam ter vontade de 'estar lá' – ambos constituíam uma boa maneira de passar algumas horas da manhã de feriado, depois de já ter aberto todos os presentes e antes de sair para o almoço de Natal em casa da avó.

Ao contrário do que acontece com muitos dos programas que aqui abordamos, o Circo de Natal mantém-se intacto na grelha natalícia das televisões portuguesas – de facto, quem ligar a televisão nas próximas semanas deparar-se-à, provavelmente, com um programa em tudo semelhante aos da sua infância, sendo a única diferença, talvez, a dupla de apresentadores famosos, prontos a comentar os feitos dos artistas da companhia; uma prova cabal de que nem tudo mudou na sociedade actual por comparação à daquela época e de que, mesmo com todas as controvérsias que hoje a rodeiam, esta forma de arte continua, para muitos portugueses de todas as idades, a ser parte integrante da tradição natalícia, e tão sinónima com a mesma como o era naqueles anos 90.

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