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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

28.07.21

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Quem, nos anos 90, se dirigia à banca mais próxima em busca de revistas Disney, da Turma da Mônica ou de super-heróis, certamente repararia numa outra revista algo ‘esquecida’ a um canto, mais pequena do que as outras, e que, com o seu algo ultrapassado tema ‘western’ (ou, como se dizia na altura, ‘de cowboys’) e estilo de desenhos algo mais classico, parecia algo deslocada entre as suas congéneres mais modernas, quase como se tivesse sido ‘teleportada’ para ali de uma era completamente diferente.

E a verdade é que esta primeira impressão não andava longe da verdade; a revista em causa era mesmo ‘importada’ de outra era – especificamente, do final dos anos 40 – tendo-se o seu estilo mantido praticamente imutável no meio século subsequente. Sim, em plenos anos 90, estava disponível em Portugal uma revista que não só havia sido publicada ininterruptamente durante mais de quarenta anos, mas que havia conseguido sobreviver todo esse tempo sem ter mudado sequer um elemento da sua fórmula original. E a melhor parte? A dita revista continua a ser publicada até aos dias de hoje, perfazendo quase setenta e cinco anos de publicação ininterrupta – e sempre mantendo o espírito original dos anos 40!

download.jpgO número 1 de Tex

A referida série é, claro, Tex, aquela criação italiana importada do Brasil que ninguém lia, mas todos conheciam, e que aparentemente era popular o suficiente para continuar a ser encomendada por bancas e tabacarias um pouco por todo o nosso país – bem como para justificar uma tentativa de edição em língua portuguesa, já nos anos 90.

E, no entanto, a maioria das crianças daquele tempo terá, certamente, dificuldade em perceber um fenómeno como este, apenas comparável em longevidade ao lendário Archie norte-americano; isto porque [i]Tex[/i], com o seu clima ‘western spaghetti’, passava completamente ao lado das áreas de interesse da demografia que lia ‘quadradinhos’ nos anos 90. De facto, em comum com os personagens infantis mais populares da época, Tex Willer só tinha mesmo o facto de usar sempre a mesma roupa – no caso, um chapéu castanho, camisa amarela e clássicos jeans azuis-escuros.

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Um exemplar da revista já dos anos 90

Sendo esse o caso, no entanto, a quem devia o ‘cowboy’ aos quadradinhos o seu considerável sucesso? A resposta, algo inesperada, passava pelo público mais velho. De facto, enquanto que na escola era raro encontrar quem lesse, de quando em vez, lá se via um leitor mais adulto a comprar um número na tabacaria da esquina…

Mesmo com esta ressalva, é difícil imaginar a razão exacta para Tex ter sido importado durante tanto tempo, e mesmo publicado em português ‘de Portugal’; presença perene nas bancas portuguesas, para a maioria das crianças, a revista era, no entanto, não mais do que um pano de fundo para as publicações que verdadeiramente lhes interessavam. Ainda assim, haveria certamente quem lesse; afinal, nenhuma revista se consegue manter nas bancas durante mais de três quartos de século se não tiver quem a compre…

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