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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

31.01.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quinta-feira, 30 de Janeiro de 2025.

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

Em ocasiões anteriores, recordámos nas páginas deste nosso 'blog' as revistas especificamente direccionadas a um público feminino e adolescente, fossem elas edições internacionais, de produção portuguesa, ou mesmo um misto das duas, em que a publicação faz parte de um grupo internacional, mas é localizada ou adaptada para edição em território nacional. É, precisamente, neste último grupo que se insere a revista que abordamos neste nosso regresso ao universo dos periódicos para adolescentes de finais do século XX.

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Chegada às bancas nacionais nos primeiros anos da década de 90, a versão portuguesa da 'Teenager' trazia como editora Teresa Pais, que já desempenhara a mesma função na extinta 'Élan' – uma publicação de teor quase diametralmente oposto – e que viria, mais tarde, a chefiar também a redacção da 'Telenovelas'; e a verdade é que a experiência trazida pela jornalista não deixava de ser valiosa para garantir que a 'Teenager' se mantinha a par das revistas da mesma índole - não só as dirigidas a adultos como também, mais significativamente, publicações como a 'Ragazza' ou a '20 Anos', com as quais partilhava características temáticas e até gráficas.

De facto, Pais e a sua redacção eram capazes de 'engendrar' artigos de interesse para o público-alvo e que, apesar de abordarem os mesmos temas de todas as outras publicações adolescentes da época, o conseguiam fazer com alguma profundidade e conteúdo jornalístico, por oposição à abordagem 'pela rama' de muitas das concorrentes; talvez por isso a 'Teenager' tenha logrado manter-se nas bancas durante um período bastante respeitável, ainda que não tão longevo quanto o de algumas outras revistas de que falamos neste espaço.

Infelizmente, o advento da Internet, com a sua informação gratuita e imediata, veio ditar o destino desta publicação, a qual, como a maioria das suas congéneres, rapidamente se viu obsoleta face à nova força emergente, acabando por soçobrar já na ponta final da década. Ainda assim, durante o seu tempo de vida, a revista – que, hoje em dia, se encontra consideravelmente Esquecida pela mesma Net que a tornou irrelevante – terá cumprido o seu objectivo de guiar as jovens portuguesas pela sempre difícil fase da adolescência, e de lhes proporcionar informações importantes de forma leve e confortável, merecendo por isso uma menção, ao lado das suas congéneres, neste 'blog' dedicado aos principais artefactos da cultura infanto-juvenil portuguesa de finais do século XX.

25.08.21

NOTA: Este post é relativo a Terça-feira, 24 de Agosto de 2021.

A década de 90 viu surgirem e popularizarem-se algumas das mais mirabolantes inovações tecnológicas da segunda metade do século XX, muitas das quais foram aplicadas a jogos e brinquedos. Às terças, o Portugal Anos 90 recorda algumas das mais memoráveis a aterrar em terras lusitanas.

Hoje em dia, existem tantas e tão imediatas formas de contactar tudo e todos através da Internet, que parece quase caricato pensar que, há pouco mais de vinte anos atrás, a comunicação por este meio era extremamente limitada, e restrita a meia-dúzia de canais na ainda incipiente plataforma global. Na era pré-MSN Messenger (ao qual, paulatinamente, chegaremos) o contacto em tempo real entre utilizadores geográfica e temporalmente deslocados requeria o acesso a um dos arcaicos programas de ‘chat’ do fim do segundo milénio – de entre os quais, pelo menos em Portugal, se destacava um em particular.

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O mIRC (sigla para Internet Relay Chat, sendo que nunca ninguém teve a certeza do que significava o ‘m’) não era o único programa de ‘chat’ online disponível naqueles anos – nem sequer o único a dar acesso aos servidores de IRC – mas, por alguma razão, foi aquele que ‘pegou’, tendo, para muitos jovens da época, sido sinónimo com ambos os tipos de tecnologia. Milhares de jovens portugueses aderiram, em finais dos anos 90, a este novo ‘vício’, que capturou, inclusivamente, a significativa porção da demografia que não estaria, normalmente, interessada neste tipo de serviço. ‘Totós’, ‘betinhos’, góticos (já a praticar para os anos vindouros de abuso do MSN) ou ‘freaks’, todos se renderam à magia daquelas pequenas janelinhas azuis e cinzentas, com letras verdes, vermelhas e pretas, dentro das quais se escondiam potenciais novas amizades (sempre iniciadas pelo característico e memorável 'oi, ddtc?'), ou simplesmente experiências ‘maradas’, como é apanágio da Internet.

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É incrível como algo com ESTE aspecto suscitava um 'vício' tão forte...

Fosse para conhecer raparigas ou rapazes de outras turmas da escola, os quais se seria de outro modo demasiado tímido para abordar, ou simplesmente para trocar piadas ‘foleiras’ com os amigos em canal privado, a maioria dos jovens portugueses da época arranjava maneira de fazer a cara do criador do programa, Khaled Mardam-Bey, aparecer num qualquer ecrã de computador público de forma quase diária (o uso em casa dependia de uma série de variáveis, a começar pela existência de um computador com Internet, o que à época não era um dado adquirido.) E embora, visto do futuro, o serviço pareça quase pitoresco – graficamente, parece uma espécie de Elifoot 2 em versão programa de ‘chat’ – a verdade é que, na altura, o mesmo representava o auge da tecnologia de conversação online disponível, e fez a felicidade da primeira geração de portugueses a ter contacto mais directo com a Internet nos seus anos formativos.

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A cara deste senhor foi, a dada altura de finais dos anos 90, mais vista e conhecida que a de muitas celebridades...

Hoje em dia, o mIRC continua vivo (e com novas versões do mesmo velho software a serem periodicamente lançadas), embora seja uma mera sombra do que era naqueles idos da viragem do milénio. A PTNet (a rede em que todos crescemos a conversar) retém pouquíssimos usuários, quase todos da ‘velha guarda’, e os restantes servidores ficam sobretudo circunscritos aos Estados Unidos e a alguns países asiáticos. Ainda assim, é bom ver um programa – não importa quão obsoleto – ‘aguentar-se’ através das diferentes eras da Internet, recusando-se a morrer por completo, apesar de todas as contingências. A dúvida que fica ao ver o mIRC ainda vivo, no entanto, é só uma: seré que, em todo este tempo, já alguém alguma vez pagou para registar o programa?

 

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