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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

15.09.24

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

No futebol, como em qualquer ramo profissional, existem figuras incontornáveis, de que qualquer adepto, de qualquer época da História, terá pelo menos ouvido falar. A grande maioria delas são, logicamente, jogadores; no entanto, existem também pelo Mundo fora muitos e variados exemplos de personalidades que, sem terem brilhado dentro de campo, se destacaram com louvor do 'outro lado' das quatro linhas, como técnicos ou treinadores. Uma dessas figuras – uma das maiores, ao nível de um Alex Ferguson – foi um simpático e invariavelmente educado sueco que, em meio a uma carreira nada menos que ilustre, acabou por 'tocar' também os adeptos portugueses com a sua cortesia e carisma. Falamos, claro, de Sven-Goran Eriksson, três vezes campeão nacional pelos encarnados do Benfica, cuja morte devida a cancro do pâncreas, há cerca de três semanas, deixou um vazio pronunciado nos meandros do desporto-rei. Este Domingo Desportivo não poderia, pois, deixar de constituir um epitáfio a um dos grandes nomes da História do futebol, através de uma retrospectiva da sua breve mas marcante passagem por Portugal.

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Um jovem Eriksson com duas outras lendas do Benfica, Toni e Eusébio.

Chegado ao Benfica já com louros de campeão sueco e vencedor da Taça da Suécia e Taça UEFA ao serviço do Gotemburgo. Em Portugal, os excelentes auspícios deixados por esse início de carreira técnica – após discreta carreira dentro das quatro linhas, nos anos 60 e 70 – vir-se-iam não só a confirmar como a ampliar, com Eriksson a levar o Benfica ao bi-campeonato nas suas duas épocas como técnico, em 1982-83 e 1983-84, tendo também assegurado a Taça de Portugal na primeira das duas, na qual atingiu ainda os quartos de final da então chamada Taça das Taças.

Era, pois, em glória que o treinador sueco saía para Itália, no defeso de Verão do ano de 1984, naquela que acabaria por ser a mais discreta fase da sua carreira, com passagens 'sem história' por Roma e Fiorentina a culminarem no regresso a Portugal, onde o seu antigo clube o acolheu de braços abertos, radiante por poder novamente contar com tão histórica figura no comando. E a verdade é que, nesta segunda passagem pelos campeonatos nacionais, Eriksson voltou a ser feliz, adicionando mais um título de campeão ao seu currículo, em 1990-91, além da Supertaça conquistada no ano anterior. Uma última época menos bem conseguida não manchava a reputação do treinador, que, no final da temporada 1991-92, rumava novamente a Itália, desta vez para uma experiência algo mais positiva, com conquistas várias ao serviço da Sampdoria e Lazio, com quem se sagraria campeão italiano nos primeiros meses do Novo Milénio. Daí, o percurso do treinador levá-lo-ia a Inglaterra, onde também chegou a ser ídolo - dando mesmo a cara e nome a um 'clone' de Championship Manager lançado para PC e PlayStation - e depois à China, país onde viria a encerrar a carreira em 2017, ao serviço do Shenzen.

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Com antigos colegas e jogadores durante uma homenagem no Estádio da Luz.

Apesar de nunca ter voltado a Portugal, no entanto, o sueco nunca deixou de ser calorosamente recordado pelos adeptos nacionais – sobretudo, mas não apenas, do Benfica – pelo seu conhecimento táctico, espírito de vitória, desportivismo e cordialidade, e por ser um 'gentleman' 'à moda antiga' – aspectos que vão já escasseando (e que fazem falta) não só no desporto-rei como na sociedade em geral. Que descanse em paz.

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