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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

10.12.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024.

NOTA: Por razões temáticas, todas as Terças-feiras de Dezembro serão de TV.

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

De entre os elementos que anunciavam e compunham o Natal infantil português dos anos 90 e 2000, um dos mais salientes eram os anúncios televisivos alusivos à quadra – ou melhor, UM anúncio televisivo em particular, que qualquer 'millennial' português saberá de imediato identificar, e que foi tradição anual nos canais generalistas nacionais até ao dealbar da década de 2010.

De facto, os 'spots' publicitários natalícios da cadeia de supermercados e hipermercados Continente, e a respectiva banda sonora, são, para toda uma geração, quase tão emblemáticos da quadra como o 'Natal dos Hospitais' ou o som do Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras. Aliás, há até motivos para dizer que 'Bem Vindos Ao Mundo Encantado dos Brinquedos' é, para a referida demografia, a 'outra' música de Natal portuguesa por excelência, trazendo à mente visões da então mascote da cadeia, a avestruz Leopoldina, a movimentar-se por entre verdadeiras pilhas de brinquedos, que apenas aguçavam a vontade de visitar o mais rapidamente possível o Continente mais próximo, e se deliciar com a variedade de opções para presentes de Natal.

Escusado será dizer que, apesar de esforços continuados, o Continente não mais logrou repetir o sucesso destas cadeias; anúncios subsequentes, já com a segunda mascote Popota ao lado de Leopoldina, eram bem conseguidos, mas falhos em termos de banda sonora quando comparados com o seu antecessor – ainda que, assumidamente, o mesmo tivesse colocado a fasquia absurdamente alta. Assim, a geração nascida ou crescida durante as décadas de 90 e 2000 pode, mesmo, gabar-se de ter assistido, em primeira mão, aos melhores anúncios de Natal alguma vez criados em Portugal, cuja música (que podia perfeitamente ter sido lançada como 'single' comercial, pois encontraria sem dúvida o seu público) ainda hoje saberão sem dúvida cantar 'de trás para a frente' e 'de cor e salteado...'

15.06.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 14 de Junho de 2024.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

O paradigma português de finais dos anos 80 e inícios da década seguinte – em que as importações eram ainda caras e difíceis de levar a cabo, e o mercado era consequentemente voltado, sobretudo, para o interior – criou condições ideais para o surgimento e rápida expansão de 'alternativas nacionais' aos mais populares produtos internacionais; e apesar de algum do sucesso de que estas companhias gozaram se dever, precisamente, à falta de alternativas, a verdade é que marcas como a Sanjo, a Parfois ou a Monte Campo se destacavam, também, por exibirem os elevados padrões de qualidade por que a manufactura portuguesa era (e continua a ser) conhecida, os quais lhes viriam a garantir o sucesso a longo prazo.

O mesmo se passava com a marca de que falamos neste 'post', a qual – tal como as duas congéneres e contemporâneas acima referidas – logrou manter-se activa e relevante, em maior ou menor medida, desde a sua criação até aos dias de hoje, e tornar-se nome de referência no sub-sector em que se insere. Falamos da Salsa, o grande nome português no mercado das gangas, sobre cuja criação se celebram este ano exactas três décadas, ao longo das quais a marca soube não só manter a sua posição no seio do mercado nacional como também levar a cabo um processo de expansão internacional que a viu penetrar em cerca de três dezenas e meia de países um pouco por todo o Mundo.

Salsa_Jeans_Logo.png

Fundada no Norte do País, concretamente em Vila Nova de Famalicão, algures em 1994, a Salsa nasce a partir da iniciativa de três irmãos, António, Filipe e Beatriz Vila Nova, então donos de um negócio de tinturaria e limpeza a seco bastante reputado a nível local. Não contentes em limitar-se a esse nicho de mercado, os três familiares procuraram expandir o seu raio de acção ao campo da manufactura e distribuição de vestuário, concretamente calças de ganga. Pouco tempo depois, surgia pela primeira vez no mercado português o nome que rapidamente se tornaria quase tão popular quanto concorrentes internacionais como a Charro e a Guess, perfilando-se numa 'segunda linha' apenas atrás de grandes marcas como a Levi's ou Wrangler. A este rápido aumento de popularidade não terão estado alheios os preços algo mais acessíveis e atractivos dos 'jeans' da Salsa relativamente aos das suas principais concorrentes, em grande parte possibilitados pela manufactura local, por oposição ao 'outsourcing' levado a cabo pelas marcas internacionais.

Face a este franco e célere crescimento, não é de surpreender que, poucos anos após o seu aparecimento, a Salsa tivesse já direito a loja própria, no caso na zona do País de onde era oriunda (o Grande Porto), concretamente no NorteShopping, principal centro comercial daquela região. Não demoraria mais do que alguns meses, no entanto, até o número de lojas da marca em Portugal triplicar, com a Salsa a chegar aos outros dois grandes centros urbanos nacionais, Lisboa (com uma loja no então ainda recente 'shopping' Vasco da Gama, construído e inaugurado no âmbito da Expo '98, no ano anterior) e Braga (com abertura no Braga Parque).

A relativa popularidade destes três primeiros pontos de venda serviria, aliás, como mote para uma declarada tentativa de expansão nos primeiros anos do Terceiro Milénio, que veria a Salsa penetrar em mercados não só europeus (da inevitável Espanha à Irlanda, Bélgica, Luxemburgo, Croácia ou Malta) como também internacionais, incluindo alguns, à época, ainda emergentes, como o Qatar ou os Emiratos Árabes Unidos. O sucesso desta empreitada despertaria, por sua vez, o interesse do ubíquo Grupo Sonae, que, já na segunda década do século XXI, se tornaria dono de metade do capital da marca (então já da propriedade quase exclusiva de Filipe Vila Nova, detentor de 85% da empresa que fundara com os irmãos), avançando eventualmente para a aquisição total da mesma, já em 2020 – um sinal inequívoco de que, apesar de já não ter a expressão de que gozou outrora, a marca nacional por excelência no mercado das calças de ganga se mantém firme tanto dentro do mesmo como a nível internacional, onde continua a personificar a máxima de que 'o que é nacional é bom'...

25.03.23

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Na última Saída de Sábado, abordámos a chegada a Portugal da FNAC, uma das poucas cadeias de venda de artigos tecnológicos e multimédia ainda resistentes no País. No próprio dia em que dedicávamos algumas linhas à cadeia francesa, no entanto, faltavam menos de vinte e quatro horas para se celebrar o aniversário de uma outra loja muito semelhante, também ela ainda hoje presente nas grandes superfícies nacionais e que, de facto, é praticamente dois anos mais velha do que a FNAC Portugal; assim, seria omisso da nossa parte não dedicar algumas linhas à grande 'concorrente' da cadeia francesa em solo português, a Worten.

Logotipo_Worten.jpg

Inaugurada a 12 de Março de 1996, como subsidiária do poderoso grupo Sonae (hoje Sonae Continente) a Worten pode ser considerada a cadeia-irmã do popular hipermercado, de enfoque menos generalista e mais centrado na electrónica e multimédia (daí as comparações com a FNAC). Ainda que sem a facilidade em obter livros importados da concorrente, a cadeia compensava esta 'falha' oferecendo preços ainda mais competitivos que os da companhia francesa (ou outros concorrentes da época, como as lojas Singer, de que também aqui em tempo falaremos), tornando-se assim, rapidamente, o local de aquisição de electrodomésticos por excelência do consumidor nacional.

Curiosamente, e ao contrário do que aconteceu com a concorrente (cuja primeira loja abriu num 'shopping' em plena Lisboa) a Worten expandir-se-ia, não a partir das grandes capitais portuguesas, mas da vila de Chaves, tendo só depois 'rumado' a Sul, rumo à capital. Uma vez iniciada, no entanto, essa expansão deu-se de forma por demais célere – apenas alguns anos após a sua fundação, por alturas da viragem do Milénio, a Worten era já parte do 'cenário' em centros comercials e lojas Modelo e Continente de Norte a Sul do País, paradigma que se mantém até hoje.

A forte presença em território nacional incentivou, aliás, Belmiro de Azevedo a expandir a área abrangente do seu negócio até ao país vizinho, tendo a Worten adquirido não uma, mas duas cadeias comerciais espanholas, num total de cerca de meia centena de lojas. Ao contrário do sucedido em Portugal, no entanto, esta 'aventura' não se saldou pelo sucesso, tendo a estadia da Worten como grande cadeia em Espanha durado pouco mais de uma década, e saldando-se a presença actual da loja de Belmiro de Azevedo no outro país ibérico em pouco mais de uma dezena e meia de lojas, a esmagadora maioria das quais situada nas Ilhas Canárias, último grande 'reduto' da rede Sonae em Espanha; curiosamente, grande parte das restantes lojas da franquia foram vendidas a outro grupo comercial bem conhecido dos portugueses, no caso o MediaMarkt.

Em Portugal, no entanto, a Worten continua a somar e seguir, até por o seu nicho de especialização ser um dos poucos em que a procura é constante, e a avaliação física do produto particularmente importante; enquanto este paradigma se mantiver (e enquanto o grupo MC Sonae Continente mativer a sua pujança no panorama comercial português) é de esperar que muitas crianças e jovens portugueses continuem a desfrutar de Saídas de Sábado periódicas à 'loja de electrodomésticos do Continente'.

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