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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

19.05.22

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Na última edição desta rubrica, recordámos as mini-caixas de Smarties, presença habitual nos saquinhos de lembranças distribuídos em certas festas de anos: hoje, chega a altura de falarmos de um produto adjacente – de facto, quase idêntico – mas cujo mercado era bem menos alargado, e a marca bem menos conhecida, ainda que reconhecível pela geração que com ela conviveu.

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Falamos das Pintarolas, nada mais nada menos do que os 'Smarties ibéricos'. Em tudo semelhantes aos discos redondos de puro açúcar comercializados pela Nestlé, o mais surpreendente em relação às variantes da Imperial (à época, um sério competidor no panorama ibérico dos doces e guloseimas) foi o facto de terem, apesar da óbvia concorrência, conseguido arranjar o seu 'nicho' em tão concorrido mercado; porque a verdade é que – fosse por que motivo fosse – havia pouco quem, à época, não tivesse pelo menos noção da existência destas 'imitações' dos Smarties (bem como dos seus 'primos' ligeiramente maiores, os Lacasitos, da espanhola Lacasa, versão 'alternativa' dos ainda mais populares M&M's). De facto, a marca Pintarolas era tão popular que chegou mesmo, em finais dos anos 80, a dar azo a calendários de parede próprios, algo de que poucos outros produtos do seu tipo e posicionamento de mercado se podiam gabar.

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Um dos calendários das Pintarolas (crédito da imagem: Enciclopédia de Cromos)

Mais - ao contrário de muitos dos produtos abordados nestas páginas, tanto as Pintarolas como os Lacasitos não só continuam a ser comercializados, como se souberam adaptar às sucessivas 'modas' infantis, apresentando hoje associações a propriedades como os Mínimos (de 'Gru, o Maldisposto') ou a Porquinha Peppa; um percurso de sucesso nada menos que impressionante, para um produto que nunca foi (ou quis ser) mais do que uma 'alternativa regional' a uma marca conhecida...

28.04.22

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Na última Quarta de Quase Tudo, abordámos no Anos 90 as festas de anos infantis daquela época, tendo nesse mesmo 'post' mencionando o facto de que muitas delas incluíam, à saída, um pequeno saquinho de 'gratificações', oferecido pela família do aniversariante a cada convidado, para lhe agradecer a presença na festa. E embora os conteúdos destes 'pacotes' reservassem, por vezes, algumas surpresas (por aqui, por exemplo, recebeu-se certa vez um boneco do GI Joe em tamanho miniatura) os mesmos tendiam a centrar-se sobre doces e guloseimas de menores dimensões ou individualizáveis, como Sugus, rebuçados ou chupa-chupas.

Em meio a este tipo de doce, no entanto, os referidos saquinhos incluíam, invariavelmente, um outro 'brinde' nunca visto fora desse contexto, pelo menos na altura: as mini-caixas de Smarties.

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Exemplo moderno das referidas caixas

Apesar de serem precisamente e simplesmente aquilo que pareciam (uma caixinha de papel com talvez uma dúzia de Smarties dentro, sem qualquer outra particularidade que não fosse o ser especialmente criada para uso em ocasiões deste tipo, como festas de anos, eventos infantis ou até no contexto do Halloween norte-americano) receber uma destas caixas após uma festa de anos não deixava de ter os seus atractivos – nomeadamente, o facto de a dose contida no interior da mesma ser suficientemente pequena para poder ser comida toda de uma vez, sem que a criança se sentisse culpada ou os pais a evitassem. Para além disso, cada caixa trazia impresso no verso e numa das laterais um pequeno desenho, muitas vezes parte de uma imagem maior que se obtinha juntando todas as caixinhas de um determinado lote, levando a inevitáveis comparações e tentativas de criar o mosaico completo em conjunto com os outros convidados. Em suma, um brinde que, apesar de aparentemente simples, não deixava ainda assim de 'cair no gosto' de quem o recebia.

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As caixas incluídas no mesmo 'pack' formavam muitas vezes um mosaico quando juntas umas às outras

À semelhança de muitos dos doces nostálgicos de que aqui falamos, uma rápida pesquisa na Internet revela que estas mesmas caixinhas continuam a ser produzidas até aos dias de hoje, embora não nos seja possível discernir se as mesmas continuam a ser utilizadas para a mesma função que exerciam naquele tempo (talvez algum leitor que conheça crianças ainda em idade de ir a festas infantis nos possa elucidar neste aspecto); certo é que, para toda uma geração de jovens, as icónicas mini-caixinhas foram quase sinónimas com celebrações de aniversário, quer próprias, quer de colegas e amigos, merecendo bem estas poucas linhas de homenagem.

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