16.10.21
NOTA: Este post corresponde a Sexta-feira, 15 de Outubro de 2021.
Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.
Na passada Quarta-feira, falámos neste espaço dos cadernos dos anos 90, muitos dos quais eram utilizados como 'statement' pelos jovens em idade escolar, nomeadamente mediante capas apelativas e ligadas ao que então se considerava estar 'na moda'. No entanto, os cadernos estavam longe de ser a única forma de um aluno afirmar a sua identidade na sala de aula; nesse aspecto, havia outro tipo de item, bem mais impactante e relevante na prossecução desse mesmo objectivo, do qual falaremos no post de hoje.
Tratavam-se, é claro, das mochilas, talvez a primeira peça de material escolar adquirida pelo aluno médio daquele tempo sempre que se avizinhava um novo ano lectivo. Ainda mais do que hoje em dia, a mochila era extremamente importante enquanto afirmação de conformidade – ou não – às regras de 'estilo' da escola, e parte tão integrante do 'look' de um aluno como qualquer peça de vestuário – o que, aliás, explica a sua presença nesta rubrica em particular.
E oportunidades de comprar uma mochila à medida da nossa personalidade era coisa que não faltava naqueles anos 90, tal era a quantidade e variedade de modelos que se podiam encontrar na loja ou 'shopping' mais próximo - das mochilas coloridas ou com personagens de desenhos animados, típicas da escola primária, passando pelos modelos 'casa às costas' favorecidos por alunos do preparatório e secundário, até às mochilas que não se destinavam necessariamente a uso escolar, mas eram para isso adaptadas (destacando-se dentro deste tipo em particular as mochilas da Monte Campo, Eastpak e Jansport.)
Um acessório tão popular que merecia o seu próprio post...
A arte estava mesmo em encontrar um modelo que conjugasse o apelo estético que interessava ao aluno com características favorecidas pelos pais, como a ergonomia e os suportes das alças, sendo que quem conseguisse tal proeza tinha quase garantida a relação de 'amizade' com a sua nova mochila (nesse aspecto, por aqui, recorda-se com carinho a mochila do Bart Simpson da primeira classe, e a verde da Slazenger dos quinto e sexto anos, além da Monte Campo azul para ir de férias.)
Em suma, além de acessório essencial para transporte das 'toneladas' de livros, 'dossiers' e folhas característicos do dia-a-dia escolar da época, as mochilas tinham dupla função como acessório estético, tão importante como a própria roupa no contexto de inserção na malha social da escola; tal como a mochila certa servia como meio de afirmação de identidade, também a mochila errada podia representar um 'suicídio' social, e fazer a criança ou jovem passar por alguns dissabores junto dos seus pares. Talvez fosse precisamente por isso que tantas e tantas crianças dispendiam, anualmente, largos minutos em frente ao expositor das mochilas do hipermercado mais próximo, a tentar assegurar que escolhiam o modelo perfeito para as suas necessidades – as quais, neste caso, iam bem além da capacidade e ergonomia...