21.01.24
NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 20 de Janeiro de 2024.
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.
Apesar de a violência ser um conceito quase universalmente desencorajado entre as crianças e jovens, sejam de que geração forem, é inevitável que a mesma acabe, de uma forma ou de outra, por permear imaginários 'alimentados' por décadas de filmes de acção, videojogos e 'quadradinhos' de super-heróis. Os anos 90 portugueses não foram excepção a esta regra, tendo-se, antes pelo contrário, verificado uma breve mas intensa obsessão (sobretudo por parte do público masculino) com um objecto que, no imaginário popular, é ainda hoje quase sinónimo de boa forma fisica e elevada capacidade de auto-defesa.
Lá por casa havia um muito semelhante a este.
Falamos dos sacos de boxe, os quais, na época em causa, começaram a ser comercializados em 'tamanho infantil' – em conjunto com as respectivas luvas, bem entendido – e acabaram por adornar os quartos de muitos rapazes de uma certa faixa etária pré-adolescente, que se queriam imaginar o Rocky, ou qualquer outro herói de acção daquele período áureo. Os próprios padrões dos sacos, muitas vezes centrados na bandeira americana, ajudavam, aliás, a fomentar essa fantasia, deixando de lado o facto de ser preciso mais do que meia-dúzia de murros fracos por dia para se conseguir ser campeão de boxe...
Não que fosse, claro, esse o objectivo destes sacos; tratavam-se, apenas, de brinquedos, 'arremedos' de acessórios desportivos iguais a tantos outros que se podiam obter, à época, em lojas de brinquedos e hipermercados, e cuja única função era proporcionar à faixa etária em causa uns quantos Sábados aos Saltos simultaneamente divertidos e saudáveis. No caso dos sacos de boxe, esse objectivo acabou por ser cumprido apenas a curto-prazo, dado que os mesmos rapidamente 'passaram de moda', ao contrário das 'eternas' raquetes de pingue-pongue, por exemplo. Ainda assim, durante um par de anos ali a meio da década de 90, houve muito jovem português a procurar um destes apetrechos para pôr no quarto, na esperança de se tornar o novo campeão da 'porrada' lá da escola...