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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

18.05.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sábado, 17 de Maio de 2025.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

Hoje em dia, tornou-se já tradição que, caso a equipa campeã nacional de futebol masculino sénior esteja sedeada na capital portuguesa, a mesma se dirija, em cortejo, até à Rotunda do Marquês de Pombal, onde os adeptos a esperam para várias horas de esfuziantes festejos, discursos, música e animação. No entanto, apesar de profundamente enraizada na cultura dos adeptos lisboetas, esta Saída (que, no presente ano de 2025, até foi mesmo de Sábado) tem as suas origens num passado não muito distante, em que uma equipa decidiu honrar o seu símbolo e acabou por gerar uma nova tradição nos meandros do futebol português.

Foi na Primavera de 2000, após consumado o primeiro título de campeão nacional na modalidade em quase duas décadas, que o Sporting Clube de Portugal decidiu fazer da artéria em causa o cenário dos seus festejos, muito por conta do leão que se perfila ao lado de Sebastíão José de Carvalho e Melo na estátua que dá nome à rotunda – o qual, aliás, acabaria com um cachecol em torno do pescoço, por cortesia de um dos maiores símbolos do clube de Alvalade, o avançado búlgaro Ivaylo Yordanov. E se, nessa ocasião, a escolha do local não passava de uma referência não muito velada ao animal que serve de símbolo ao clube, a verdade é que o rival Benfica não tardou também a adoptar esta prática, a qual se iria repetindo ao longo dos anos até se tornar um ritual expectável, do qual se fala semanas e até meses antes da última jornada da hoje Liga Sagres. Nada melhor, pois, do que recordar a primeira destas celebrações, no rescaldo de mais uma edição das mesmas, e no ano em que completam um quarto de século de existência...

06.04.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 5 de Abril de 2025.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

De entre as muitas novas preocupações sociais a surgir durante as duas últimas décadas do século XX, a da vida saudável e perda de peso fica apenas atrás da ecologia como uma das mais relevantes no Mundo ocidental. Apesar de não ser nada de novo, estando presente na referida sociedade desde pelo menos há meio século a esse ponto, a preocupação com estar em forma, desenvolver músculos ou partes do físico, ou ainda perder peso ganhou novos contornos durante os anos 80 e 90, tendo simultaneamente ganho uma representação 'visível' e tangível, com o aparecimento dos ginásios e a difusão em massa de disciplinas como a aeróbica.

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De facto, foi precisamente nesses últimos anos do Segundo Milénio que se deu a génese do movimento pró-exercício físico que hoje permeia as vidas da quase totalidade dos cidadãos ocidentais. E se, ao contrário do que ocorre actualmente, os ginásios estavam, sobretudo, reservados aos culturistas e praticantes de desportos de combate, as 'donas de casa', profissionais de colarinho branco e outros sectores menos activos da sociedade encontraram na prática da referida actividade a sua forma de garantir a manutenção da tão importante 'linha'. Como consequência, verificou-se durante o período em causa um enorme aumento do número de aulas de aeróbica e 'step' oferecidos pelos supracitados ginásios, além do aparecimento de cassettes VHS que permitiam realizar o equivalente a uma sessão no conforto do lar.

Por sua vez, esta junção de factores resultou, inevitavelmente, na difusão da aeróbica a outros sectores da sociedade, não tardando a disciplina em causa a permear, por exemplo, o currículo das aulas de Educação Física do ensino preparatório e secundário, onde veio a encontrar toda uma nova demografia-alvo de jovens prontas (e, por vezes, também prontos) a emular os exercícios que viam as mães fazer no clube local ou em frente à televisão – ainda que, muitas vezes, num mero arremedo, mais próximo de uma brincadeira de faz-de-conta durante um Sábado aos Saltos do que de qualquer tipo de exercício sério. Ainda assim, esta actividade não deixava de constituir uma maneira de as crianças e jovens se manterem activos, ainda que talvez não a mais acertada ou apropriada para a faixa etária em causa.

Como todas as 'manias' e 'febres' da sociedade ocidental, no entanto, também a aeróbica acabou por ser alvo de mutação, ainda que sem nunca ter desaparecido completamente.; em vez disso, a modalidade dividiu-se em diversas disciplinas, as quais ainda hoje podem ser vistas no horário ou lista de aulas do ginásio mais próximo. Quem viveu a 'febre' original da aeróbica, no entanto, certamente reconhecerá nestas divisões apenas o espírito da rotina de exercícios que pôs milhões de mulheres (e também muitos homens) num estúdio de musculação ou em frente à televisão, em 'leggings' e perneiras, a agitar freneticamente os braços durante meia hora de cada vez...

23.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 22 de Março de 2025.

NOTA: Por motivos de relevância temporal, este Sábado será uma Saída.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

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Quem lê este nosso 'blog' há já algum tempo certamente saberá que, tirando o ocasional àparte ou exemplo, o autor do mesmo tenta, ao máximo, manter-se anónimo e impessoal, deixando que sejam as próprias memórias nostálgicas a assumir o protagonismo. No entanto, certas ocasiões pedem uma abordagem mais personalizada, e seria impossível deixar passar em claro o trigésimo aniversário de um evento ainda hoje recordado com carinho por quem redige diariamente estas linhas.

A data era 21 de Março de 1995, Dia da Árvore, e o autor cumpria os últimos meses da sua instrução primária, quando ele e as restantes crianças da sua turma de uma escola do centro de Lisboa tiveram a ocasião de plantar uma árvore no canteiro directamente à saída da sua sala de aula, e que dividia os patamares de cada sala da área de recreio. Tratava-se de um pinheiro manso, o qual se encontra ainda na mesma localização, e visível da rua, embora hoje algo obscurecido por novos edifícios construidos entre o portão traseiro da escola e a referida área de recreio. E embora tal evento já tenha, quiçá, sido esquecido pela maioria dos colegas de turma da época, não restam dúvidas de que se tratou de um momento marcante para aquele grupo de crianças de nove a dez anos, que se sentiram sem dúvida importantes graças à sua simbólica mas efectiva contribuição para a preservação da ecologia no terreno escolar; o autor, por exemplo, anotou cuidadosamente este evento no diário que então mantinha, demonstrando grande (e natural) entusiasmo com o evento.

Como esta terão, sem dúvida, existido centenas de outras histórias semelhantes de Norte a Sul de Portugal, já que – como aqui anteriormente referimos – os anos noventa representaram a época de maior esforço de sensibilização para a ecologia entre as crianças e jovens, um desiderato para o qual as iniciativas alusivas ao Dia da Árvore constituíam um pretexto perfeito. Terá, pois, havido um sem-número de turmas da instrução primária (e talvez até mais velhas) a 'pôr as mãos na massa' com acções deste tipo, tanto à época como nos trinta anos subsequentes, e a criar assim memórias duradouras ao mesmo tempo que ajudava a manter o balanço natural e a pureza do ar; nada melhor, pois, do que recordá-las, no 'rescaldo' imediato de mais um Dia da Árvore, através de uma história pessoal, aparentemente insignificante, mas bem representativa do que representava esta data nas escolas primárias nacionais de finais do século XX.

15.03.25

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Apesar de, obviamente, não constituir uma saída nostálgica por razões que lhes sejam directamente relevantes, as lojas de artigos para grávidas e recém-nascidos não deixarão, ainda assim, de fazer parte da memória remota de muitos portugueses das gerações 'X' e 'Millennial', sobretudo aqueles que contem com irmãos ou irmãs mais novos. Isto porque, na era anterior ao advento dos hipermercados, 'shoppings' e outras grandes superfícies, os referidos estabelecimentos eram a principal referência no tocante à aquisição de artigos para crianças de muito tenra idade - com o limite máximo a situar-se normalmente por volta dos três anos – sendo, por isso, expectável que muitas crianças as tenham visitado, pela mão dos pais, para adquirir algo para si ou para as outras crianças da família.

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As três grandes lojas do ramo a terem actuado em Portugal.

Curiosamente, e ao contrário do que acontecia com a maioria dos outros tipos de cadeia monotemáticas, o foco destas lojas nem sequer era, necessariamente, a roupa, sendo esta apenas um dos muitos elementos ali encontrados; pelo contrário, a maioria das mães que frequentavam este tipo de estabelecimento procurava produtos difíceis de encontrar no dia-a-dia, de biberões a berços e de carrinhos a 'cangurus', aquelas transportadoras usadas de encontro ao corpo de modo a manter o bebé seguro.

Era essa vertente mais especializada que assegurava a subsistência e clientela deste tipo de lojas, e só o facto de a maioria destes produtos ter passado a estar disponíveis nas referidas grandes superfícies veio tornar redundante a presença das várias cadeias do ramo em solo português. E se a Chicco ainda se vai conseguindo aguentar – embora com um número de lojas já muito reduzido, e sobretudo localizadas em 'shoppings' – muito à base da fama enquanto marca, as outras duas grandes lojas do ramo em solo nacional (a italiana Prénatal e a britânica Mothercare) acabaram mesmo por abandonar o território português. Uma perda, decerto, para as mães lusas, que deixaram de poder desfrutar do atendimento personalizado e variedade de escolha oferecida por este tipo de estabelecimento, algo que os preços mais baixos praticados nas grandes superfícies não chegam exactamente a colmatar, e que constitui um dos elementos que mais saudades causa a quem viveu aqueles anos mais simples e 'inocentes' de finais do século XX.

01.03.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 2025.

NOTA: Por motivos de relevância temporal, esta será uma Sexta com Style.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Num dos nossos anteriores 'posts' sobre o Carnaval, referimos que a compra de disfarces para o feriado em causa não era, de todo, a norma no Portugal de finais do século XX. De facto, numa época em que os fatos 'pré-embalados' e baratos começavam apenas a surgir nas prateleiras, sobretudo, das lojas 'dos trezentos' ou estabelecimentos semelhantes, as práticas mais comuns passavam por arranjar uma solução 'caseira' ou, mais frequentemente, recorrer a uma loja de aluguer de fatos.

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Aliando a practicidade à economia, estes estabelecimentos permitiam adquirir temporariamente uma 'máscara' bem melhor do que qualquer coisa que se pudesse criar com linha e agulha, ou através de roupas velhas e muito 'improviso', sem acartar o ónus físico e monetário de ter de 'ficar' com a mesma após o Carnaval. Não é, pois, de admirar que muitos pais e educadores escolhessem recorrer a este método aquando da chegada desta festa, garantindo assim a alegria dos filhos sem incorrerem em despesas ou encargos desnecessários.

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Exemplo moderno de uma loja deste tipo.

Curiosamente, apesar de nos anos seguintes os fatos 'embalados' se terem tornado norma – com todos os 'estereótipos' favoritos para o 'faz-de-conta', de princesas e fadas a 'cowboys', super-heróis 'genéricos' ou piratas – as lojas de aluguer de máscaras nunca chegaram a desaparecer. Antes pelo contrário, é ainda hoje possível encontrar alguns destes estabelecimentos em diversos pontos do País, com precisamente o mesmo modo de operar do que nos anos 80 e 90, parecendo quase paradas no tempo, e constituindo, por isso, uma boa aposta para Saída de Sábado para quem tem filhos pequenos e pretende economizar este Carnaval (ou apenas não ter mais um fato a ganhar pó no armário) ou simplesmente pretende uma pequena dose de nostalgia carnavalesca para animar a semana...

15.02.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Independentemente da era ou geração, a Sessão de Sexta com a cara-metade – seja no sofá ou numa sala de cinema – continua a ser uma das opções mais populares para passar a noite de S. Valentim; e, naturalmente, dado o contexto, os filmes de romance contam-se, inevitavelmente, entre os mais populares e frequentemente escolhidos pelos casais aquando desta data e situação. Os anos da 'viragem' do século XX para o XXI não eram, de todo, excepção a esta regra, pelo que não deixava de ser fortuito que as décadas de 90 e 2000 vissem o género em causa – sobretudo na sua vertente mais leve e voltada para a comédia – viver uma verdadeira 'era de ouro', oferecendo muitas e boas opções a 'pombinhos' de todas as idades para uma Sessão de Sexta pintada de 'cor-de-rosa' e 'vermelho-coração'.

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Apenas alguns dos inúmeros filmes de romance produzidos durante os anos 90.

De facto, é dos anos 90 e – sobretudo – 2000 que emanam muitos dos maiores clássicos tanto do romance mais sério como da chamada comédia romântica. É esta a época, por exemplo, de 'Titanic', 'Antes do Amanhecer', 'Ghost – O Outro Lado da Vida', 'As Pontes de Madison County', 'A Paixão de Shakespeare' ou 'O Guarda-Costas', mas também de 'Enquanto Dormias', 'Nunca Fui Beijada', 'Notting Hill', 'Quatro Casamentos e Um Funeral', 'O Casamento do Meu Melhor Amigo', 'Dez Coisas Que Odeio Em Ti', 'Ela É Demais', 'Miss Detective' e, claro, daquele que ainda hoje é um dos exemplos mais sinónimos com o género, 'Um Sonho de Mulher', estreado logo nos primeiros meses da década de 90 e que serviu como inspiração para quase tudo o que se lhe seguiu. Eram os anos áureos de 'meninos bonitos' como Brad Pitt, Leonardo DiCaprio, Tom Cruise, Keanu Reeves, ou Freddie Prinze Jr., e de galãs mais maduros e sofisticados como Matthew McConnaughey, Richard Gere, Robert Redford ou Kevin Costner, os quais contracenavam com 'meninas do lado' como Meg Ryan, Kate Hudson, Julia Roberts, Sandra Bullock ou Jennifer Lopez em filmes fáceis de identificar pelos cartazes cheios de letras cor-de-rosa com fontes arredondadas, fundos de cor pastel e fotos dos protagonistas numa pose que dava muitas pistas sobre a sua relação – normalmente abraçados ou, em filmes mais irreverentes, costas com costas, imitando a icónica pose de Gere e Roberts no supracitado 'Um Sonho de Mulher'. Um indicador óbvio e fácil para namorados de visita ao videoclube ou cinema local, em busca de uma película com a qual 'matar' duas horas.

Ao contrário de muito do que se fala nestas páginas, a comédia romântica continua 'viva e de saúde', embora hoje mais frequentemente confinada a plataformas de 'streaming'. Quem quiser recordar a juventude, no entanto, pode ainda fazê-lo de forma relativamente fácil, bastando procurar um dos supracitados filmes (ou dos inúmeros outros exemplos disponíveis à época) e, através dele, recordar aquelas Sessões de Sexta e Saídas de Sábado românticas dos seus tempos de 'miúdo' – ou, em alternativa, criar novas memórias ao lado do actual parceiro, na noite mais propícia do ano para o fazer.

 

05.02.25

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

Hoje em dia, descobrir a melhor trajectória rodoviária entre dois pontos implica, tão simplesmente, activar o GPS e acreditar que o mesmo vai ter em conta obstáculos como estradas sem saída ou cursos de água; em finais do século passado, no entanto (antes do advento de tais tecnologias) tal objectivo requeria o recurso a um elemento indispensável em qualquer veículo pessoal à época, e presença obrigatória em qualquer porta-luvas ou bolsa adjacente ao lugar do passageiro – o clássico mapa rodoviário.

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Oferecendo uma diagramação exacta das estradas, localidades e obstáculos naturais quer de todo um país, quer de apenas uma área restrita, estes mapas eram, regra geral, criados pelas instituições estatais ligadas ao trânsito rodoviário ou, em alternativa, por entidades privadas dentro do mesmo ramo (no caso nacional, o Automóvel Clube de Portugal) e tomavam a forma de um panfleto grosso, o qual se desdobrava infinitamente até se transformar numa gigantesca folha de tamanho A0, repleta de linhas e cores, e onde quaisquer dois pontos pareciam estar a apenas um 'saltinho' de distância um do outro. Não é, pois, de admirar que os mesmos constituíssem objectos de fascínio para as crianças da época, capazes de passar longos minutos a traçar, com o dedo, rotas desejadas ou imaginárias entre localidades, ou a tentar adivinhar por onde se desenrolaria a sua própria viagem daquele dia – pelo menos até o condutor ou o passageiro 'pendura' precisarem de consultar o mapa, e o mesmo ter de ser novamente cedido para desempenhar a sua funcionalidade primária. Pior, mesmo, era voltar a dobrar correctamente aquela 'imensidão' de folhas, acabando a maioria dos mapas rodoviários por ficar 'do avesso', com a parte das estradas para fora e a capa e contracapa escondidas no interior...

Conforme referimos no início deste texto, o aparecimento dos GPS (e, mais tarde, dos mapas na Internet) veio tornar obsoletas as versões em papel; no entanto, os mapas rodoviários nunca desapareceram completamente, pelo que é bem possível que, algures, uma família recorra ainda a um dos mesmos para se orientar durante uma Saída de Sábado ou viagem de férias, e que, no banco de trás, as crianças da mesma se entretenham a tentar traçar o caminho até ao seu ponto de chegada, tal como faziam os seus pais quando tinham a mesma idade...

02.02.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sábado, 1 de Fevereiro de 2025.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

A chegada a Portugal das grandes superfícies, em meados da década de 90, veio confinar a uma presença cada vez mais esporádica certos tipos de lojas do chamado comércio local, anteriormente muito mais prolíficas e omnipresentes na vida quotidiana dos cidadãos nacionais. Foi assim com as drogarias e mercearias tradicionais (as segundas das quais aqui terão em breve o seu espaço) com as lojas de brinquedos e discos, com os videoclubes e com o tipo de estabelecimento que abordamos neste 'post' duplo de fim-de-semana: as lojas de desporto de bairro.

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De facto, onde hoje a Decathlon e a Sport Zone são as principais referências no tocante à compra de equipamento desportivo especializado (daquele que dificilmente se encontraria num hipermercado), há cerca de três décadas, esse mesmo nicho era do domínio praticamente exclusivo de lojas mais pequenas, altamente especializadas, e existentes em praticamente todas as localidades e bairros mais urbanos do País, muitas vezes como parte de uma pequena galeria comercial. Ali se podiam comprar desde produtos mais básicos, como ténis, chuteiras, sapatilhas de ginástica, calções, meias ou camisolas de futebol (quer genéricas quer, por vezes, alusivas a clubes específicos) até outros bem mais especializados, como canas de pesca, ou mesmo troféus 'genéricos' para atribuição em competições e eventos de pequenos clubes ou agremiações. E apesar de, por comparação às referidas grandes superfícies, os preços serem, necessariamente, inflacionados, tal diferença acabava por se justificar dado o atendimento personalizado e atencioso, 'à moda antiga', de que cada cliente era alvo.

Tal como sucedeu com os restantes tipos de loja mencionados no início deste texto, no entanto, também as pequenas lojas de desporto de bairro se foram vendo ficar cada vez mais irrelevantes e perder boa parte da sua clientela, para quem os preços mais baixos das novas lojas em cadeia tinham um atractivo irresistível. Assim, embora este tipo de loja não esteja, ainda, totalmente extinto (ainda que seja apenas uma questão de tempo até que tal suceda) os poucos estabelecimentos ainda restantes sobrevivem, acima de tudo, graças a uma capacidade de resistência acima da média, misturada com um pouco de sorte; uma pena, já que os equipamentos desportivos para modalidades e actividades extra-curriculares continuam a ser um dos campos em que o comércio de proximidade não só tem razão de ser como apresenta claras vantagens em relação ao actual paradigma de compras 'online' ou em grandes superfícies.

05.01.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 4 de Janeiro de 2025.
 
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

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De todas as tradições natalícias portuguesas que, pouco a pouco, vão desaparecendo, uma das que mais cuidadosamente vai sendo conservada é a prática das Janeiras. Celebrizada pela música 'Natal dos Simples', gravada por José Afonso ainda nos anos 60 e incluída no seu disco 'Cantares do Andarilho', esta tradição vê grupos de amigos ou vizinhos juntarem-se para, acompanhados por instrumentos, irem de porta em porta na sua área de residência, cantando canções típicas da época para celebrar o nascimento de Jesus, e pedindo contribuições, geralmente sob a forma de sobras de comida ou dinheiro - essencialmente, uma versão portuguesa dos 'carols' norte-americanos, mas praticada mais tarde, na primeira semana de Janeiro, por oposição aos dias antecedentes ao Natal.

Ao contrário de muitas práticas e costumes tradicionais - natalícios e não só - que vão gradualmente desaparecendo, as Janeiras são ainda cantadas em muitas zonas do País, e parte integrante das tradições natalícias de muitas autarquias, associações, grupos e escolas de Norte a Sul de Portugal. São, aliás, estes esforços que mantêm a prática em causa viva na consciência popular, mesmo em áreas onde a mesma não é tradicionalmente praticada, e será graças a eles que as actuais gerações 'Z' e 'Alfa' lusitanas terão pelo menos uma Saída de Sábado para partilhar com os mais velhos a cada novo início de ano.

23.12.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 21 de Dezembro de 2024.
 
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.
 
A época do Natal é, historicamente, um período pródigo em festas, sejam elas privadas ou da responsabilidade de organazições públicas ou entidades comerciais - tendo, inclusivamente, um 'post' neste mesmo 'blog' sido dedicado aos eventos natalicios das empresas. Assim, e por não serem estas as únicas entidades a organizar celebrações deste tipo, é apenas justo que demos, esta semana, alguma atenção ao que eram as festas de paróquias e igrejas nos anos 90.
 

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Tal como sucede com os seus congéneres comerciais, este tipo de certames não mudou exponencialmente nas últimas três décadas, continuando a misturar uma vertente mais religiosa - com missas e concertos - aos habituais 'comes e bebes', entrega de prendas e outras actividades sociais destinadas a aproximar entre si os utentes da paróquia. De igual modo, o principal atractivo para as crianças continua mesmo a ser a visita do Pai Natal e do seu saco apetrechado de prendas - embora a profusão de iguarias natalícias na mesa de 'bufete' continue, também, a exercer o seu fascínio. De diferente, portanto, apenas o teor dos artistas convidados e dos presentes distribuídos, sendo esta uma das áreas da sociedade menos afectada ou influenciada pela revolução digital, para lá de fotos no Facebook tiradas com o telemóvel. Por comparação aos anos 90, no entanto, este tipo de celebração é algo menos prevalente hoje em dia, o que náo impede que continue a ser uma Saída de Sábado mais do que entuisiasmante, e um dos pontos altos do Natal de muitas crianças da 'geraçáo Alfa', tal como o era para os seus pais quando tinham a mesma idade...

 

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