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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

25.10.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 24 de Outubro de 2025.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Já aqui anteriormente falámos da 'fast fashion', a tendência para comercializar artigos de vestuário baratos e descartáveis que 'invadiu' Portugal algures nos anos 90, para não mais o abandonar. E apesar de as principais proponentes deste tipo de comércio no nosso País serem estrangeiras – tendo à cabeça as lojas do famoso grupo espanhol Inditex – houve também, ao longo dos anos, tentativas bem-sucedidas de criar cadeias de 'fast fashion' dentro de portas. Uma das mais famosas, e ainda hoje presente um pouco por todo o território, teve a sua génese em 1993, quando um grupo de importadores do ramo do vestuário decidiu criar a sua própria cadeia de lojas para comercializar os artigos importados, ao invés de os vender a outras companhias.

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Nascia assim a Shop One (ou, como é normalmente estilizada, Shop1One), inicialmente apenas um pequeno e discreto estabelecimento na Rua Morais Soares, ao Chile, em Lisboa, mas cujo sucesso rapidamente obrigou a uma mudança de instalações – no caso para um espaço diametralmente oposto, com três pisos, e situado na Praça do Rossio, em plena zona nobre de Lisboa. Esta loja, que ainda hoje se encontra em actividade precisamente no mesmo local, vir-se-ia a tornar a mais conhecida de entre as 'sucursais' da marca, afirmando-se até aos dias que correm como estandarte da mesma.

A Shop One não se ficaria, no entanto, pela influência regional, procurando, de forma natural, expandir a sua base de operações para fora da capital. Também naturalmente, foi a 'segunda capital' portuguesa, o Porto, a localidade escolhida para acolher a primeira loja deste processo de expansão, a qual abria em 1998. Seguir-se-iam, já no Novo Milénio, uma loja na terceira maior cidade do País, Braga, um 'outlet' na zona dos Anjos, em Lisboa (denominado Klear) e, ao longo dos mais de vinte anos seguintes, quase mais três dezenas de lojas, com uma média de mais de um novo estabelecimento por ano que faz da Shop One um dos melhores exemplos de sucesso para uma empresa de vestuário nacional – sobretudo por a marca não contar com o renome ou popularidade de concorrentes como a Mango, a Primark ou as referidas lojas do Grupo Inditex – e. por isso, bem merecedora desta presença nas nossas páginas.

11.10.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Uma das primeiras edições desta rubrica recordou os primeiros 'shoppings' surgidos em Portugal, já na ponta final do século XX. No entanto, nessa ocasião, a análise ficou-se pelos exemplos mais 'generalistas' deste tipo de grande superfície, dado todos os centros comerciais daquela 'primeira vaga' se inserirem nessa categoria. No entanto, logo no dealbar do Novo Milénjo, Portugal veria ser inaugurado em território nacional o primeiro exemplo de um outro tipo de 'shopping', mais voltado ao vestuário (embora não exclusivamente dedicado ao mesmo) e cujo foco se centrava, sobretudo, na revenda de artigos de marcas conhecidas a preços extremamente reduzidos, ainda mais do que num comum período de saldos – no fundo, um conceito equivalente a ter 'últimas rebaixas' ao longo de todo o ano, e não apenas em alturas específicas do mesmo.

Falamos, claro está, dos 'outlets', um tipo de espaço que tem nos 'shoppings' Freeport e Dolce Vita o seu expoente máximo na mente de muitos portugueses. No entanto, nenhum destes dois centros tem a honra de ter sido o primeiro do seu género no País; esse título pertence a um outro espaço, também localizado na Margem Sul do Tejo, e que, por alguma razão, é bastante menos falado do que os seus congéneres, apesar de continuar ainda em actividade após um quarto de século.

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Era, de facto, algures no ano 2000 que a zona do Carregado, em Alenquer, no Ribatejo – área já favorecida por uma grande variedade de empresas – via ser inaugurado o Campera Outlet, primeiro complexo do género em Portugal, que reunia quase cento e vinte e cinco lojas nos seus vinte e três mil metros quadrados, a maioria de vestuário, e subordinadas a uma marca específica. Além desta enorme variedade de pontos de venda para nomes conhecidos do sector, o 'outlet' abrangia ainda uma área exterior, e as habituais opções alimentares, como o McDonald's ou a Telepizza, propiciando assim aos visitantes todos os elementos necessários para um dia bem passado a aproveitar as compras de ocasião inerentes ao próprio conceito do centro. Aliada à facilidade de acessos a partir de Lisboa, esta versatilidade garantia clientela ao novo espaço, o qual não tardou a atingir o potencial que lhe era previsto, e a abrir caminho para os outros nomes mencionados neste 'post', além de muitos outros, de Norte a Sul do País.

Vinte e cinco anos após esse momento, no entanto – e apesar do importante patrocínio financeiro do Novo Banco, que apenas recentemente vendeu o espaço, agora propriedade do empresário bracarense Domingos Névoa – o Campera Outlet acabou por 'ficar para trás' relativamente aos seus concorrentes mais 'jovens', sendo hoje o mais esquecido dos três espaços do género situados do outro lado do Tejo. Ainda assim, com cento e vinte das suas cento e vinte e quatro lojas iniciais ainda em actividade este 'decano' dos 'outlets' nacionais não deixa de reunir todas as condições para ser destino preferencial de quem pretender passar uma Saída de Sábado a comprar roupa de marca (ou perfumes, ou óculos) a preços bem mais 'convidativos' do que o habitual.

28.09.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 12 de Setembro de 2025.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Apesar de o foco deste 'blog' serem as memórias de juventude, e os locais, produtos e acontecimentos de maior interesse para quem era menor de idade em finais do século XX, tal não significa que descuremos produtos ou serviços surgidos durante essa década e destinados a um público-alvo mais velho – até porque alguns deles lograram manter-se activos tempo suficiente para serem úteis àqueles mesmos 'X' e 'Milllennials' já depois de adultos. É, precisamente, o caso das duas companhias de que falamos neste 'post', as quais se degladiam há já mais de três décadas pela clientela masculina profissional ou de meia-idade, em detrimento de qualquer outra demografia.

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Referimo-nos, claro está, à Massimo Dutti e à Giovanni Galli, duas rivais ibéricas com nome italiano (ou não continuasse a ser esse o país estereotipadamente conotado com a moda) que desde inícios dos anos 90 travam uma batalha comercial, sem que, até hoje, qualquer delas tenha conseguido provar definitivamente a superioridade do seu país de origem – o que acaba por ser lisonjeiro para a nacional Giovanni Galli, que se opõe de forma independente àquela que é apenas mais uma 'face' do gigantesco Grupo Inditex, também 'dono' da Zara, Pull & Bear e Bershka, entre outras marcas. No entanto, a Massimo Dutti tem a seu favor o facto de possuir também, desde há já trinta anos, uma linha feminina e ainda outra, mais recente, de criança - embora ambas tenham destaque quase nulo num catálogo que continua a ter o público masculino como principal alvo. Ainda assim, este acaba mesmo por ser um factor vantajoso para a empresa espanhola relativamente à rival nacional, cujo foco continua a ser exclusivamente a roupa de homem.

Apesar destes pontos vantajosos, no entanto (e dos preços algo mais acessíveis) a Massimo Dutti perde, aos olhos do público nacional, em dois aspectos: por um lado, a conotação com o 'fast fashion', que faz com que as suas roupas sejam vistas como mais descartáveis e de menor qualidade, e, por outro, o facto de muitos artigos da Giovanni Galli continuarem a ser produzidos em solo nacional, estando as origens da companhia profundamente ligadas à reputada indústria têxtil do Norte de Portugal, uma ligação que a marca faz questão de manter, e que constitui um trunfo importante junto da demografia que a mesma visa captar, e que talvez se sinta algo 'acima' de uma marca 'de centro comercial' como a Massimo Dutti. A contrapartida, claro está, passa pela necessidade de realizar maiores volumes de negócio para conseguir ter lucro, um paradigma que tem, recentemente, 'vitimado' algumas das mais de três dezenas de lojas da empresa em Portugal.

Mau-grado este revés para a marca nacional, no entanto, tudo leva a crer que a rivalidade a dois no seio do mercado de roupa masculina 'elegante' se mantenha ainda em anos vindouros, pelo menos num futuro próximo. Se a mesma terá ou não alguma vez uma vencedora declarada é algo que apenas se poderá saber paulatinamente; nos entrementes, quem favorece um estilo 'smart casual' ou 'business casual' continua a ter duas opções bem distintas onde adquirir roupa de qualidade e com bom corte a preços acessíveis, ambas as quais, curiosamente, teriam também sido alternativa para os seus pais, três décadas antes - uma situação que diz muito da força e posicionamento no mercado de ambas as marcas, e que lhes vale este 'post' tanto duplo como partilhado.

13.09.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 12 de Setembro de 2025.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Numa edição anterior desta rubrica, falámos do aparecimento em Portugal das lojas de 'fast fashion', sem, no entanto, destacarmos qualquer uma delas em particular. Chega, pois, agora o momento de olhar mais a fundo para uma delas, que sempre quis ser menos 'fast' e mais 'fashion' do que as restantes, e que, por entre controvérsias, mantém inalteradas tanto a sua linha condutora como a forte presença em zonas comerciais de Norte a Sul de Portugal, país que continua a constituir o seu segundo maior mercado.

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Falamos da Mango, cadeia espanhola que abriu as suas primeiras lojas no 'outro' país ibérico em 1992, menos de uma década após a sua fundação – curiosamente, não em Lisboa ou no Porto, mas em Coimbra. Não tardaria senão mais uns meses, no entanto, até as 'capitais' começarem, também elas, a receber lojas da cadeia, entre elas a mais antiga hoje em actividade, inaugurada no CascaiShopping a 2 de Novembro de 1993. Era o início de uma expansão que, eventualmente, veria a Mango operar mais de cinco dezenas de lojas em território nacional, e tornar-se um dos nomes mais reconhecíveis do comércio de vestuário em Portugal, muito graças à oferta algo mais sofisticada e estética do que as da concorrência – mais perto de um Cortefiel do que de uma Zara ou Bershka, e mais coadunante com o público ligeiramente mais velho que a cadeia pretendia atingir.

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A loja do CascaiShopping, a mais antiga ainda em actividade.

E a verdade é que esta estratégia resultou em pleno, garantindo à Mango uma clientela demograficamente diversificada, grande parte da qual continua até hoje a visitar as lojas da marca – e, no caso das clientes mais jovens da época, a 'apresentá-la' também às novas gerações. Os cortes, padrões e acessórios, esses, continuam tão intemporais e clássicos como sempre (uma das imagens de marca da cadeia) tornando as suas peças adequadas a qualquer ocasião, e fáceis de 'transitar' de um ano para o outro sem parecerem antiquadas, e continuando a garantir o sucesso da marca como fornecedora de 'básicos' para o dia-a-dia, sobretudo para o público feminino.

E a verdade é que, embora não esteja imune a algumas controvérsias – a mais recente das quais ligada à actual guerra na Ucrânia – a cadeia fundada pelos irmãos Andic há mais de quatro décadas, e presente em Portugal há mais de três, não parece dar sinais de abrandar, quer na sua expansão, quer no volume de vendas, continuando a figurar entre as favoritas dos consumidores portugueses no sector do vestuário, o que faz prever uma presença continuada em Portugal, senão durante mais três décadas, pelo menos no futuro mais próximo.

 

28.07.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 26 de Julho e Domingo, 27 de Julho de 2025.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

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Num já remoto 'post' neste nosso blog, recordámos as actividades extra-curriculares, as quais acabavam por contar tanto como Saídas de Sábado (ou até Sábados aos Saltos) como como Domingos Desportivos. A disciplina específica sobre a qual nos debruçamos nesta publicação dupla não fugia a essa regra, sendo uma das mais populares entre os jovens da época e tendo conseguido, ainda que de forma efémera, escapar do seu 'nicho' habitual e encontrar um público mais globalizado.

Falamos da equitação, desporto habitualmente associado ao sexo feminino e aos estratos sociais mais altos (e com precedentes que justificam esse estereótipo) mas que, na primeira metade dos anos 90, encantou e fascinou crianças e jovens de ambos os sexos e dos mais diversos estratos sociais, de Norte a Sul de Portugal. Talvez pela divulgação de espaços como o picadeiro do Campo Grande, em Lisboa, talvez pelo fascínio exercido por todo e qualquer animal junto da criança comum, ou talvez apenas pelo sempre infalível 'efeito passa-palavra' no recreio, a verdade é que as aulas de equitação viram, durante este período, gerar-se um influxo de interesse nos seus serviços, com muitos meninos e meninas a quererem aprender a andar a cavalo – ainda que, em muitos casos, esse interesse acabasse por ser de pouca duração, sendo poucos os que continuavam a prática da disciplina a longo-prazo.

Talvez por isso a equitação tenha sido incapaz de reter o estatuto de actividade extra-curricular 'mainstream' de que gozou durante aqueles anos, tendo rapidamente regressado à qualidade de desporto 'de nicho', com interesse para, e ao alcance de, apenas alguns. Quem viveu aqueles anos em que o desporto em causa era tão popular quanto a dança ou o 'karaté', no entanto, certamente recordará a inveja sentida ao ouvir os colegas falar das aulas de equitação, e a vontade exacerbada de se juntar a eles. É a esses (entre os quais se contava o autor deste blog, ainda em idade de instrução primária) que dedicamos as breves linhas que compõem mais este 'post' duplo do Anos 90.

29.06.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 27 e Sábado, 28 de Junho de 2025.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

Em tempos, falámos nesta mesma rubrica das diversas cadeias de 'fast fashion' que, desde o advento dos 'shoppings' em finais dos anos 90, têm vindo progressivamente a substituir as lojas de roupa e boutiques tradicionais. Nessa ocasião, fizemos menção passageira às duas cadeias que, nessa mesma altura, surgiram para fazer frente às lojas de desporto de bairro, acabando por se tornar a nova referência para a compra de roupa e artigos de desporto. Nada melhor, pois, do que dedicarmos este 'post' triplo a uma análise mais alargada desses estabelecimentos, ambos ainda hoje em actividade, embora apenas um ainda em território português.

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E comecemos, precisamente, por esse, estabelecido em 1997 e durante as décadas seguintes parte do gigantesco Grupo Sonae, do qual servia como 'ramo' desportivo. Falamos, claro está, da icónica Sport Zone, a grande superfície dedicada ao desporto que, durante as duas primeiras décadas do século XXI, teve o quase monopólio deste sector comercial no mercado nacional, graças à sua boa relação preço-qualidade, grande variedade de artigos à escolha (e para todos os orçamentos) e algum cuidado no 'design' das peças das suas marcas próprias - a Berg, mais dedicada à caminhada e montanhismo, e a Deeply, mais voltada para o 'surf', bodyboard e outros desportos aquáticos.

Este conjunto de características fazia com que uma visita a uma qualquer Sport Zone (e continua, até hoje, a haver uma em praticamente todas as grandes superfícies ou zonas comerciais de destaque em Portugal) fosse quase garantia de se encontrar fosse o que fosse que se procurava, e a um preço muito competitivo em relação às lojas de bairro, cujo teor independente obrigava à cobrança de valores mais altos por cada artigo. Não é, pois, de admirar que, naqueles primeiros anos do Novo Milénio, a maioria dos portugueses acorresse a uma das lojas da cadeia de Belmiro de Azevedo para colmatar as suas necessidades em termos de material desportivo.

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Este monopólio da consciência popular nacional não correspondia, no entanto, a um monopólio comercial, já que uma outra cadeia, de cariz internacional, fazia, no mesmo período, frente à Sport Zone, almejando uma presença e variedade tão grande ou maior do que esta. Tratava-se da suíça Intersport, que, a acrescer a todos os benefícios da Sport Zone, tinha ainda a vantagem de três décadas de experiência adicional, e de uma ligação a diversos eventos desportivos de monta, com destaque para os Jogos Olímpicos, dos quais era a fornecedora oficial. Assim, era também com naturalidade que os portugueses recorriam a esta cadeia como alternativa à nacional Sport Zone, tendo a Intersport gozado, mesmo, de vários anos de monopólio, no período anterior à criação da marca da Sonae.

Tendo isto em conta, foi com alguma surpresa que os portugueses assistiram à retirada da Intersport do mercado português, algures nas últimas duas décadas, cedendo definitivamente à Sport Zone a parcela maior do sector de artigos desportivos a nível nacional – um desaparecimento que se torna ainda mais surpreendente ao perceber que, em outros países do estrangeiro, a marca continua forte, e a afirmar-se como uma referência no seu sector. Em Portugal, no entanto, essa distinção pertence, hoje, à Decathlon, a 'sucessora' da Intersport na concorrência à Sport Zone, e que almejou ser mais bem sucedida do que qualquer delas, sendo hoje o principal destino dos desportistas e caminhantes amadores nacionais. A 'decana' das grandes superfícies desportivas continua, no entanto, a ter, ela mesma, um grau considerável de sucesso, assegurando que, tal como sucedia há três décadas, os aficionados de desporto portugueses continuam a ter escolha no tocante a artigos e roupas para a prática da sua actividade favorita.

 

15.06.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 14 de Junho de 2025.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

No tocante a parques zoológicos, as referências no Portugal dos anos 90 eram claras e óbvias, com o Jardim Zoológico de Lisboa, o Badoca Safari Park e o Zoomarine a centrarem as atenções da maioria dos entusiastas da vida selvagem. Tal não significava, no entanto, que não houvesse também, em território nacional, espaço para uma série de outras instalações, mais pequenas e discretas do que os 'três grandes', mas capazes, como estes, de encontrar o seu público – em especial nos concelhos mais a Norte, que não dispunham de qualquer grande infra-estrutura zoófila de origem não-natural, e que, como tal, se encontravam particularmente receptivos a este tipo de local.

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Foi, talvez, para explorar esse nicho de mercado que, há cerca de trinta e cinco anos – nos primeiros meses da década de 90 – abria em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, no Grande Porto, um parque não apenas zoológico, mas ornitológico. De facto, o Zoo Lourosa destacava-se da 'concorrência' mais 'sulista', desde logo, por se dedicar exclusivamente à conservação e exibição de espécies avícolas, o que limitava o seu apelo mas, ao mesmo tempo, ajudava a outorgar-lhe uma identidade única e original por comparação aos espaços já existentes. Os habitantes do Norte poderiam, assim, não ter ainda ensejo de ver elefantes, girafas ou gorilas, mas podiam, pelo menos, admirar uma enorme variedade de aves, que hoje ascende a mais de meio milhar de indivíduos, representantes de cerca de uma centena e meia de espécies.

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O sucesso do Zoo Lourosa e respectiva missão foi, aliás, suficiente para justificar a aquisição do espaço pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, volvida cerca de uma década sobre a sua abertura, e com o intuito de assegurar que eram cumpridas as normas comunitárias da União Europeia relativas à exibição pública de espécies animais, impedindo assim potenciais problemas ao espaço. Foi também nesse mês de Setembro de 2000 que o Zoo ganhou aquela que ainda é a sua mascote, com a adição ao logotipo de um casuar, espécie de pássaro terrestre australiano conhecido pela sua icónica crista, penas farfalhudas e temperamento difícil.

Ao contrário de muitos espaços aqui relembrados – mas à semelhança dos restantes parques zoológicos nacionais – o Zoo Lourosa ainda hoje subsiste, agora já sob nova gerência – da associação Feira Viva, Cultura e Desporto – mas com a mesma missão e características do que quando abriu, há três décadas e meia, permitindo aos entusiastas de aves do Norte do País ver algumas das suas espécies exóticas favoritas 'ao vivo e a cores', sem para isso ter que despender o dinheiro associado a uma deslocação ao Sul. Esperemos, pois, que o espaço se mantenha ainda por muitos e bons anos como principal alternativa 'nortenha' na 'cena' zoológica e zoolófila portuguesa...

07.06.25

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Já aqui por diversas vezes recordámos estabelecimentos outrora comuns no tempo do comércio de proximidade, mas que a expansão e globalização das grandes cadeias de supermercados, juntamente com a emergência das grandes superfícies, veio extinguir, ou, pelo menos, reduzir substancialmente em presença e impacto, das leitarias às drogarias tradicionais e das lojas de desporto às lojas de brinquedos. Chega, agora, a hora de juntar mais um tipo de loja a essa lista – no caso, as mercearias tradicionais e, especificamente, aquela que era uma das maiores cadeias dentro do ramo, as lojas Grula.

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Um pacote de café com a marca da cadeia...

Com forte presença no sector das mercearias de bairro (muitas das quais exibiam o seu símbolo na porta ou janela, informando os clientes de que a sua loja local fazia parte da cadeia) nos anos 80 e 90, o grupo Grula deixava a sua marca não só através dos produtos e atendimento de qualidade, mas também (de forma literal) em pacotes de açúcar providenciados nas lojas que tinham café, ou ainda em calendários e outros brindes publicitários típicos da época. Esta estratégia permitia, por sua vez, que grande parte da população portuguesa passasse a associar a Grula ao comércio alimentar de proximidade, cimentando assim a marca na consciência popular do Portugal de finais do século XX.

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...e o calendário de 1992 da mesma.

A 'fama' (e proveito) de que disfrutavam as suas lojas permitiu, por sua vez, ao grupo comercial crescer, absorvendo a Coopertorres e Torrestir e adoptando vários outros nomes comerciais dentro do seu ramo, embora nenhum com tanta expressão quanto a Grula; infelizmente, este crescimento acarretou inevitavelmente consigo um acréscimo de dívidas, que acabou por ditar o fim do grupo, em 2014. Tal extinção não ditou, no entanto, o fim das marcas que o consórcio controlava, sendo que a Torrestir continua em actividade, e a designação Grula surge ainda no nome de uma ou outra mercearia por esse Portugal fora, embora já de forma muito mais esporádica que anteriormente.

Quem conheceu as lojas Grula no seu auge, no entanto, recordar-se-à de as visitar com a família, em Saídas ao Sábado em busca de frutas e legumes frescos, e do atendimento atencioso e personalizado que caracterizava tantas das lojas daquela era, hoje já infelizmente distante. Razão mais que suficiente para recordarmos esta icónica cadeia comercial do Portugal de outros tempos...

01.06.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 31 de Maio e Domingo, 1 de Junho de 2025.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

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Muitos programas infantis assinalavam a data com emissões especiais

O dia 1 de Junho assinala, desde a década de 60, o Dia Mundial da Criança, e, como tal, não é de admirar que, a cada ano, se organizem um pouco por todo o Mundo uma série de eventos, actividades e festividades para assinalar essa data. O Portugal dos anos 90 não era, de todo, excepção a esta regra, podendo as crianças lusitanas de finais do século XX desfrutar de uma série de eventos alusivos à data, fossem mais localizados e 'de bairro' ou de âmbito mais global, abrangendo toda uma localidade ou até região.

Para além destas possibilidades de Saídas de Sábado que permitiam passar, simultaneamente, um Sábado aos Saltos e um Domingo Divertido, também os programas televisivos dirigidos à demografia mais jovem assinalavam a data, fosse apenas através de menções no decurso de um episódio 'normal', ou mediante uma emissão especial (mais longa ou até num dia em que normalmente não passava o programa) especificamente dedicada a este fim. É, pois, fácil de perceber que, apesar de viverem numa época mais simples e de menores recursos, as crianças dos anos 90 em nada ficavam a perder face às suas congéneres actuais no que ao dia 1 de Junho dizia respeito. A elas, e aos potenciais filhos que possam, entretanto, já ter, resta-nos desejar o resto de um excelente Dia Mundial das Crianças.

 

18.05.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sábado, 17 de Maio de 2025.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

Hoje em dia, tornou-se já tradição que, caso a equipa campeã nacional de futebol masculino sénior esteja sedeada na capital portuguesa, a mesma se dirija, em cortejo, até à Rotunda do Marquês de Pombal, onde os adeptos a esperam para várias horas de esfuziantes festejos, discursos, música e animação. No entanto, apesar de profundamente enraizada na cultura dos adeptos lisboetas, esta Saída (que, no presente ano de 2025, até foi mesmo de Sábado) tem as suas origens num passado não muito distante, em que uma equipa decidiu honrar o seu símbolo e acabou por gerar uma nova tradição nos meandros do futebol português.

Foi na Primavera de 2000, após consumado o primeiro título de campeão nacional na modalidade em quase duas décadas, que o Sporting Clube de Portugal decidiu fazer da artéria em causa o cenário dos seus festejos, muito por conta do leão que se perfila ao lado de Sebastíão José de Carvalho e Melo na estátua que dá nome à rotunda – o qual, aliás, acabaria com um cachecol em torno do pescoço, por cortesia de um dos maiores símbolos do clube de Alvalade, o avançado búlgaro Ivaylo Yordanov. E se, nessa ocasião, a escolha do local não passava de uma referência não muito velada ao animal que serve de símbolo ao clube, a verdade é que o rival Benfica não tardou também a adoptar esta prática, a qual se iria repetindo ao longo dos anos até se tornar um ritual expectável, do qual se fala semanas e até meses antes da última jornada da hoje Liga Sagres. Nada melhor, pois, do que recordar a primeira destas celebrações, no rescaldo de mais uma edição das mesmas, e no ano em que completam um quarto de século de existência...

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