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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

18.11.24

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

As décadas de 1970 a 1990 representaram um período áureo para a produção cómica britânica, com alguns dos seus melhores e maiores nomes não só no activo, como prolíficos nas suas produções, tornando a 'marca' 'Britcom' tão conceituada quanto apetecível para qualquer estação de televisão. E ainda que nem todas as séries da altura tenham almejado expandir-se além das fronteiras das Ilhas, houve ainda assim vários nomes que lograram 'invadir' não só a Europa como também o resto do Mundo. Portugal não foi excepção, tendo acolhido, no período em causa, várias produções do género, das quais se destacavam duas, de cariz diametralmente oposto: por um lado, as diatribes coléricas de Basil Fawlty, proprietário do hotel menos bem cotado do Mundo televisivo, maravilhosamente interpretado pelo ex-Monty Python John Cleese, e por outro, as caretas e humor físico do icónico Mr. Bean, de Rowan Atkinson, que vem fazendo rir sucessivas gerações de crianças desde a sua chegada a Portugal, algures nos anos 90.

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De facto, desde essa transmissão original, no horário nobre da RTP, a série produzida e interpretada por Atkinson vem sendo presença constante na grelha não só do canal estatal como também da 'concorrente' privada SIC, que a adquiriu nos primeiros anos do Novo Milénio, criando uma situação em que o simpático personagem semi-mudo passava quase em simultâneo em dois dos quatro canais portugueses! Seja em versão original legendada ou numa quase sacrílega dobragem portuguesa (embora Mr. Bean nunca tenha muito a dizer...) as diferentes 'curtas' do personagem raramente têm saído do imaginário colectivo português, com o seu humor baseado na elasticidade física de Atkinson a garantir o apelo universal, mesmo para quem não fala Inglês nem tem familiaridade com o típico humor britânico; e apesar de a série animada produzida para capitalizar sobre a gigantesca popularidade do personagem entre o público jovem também ter passado no nosso País, continua a ser no Mr. Bean de 'carne e osso' que as crianças portuguesas imediatamente pensam ao ouvir mencionar o seu nome.

A referida popularidade só foi, aliás, auxiliada pela edição dos episódios em VHS, no tradicional formato periódico característico da Planeta deAgostini, e acompanhados do inevitável fascículo - ao qual, neste caso, poucos terão 'ligado', sendo o mesmo pouco mais que um complemento à verdadeira 'proposta de valor', no caso as 'cassettes' com episódios. Felizmente, hoje em dia, não é preciso esperar pelo próximo fascículo, sintonizar a televisão à hora correcta, nem tão-pouco gastar dinheiro para conseguir ver e rever clássicos como 'Boa Noite, Mr. Bean' ou 'Feliz Natal, Mr. Bean', graças à 'magia' de portais cibernéticos como o YouTube, os quais proporcionam a oportunidade perfeita para recordar a fonte de tantas gargalhadas ao longo da infância, e para apresentar aos membros mais 'distraídos' das novas gerações o 'Grande Mestre' das caretas silenciosas, cujo génio fica patente no clip 'de época' com que fechamos este 'post', retirado directamente da emissão do Canal 1 da RTP do ano de 1997. Desfrutem!

 

 

04.11.21

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

O ano de 1994 viu grande parte das crianças e jovens portugueses desenvolver uma verdadeira obsessão por dinossauros, as míticas criaturas pré-históricas relançadas na cultura popular pelo filme Parque Jurássico, um dos maiores êxitos de bilheteira – senão mesmo o maior – do ano anterior. Tendo a dita película encontrado grande parte do seu sucesso entre o público mais jovem, sobretudo o do sexo masculino, não foi portanto de surpreender que, durante os meses que se seguiram à sua exibição nos cinemas portugueses, essa mesma fatia de público tenha procurado coleccionar tantos objectos alusivos ao filme e à sua temática quanto possível. Fossem réplicas de dinossauros em borracha, livros sobre a vida destas criaturas ou até kits de escavação de fósseis, tudo o que se relacionasse com dinossauros ou com a pré-História em geral tinha sucesso quase garantido naquele ano de 1994.

No campo das publicações periódicas, o panorama não se afigurava por aí além diferente, pelo que a aposta de pelo menos uma editora neste autêntico filão de vendas também não se afigurou como por aí além surpreendente. A editora em causa foi a Planeta deAgostini, que aproveitou a deixa para acrescentar uma publicação sobre dinossauros ao seu já vasto leque de lançamentos pedagógicos, cursos de línguas e enciclopédias em fascículos semanais, 'adocicando-a' com um atractivo irresistível para os jovens da altura, e que garantiu que pelo menos o primeiro fascículo da série fosse um retumbante sucesso.

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Alguns dos muitos fascículos da série

Simplesmente intitulada 'Dinossauros!', esta série (originalmente oriunda do Reino Unido, onde fora criada pela Orbis Publishing) chegava às bancas na crista da onda da 'dinomania', oferecendo a quem coleccionasse todos os fascículos, não um, mas DOIS pontos de interesse; por um lado, a possibilidade de juntar todos os diferentes 'ossos' necessários à construção de um esqueleto-modelo de dinossauro, e por outro, o atractivo adicional de cada número incluir duas páginas com imagens em 3D, as quais podiam ser visualizadas com recurso aos óculos especiais oferecidos com o primeiro volume. Uma oportunidade bem aproveitada, portanto, para explorar não apenas a 'febre' dos dinossauros, mas ainda a do 3D, que na altura também grassava entre os jovens de todo o Mundo.

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Alguns dos brindes e acessórios oferecidos com a série

Qualquer conjugação destes dois elementos tinha enormes probabilidades de ser bem-sucedida, e no caso da dino-colecção da Agostini, foi exactamente isso que aconteceu, com muitas crianças a adquirirem, pelo menos, o volume inicial da série, o qual – como também era hábito naquela época – foi sujeito a uma oferta de lançamento, disponibilizando elementos extra pelo preço-base dos fascículos; a estratégia, como também era hábito, resultou em cheio, e aquele primeiro número, com o sempre popular T-Rex na capa, constituiu, à época, presença habitual nos quartos de crianças e jovens de Norte a Sul do País. Já os restantes fascículos eram comparativamente mais caros, ficando por isso reservados apenas aos mais fanáticos, e com mais dinheiro (e tempo) para gastar neste tipo de coleccionismo – o que, tendo em conta os níveis de concentração e atenção da criança média (tanto daquele tempo como de agora) poderá ter reduzido consideravelmente a dimensão do público-alvo desta série do número 2 em diante...

Ainda assim, esta foi uma colecção suficientemente memorável e temporã para justificar a inclusão neste blog nostálgico, cujo criador era, à época, da idade, sexo e persuasão ideais para sucumbir aos encantos de uma iniciativa como esta - tendo, como tal (e como muitos outros) tido em casa aquele primeiro fascículo da série...

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