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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

19.09.21

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos desportivos da década.

Sim, estamos de volta do hiato forçado (obrigado, vida real…), e para comemorar o regresso dos posts (quase) diários, debruçamo-nos, mais uma vez, sobre o desporto de eleição em território nacional – e, em particular, ‘Aquelas’ Equipas que fizeram história nos anos 90. E numa altura em que ainda se vive o rescaldo de uma conquista-surpresa do campeonato por parte do Sporting (força, rapazes! Um a um, sempre a somar, rumo ao bi!) nada melhor do que recordar aquela que é, agora, a ante-penúltima vez que os ‘Leões’ de Lisboa conseguiram essa proeza.

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Os heróis da resistência.

Caía o pano sobre a década, o século e o milénio (todos os três acabariam daí a menos de seis meses) quando um Sporting treinado pelo italiano Giuseppe Materazzi iniciava os trabalhos de preparação para mais uma época – ou antes, aquilo que parecia ser ‘só mais’ uma época, mas que acabou por provar ser algo muito além da norma. Em primeiro lugar, porque Materazzi nem aqueceria o lugar, sendo ‘empandeirado’ pouco depois do inicio do campeonato, após uma pré-época desastrosa, amarrada às suas ideias demasiado conservadoras sobre como jogar futebol, e uma vergonha internacional ministrada pelo poderoso Viking Stavanger, ainda hoje de má memória para os adeptos verdes e brancos; em segundo lugar, porque o homem que o substituiria, Augusto Inácio, acabaria mesmo por conseguir o feito que há anos nenhum treinador do Sporting havia conseguido, ou voltaria a conseguir nas duas décadas seguintes- O primeiro treinador a ser campeão pelo Sporting desde o início dos anos 80, quebrando um jejum de quase duas décadas, não seria Mirko Jozic nem Lazlo Boloni, mas sim este homem, que soube potenciar aquilo que o italiano que o antecedera não conseguira, nomeadamente, a grande equipa de que o clube dispunha nessa época.

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Inácio em entrevista à TVI, dias depois de se sagrar campeão nacional

De facto, esta era a equipa que contava com ninguém menos do que Peter Schmeichel na baliza (uma contratação, à época, impensável para um clube como o Sporting, ainda mais a custo zero!) e, a partir de Janeiro, uma defesa composta por Rui Jorge, Beto, André Cruz e César Prates, meio-campo com Barbosa, Duscher e De Franceschi, e opções de ataque como Beto Acosta (ainda e sempre ‘o nosso matadooooorrrr’), Ayew, Mpenza ou o histórico do clube, Yordanov, qualquer deles garantia de muitos golos (só do ‘avôzinho’ argentino, foram vinte e dois.)

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Uma imagem que os adeptos leoninos se viriam a habituar a ver ao longo da época

Uma equipa nada menos que de luxo, e que se conseguiu impôr sobre um Benfica ainda ‘movido’ a JVP (embora não por muito mais tempo) e ao Porto em plena ‘era Jardel’, e arrebatar um triunfo ao mais puro estilo ‘underdog’, transitando assim para a nova década, século e milénio da melhor maneira – com um feito, a todos os níveis, histórico, e assente em excelente futebol executado por um conjunto de atletas esclarecidos e dedicados à 'causa’. Só faltou mesmo a Taça de Portugal (perdida na final) para a época ser perfeita a nível nacional – algo em que ninguém que tivesse visto ‘aquele’ jogo contra o Viking (ou os primeiros do campeonato propriamente dito) certamente acreditaria. Vantagens de ter um treinador ‘a sério’…

Melhor – os ‘Leões’ não se ficariam por aí, e, depois de perderem a chance de fazer o ‘bi’ para o Boavista (o equivalente português àquela Premiership ganha pelo Leicestar), viriam a conquistar novo título duas épocas depois, já em pleno século XXI. Esse, no entanto, já não é o nosso campeonato (literalmente), pelo que por agora, nos ficamos por recordar a primeira dessas duas vitórias históricas, e Aquela Equipa que a conseguiu…

 

06.09.21

Nota: Este post é respeitante a Domingo, 5 de Setembro de 2021.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos desportivos da década.

E depois de na primeira edição desta rubrica termos recordado ‘Aquela’ Equipa do Benfica de Souness, chega hoje a vez de nos debruçarmos sobre outro onze (ou antes, onzes) clássico(s) da década de 90: ‘Aquela(s)’ Equipa(s) de ‘sarrafeiros’ por que o Futebol Clube do Porto ficou conhecido no início da década.

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A primeira equipa do Porto da década, uma verdadeira 'colecção' de partidores de pernas alheias

Sim, antes de ser a ‘potência’ europeia do novo milénio, e mesmo antes de ter ido descobrir ao Brasil um homem-golo que viria a bater recordes de tentos na Liga Portuguesa, a principal equipa do Norte do país primava por um futebol…digamos, ‘físico’ e ‘de combate’, perpetrado por nomes como Jorge Costa, Fernando Couto, Aloísio, João Pinto ou o ‘rei’ da ‘traulitada’, o eterno Paulinho Santos. Entre si, estes homens deixaram um impressionante ‘trilho’ de membros lesionados e ossos ‘amassados’ em campos ‘da bola’ de Norte a Sul do País, sendo esta a única característica pela qual o futebol do Porto da altura é lembrado hoje em dia.

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Paulinho Santos a fazer o que fazia melhor. Reparem onde está a bola...

Tal situação é, no entanto, algo injusta, ainda que não excessivamente; porque a verdade é que aquele Porto dos inícios de 90 contava, para além da sua ‘hit squad’ de ‘carniceiros’, com alguns excelentes jogadores, capazes de adicionar uma nota artística ao futebol ‘de guerrilha’ do emblema nortenho; nomes como Kostadinov, Madjer, Rui Jorge (a excepção à regra dos defesas portistas dos 90s, com os seus pés esclarecidos e elegantes) ou o goleador Domingos Paciência (sem esquecer o eterno guardião e lenda viva dos ‘Dragões’ chamado Vítor Baía) eram genuinamente ‘de outro campeonato’, e responsáveis os (poucos) motivos de interesse em jogos do Porto naquela época.

No entanto, não há como contornar os factos – o Porto das épocas entre finais dos 80s e o dealbar da ‘era Mário Jardel’ era conhecido, principalmente e acima de tudo, por distribuir ‘porrada’ a partir da sua defesa – tanto assim, aliás, que existem compilações de YouTube apenas dedicadas a esse tema!

Não só não foi feita por nós, como é um dos primeiros resultados da pesquisa por 'Porto Anos 90' no Google...

Assim, e por muita valia que o seu meio-campo e ataque possam ter tido, era mesmo pela defesa que os ‘Dragões’ da altura se destacavam; aliás, o Porto desta altura poderia ser visto como um bom exemplo da máxima de que ‘boas defesas ganham campeonatos’ – não fosse o facto de, como hoje bem se sabe, a hegemonia dos azuis e brancos durante este período se ter devido, em grande medida, a outros factores… Ainda assim, os diferentes onzes apresentados pelo clube na primeira metade dos anos 90 são, todos e cada um deles, candidatos mais que meritórios ao título de ‘Aquela’ Equipa – e como tal, plenamente justificados para inclusão nesta secção…

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