15.11.24
NOTA: Este post é respeitante a Quinta-feira, 15 de Novembro de 2024.
Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.
Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.
Já aqui anteriormente falámos, no âmbito de uma ida ao Quiosque, das revistas importadas de outros países europeus mas que deixavam, também, marcas na vida quotidiana portuguesa. E se, nessa ocasião, a nossa análise versou sobre títulos concretamente dirigidos ao público infanto-juvenil, este nosso regresso ao tema focar-se-à num tipo de publicação com a qual as crianças e jovens de finais do século XX apenas terão tido um contacto mais indirecto, através da 'pilha' de revistas da casa dos pais ou avós, mas que não deixaram, ainda assim, de ter impacto na sua vida.
Exemplar de época da revista 'Burda', a mais longeva das duas representantes do estilo.
Falamos das revistas de 'tricot', representadas à época sobretudo pela alemã 'Burda' (que também chegava a Portugal na sua edição francesa) e pela francesa 'Sandra', ambas as quais informaram vários estilos 'caseiros' de finais dos anos 80 até meados dos anos 90. Isto porque, mais do que apenas mostrar e sugerir os estilos, as publicações em causa traziam instruções detalhadas para a criação das mesmas, permitindo a qualquer entusiasta do 'tricot' recriá-las em sua própria casa; e, sendo uma parcela considerável das mesmas destinada a vestir crianças, não é de estranhar que muitos 'millennials' portugueses tenham tido alguma versão dos 'pullovers' contidos nas páginas das referidas revistas. Já de uma perspectiva infantil, o principal ponto de interesse estava mesmo nas fotografias dos 'artigos acabados' incluídos em cada página, invariavelmente apelativos para a demografia-alvo, e que faziam, inevitavelmente, 'sonhar' com o momento em que se poderia vestir uma 'cópia' própria do padrão.
Tal como muitas outras publicações que vimos abordando nestas páginas, também as revistas de 'tricot' tiveram uma saída discreta do mercado português, algures na segunda metade dos anos 90; o seu legado, no entanto, terá potencialmente ainda perdurado mais alguns anos, com a segunda vaga de 'millennials' a 'herdar' as camisolas tricotadas dos irmãos ou irmãs mais velhos, e a exibi-las orgulhosamente nas suas próprias Sextas com Style invernais. E, agora que a produção caseira de roupa volta a estar na moda, essas mesmas ex-crianças poderão, quiçá, reiniciar o ciclo, agora com o Google a fazer as vezes da revista importada, mas com os resultados finais a atingirem (idealmente) a mesma combinação ideal de practicidade e atractividade daqueles padrões tricotados pela tia ou pela avó nos tempos de infância...