Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

16.03.23

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

A imprensa portuguesa dos anos 90 e 2000 albergava uma série de títulos especializados de produção cem por cento nacional e alusivos aos mais diversos temas, que nada ficavam a dever aos seus equivalentes internacionais; da música aos videojogos. banda desenhada, veículos, desportos radicais ou até defesa do consumidor eram inúmeras as instâncias deste tipo, que faziam as delícias não só dos mais jovens como do público em geral, com os seus elevados padrões de qualidade e clara paixão pelos campos e temas abordados.

Um meio em particular não tinha, durante esta década, direito à sua própria publicação especializada – o cinema. Apesar do enorme sucesso que a maioria dos 'grandes' filmes atingia no nosso País, tardava a surgir uma revista ou jornal exclusivamente àcerca deste meio que viesse suceder às publicações análogas existentes em décadas anteriores, tendo os leitores mais curiosos de se contentar com as críticas e secções sobre filmes incluídas nos jornais generalistas da época. Foi apenas já na ponta final da década de 90, a um escasso par de meses do século XXI e do Novo Milénio, que se verificou a primeira tentativa de criar uma publicação deste tipo, através da habitual adaptação de um modelo estangeiro; o resultado seria a mais bem sucedida  revista especializada sobre cinema e filmes a surgir em Portugal até à data.

Capture.PNG

(Crédito da foto: OLX)

Baptizada Premiere e lançada pela primeira vez nas bancas em Novembro de 1999, pelo grupo editorial francês Hachette, esta publicação de aspecto e apresentação luxuosos (como convinha a uma revista sobre as estrelas de Hollywood) trazia todos os conteúdos expectáveis num título deste tipo, das críticas com o habitual sistema de classificação por estrelas a matérias sobre os grandes filmes em estreia, notícias sobre títulos ainda em promoção u entrevistas com actores em destaque naquele mês; no fundo, a mesma fórmula adoptada em outros campos por publicações como o Blitz, a Riff, e outras revistas e jornais subordinados a úm único tema.

Escusado será dizer que esta cuidada adição ao panorama editorial português se revelou um sucesso, com os cinéfilos do início do Milénio a apreciarem sobremaneira o preenchimento daquela que era uma lacuna considerável no mercado nacional. A Premiere não tardaria, por conseguinte, a estabelecer-se 'de pedra e cal' nas bancas lusitanas, onde marcaria presença mensalmente durante os oito anos seguintes, sempre com as últimas novidades sobre lançamentos ou projectos cinematográficos.

Tal como costuma suceder com este tipo de publicações, no entanto, também o ciclo da Premiere se viria a fechar – sendo, aliás, este o aspecto mais fascinante da trajectória da revista no nosso País. Isto porque a publicação em causa foi cancelada, não uma, mas DUAS vezes: a primeira série, da Hachette, seria interrompida em 2007, a quatro números de atingir a centésima edição, mas a revista seria 'repescada' menos de um ano depois, agora pela mão do grupo Multipublicações, tendo esta segunda série falhado 'por pouco' outra marca emblemática - no caso a das quarenta edições – aquando do cancelamento definitivo em 2012. E apesar de o término desta publicação poder parecer prematura ou até desavisada face à falta de alternativas no mercado, a verdade é que, à data da extinção da revista, o panorama da imprensa escrita se encontrava já em rápido declínio a nível mundial com muitos cinéfilos a procurarem opiniões sobre os seus filmes favoritos, não numa revista, mas em sites como o iMDB e o Rotten Tomatoes, o que acabava por afectar os volumes de vendas de títulos como a Premiere. Ainda assim, quase um quarto de século após o seu aparecimento, a revista em causa continua a constituir caso de louvor no mercado editorial português, e a saldar-se como uma experiência mais do que bem-sucedida - como o comprovam, aliás, os diversos títulos sobre cinema surgidos na sua esteira - e certamente nostálgica para quem se habituou a rumar à banca mensalmente para ler sobre os seus filmes e actores favoritos.

02.02.23

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

De entre as diversas categorias editoriais existentes no mercado português de periódicos de finais do século XX, a chamada 'imprensa cor-de-rosa' talvez fosse a mais bem sucedida (mérito que, aliás, mantém até aos dias de hoje): a sede do público nacional por 'fofocas', escândalos ou simples fotografias 'glamourosas' de celebridades de terceira linha parece, de facto, ser inesgotável e insaciável, permitindo a muitos dos títulos que as crianças e jovens dessa altura conheceram (da clássica 'TV Guia', que intercalava os 'mexericos' com conteúdo de cariz mais noticioso, à declaradamente 'cor-de-rosa' 'Caras') manterem-se no activo até aos dias de hoje, sobrevivendo 'a pulso' numa era em que tudo se torna cada vez mais digital.

Também inserida nesse grupo continua a estar uma publicação do Grupo Impala que completou no Verão passado um quarto de século sobre o seu lançamento, em Junho de 1997: a revista 'VIP'.

vip-pt-40803-noticia-revista-vip-22-de-separacoes-

De grafismo e conteúdo praticamente 'intercambiáveis' com a referida 'Caras', foi com naturalidade que esta publicação se posicionou, á época, como alternativa à mesma, senão mesmo rival declarada; também previsivelmente, esta estratégia resultou em cheio, passando uma 'tranche' do público-alvo da 'Caras' (e de outras revistas semelhantes, como a 'Nova Gente', 'Ana' ou 'Roda dos Milhões') a adquirir também mais esta publicação para juntar ao 'monte' a 'devorar' durante a semana seguinte.

A 'VIP' conseguiu, assim, não só afirmar-se no mercado periodista nacional, como também almejar um crescimento gradual, que se traduziu, anos mais tarde, na criação de títulos temáticos subordinados, à semelhança dos editados por revistas como a 'Activa' – ainda que, como naquele caso, a revista-mãe continue a ser a mais popular, conhecida e bem-sucedida. Mesmo sem estes 'spin-offs', no entanto, a 'VIP' seria, ainda assim, digna de admiração, pela longevidade de publicação e presença consistente na vida de muitos portugueses e portuguesas ao longo dos seus vinte e cinco anos – prova cabal de que, em tendência contrária ao da restante imprensa escrita, as revistas 'cor-de-rosa' continuam a gozar de enorme sucesso em território nacional.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub