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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

12.10.24

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Uma edição recente desta mesma rubrica foi dedicada à Quinta Pedagógica dos Olivais, espaço que comemorou há pouco tempo três décadas de existência, durante os quais trouxe às crianças citadinas um 'cheirinho' dos ares do campo, com a sua colecção de animais, plantas e árvores de fruto típicas do cultivo nacional (e não só). O que, nessa ocasião, ficou por referir é que a instalação em causa dividia, até recentemente, o seu espaço com uma outra, de tanto ou maior interesse para o público-alvo: a Bedeteca Nacional, o maior arquivo de banda desenhada (física e digital) do nosso País.

bedeteca-de-lisboa.jpg

Concebida pela primeira vez em 1990, por um grupo de jovens de Ramalde, na zona do Grande Porto, a Bedeteca viria, no entanto, a encontrar a sua 'casa' definitiva na capital, concretamente no Palácio do Contador-Mor, edifício ainda hoje da propriedade da família Van Zeller, e que se pensa ter sido a inspiração para a famosa 'Toca', a casa descrita por Eça de Queirós como o 'ninho de amor' de Carlos e Maria Eduarda na obra-prima 'Os Maias'. Haja ou não fundamento para esse rumor, a verdade é que, em finais do século XX, o edifício viria a servir uma função marcadamente diferente, albergando múltiplas salas dedicadas à preservação e divulgação da banda desenhada em todas as suas formas. De facto, a Bedeteca procurava ir além de uma simples biblioteca ou arquivo (não obstante serem estes os seus aspectos primários) e oferecer também recursos digitais e instalações para exposições temporárias, mostras do trabalho de autores independentes e até palestras ou convenções, afirmando-se assim como local de 'romaria' obrigatória para os aficionados de BD lisboetas, senão mesmo de todo o País.

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Infelizmente, após ter feito as delícias dos entusiastas dos 'quadradinhos' durante mais de três décadas, a Bedeteca encontra-se, actualmente, encerrada para remodelações, as quais se estendem já há algum tempo, levando alguns interessados a ponderar se a mesma se encontrará definitivamente extinta. Para já, no entanto, a posição oficial é a de que a Bedeteca voltará, sim, a funcionar, exactamente no mesmo espaço do que anteriormente, podendo o seu acervo ser, nos entrementes, visitado e consultado numa secção especialmente reservada para o efeito, na Biblioteca de Marvila, também em Lisboa. Esperemos, pois, que se trate verdadeiramente de uma situação temporária, e que os 'bedéfilos' portugueses possam, em breve, voltar a desfrutar daquele que tem, desde sempre, sido o 'seu' espaço de eleição para Saídas ao Sábado; até lá, fica a 'homenagem' a uma infra-estrutura mais importante do que possa, à primeira vista, parecer, e que vem, desde há três décadas, dando um contributo importante para o panorama cultural lisboeta, e do País como um todo.

05.11.23

NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 4 de Novembro de 2023.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Hoje em dia, uma criança citadina que queira experienciar um pouco da vida campestre – nomeadamente no tocante aos animais vulgarmente encontrados em ambientes rurais – tem toda uma série de instalações onde o pode fazer, espalhadas de Norte a Sul do País; a maioria destas, no entanto, tem menos de duas décadas de existência, sendo que, em finais do século passado, apenas uma instalação oferecia tal possibilidade – a Quinta Pedagógica dos Olivais, em Lisboa.

Quinta_Pedagógica_-_Lago.JPG

Vista aérea do espaço.

Visitado pelo menos uma vez por qualquer turma do ensino básico de uma escola lisboeta da segunda metade dos anos 90, este espaço de dois hectares gerido pela Câmara Municipal de Lisboa – situado em pleno coração urbano da cidade, mas que conseguia fazer parecer o contrário – abriu portas pela primeira vez há vinte e sete anos, concretamente a 16 de Abril de 1996, com a proposta de permitir às crianças urbanas ficar a conhecer e tomar contacto com animais com que os seus congéneres campestres conviviam diariamente, como cabras, ovelhas, galinhas, perus, cavalos ou vacas, entre outros. Ao visitar o espaço, as crianças eram, assim, encorajadas a interagir com cada um destes animais, o que ajudava, entre outras coisas, a minimizar quaisquer medos ou fobias relacionados com os mesmos. Além desta vertente principal, a Quintinha organizava também uma série de ateliers e actividades, ligados tanto aos trabalhos manuais quanto à horticultura ou culinária, o que fazia do espaço um excelente auxiliar pedagógico para diversas vertentes, que não apenas o Estudo do Meio ou a ecologia.

Escusado será dizer que a instalação era um sucesso entre o público-alvo, suscitando o aparecimento, em anos e décadas subsequentes, de um sem-número de espaços semelhantes, dos quais os primeiros se situaram no Jardim Zoológico de Lisboa e na zona dos Prazeres, na ilha da Madeira. Deve-se, portanto, àquele primeiro espaço em Lisboa o surgimento do paradigma actual, o que torna a instalação em causa mais do que merecedora de um lugar nesta nossa rubrica dedicada a espaços interessantes para uma Saída de Sábado nos anos 90.

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