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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

08.01.24

NOTA: Por motivos de relevância com 'posts' recentes e futuros, esta Segunda será de Séries. Regressaremos aos Sucessos na próxima semana.

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

Os finais da década de 80 e inícios da seguinte representaram uma 'época áurea' para Steven Spielberg. De 'E.T.', 'Os Goonies' e 'Poltergeist', ainda nos 'oitentas', a 'Parque Jurássico' e 'Hook', na década seguinte, o realizador parecia ter o 'toque mágico' que transformava tudo aquilo em que tocava num sucesso instantâneo entre o público mais jovem. Não é, pois, de admirar que o cineasta se tenha sentido à vontade para explorar novas avenidas, entre elas o meio televisivo, no qual se adentrava logo em inícios dos anos 90; e, tendo em conta a sua pouca familiaridade com o meio em causa, tão-pouco é de admirar que esta penetração tenha sido feita ao lado do parceiro de sempre, George Lucas – à época 'entre' trilogias d''A Guerra das Estrelas' – e 'às costas' de um dos seus personagens mais reconhecíveis e mediáticos, o arqueólogo e aventureiro Henry Jones Jr., mais conhecido no meio cinematográfico como Indiana Jones.

Apesar desta adesão a um nome reconhecido e reconhecível, no entanto, Spielberg e Lucas não queriam apenas 'transitar' Indiana do grande para o pequeno ecrã; os dois génios do cinema queriam oferecer algo de novo ao público televisivo, que justificasse o regresso para cada novo episódio semanal. A solução encontrada foi a criação de uma prequela para as aventuras de 'Indy' (numa altura em que o termo e prática eram, ainda, pouco comuns) que procurasse demonstrar as raízes da veia aventureira do mesmo; estava dado o mote para o nascimento de 'The Young Indiana Jones Chronicles', que viria a estrear em 1992, e a ser transmitida em Portugal pouco depois, na RTP, com o título 'Indiana Jones – Crónicas da Juventude'.

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Como o próprio nome nacional indica, a série tem como premissa o relato das aventuras vividas por Henry Jones Jr. durante os seus tempos de juventude, primeiro acompanhando o pai (Henry Jones Sr., memoravelmente interpretado por Sean Connery no segundo filme do herói) em viagens ao redor do Mundo, para disputar tesouros com malfeitores, caçadores de prémios, ou simplesmente outros arqueólogos gananciosos e ambiciosos, e depois em desafio directo ao mesmo, como membro do exército belga (sim, belga) na I Guerra Mundial. Cada episódio era formatado como uma história contada por Indiana Jones, já idoso, a um grupo de jovens (tendo Harrison Ford surgido mesmo neste papel num dos episódios, embora o actor recorrente fosse George Hall) e possuía uma vertente educativa, pretendendo apresentar ao público-alvo factos e figuras históricas relativas às duas épocas em que a acção se desenrolava.

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As várias fases da vida do jovem Indy.

Ao todo, foram duas temporadas, num total de vinte e oito episódios (dos quais apenas seis perfaziam a primeira temporada), transmitidas originalmente entre a Primavera de 1992 e o Verão de 1993, aos quais acrescem ainda quatro telefilmes realizados entre 1994 e 1996, com o fito de tentar 'ressuscitar' a franquia, já depois da combinação dos elevados custos de cada episódio com as fracas audiências ter forçado a ABC a cancelar prematuramente as aventuras do jovem 'Indy'. Posteriormente - há sensivelmente um quarto de século, no último ano do Segundo Milénio – a série seria novamente 'repescada', 'retalhada', e transformada numa série de vinte e dois telefilmes, embora esta versão já não tenha chegado a terras lusitanas, cujos jovens exploravam já, à época, interesses bem diferentes dos de 1993 no tocante à programação televisiva.

Ainda assim, e apesar do relativo falhanço que constituíram – tanto nos seus EUA natais como em Portugal – as 'Crónicas da Juventude' de Indiana Jones deixaram, ainda assim, alguma 'pegada' cultural no nosso País, nomeadamente através da tradução e publicação da BD oficial por parte da TeleBD – braço editorial da TV Guia – e de diversos livros com as aventuras do herói, pela mão da Europa-América. Apesar deste singelo 'legado', no entanto, a série encontra-se, hoje em dia, totalmente 'Esquecida Pela Net' portuguesa, não tendo, aparentemente, deixado suficiente nostalgia entre os jovens da época para merecer destaque ou páginas próprias, como acontece com muitas outras franquias da altura. Assim, e à semelhança do que tantas vezes vem acontecendo com este nosso 'blog', esta página arrisca mesmo tornar-se a principal referência nacional para fãs da série em causa, além, claro, de principal registo e homenagem à passagem da mesma pelos televisores lusos...

 

14.11.23

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Qualquer português nascido ou crescido nos anos 90, independentemente do seu interesse em videojogos, reconhece o 'Templo dos Jogos' da SIC como um dos mais bem-sucedidos e icónicos programas televisivos daquela década. Numa altura em que a Internet dava ainda os primeiros passos, o conceito de um programa onde eram mostradas, em exclusivo, imagens dos jogos de computador e consola mais 'badalados', em conjunto com algumas informações sobre os mesmos, era genial na sua combinação de simplicidade e utilidade, servindo o programa, essencialmente, como um Telejornal de videojogos, em que os apresentadores acabavam por servir como pouco mais do que 'pivots', deixando a verdadeira 'ribalta' para aquilo que todos queriam ver – as imagens dos jogos em si.

Tendo em conta este sucesso, não é de estranhar que uma das concorrentes da estação de Carnaxide – no caso, a RTP – tenha querido copiar a fórmula que tanto sucesso de audiências fazia na 'colega' privada; no entanto, talvez motivada pelo desejo de apresentar algo único e que não parecesse um 'xerox' tão descarado, a emissora estatal adicionou ao seu programa algumas 'nuances' que, embora bem-sucedidas em o tornar diferente, contribuíram também para o tornar menos interessante. No fundo, a RTP não percebeu o que estava, verdadeiramente, por detrás do sucesso do 'Templo', e viu a sua própria tentativa falhar como consequência do seu 'erro de cálculo'.

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Patrocinado (e de forma nada subtil) pela SEGA, 'Cybermaster' tinha como premissa combinar o formato do 'Templo' da SIC com uma vertente competitiva, de concurso infantil televisivo, adornando o todo com uma estética 'cyberpunk', bem típica dos filmes de ficção científica de série B que os jovens da altura traziam todos os fins-de-semana do seu videoclube local. Os apresentadores, assistente e o próprio cenário exibiam figurinos algures entre 'O Quinto Elemento' (então ainda em produção) e 'Mad Max', e o próprio conceito do concurso colocava os jovens concorrentes em luta directa, não só entre si, mas com o malvado personagem-título, interpretado pelo actor João D'Ávila com um visual 'à la' Bela Lugosi – uma missão que envolvia, sobretudo, disputas mano-a-mano em alguns dos jogos da SEGA mais populares da altura, incluindo vários da então ainda recente Sega Saturn, azarada pioneira das consolas 32-bits.

Uma fórmula interessante, mas que não foi suficiente para garantir a longevidade do programa, que acabou por ficar no ar durante apenas um ano, entre 1996 e 1997, e é, hoje em dia, bem menos lembrado do que o 'Templo' - algo que não deixa de causar alguma estranheza, já que o formato era sólido, e tinha tudo para atrair a atenção do público-alvo. Talvez tenha sido pela necessidade de complicar em demasia um conceito simples, ou talvez pelo falhanço de vendas da Sega Saturn, que, à época, vinha já sendo pesadamente derrotada em volume pela rival PlayStation; seja qual tiver sido a razão, a verdade é que 'Cybermaster' é, hoje, uma daquelas relíquias 'de época' algo perdidas no tempo, capaz de causar nostalgia a uma parcela da geração 'millennial' portuguesa, mas que, para a maioria dos ex-'putos' noventistas, apenas causará estranheza, e uma sensação de 'como é que eu nunca vi isto?' Para esses, ficam abaixo não apenas um, mas dois episódios completos do programa, para que possam preencher essa lacuna na cultura 'pop' juvenil portuguesa de finais do século XX.

Pode parecer um delírio da imaginação, mas não é - este programa existiu mesmo...

24.10.23

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

O ambientalismo e a ecologia foram, a par da luta contra as drogas e da informação sobre o flagelo da SIDA, dois dos principais temas para os quais qualquer jovem português dos anos 90 foi extensivamente sensibilizado, quer pelos próprios pais, quer pelos educadores e até pelos 'media' de informação e entretenimento. De facto, além de constituírem assunto frequente nos noticiários dos 'graúdos', estes temas 'infiltraram' a grande maioria da programação infanto-juvenil da época, com quase todas as séries dirigidas a um público menor de idade lançadas à época a terem direito ao 'episódio especial' em que os protagonistas tentam evitar que um amigo experimente drogas, ou travar um industrialista malvado que pretende arrasar uma floresta.

No dealbar dos anos 90, uma companhia decidiu levar este conceito ainda mais longe, e dedicar toda uma série animada a um super-herói defensor da ecologia e do planeta; o resultado foi uma das séries mais meméticas de sempre, e a primeira a 'vir à baila' sempre que se tentam recordar exemplos de produtos mediáticos descaradamente destinados a educar sobre um único tema, de forma totalmente falha de qualquer subtileza.

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Criado por Ted Turner – patrão da Turner Entertainment e principal responsável pela divulgação da maior concorrente da WWF no mercado da luta-livre americana, a WCW – o Capitão Planeta e os seus fiéis ajudantes, os Planeteiros, começaram por 'condicionar' para a ecologia as crianças norte-americanas, em 1990, antes de, no ano seguinte, atravessarem o Atlântico para surgir nos écrãs dos jovens lusitanos, pela mão da RTP, e em versão legendada, dado estar-se, ainda, nos primórdios da dobragem 'made in Portugal'. As crianças portuguesas da época puderam, assim, desfrutar precisamente da mesma experiência dos seus congéneres norte-americanos, com todos os elementos hoje amplamente parodiados, como as frases de efeito – 'by your powers combined, I am Captain Planet!', 'the power is YOURS!', 'GOOOO PLANET!' - e o irresistível tema-título, a marcarem presença sem qualquer 'localização' para a língua-pátria. E se, nos Estados Unidos, 'Capitão Planeta' beneficiou, sobretudo, do horário único, sem a oposição de qualquer outro conteúdo infantil, em Portugal, a vantagem veio da inclusão no popular bloco 'Brinca Brincando', da RTP, que quase garantia o visionamento por parte de uma percentagem significativa da população jovem nacional.

E a verdade é que 'Capitão Planeta' bem pode agradecer por essa 'benesse', dado tratar-se de uma série do mais 'azeiteiro', que apenas seria possível naqueles últimos anos do século XX – cuja estética, aliás, permeia cada 'frame' de animação. A premissa até não é má, e chega para cativar qualquer criança fã de super-heróis, mas as constantes 'lições' sócio-ecológicas do herói de cabelo verde (e também, diga-se de passagem, dos seus mini-coadjuvantes) são tão forçadas quanto se poderia pensar, e claramente dirigidas ao espectador para lá da 'quarta parede', em vez de inseridas nos episódios de forma natural e subtil; subtileza, aliás, é coisa que não existe em 'Capitão Planeta', o tipo de série que conta com vilões denominados 'Capitão Poluição' – uma versão maléfica do protagonista, naturalmente – e Looten Plunder.

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Os próprios personagens são do mais irritante que há, com os Planeteiros como aquele tipo de herói infantil culturalmente diverso, insuportavelmente virtuoso e 'espertinho' que 'infectava' a programação para crianças da época, e o próprio Capitão a habitual cópia do Super-Homem com ainda menos personalidade (e, neste caso, poderes ambientais). Pela lógica, a série não deveria resultar, mas a verdade é que se passava o oposto, com o programa a fazer o suficiente para cativar jovens bastante menos cínicos do que os de hoje em dia, e a conseguir algum sucesso enquanto foi transmitida na RTP.

No entanto, talvez haja uma razão para, até hoje, não ter havido segunda exibição da série, algo quase inédito no contexto dos desenhos animados da época. A verdade é que 'Capitão Planeta' envelheceu muito, mas mesmo muito mal, sendo fácil perceber a razão porque muitos adultos da época se envergonham de ter assistido a esta série quando eram pequenos. Não é o caso deste que vos escreve (e que vai mesmo ao extremo de admitir que o seu Planeteiro favorito era o muito 'gozado' Ma-Ti, o elemento do Coração) mas a verdade é que os argumentos em desfavor deste desenho animado são perfeitamente válidos, merecendo o mesmo ser relegado a memória remota e difusa de um tempo muito diferente no tocante a entretenimento para crianças. O épico tema de abertura, de longe o melhor elemento do programa, merece um lugar no panteão de grandes exemplos do género; o resto é perfeitamente dispensável, excepto para uma sessão de nostalgia semi-irónica ou para perceber porque razão os anos 90 são considerados uma das épocas mais satirizáveis dos últimos cem anos...

Outro dos grandes genéricos dos anos 90, e de longe o melhor elemento da série.

17.10.23

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

As décadas de 80 e 90 foram palco de um estranho sub-género de concurso televisivo, em que as provas eram mais focadas na habilidade física do que intelectual, consistindo muitas vezes de corridas de obstáculos ou confrontos de cariz quasi-desportivo, cujo mais famoso exemplo são os icónicos 'Jogos Sem Fronteiras'. Já aqui falámos, numa ocasião anterior, de um desses programas, o mítico 'Jogo do Ganso', produzido em Espanha e transmitido pela TVI, e, em tempo, aqui falaremos dos referidos 'Jogos' e da variante japonesa, 'Takeshi's Castle', conhecido em Portugal pelo insólito título de 'Nunca Digas Banzai'; esta semana, no entanto, a nossa atenção recairá sobre a versão americana deste tipo de programa, que cativou a atenção dos jovens portugueses aquando da sua transmissão na SIC, há exactos trinta anos.

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No ar nos seus EUA natais desde finais da década anterior, 'Gladiadores Americanos' tinha, já, o seu formato (um cruzamento entre o conceito dos supramencionados 'Jogos Sem Fronteiras' e a estética da luta-livre americana) mais do que bem definido quando, em 1993, atravessou o Atlântico para apresentar aos jovens lusitanos os 'guerreiros' titulares – todos musculados, com fatos de 'lycra' justos e nomes como Blade e Hawk, bem ao estilo do que faziam a WWF e WCW – e as mirabolantes provas a que os mesmos submetiam os concorrentes, algumas das quais (como a da 'justa' sobre plataformas oscilantes) chegaram a entrar no imaginário da cultura pop norte-americana.

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A prova mais célebre do programa

E apesar de o programa não ter tido, em Portugal, o mesmo sucesso de que gozava no seu país natal (onde teve direito a seis temporadas, além de um breve retorno em 2008) o mesmo não deixou, ainda assim, de marcar época na TV portuguesa, muito graças ao comentário do icónico, inigualável e inconfundível Jorge Perestrelo – o qual, como Tarzan Taborda no programa da WWF  transmitido pela RTP na mesma época, ajudava a dar um colorido especial à emissão, com o seu entusiasmo e expressões características.

Mesmo sem este 'bónus' acrescido da locução de Perestrelo, no entanto, 'Gladiadores Americanos' era tudo o que um jovem da altura poderia querer de um programa deste tipo, com provas frenéticas e fisicamente intensas, e personagens que simbolizavam o ideal de perfeição da época, e que ajudavam a disfarçar o facto de o próprio conceito do programa ser injusto; afinal, toda a competição se centrava em torno de disputas físicas entre jovens perfeitamente normais e atletas profissionais com físicos 'de ginásio', e a quem havia sido dito que não refreassem os seus esforços! Ainda assim, acabava sempre por haver quem se conseguisse superiorizar aos 'empregados' do programa, e almejar a tão cobiçada vitória final, num daqueles desfechos de 'David Contra Golias' que nunca deixam de ser satisfatórios.

Apesar desta junção de factores bem apelativos, no entanto, 'Gladiadores Americanos' nunca foi tão bem-sucedido que justificasse a produção de uma versão portuguesa, como havia já acontecido em outros países; no entanto, quem chegou a acompanhar aquela transmissão dobrada e adaptada dos primórdios da SIC certamente guardará, ainda hoje, a memória daqueles homens e mulheres musculosos a lutar com paus de borracha sobre uma plataforma oscilante, ao som da voz característica de Jorge Perestrelo...

Publicidade ao programa exibida na SIC à época da transmissão do mesmo.

 

04.10.23

NOTA: Este 'post' é respeitante a Terça-feira, 03 de Outubro de 2023.

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Um dos factores mais distintivos e memoráveis da televisão portuguesa entre finais dos anos 80 e inícios do Novo Milénio foram os muitos espaços e programas infantis de que dispôs, a maioria dos quais com uma personalidade própria que os ajudou a perdurar na memória colectiva das gerações que com eles conviveram. D''A Hora do Lecas', da RTP, aos míticos 'Buereré' e 'Batatoon', passando pelos 'Segredos do Mimix', 'Mix Max', 'Um-Dó-Li-Tá', 'A Casa do Tio Carlos', 'Clube Disney' ou 'Oh! Hanna-Barbera' – sendo que estes dois em breve aqui terão o seu espaço – o que não faltava aos miúdos de finais do século XX eram blocos de animação intercalada com segmentos em estúdio, em que apresentadores carismáticos conduziam jogos, concursos e debates entre as crianças presentes.

Neste particular, e apesar de ter alojado alguns dos programas supramencionados, a RTP ficou, historicamente, um pouco atrás das suas concorrentes, preferindo apostar em blocos que deixavam os programas exibidos falar por si, distinguindo-se apenas pela presença de separadores identificativos. Destes, há a destacar o 'Canal Jovem', 'Brinca Brincando', e o bloco de que falamos esta semana, 'Grande Animação'.

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O programa centrava-se nos clássicos 'Looney Tunes', da Warner Brothers.

Estreado há quase exactos vinte e seis anos, a 5 de Outubro de 1997, e exibido aos Domingos à hora de almoço, esta rubrica contava com conteúdos centrados, sobretudo em torno dos clássicos desenhos animados da Warner Brothers – os chamados 'Looney Tunes', então em alta devido ao mega-sucesso de 'Space Jam' – e seguia a mesma linha dos outros dois programas mencionados, limitando-se a transmitir as animações calendarizadas, sem quaisquer elementos adicionais – uma jogada de risco em plena era hegemónica do 'Buereré', e poucos meses antes do regresso de Batatinha e Companhia aos ecrãs nacionais. Talvez por isso este bloco se encontre, hoje, um pouco 'Esquecido Pela Net' (a excepção é o sempre exaustivo blog 'Desenhos Animados Anos 90') apesar de o seu clássico e imortal conteúdo ter, sem dúvida, ajudado a 'angariar' audiências aquando da sua transmissão original – a qual, aliás, se prolongaria por um ano e meio, até Maio de 1999. Em semana de aniversário, vale, pois, a pena dedicar algumas linhas a um programa que, não sendo tão memorável quanto os que o rodeavam, trouxe, ainda assim, algo de válido e desejável à infãncia e adolescência de duas gerações de jovens portugueses.

05.09.23

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Ao falar de um concurso de cultura geral dirigido a um público infanto-juvenil, com dupla de apresentadores masculina e feminina e canções sobre animais posteriormente lançadas em disco, a resposta de dez em cada dez 'X' e 'Millennials' lusitanos será, certamente, apenas uma: 'Arca de Noé', o lendário concurso que tornou Fialho Gouveia, Carlos Alberto Moniz e Ana do Carmo nomes conhecidos e acarinhados entre as demografias mais jovens. No entanto, a verdade é que, sensivelmente na mesma altura, ia também ao ar na RTP um outro concurso de cultura geral dirigido a um público infanto-juvenil, com dupla de apresentadores masculina e feminina e canções sobre animais posteriormente lançadas em disco, e com a participação directa de um cantautor chamado Carlos e conhecido pelas suas composições especificamente dirigidas às crianças e jovens.

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Podem parecer demasiadas coincidências, mas a verdade é que se deram mesmo, sendo que, durante um breve período em inícios dos anos 90, o Tio Carlos e o Avô Cantigas fizeram concorrência um ao outro pelos corações das crianças portuguesas, com dois programas muito semelhantes. De facto, 'Vitaminas' quase pode ser considerado uma versão de 'Arca de Noé' produzida sob o efeito de drogas psicotrópicas, com os cenários sóbrios a darem lugar a um mundo de banda desenhada psicadélico, onde cabiam tanto a faceta de concurso como números musicais e até 'sketches' humorísticos, como aqueles em que um personagem totalmente 'sem noção' (no caso Félix Fracasso, interpretado por António Cordeiro) invadia o auditório e atrapalhava o andamento do programa, tão populares nos concursos 'para graúdos' da altura, e aqui adaptados ao contexto infantil.

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A dupla de apresentadores do programa.

Particularmente dignos de nota eram os segmentos em que Carlos Alberto Vidal 'entrevistava' animais (ou antes, pessoas dentro de fatos de animais, como é óbvio) como forma de transmitir alguns factos sobre os mesmos – uma preocupação partilhada com o 'concorrente' directo. Cada um dos 'animais' assim entrevistado virava, depois, tema do número musical do episódio, tendo estes, mais tarde, formado a base do LP alusivo ao programa, lançado na mesma época e interpretado por Carlos Alberto Vidal. Também notáveis, pela sua bizarria, era a rubrica 'Patati Patata', em que os dois apresentadores, Vidal e Sofia Sá da Bandeira, vestiam a pele dos personagens titulares e habitavam um espaço perpetuamente acelerado, alucinado e abstracto, que pouco ou nada parecia ter a ver com a porção competitiva do programa.

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O LP com as músicas do programa.

Era, precisamente, esta fusão única de humor, 'performance' artística e concurso competitivo que tornava 'Vitaminas' mais do que apenas um 'aproveitador' da fama de 'Arca de Noé', fazendo com que valesse a pena sintonizar a RTP1 aos Sábados de manhã para ver que bizarrias guardava o episódio daquela semana. E ainda que, hoje em dia, o programa pouco mais seja do que uma distante memória psicadélica na mente do então público-alvo, a verdade é que, à época, constituiu um conceito inovador – talvez até em demasia, já que o seu 'tempo de antena' foi de apenas cerca de um ano, vindo a concluir-se algures em 1992. Ainda assim, quem viveu aquelas transmissões em 'primeira mão' certamente estará, neste momento, a ver 'desenterram-se' dos cantos mais recônditos do seu cérebro imagens, frases e refrões de cantigas sobre animais julgadas há muito esquecidas – por aqui, é certamente esse o caso...

Peça alusiva ao programa na rubrica 'Retroescavadora', da RTP Memória, onde se podem ver alguns trechos do mesmo.

17.07.23

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

O 'post' que inaugurou este nosso blog nostálgico versou sobre o único ponto de partida possível para uma empreitada deste tipo: Dragon Ball Z, provavelmente a maior 'febre de recreio' da História da juventude portuguesa, pelo menos no que toca a propriedades intelectuais. O Dragon Ball original já havia feito sucesso aquando da sua inclusão na grelha do mítico Buereré da SIC, mas a sequela levou a 'coisa' a níveis que não voltariam a ser verificados até à verdadeira 'explosão' da série 'Harry Potter', já no Novo Milénio. Assim, não era, de todo, de estranhar que os níveis de entusiasmo dos jovens portugueses estivessem em alta quando a SIC anunciou que transmitiria a segunda (e, até então, última) sequela do 'anime', Dragon Ball GT, sobre cuja estreia se celebrou há precisamente uma semana um quarto de século. E por, nesse dia, o nosso foco ter recaído sobre a música, procuramos agora corrigir tal erro, e assinalar a efeméride com algumas linhas sobre a terceira parte da saga Dragon Ball; afinal, como diz o ditado, mais vale tarde do que nunca...

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Infelizmente, Dragon Ball GT acabou por não gozar do mesmo fanaticismo do que os seus antecessores – não por a 'febre' de Dragon Ball ter terminado (embora estivesse já em fase decrescente) mas apenas porque o produto em si ficava aquém das expectativas lançadas pelos últimos episódios de 'Z', a chamada 'saga Buu', que havia sido transmitida aos Sábados de manhã, ficando as tardes reservadas para a repetição integral da restante série – sim, Dragon Ball Z fez tanto sucesso que foi exibida, na íntegra, duas vezes! Já 'GT' sobreviveu, sobretudo, em infinitas repetições na futura SIC Radical, ao lado dos seus dois antecessores, e novamente na 'sombra' dos mesmos, não tendo sequer almejado ao estatuto de 'culto'; seria provavelmente incorrecto dizer que NINGUÉM gostou de Dragon Ball GT, mas é inegável que a terceira série é a menos acarinhada pela geração que cresceu a ver infinitos episódios de 'acção estática', não fosse dar-se subitamente um acontecimento 'de arromba' que pudesse ser discutido no dia seguinte na escola.

E a verdade é que 'GT' tinha tudo para 'dar certo', apresentando desenvolvimentos interessantes para o núcleo principal de personagens, e oferecendo até alguns 'bónus para fãs', como ver Krillin com cabelo ou conhecer a filha de Son Gohan, Pan; ademais, a dobragem portuguesa trazia precisamente a mesma equipa que ajudara a transformar 'Z' numa das adaptações mais divertidas e memoráveis da História da televisão portuguesa, além de um genérico de abertura absolutamente épico, em contraste total com a fraca música-título do antecessor, talvez o seu ponto mais fraco.

Se, ao menos, a série estivesse toda a este nível...

O único factor em falta era, pois, o mais relevante – o envolvimento do criador Akira Toriyama, que famosamente não viria a trabalhar na série, e cuja falta se fez sentir, nomeadamente ao nível da história, que não conseguia suscitar o mesmo interesse ou entusiasmo das dos seus antecessores. Nem a (assumidamente espectacular) imagem de Goku transformado em gorila, ou de longos cabelos pretos como parte da sua quarta transformação, foi suficiente para interessar a 'massa' afecta a Dragon Ball Z, que rapidamente deixou de sentir a necessidade de seguir a série com o mesmo nível de fervor que dedicara ao capítulo anterior - ainda que, como naquele caso, tenham chegado a sair em Portugal todos os vídeos associados à terceira parte, novamente pela mão da inevitável Prisvídeo, e com capas apenas ligeiramente menos 'manhosas' que as das 'cassettes' de 'Z' e da série original.

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Como Dragon Ball e Dragon Ball Z, 'GT' também teve direito ao lançamento dos seus filmes em formato VHS pela Prisvídeo.

Assim, vinte e cinco anos após a sua estreia, continua a ser difícil ver Dragon Ball GT como algo mais do que um falhanço, em grande parte responsável pelo fim de um fenómeno cultural, social e económico até então sem paralelo no contexto da juventude portuguesa; e embora a série tenha, decerto, os seus apreciadores, não será descabido afirmar que, no que toca à última parte da trilogia original, a maioria dos leitores deste blog se ficará mesmo pela 'malha' de abertura, o único elemento da série que merece verdadeiramente ser preservado. 'GT, DRAGON BALL GT, GUE-RREI-RO...!'

02.05.23

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Qualquer conceito de sucesso – seja um produto ou, como neste caso, uma criação mediática – dará, inevitavelmente, azo a um sem-número de concorrentes e imitadores de índole muito semelhante, mas normalmente sem a qualidade e o factor originalidade que ajudavam a explicar o sucesso do pioneiro original. O Mundo da televisão não é excepção a esta regra - antes pelo contrário – sendo numerosos os exemplos de programas que tentam (com maior ou menor sucesso) replicar as ideias da concorrência, a fim de, idealmente, lhe retirarem uma parte do 'share' de audiências; assim, não é de todo surpreendente constatar que, em meados de 1995, a televisão estatal portuguesa tenha apostado precisamente nessa táctica para tentar 'roubar' espectadores à cada vez mais popular SIC, através de um programa praticamente 'tirado a papel químico' de um dos seus maiores êxitos.

Segundo genérico do programa.

Falamos de 'Sem Limites', um magazine apresentado por uma equipa de jovens entusiásticos, e que procurava divulgar eventos, nomes e técnicas ligados aos desportos radicais, de forma simples, entusiasmante e capaz de agradar ao público mais jovem, principal interessado nessas modalidades. E se este conceito soa estranhamente familiar, é porque o é, não sendo 'Sem Limites' mais do que a resposta da RTP ao mega-sucesso 'Portugal Radical' – embora o facto de, até hoje, muita gente confundir este programa com o 'rival' demonstre cabalmente quem ganhou essa 'batalha' em particular.

Ainda assim, e apesar de ter sido sempre o 'segundo classificado' nas 'competições radicais' dos Domingos de manhã, o 'Sem Limites' conseguiu, ainda assim, 'aguentar-se' no ar durante no mínimo quatro anos, tendo tido as primeiras emissões por volta de 1994 e permanecido na grelha da RTP até pelo menos a 1998, facto que demonstra que, apesar da forte concorrência 'privada', o programa não deixava, ainda assim, de encontrar a sua audiência – algo que, convenhamos, não era difícil naquela que foi a época de maior entusiasmo e interesse em torno dos desportos radicais.

No entanto, ao contrário do seu concorrente directo, o programa teve muito pouco impacto nostálgico na geração nascida e crescida nos anos 80 e 90, não tendo tido direito ao mesmo 'merchandising' oficial, revista e discos de banda sonora do concorrente, e a sua memória sobrevive, hoje em dia, sobretudo na secção de Arquivos do 'site' da RTP, onde se pode encontrar o equivalente a cerca de um ano e meio de episódios completos do programa; ainda assim, não deixa de ser de valor relembrar aquele que foi um dos exemplos mais 'descarados' e 'acabados' de cópia directa de um conceito na História da televisão portuguesa, numa 'jogada' que provou que a guerra das audiências dos anos 90 se desenrolava mesmo 'Sem Limites...'

Um segmento do programa, no caso, alusivo ao 'bodyboard'.

13.02.23

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

Hoje em dia, a chamada 'ficção nacional' é parte integrante da grelha televisiva dos canais portugueses, seja sob a forma das famosas telenovelas ou no registo mais sério e dramático de séries como 'Conta-me Como Foi'; até inícios do Novo Milénio, no entanto, a situação era diametralmente oposta, centrando-se a maioria da ficção televisiva portuguesa no géneros do humor em 'sketch', com digressões infrequentes para os campos da reconstituição histórica ou para conteúdos infanto-juvenis. Há pouco mais de vinte e cinco anos (em Outubro de 1997) a RTP quis, no entanto, mudar esse paradigma, através de uma série que, ainda que pouco lembrada hoje em dia, acabou por dar o mote para várias tendências durante as mais de duas décadas de televisão nacional que se seguiram.

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Falamos de 'Riscos', um programa que, à época, se destacou por ser pioneira no ramo da ficção serializada nacional dirigida especificamente a um público jovem – um 'nicho' que, nos Estados Unidos, era já uma forma de arte, e que já havia rendido um mega-sucesso 'falado em português', no caso a telenovela brasileira 'Malhação'. A 'versão portuguesa' deste conceito inseria-se, precisamente, entre as da América do Norte e do Sul, apresentando uma espécie de cruzamento entre a referida 'Malhação' e algo como 'Beverly Hills 90210', com as devidas adaptações à realidade portuguesa.

De facto, o conceito-base da série era praticamente idêntico ao dos exemplos supracitados - bem como de outras séries internacionais, como a britãnica 'Grange Hill' - propondo ao espectador 'entrar' na vida quotidiana de um grupo de estudantes do ensino secundário, no caso de um colégio privado, e acompanhar em 'tempo real' os seus variados dramas, que iam das habituais complicações amorosas (aqui, do casal Bruno e Mariana) a temas mais sérios, como as drogas. E se este parece um conceito familiar, é porque o é: a proposta de 'Riscos' é exactamente a mesma que, poucos anos mais tarde, granjearia mais de uma década de sucesso a uma aposta da 'concorrente' TVI – uma pequena produção independente, de que talvez já tenham ouvido falar, chamada 'Morangos com Açúcar'...

(Sim, quando dissemos no início deste 'post' que 'Riscos' abrira um precedente importante na produção televisiva nacional, tratava-se de mais do que uma força de expressão...)

A diferença entre a série da RTP e a perene telenovela juvenil da TVI (esta, sim, uma localização directa de 'Malhação') é, sobretudo, o menor enfoque no dramatismo barato, em favor de uma abordagem mais séria a assuntos relevantes para a vida dos jovens, não só do Portugal daquela época, mas da sociedade ocidental em geral, os quais eram tratados de forma directa, frontal e sem grandes 'mariquices', com a preciosa ajuda de um elenco que misturava 'veteranos' como Alexandra Lencastre e Diogo Infante com jovens actores da idade dos seus personagens, entre os quais se destacava Paula Neves, também ela a poucos anos de atingir a imortalidade 'noveleira' do 'outro lado da estrada', em Queluz.

Assim, e embora não tenha passado de uma única temporada (ao contrário do que sucedeu com os seus sucessores directos) é fácil perceber porque é que 'Riscos' é, hoje em dia, considerado um marco na História da televisão portuguesa, e da ficção nacional em particular – e porque era premente que corrigíssemos a nossa desatenção de Outubro passado, e celebrássemos devidamente os vinte e cinco anos da sua estreia.

Genérico e excerto da série.

16.01.23

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

E depois de na última Segunda de Séries do ano passado termos falado do mais famoso 'procurado' da História da cultura juvenil, nada melhor do que, na primeira deste ano de 2023, darmos alguma atenção à outra pessoa de quem, naquela época, se perguntou frequentemente 'Onde Está?': uma espécie de congénere feminina e menos inocente do jovem de roupa listrada, e que com ele partilha o gosto pela cor vermelha e o tema de abertura épico da sua série animada. Falamos de Carmen Sandiego, a misteriosa protagonista da série com o seu nome (ou antes, para lhe dar o título completo, 'Onde Está Carmen Sandiego?') e que, durante cinco temporoadas, 'trocou as voltas' a um grupo de adolescentes determinados a encontrá-la e fazê-la pagar pelos seus crimes, maioritariamente circunscritos a roubos.

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Produzida entre 1994 e 1999, e baseada no jogo de computador educativo lançado na década anterior (e que gozou de enorme sucesso nos seus EUA natais) a série da DIC (então hegemónica no espaço televisivo infanto-juvenil internacional) tinha o total apoio da Broderbrund, produtora do jogo-base, e partilhava com este o elemento didáctico, o qual era implementado de forma subtil e se prendia, sobretudo, com as diferentes localizações pelas quais os dois jovens protagonistas (e o seu computador inteligente) viajavam em busca da ladra de gabardine vermelha, que andava, inevitavelmente, um passo à frente do 'casalinho'.

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A protagonista da série.

Esta integração de novos conhecimentos num contexto de entretenimento sem que o resultado final parecesse forçado – que 'Carmen' partilha com ilustres como 'A Carrinha Mágica', 'Artur', a trilogia 'Era Uma Vez...', 'Castelo da Eureeka' e, claro, 'Rua Sésamo' – valeu à série um 'Daytime Emmy Award' por Excelência na Programação Infantil, no final da sua primeira temporada, em 1995.

Ao contrário do que acontecia com a maioria das séries internacionais, a transmissão de 'Carmen' em Portugal deu-se com desfasamento mínimo em relação aos EUA, tendo a série passado na emissora estatal nacional logo em meados da década, em versão dobrada e, como não podia deixar de ser, com uma adaptação perfeitamente ÉPICA do genérico original – talvez o elemento mais memorável de todo o conjunto, e prova (se ainda fosse necessária) da habilidade que os estúdios de dobragem da altura tinham para criar temas de abertura marcantes.

Tema de abertura ou ária de ópera? Um pouco de ambos...

De resto, e apesar de bem-conseguida no cômputo geral (tanto tecnicamente como em termos de história) a série não se afirmou como particularmente marcante para as crianças portuguesas daquela geração, sendo, hoje em dia, muito menos lembrada do que a adaptação para TV de 'Onde Está o Wally?' - um daqueles casos paradoxais difíceis de explicar fora do contexto da época. Ainda assim, vale a pena recordar as aventuras televisivas da ladra americana, protagonista daquele que foi mais um bom exemplo de 'edutenimento' produzido durante a década de 90...

 

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