02.06.25
Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.
Na última Segunda de Séries, celebrámos uma das mais famosas telenovelas brasileiras de sempre, e sucesso de audiências nas suas várias repetições em Portugal, 'A Escrava Isaura', aquando dos exactos trinta anos da sua re-estreia; nada mais justo, portanto, do que fazer agora o mesmo com uma não menos famosa congénere, celebrando, simultaneamente, as três décadas da re-estreia e os (aproximados) trinta e cinco anos da sua primeira aparição na televisão portuguesa.
Era, de facto, nas noites da RTP algures em 1990 – poucos meses após ter concluído no seu Brasil natal – que os telespectadores nacionais travavam, pela primeira vez, conhecimento com Tieta do Agreste, personagem principal e homónima da novela em causa, bem como do romance de Jorge Amado que lhe serve de base inspirativa. E a verdade é que a nordestina de espírito livre e 'pêlo na venta' interpretada por Betty Faria, juntamente com os restantes habitantes da fictícia vila de Santana do Agreste, rapidamente conquistou os portugueses da mesma forma que havia feito com os seus conterrâneos, 'prendendo' grande parte do País à televisão à medida que encetava a sua longa e atribulada viagem rumo ao inevitável final feliz, como 'Madame' rica em ambiente urbano.
E se 'Isaura' trazia ainda valores de produção e estilos representativos de outra época, 'Tieta' era, em tudo excepto na ambientação e figurinos da própria trama, uma novela moderna e contemporânea, que contava no elenco com muitos dos nomes mais conhecidos do meio à época, os quais asseguravam uma qualidade de representação acima da média, ou não tivesse o projecto tido início como mini-série, antes de o realizador perceber o seu potencial como novela em horário nobre – uma 'fezada' que, evidentemente, rendeu os melhores dividendos possíveis.
Isto porque 'Tieta' é um clássico absoluto (e merecido) da telenovela brasileira, fazendo parte das produções mais bem-sucedidas e recordadas da História do meio, e tendo sido, no seu tempo, capaz de reunir toda a família em torno do televisor após a hora do jantar. Tanto assim que, cinco anos após o seu sucesso inicial (e há exactas três décadas em inícios de Junho de 1995) acabava mesmo por regressar aos ecrãs nacionais, agora na SIC, e ainda mais do que a tempo de cativar uma audiência talvez demasiado jovem aquando da transmissão original, tal como sucedera com a predecessora 'Isaura'. Razão mais que suficiente para celebrarmos, com estas breves linhas, os dois 'aniversários marcantes' simultâneos de uma produção que marcou época, e deixou boas memórias a inúmeros membros das gerações 'X' e 'Millennial' lusitanas.