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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

18.09.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Terça-feira, 17 de Setembro de 2024.

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

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Já aqui anteriormente falámos do papel preponderante do humorista Herman José na televisão portuguesa de finais do século XX, tanto na sua vertente 'de origem' como na função por que foi mais conhecido durante a década de 90, a de apresentador de concursos vespertinos e, mais tarde, de 'talk shows'. De facto, a personalidade afável, bonacheirona e ligeiramente brejeira de Herman prestava-se maravilhosamente ao cargo de anfitrião deste tipo de programas, papel no qual várias gerações de espectadores nacionais o viram 'brilhar' , desde logo ao leme da mìtica adaptação portuguesa de 'Roda da Sorte'. Quando o referido programa atingiu a sua conclusão natural, no entanto, era necessário manter 'em alta' a 'estrelinha' de Herman, pelo que foi sem surpresas que os fãs do apresentador o viram regressar, alguns meses depois, com um novo formato, onde se fazia acompanhar dos seu 'cúmplices' - a 'voz' da 'Roda', Cândido Mota, e a icónica assistente, Ruth Rita.

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O 'trio maravilha' d''A Roda da Sorte' seguiria junto no novo formato.

Intitulado 'Com a Verdade M'Enganas', este novo concurso, estreado logo nos primeiros dias do ano de 1994, era, explicitamente, tematizado em torno de mentiras, equívocos e enganos, temas que inspiravam várias das provas a que os concorrentes se deviam submeter semanalmente, com destaque para aquela em que deveriam identificar a afirmação incorrecta sobre o parceiro, de entre as mencionadas pelo apresentador, e para aquelas em que deviam corrigir textos e letras de canções previamente lido, de forma correcta, por Cândido Mota. As restantes provas eram mais corriqueiras (ficando próximas do concurso que notabilizara Herman, com perguntas de cultura geral à mistura com leilões de letras) mas uma delas voltava a adicionar um toque de originalidade, consistindo basicamente de um 'jogo do sério', em que cada concorrente deveria fazer o outro rir. Tudo isto conduzia, claro está, ao 'puzzle' final, onde o desafio era decifrar uma palavra-chave, bem ao estilo da 'Roda'. A equipa vencedora levaria para casa uma soma em dinheiro que poderia ascender a 600 mil escudos, enquanto os perdedores não sairiam de 'mãos a abanar', tendo direito a uma 'bateria' de electrodomésticos - um prémio quase tão útil quanto o próprio dinheiro, e bastante mais prático!

Um formato, como se pode ver, bastante próximo do que celebrizara Herman enquanto animador de concursos, mas que, talvez por esse cariz pouco original, não almejou o mesmo sucesso, mantendo-se no ar durante um ano e meio, mas não suscitando hoje em dia o género de memórias associado ao seu antecessor. Ainda assim, no momento, 'Com a Verdade M'Enganas' foi uma maneira eficaz de manter Herman relevante e bem presente no quotidiano televisivo dos portugueses – algo que, como também já aqui documentámos, levaria mais tarde a certos desenvolvimentos importantes no panorama programático nacional, os quais não teriam sido possíveis sem este algo esquecido concurso, que merece assim um 'agradecimento' e pequena homenagem nas páginas deste nosso blog.

O último episódio do concurso, transmitido em Julho de 1995, exactos dezoito meses após a estreia do mesmo.

04.09.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Terça-feira, 04 de Setembro de 2024.

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Há três décadas atrás, a televisão portuguesa estava longe do cariz formatado, homogéneo e algo anónimo de que se reveste hoje em dia. De facto, enquanto que a programação actual dos vários canais é semelhante ao ponto de os mesmos se confundirem, em meados da década de 90, cada um dos apenas quatro canais disponíveis tinha uma personalidade bem distinta, e bastante mais margem de manobra no tocante a apostas para a grelha de programação, sobretudo no caso das recém-nascidas emissoras privadas, que não tinham de obedecer aos mesmos padrões da estatal RTP; e escusado será dizer que tanto a SIC quanto a TVI tiraram o máximo proveito desta liberdade, apostando em vários conceitos, no mínimo, inusitados, como o mega-popular 'Jogo do Ganso' da 'Quatro'. No entanto, até a mais arriscada destas apostas parece perfeitamente normal ao lado daquele que talvez seja o programa mais delirante e tresloucado a alguma vez passar na televisão portuguesa, um verdadeiro 'sonho psicadélico' composto de provas mirabolantes disputadas por concorrentes frenéticos, um literal vilão de ficção e comentários que mais se aproximavam a números de 'stand-up comedy'.

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Falamos, claro está, de 'Nunca Digas Banzai', o histriónico nome escolhido para o misto de concurso e filme de acção japonês originalmente baptizado 'Takeshi's Castle', em honra do seu ideólogo e actor principal, a estrela de cinema nipónica Takeshi Kitano, sobre cuja estreia em Portugal se celebram este ano exactas três décadas. De facto, seria apenas quatro anos após a sua conclusão no seu Japão natal, e oito após a sua estreia, que a 'loucura' de Takeshi 'aterraria' em Portugal, onde teria honras de exibição nas tardes de Sábado da SIC (embora originalmente estivesse incluído no bloco da manhã, o 'Sábado Mágico') e de locução por parte de João Carlos Vaz (também narrador do homólogo 'Gladiadores Americanos') e José Carlos Malato, então ainda um relativo desconhecido nos meandros da televisão portuguesa, e cujos improvisos formaram grande parte da personalidade da versão portuguesa do programa, sendo hoje um dos elementos mais lembrados e nostálgicos para quem assistia ao mesmo.

E como diz o ditado, 'mais vale tarde que nunca', já que 'Nunca Digas Banzai' compensaria a sua chegada tardia aos écrãs nacionais com o seu retumbante sucesso, devido em parte precisamente à locução de Malato, cujas hilariantes observações combinavam na perfeição com o caos frenético da própria competição, uma espécie de versão hiper-exagerada dos 'Jogos Sem Fronteiras' ou do referido 'Gladiadores Americanos', em que largas dezenas de concorrentes se 'matavam' em provas físicas cada uma mais extrema do que a seguinte, na esperança de conseguir chegar ao confronto final com o malvado Conde Takeshi - dono do castelo que dava o título original ao programa, e interpretado pelo seu criador – e ganhar o grande prémio de um milhão de ienes (cerca de 6300 euros actuais). A natureza extrema das provas, aliada a algumas 'batotas' por parte de Takeshi, assegurava, no entanto, a raridade de tal feito, apenas por nove vezes almejado em todo o ciclo de vida do programa.

Mesmo sem 'finais felizes', no entanto, os episódios de 'Nunca Digas Banzai' ofereciam entretenimento suficiente para saciar até o mais hiperactivo dos espectadores noventistas, com o seu misto de provas inenarráveis e disputadas a ritmo frenético, e comentários 'a condizer', com destaque para as famosas denominações dos vilõess como 'Fuji-moto', 'Fuji-carro' e 'Fuji-lambreta', em trocadilhos que, hoje, poderiam ser considerados controversos, mas que, à época, divertiam o público maioritariamente jovem que reservava parte da sua tarde de Sábado para ver japoneses anónimos cair de plataformas para dentro de piscinas, enquanto dois comentadores ao mais puro estilo luta-livre lhes atribuem nomes de celebridades para os distinguir uns dos outros. Um conceito que apenas poderia ter nascido e sido transmitido na era de 'liberdade televisiva' vivida em finais do século XX, à qual toda uma geração de portugueses (e não só) tem a agradecer alguns dos melhores e mais memoráveis programas de sempre da televisão portuguesa, dos quais 'Nunca Digas Banzai' faz, definitivamente, parte. E caso este 'post' tenha 'activado' a nostalgia a algum dos nossos leitores, abaixo fica um episódio completo, que reflecte bem a loucura que grassava neste lendário concurso nipónico.

 

23.07.24

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Os programas de entretenimento e variedades filmados ao vivo numa qualquer localidade remota de Portugal continuam, até aos dias de hoje, a ser talvez a maior constante do Verão televisivo nacional; no entanto, embora pareçam sempre ter existido, este tipo de transmissões eram consideravelmente menos populares (e certamente menos formatadas) à entrada para a última década do século XX. De facto, seriam precisos alguns anos para este tipo de formato encontrar tanto uma fórmula estável como uma audiência regular, levando a que algumas das primeiras tentativas de o implementar pareçam, de uma óptica contemporânea, algo peculiares. É o caso, por exemplo, da proposta da RTP para a época estival de 1994, a qual sobrevive hoje em dia, sobretudo, através do segmento satírico que lhe foi devotado pelo outrora popular grupo de comédia e improviso, Gato Fedorento.

De facto, sem essa 'alavanca', é muito provável que 'Onda de Verão' entrasse para a crescente galeria de programas noventistas Esquecidos Pela Net, já que a única outra referência à emissão é uma entrada no blog Eu Também Vejo TV, um recurso equivalente a um arquivo bibliográfico, ou seja, sem grandes informações sobre cada emissão, àparte o canal, horário, e mês de estreia – no caso, Julho de 1994, o que faz com que se celebrem por esta altura exactos trinta anos sobre a transmissão do programa.

Esta 'anonimidade' por oposição a outros programas do mesmo tipo não deixa de ser surpreendente, já que o 'Onda de Verão' oferecia precisamente o mesmo do que aqueles, consistindo de rubricas de humor, jogos e passatempos, interesse humano e interacção com a audiência, além dos inevitáveis momentos musicais firmemente vincados no género 'pimba', tudo dinamizado por uma dupla de apresentadores afáveis, carismáticos e com a dose certa de 'brejeirice' - uma fórmula que tanto a própria RTP como a SIC e a TVI explorariam com excelentes resultados durante as três épocas seguintes, mas que neste caso parece não se ter afirmado como especialmente memorável para as demografias-alvo. Ainda assim, numa altura em que os canais 'abertos' voltam a apostar em força em conteúdos deste género, é legítimo e de valor recordar um dos pioneiros do mesmo – especialmente porque mais nenhuma fonte parece especialmente interessada em o fazer...

09.07.24

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Já aqui por várias vezes nos referimos aos anos 90 como a época áurea para os programas televisivos infantis que apostavam numa mistura de desenhos animados e entretenimento, e comandados por apresentadores jovens, carismáticos e dinâmicos o suficiente para 'entreter' tanto as crianças e jovens presentes em estúdio como os muitos espectadores que assistiam a partir de casa. De facto, embora este género seja, hoje em dia, lembrado sobretudo pelo icónico e incontornável duo do 'Buereré' (da SIC) e 'Batatoon' (da TVI), existiram, durante a década em causa, vários outros exemplos bem-sucedidos do formato, alguns dos quais já aqui abordados, como é o caso de 'A Hora do Lecas', 'Os Segredos do Mimix', 'A Casa do Tio Carlos' ou 'Clube Disney'. A essa lista, há agora que juntar um programa contemporâneo deste último, e que constituía uma espécie de 'irmão gémeo' do mesmo, tendo sido exibido pela mesma emissora (a então hegemónica RTP) na mesma época (inícios dos anos 90), com as únicas diferenças dignas de nota a serem a produtora de conteúdos em foco e a própria longevidade do programa.

De facto, enquanto o 'Clube Disney' atravessaria a totalidade da década de 90, chegando mesmo a penetrar no Novo Milénio, e viveria várias fases distintas, tanto em termos de conteúdo como de grafismo, 'Oh! Hanna-Barbera' duraria pouco mais de um ano, tendo saído do ar ainda antes do final de 1992 – um paradigma que não deixa de ser algo estranho, dadas as vastas e intencionais semelhanças entre os dois programas. Senão, veja-se: ambos apostavam no formato acima delineado, com público ao vivo e apresentadores que não se limitavam a introduzir cada novo desenho animado, mas também dinamizavam os segmentos interinos, que compreendiam uma mistura de jogos e actividades, números musicais a cargo de grupos convidados, e espaços onde eram lidas cartas e mostradas 'obras de arte' dos jovens espectadores. 'Oh! Hanna-Barbera' ganhava mesmo ao seu congénere no tocante à presença de mascotes em estúdio, estando Fred Flintstone ou Manda-Chuva sempre disponíveis para dançar ou 'fazer claque' em conjunto com os jovens escolhidos para visitar o programa, algo de que o 'Clube Disney' nunca se pudera gabar.

Também a selecção de desenhos animados era razoavelmente equilibrada no que toca à popularidade junto do público-alvo, sendo que 'Oh! Hanna-Barbera' contrapunha os desenhos mais modernos e 'excitantes' da Disney com os clássicos e intemporais 'Flintstones', 'Jetsons' e 'Manda-Chuva', todos, à época, ainda suficientemente 'na berra' para fazer frente a Donald, Pateta e restantes personagens do 'rival'. Quem ganhava com esta pseudo-'guerra' eram, claro, os espectadores, que viam assim ser-lhes dirigidos dois espaços infanto-juvenis de enorme qualidade na mesma semana, a juntar a todos os outros concursos, séries e blocos de desenhos animados com que a fabulosa grelha de televisão portuguesa de primórdios dos anos 90 os brindava. E, ainda que menos longevo do que o seu congénere das 'orelhas de Mickey', não é de duvidar que 'Oh! Hanna-Barbera' seja tão calorosamente lembrado como aquele por quem, naqueles idos de 1991, se sentava frente à televisão para desfrutar de um par de horas de animação, nos dois sentidos da palavra. Quem tiver feito parte dessa demografia, pode encontrar abaixo alguns excertos do programa, para recordar e 'matar saudades' daqueles bons tempos de infância, em que a televisão parecia 'feita à medida' para quem era jovem...

11.06.24

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Numa era em que todo e qualquer programa está disponível nas plataformas de 'streaming', à distância de um par de cliques, o conceito de um bloco de várias horas de televisão inteiramente dedicado a apresentar um determinado tipo de conteúdo, rodeando-o ainda de inúmeros e diversos jogos, passatempos, interlúdios musicais e interacções com uma audiência presente em estúdio pode parecer desnecessária, e até arcaica. Nos anos 90, no entanto – quando a Internet era ainda incipiente, e a televisão o principal modo de transmissão de conteúdos – este era mesmo um dos formatos mais populares, sobretudo no tocante ao público infanto-juvenil, sempre predisposto a 'apadrinhar' qualquer conceito que transcendesse a simples sucessão de séries de desenhos animados; basta, por exemplo, falar na icónica 'parelha' de 'Buereré' (na SIC) e 'Batatoon' (na TVI) ou ainda em programas como a 'Hora do Lecas', o 'Mix Max', a 'Casa do Tio Carlos' ou o 'Brinca Brincando', para perceber a importância que este tipo de formato tinha no contexto da televisão infantil portuguesa de finais do século XX. A esta lista, há ainda que juntar dois programas concomitantes, ambos veiculados pela RTP, e que fizeram sucesso entre a faixa mais velha da geração 'millennial' (e mais nova da 'X') aquando da sua transmissão em inícios da década de 90. De um deles, falaremos na próxima Terça de TV; ao outro, dedicaremos as próximas linhas.

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Os dois logotipos do programa.

Nascido das 'cinzas' do não menos popular 'Clube Amigos Disney', apresentado por Júlio Isidro e com ligações a um verdadeiro clube de fãs oficial veiculado pela Abril Jovem, editora das revistas de BD da Walt Disney em Portugal, o agora apenas chamado 'Clube Disney' estreava no 'primeiro canal' logo em 1991, apresentando desde logo o formato que viria a manter pelos quatro anos seguintes, e que se assemelhava ao dos seus supracitados 'sucessores'. Num cenário colorido, com toques de fantasia (ou não fosse este um programa da Disney) e dominado por um ecrã gigante, um duo de apresentadores de natureza rotativa – constituído ora por Pedro Gabriel e Vítor Emanuel, ora por um deles ao lado de Anabela Brígida – preenchia os espaços entre cada rubrica de ficção com passatempos, provas de habilidade física disputadas pelas crianças em estúdio, leitura de carta e mostra de desenhos feitos pelos jovens fãs do programa, entrevistas a convidados musicais - alguns deles inusitados para a demografia em causa, como era o caso dos Censurados – e, naquele que era um dos momentos-chave de cada programa, segmentos sobre as atracções da então recém-inaugurada Eurodisney, que apenas faziam aumentar a já considerável vontade de visitar o espaço parisiense. Uma fórmula já com bastas provas dadas, e que aqui tornava a funcionar muito bem, tanto devido ao carisma e química exibidos pelos apresentadores como à própria selecção de material, sendo este o programa responsável por apresentar à juventude portuguesa clássicos como 'DuckTales' (inexplicavelmente chamado de 'Novas Aventuras Disney'), 'Tico e Teco: Comando Salvador', 'O Pato da Capa Preta', 'A Pandilha do Pateta' ou 'O Jovem Anjo', esta última a mais destacada das séries de acção real também exibidas no programa. Em cada emissão, havia também lugar para uma das clássicas 'curtas' produzidas pelos Estúdios Disney em inícios do século XX, que constituía mais um dos muitos motivos para sintonizar a RTP durante aquele horário.

Esta primeira fase do Clube duraria até 1994, altura em que o programa entraria em hiato durante dois anos, ressurgindo apenas em 1996, de 'cara lavada' e com um formato tão semelhante como diferente do clássico: mantinha-se o trio de apresentação com dois 'rapazes' e uma 'rapariga' (agora constituído por Carla Salgueiro, Pedro Penim e Alexandre Personne, todos os quais se tornariam bem conhecidos do público infanto-juvenil da época), a audiência infantil presente em estúdio e os segmentos de passatempos e provas, mas o local das gravações era agora uma moradia da Linha de Cascais, em Lisboa, e passava a ser possível aos espectadores em casa participarem no programa por via telefónica, uma medida adoptada pela maioria dos programas infantis da época. A selecção de programas, essa, mantinha-se excelente, e surgia mais focada e centralizada em séries de desenhos animados, com as curtas clássicas e propostas em acção real a desaparecerem para dar lugar a clássicos como Pepper Ann, Recreio, Doug, Quack Pack e – mais tarde – séries baseadas em filmes da companhia, como 'Hércules'. Este formato do programa conseguiria a proeza de sobreviver à viragem do Milénio, mantendo-se no ar até ao Verão de 2001, então já com novos apresentadores, na pessoa de Sílvia Alberto e José Fidalgo. Um feito notável para um 'decano' deste tipo de programa, que se afirmava assim como mais longevo do que emissões como o supracitado 'Buereré'. E embora a mudança de paradigmas televisivos tenha inevitavelmente terminado a 'era' do 'Clube Disney', a sua extinção esteve longe de vetar este programa ao esquecimento, tornando-o, pelo contrário, numa das emissões infanto-juvenis mais carinhosamente lembradas por um certo sector da população portuguesa, para quem aquelas duas horas constituíam um ritual quase 'sagrado' do seu quotidiano semanal. Para esses, ficam abaixo alguns excertos do programa em causa, os quais não deixarão, certamente, de reavivar memórias nostálgicas de tempos mais simples...

Excertos de ambas as fases do programa.

 

23.04.24

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

A década de 90 foi, no que toca à televisão portuguesa, um período de experimentação por excelência. Antes do sucesso das telenovelas portuguesas e dos primeiros 'talk-shows' e 'reality shows' virem formatar irreversivelmente a oferta televisiva nacional para o Novo Milénio, o aparecimento de dois novos canais de índole independente, livres das restrições da emissora estatal e com grelhas inteiras para preencher, permitiu a aposta numa série de conceitos pioneiros (pelo menos no nosso País) e originais ao ponto de, até hoje, alguns ainda constituírem o único exemplo do género. Entre programas de reencontros, encenações de processos jurídicos em directo, emissões sensacionalistas sobre trabalho policial e outras que misturavam entretenimento juvenil com discussões sérias sobre os problemas dessa demografia, não era difícil até ao conceito mais 'estapafúrdio' encontrar o seu nicho dentro da programação da SIC e da TVI; como tal, não é surpreendente que um programa como 'Cenas de Um Casamento' tenha, também ele, conseguido gozar de uma temporada como parte da grelha da estação de Carnaxide.

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Estreado há exactos trinta anos, em Abril de 1994, e apresentado pelo sempre carismático Guilherme Leite, 'Cenas de Um Casamento' partia de uma premissa que quase se podia considerar predecessora dos 'reality shows' da década seguinte, embora sem o 'factor espectáculo' manufacturado destes últimos. O foco da emissão eram, não celebridades 'acabadas' ou anónimos em busca de fama e fortuna, mas casais normais, do dia-a-dia, em processo de planificação e preparação do seu casamento. Cada episódio do programa levava os telespectadores através de toda a História romântica do casal, do início de namoro à fase actual, permitindo-lhes 'viver' o evento ao lado do noivo e da noiva, ao mesmo tempo que proporcionava a estes últimos não só quinze minutos de fama como também uma plataforma para mostrarem ao Mundo (ou, pelo menos, ao País) a bela cerimónia de que haviam sido o centro. Um conceito tão picaresco quanto pitoresco (sobretudo na era das redes sociais) mas que não deixava de encontrar o seu público entre a vasta faixa de população que procurava 'perder-se' nos contos de fadas de estranhos como forma de trazer emoção à sua própria vida.

Conforme mencionámos acima, este conceito dificilmente resultaria como emissão em horário nobre numa era em que o efeito proposto pelo programa é facilmente realizável no espaço de uns poucos 'cliques' numa qualquer rede social gratuita, com a vantagem adicional de não ser necessário esperar pela semana seguinte para acompanhar outra história; na sua época, no entanto, a proposta de 'Cenas de Um Casamento' não só fazia sentido como era pioneira, justificando tanto a presença na grelha da SIC para a Primavera de 1994 como a recordação neste nosso 'blog' nostálgico, por alturas do trigésimo aniversário da sua estreia.

05.12.23

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Numa edição passada desta rubrica, abordámos o programa 'Apanhados', elaborado por Joaquim Letria e transmitido pela RTP em inícios dos anos 90, concretamente até 1993. Nesse post, mencionámos que o mesmo havia constituído a última tentativa de criar uma emissão deste tipo em Portugal – uma afirmação errónea, dado ter havido pelo menos mais um programa inteiramente criado em território nacional a explorar este conceito. É dessa emissão, criada no mesmo ano em que 'Apanhados' saiu do ar (há exactas três décadas) que falaremos esta Terça-feira.

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(Crédito da foto: Enciclopédia de Cromos)

Elaborado e produzido por Manolo Bello, o 'parceiro invisível' de Joaquim Letria em 'Apanhados', e transmitido na então ainda única 'rival' privada da RTP, a SIC, 'Minas e Armadilhas' afirmava-se quase que como uma tentativa de expandir o conceito desse programa, aproximando-o mais do formato de programa de variedades clássico. De facto, embora as tradicionais 'partidas' a transeuntes insuspeitos continuassem a representar o 'cerne do programa apresentado por Júlio César, havia também espaço, ao longo dos seus cinquenta minutos de duração, para números musicais (normalmente a cargo de conjuntos de cariz tradicional, como tunas académicas e ranchos folclóricos) mini-concursos de memória com prémios em dinheiro, e, claro, bem-humoradas interacções entre o anfitrião fixo e os convidados de cada semana, os quais iam de 'drag queens' como Belle Dominique a desportistas profissionais, como a patinadora Andreia Teixeira, e até a apresentadora de programas eróticos (e antiga Miss França!) Marléne Morreau, numa mostra de ecletismo que apenas adicionava ao cariz algo anárquico e contra-cultura do programa.

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O apresentador Júlio César com uma das anfitriãs convidadas. (Crédito da foto: Enciclopédia de Cromos)

Estas pequenas mas significativas 'expansões' ao clássico formato de 'Apanhados' resultaram, aliás, em cheio, tendo 'Minas e Armadilhas' sido um dos baluartes da programação da SIC ao longo dos três anos seguintes, vindo a sair do ar apenas em 1996, quando a índole das grelhas televisivas nacionais se começava a alterar, e programas do seu tipo a perder espaço; ainda assim, há que dar ao programa as suas 'flores', e que lhe outorgar o seu estatuto como a verdadeira última tentativa de fazer um programa de 'apanhados' em Portugal – bem como, de longe, a mais bem-sucedida. Quem quiser saber porquê, basta reservar a próxima hora e ver o episódio completo que deixamos abaixo...

14.11.23

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Qualquer português nascido ou crescido nos anos 90, independentemente do seu interesse em videojogos, reconhece o 'Templo dos Jogos' da SIC como um dos mais bem-sucedidos e icónicos programas televisivos daquela década. Numa altura em que a Internet dava ainda os primeiros passos, o conceito de um programa onde eram mostradas, em exclusivo, imagens dos jogos de computador e consola mais 'badalados', em conjunto com algumas informações sobre os mesmos, era genial na sua combinação de simplicidade e utilidade, servindo o programa, essencialmente, como um Telejornal de videojogos, em que os apresentadores acabavam por servir como pouco mais do que 'pivots', deixando a verdadeira 'ribalta' para aquilo que todos queriam ver – as imagens dos jogos em si.

Tendo em conta este sucesso, não é de estranhar que uma das concorrentes da estação de Carnaxide – no caso, a RTP – tenha querido copiar a fórmula que tanto sucesso de audiências fazia na 'colega' privada; no entanto, talvez motivada pelo desejo de apresentar algo único e que não parecesse um 'xerox' tão descarado, a emissora estatal adicionou ao seu programa algumas 'nuances' que, embora bem-sucedidas em o tornar diferente, contribuíram também para o tornar menos interessante. No fundo, a RTP não percebeu o que estava, verdadeiramente, por detrás do sucesso do 'Templo', e viu a sua própria tentativa falhar como consequência do seu 'erro de cálculo'.

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Patrocinado (e de forma nada subtil) pela SEGA, 'Cybermaster' tinha como premissa combinar o formato do 'Templo' da SIC com uma vertente competitiva, de concurso infantil televisivo, adornando o todo com uma estética 'cyberpunk', bem típica dos filmes de ficção científica de série B que os jovens da altura traziam todos os fins-de-semana do seu videoclube local. Os apresentadores, assistente e o próprio cenário exibiam figurinos algures entre 'O Quinto Elemento' (então ainda em produção) e 'Mad Max', e o próprio conceito do concurso colocava os jovens concorrentes em luta directa, não só entre si, mas com o malvado personagem-título, interpretado pelo actor João D'Ávila com um visual 'à la' Bela Lugosi – uma missão que envolvia, sobretudo, disputas mano-a-mano em alguns dos jogos da SEGA mais populares da altura, incluindo vários da então ainda recente Sega Saturn, azarada pioneira das consolas 32-bits.

Uma fórmula interessante, mas que não foi suficiente para garantir a longevidade do programa, que acabou por ficar no ar durante apenas um ano, entre 1996 e 1997, e é, hoje em dia, bem menos lembrado do que o 'Templo' - algo que não deixa de causar alguma estranheza, já que o formato era sólido, e tinha tudo para atrair a atenção do público-alvo. Talvez tenha sido pela necessidade de complicar em demasia um conceito simples, ou talvez pelo falhanço de vendas da Sega Saturn, que, à época, vinha já sendo pesadamente derrotada em volume pela rival PlayStation; seja qual tiver sido a razão, a verdade é que 'Cybermaster' é, hoje, uma daquelas relíquias 'de época' algo perdidas no tempo, capaz de causar nostalgia a uma parcela da geração 'millennial' portuguesa, mas que, para a maioria dos ex-'putos' noventistas, apenas causará estranheza, e uma sensação de 'como é que eu nunca vi isto?' Para esses, ficam abaixo não apenas um, mas dois episódios completos do programa, para que possam preencher essa lacuna na cultura 'pop' juvenil portuguesa de finais do século XX.

Pode parecer um delírio da imaginação, mas não é - este programa existiu mesmo...

05.09.23

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Ao falar de um concurso de cultura geral dirigido a um público infanto-juvenil, com dupla de apresentadores masculina e feminina e canções sobre animais posteriormente lançadas em disco, a resposta de dez em cada dez 'X' e 'Millennials' lusitanos será, certamente, apenas uma: 'Arca de Noé', o lendário concurso que tornou Fialho Gouveia, Carlos Alberto Moniz e Ana do Carmo nomes conhecidos e acarinhados entre as demografias mais jovens. No entanto, a verdade é que, sensivelmente na mesma altura, ia também ao ar na RTP um outro concurso de cultura geral dirigido a um público infanto-juvenil, com dupla de apresentadores masculina e feminina e canções sobre animais posteriormente lançadas em disco, e com a participação directa de um cantautor chamado Carlos e conhecido pelas suas composições especificamente dirigidas às crianças e jovens.

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Podem parecer demasiadas coincidências, mas a verdade é que se deram mesmo, sendo que, durante um breve período em inícios dos anos 90, o Tio Carlos e o Avô Cantigas fizeram concorrência um ao outro pelos corações das crianças portuguesas, com dois programas muito semelhantes. De facto, 'Vitaminas' quase pode ser considerado uma versão de 'Arca de Noé' produzida sob o efeito de drogas psicotrópicas, com os cenários sóbrios a darem lugar a um mundo de banda desenhada psicadélico, onde cabiam tanto a faceta de concurso como números musicais e até 'sketches' humorísticos, como aqueles em que um personagem totalmente 'sem noção' (no caso Félix Fracasso, interpretado por António Cordeiro) invadia o auditório e atrapalhava o andamento do programa, tão populares nos concursos 'para graúdos' da altura, e aqui adaptados ao contexto infantil.

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A dupla de apresentadores do programa.

Particularmente dignos de nota eram os segmentos em que Carlos Alberto Vidal 'entrevistava' animais (ou antes, pessoas dentro de fatos de animais, como é óbvio) como forma de transmitir alguns factos sobre os mesmos – uma preocupação partilhada com o 'concorrente' directo. Cada um dos 'animais' assim entrevistado virava, depois, tema do número musical do episódio, tendo estes, mais tarde, formado a base do LP alusivo ao programa, lançado na mesma época e interpretado por Carlos Alberto Vidal. Também notáveis, pela sua bizarria, era a rubrica 'Patati Patata', em que os dois apresentadores, Vidal e Sofia Sá da Bandeira, vestiam a pele dos personagens titulares e habitavam um espaço perpetuamente acelerado, alucinado e abstracto, que pouco ou nada parecia ter a ver com a porção competitiva do programa.

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O LP com as músicas do programa.

Era, precisamente, esta fusão única de humor, 'performance' artística e concurso competitivo que tornava 'Vitaminas' mais do que apenas um 'aproveitador' da fama de 'Arca de Noé', fazendo com que valesse a pena sintonizar a RTP1 aos Sábados de manhã para ver que bizarrias guardava o episódio daquela semana. E ainda que, hoje em dia, o programa pouco mais seja do que uma distante memória psicadélica na mente do então público-alvo, a verdade é que, à época, constituiu um conceito inovador – talvez até em demasia, já que o seu 'tempo de antena' foi de apenas cerca de um ano, vindo a concluir-se algures em 1992. Ainda assim, quem viveu aquelas transmissões em 'primeira mão' certamente estará, neste momento, a ver 'desenterram-se' dos cantos mais recônditos do seu cérebro imagens, frases e refrões de cantigas sobre animais julgadas há muito esquecidas – por aqui, é certamente esse o caso...

Peça alusiva ao programa na rubrica 'Retroescavadora', da RTP Memória, onde se podem ver alguns trechos do mesmo.

16.05.23

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

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O apresentador nos tempos do programa.

Quem cresceu entre a década de 80 e a actualidade certamente conhece bem o nome de Herman José. Inicialmente revelado como humorista, nos anos 70 e 80, o luso-alemão viria, na década seguinte, a viver um 'novo fôlego' na carreira enquanto apresentador de concursos televisivos – posição na qual a sua popularidade rivalizava com a de nomes como Carlos Cruz, António Sala ou Júlio Isidro – antes de regressar à comédia com a lendária 'Herman Enciclopédia', que o viria a apresentar a toda uma nova geração, demasiado nova para ter visto o especial de Fim de Ano transmitido pela RTP no último dia de 1991, tido a 'Roda da Sorte' como ruído de fundo das noites da sua infância, ou se interessar pelo 'Parabéns'. Pelo meio, no entanto, o humorista tentou ainda outro 'desvio' na carreira, menos antológico e bem-sucedido, mas que viria ainda assim a abrir novas possibilidades para a sua carreira.

Falamos de 'Herman 98', estreado há quase exactos vinte e cinco anos, em Maio de 1998, e que trazia Herman à cabeça de um formato 'talk show' com música e muito humor à mistura, nos moldes de programas como o 'Tonight Show' ou 'Late Night' norte-americanos. A acompanhar o luso-alemão nesta aventura estavam todos os suspeitos do costume, dos argumentistas das Produções Fictícias a actores como Maria Rueff e Vítor de Sousa, que davam, com Herman, vida aos diferentes 'sketches' encenados por entre as entrevistas a convidados e os esporádicos números musicais; e se este formato parece familiar, é porque se trata, precisamente, do mesmo adoptado em 'Cá Por Casa', o mais recente programa do humorista, actualmente em exibição na RTP.

De facto, reside precisamente aí o grande mérito de 'Herman 98' e da sua sequela do ano seguinte – nomeadamente, o de ter dado confiança a Herman José como apresentador de um formato (ligeiramente) mais sério que o habitual – sem, com isso, perder a personalidade muito própria que qualquer programa de Herman apresenta – servindo, assim, como inspiração para projectos futuros do humorista, a começar pelo acima mencionado. E apesar de, à época, o programa ter talvez parecido um pouco aborrecido para quem estava habituado a ver Herman a 'debitar' ininterruptamente piadas e dichotes dirigidos a concorrentes ou assistentes de palco, a verdade é que, à distância de um quarto de século, as qualidades do formato (e da forma como o mesmo foi executado) se tornam bem evidentes, tornando 'Herman 98' merecedor de algumas linhas de homenagem por altura do trigésimo aniversário da sua estreia em televisão.

Quem se atrever, pode ver acima três horas de Herman José...

...ou, para quem tenha menos tempo e paciência, aqui fica a actuação dos então popularíssimos Excesso no programa em causa.

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