26.07.24
NOTA: Este post é respeitante a Quinta-feira, 25 de Julho de 2024.
Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.
Eram um dos brindes mais populares entre os jovens portugueses dos anos 90 e, apesar de estarem longe de ser consensuais junto dos pais, adornavam muitas vezes a pele da demografia em causa ao longo daqueles últimos anos do século XX, surgindo frequentemente em locais algo invulgares, como as costas da mão, onde podiam ser devidamente admiradas por pares invejosos. Falamos das tatuagens temporárias, uma categoria de quinquilharia que nunca retinha esse estatuto durante muito tempo, mas que não deixa, ainda assim, de ser elegível para esta categoria.
Adquiríveis em folhas completas na tabacaria ou, frequentemente, como brindes de produtos alimentares (como no caso das tatuagens das Tartarugas Ninja oferecidas pela Panrico no auge da popularidade das mesmas) estes desenhos, normalmente consistentes de personagens populares entre a 'pequenada' ou desenhos e símbolos universalmente considerados 'fixes', eram transferidos da folha adesiva para a pele (ou para qualquer superfície onde se desejasse colocá-las, já que serviam 'função dupla' como uma espécie de autocolante) por meio da aplicação de uma esponja ou pano húmido no reverso da tatuagem, criando assim uma espécie de 'cópia-borrão' da mesma, que podia depois ser removida com água ou álcool quando a criança se 'fartasse' – algo que muitas pessoas certamente desejariam ser possível com tatuagens reais! A desvantagem – e principal razão da natureza polémica destes brindes junto dos adultos – prendia-se com o risco de doenças de pele resultantes do processo, como a urticária, o que fazia com que muitos pais proibíssem o uso deste tipo de tatuagem na pele dos filhos.
Quer se pertencesse a este último grupo ou à percentagem da demografia que orgulhosamente exibia o seu desenho de uma caveira ou Tartaruga Ninja no braço ou nas costas da mão, uma coisa é certa: as tatuagens temporárias marcaram época junto de toda uma geração, em Portugal e não só. E embora este tipo de brinde tenha caido em desuso no mais informado mundo de inícios do século XXI, não é por isso que passa a ter menos nostalgia para quem, há duas ou três décadas atrás, vibrava com a ideia de transferir o recém-adquirido padrão para o seu braço, e causar inveja aos amigos no pátio da escola, no dia seguinte...