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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

02.05.23

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Qualquer conceito de sucesso – seja um produto ou, como neste caso, uma criação mediática – dará, inevitavelmente, azo a um sem-número de concorrentes e imitadores de índole muito semelhante, mas normalmente sem a qualidade e o factor originalidade que ajudavam a explicar o sucesso do pioneiro original. O Mundo da televisão não é excepção a esta regra - antes pelo contrário – sendo numerosos os exemplos de programas que tentam (com maior ou menor sucesso) replicar as ideias da concorrência, a fim de, idealmente, lhe retirarem uma parte do 'share' de audiências; assim, não é de todo surpreendente constatar que, em meados de 1995, a televisão estatal portuguesa tenha apostado precisamente nessa táctica para tentar 'roubar' espectadores à cada vez mais popular SIC, através de um programa praticamente 'tirado a papel químico' de um dos seus maiores êxitos.

Segundo genérico do programa.

Falamos de 'Sem Limites', um magazine apresentado por uma equipa de jovens entusiásticos, e que procurava divulgar eventos, nomes e técnicas ligados aos desportos radicais, de forma simples, entusiasmante e capaz de agradar ao público mais jovem, principal interessado nessas modalidades. E se este conceito soa estranhamente familiar, é porque o é, não sendo 'Sem Limites' mais do que a resposta da RTP ao mega-sucesso 'Portugal Radical' – embora o facto de, até hoje, muita gente confundir este programa com o 'rival' demonstre cabalmente quem ganhou essa 'batalha' em particular.

Ainda assim, e apesar de ter sido sempre o 'segundo classificado' nas 'competições radicais' dos Domingos de manhã, o 'Sem Limites' conseguiu, ainda assim, 'aguentar-se' no ar durante no mínimo quatro anos, tendo tido as primeiras emissões por volta de 1994 e permanecido na grelha da RTP até pelo menos a 1998, facto que demonstra que, apesar da forte concorrência 'privada', o programa não deixava, ainda assim, de encontrar a sua audiência – algo que, convenhamos, não era difícil naquela que foi a época de maior entusiasmo e interesse em torno dos desportos radicais.

No entanto, ao contrário do seu concorrente directo, o programa teve muito pouco impacto nostálgico na geração nascida e crescida nos anos 80 e 90, não tendo tido direito ao mesmo 'merchandising' oficial, revista e discos de banda sonora do concorrente, e a sua memória sobrevive, hoje em dia, sobretudo na secção de Arquivos do 'site' da RTP, onde se pode encontrar o equivalente a cerca de um ano e meio de episódios completos do programa; ainda assim, não deixa de ser de valor relembrar aquele que foi um dos exemplos mais 'descarados' e 'acabados' de cópia directa de um conceito na História da televisão portuguesa, numa 'jogada' que provou que a guerra das audiências dos anos 90 se desenrolava mesmo 'Sem Limites...'

Um segmento do programa, no caso, alusivo ao 'bodyboard'.

21.08.21

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.

E numa altura em que se avança a passos rápidos para o fim do Verão, nada melhor do que aproveitar o calor que ainda se faz sentir com umas idas até à praia, ao bom estilo ‘puto dos anos 90’. Ou seja: com as forminhas, as raquetes, as belas das sanduíches, e dinheiro no bolso para uma bola de Berlim ou língua-da-sogra. O ponto de encontro é debaixo da Bola Nivea da Praia dos Pescadores, OK?

Memorias-de-praia-da-nossa-infancia.jpg

Uma praia da Costa da Caparica, Lisboa, nos anos 90, com a tradicional 'bola Nivea' ao centro.

Agora a sério, a experiência de ir à praia enquanto criança não mudou assim tanto nos últimos trinta anos; continua a envolver areia – areia nos pés, nas toalhas, nos calções, no cabelo – água (para tomar umas belas ‘banhocas’ e dar uns ainda melhores mergulhos) bolos e sanduíches à sombra do guarda-sol, brincadeiras com os amigos (ou conversa até anoitecer, no caso dos mais velhos) e aquela sensação de cansaço bom, na volta, que faz adormecer ainda no carro ou na camioneta. Ou seja, todas as peças fundamentais do ‘bolo’ estão lá – o que muda são apenas os enfeites.

Isto porque algumas das principais diversões infantis dos anos 90 caíram um pouco no esquecimento – ou antes, no desuso – nas últimas décadas. Enquanto os jogos de bola ou a construção de castelos de areia ou ‘fossos’ mesmo junto ao mar (que rapidamente se enchem, claro) continuam a ser focos de interesse para os banhistas mais novos, alguns dos apetrechos mais comuns nas praias portuguesas dos anos 90 - as pranchas de bodyboard de tamanho e grafismo infantil, por exemplo, ou os colchões flutuadores, ou ainda as barbatanas e óculos de mergulho para ver debaixo das ondas – desapareceram quase por completo da beira-mar, vivendo, hoje em dia, apenas na memória dos pais e mães das crianças que hoje correm, de peito mais ou menos feito, para a água. Até mesmo as famosas raquetes parecem, hoje em dia, ter significativamente menos praticantes…

Ainda assim, como o regresso da Bola Nivea às praias da Costa da Caparica, em Lisboa parece indicar, existe ainda grande nostalgia por aqueles tempos inesquecíveis, em que cada ida à praia era uma experiência inesquecível, que ajudava a ‘fazer’ o Verão…

Um dia típico numa praia portuguesa dos anos 90, com os cumprimentos do YouTube.

 

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