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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

06.01.23

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Apesar da variedade de chapéus existente no mercado português entre finais dos anos 90 e inícios dos 2000, a maioria das crianças e jovens residentes no nosso País dividia-se firmemente entre dois tipos: por um lado, o intemporal e sempre popular boné (na altura usado com a pala bem dobrada, quase até partir) e, por outro, um estilo de chapéu que só na década seguinte viria a ser considerado 'estiloso', mas que protegeu muitas cabeças do sol durante os anos finais do século XX.

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Exemplo moderno deste tipo de chapéu.

Falamos do eterno chapéu de tecido, de forma algures entre um sino e uma tigela, que toda e qualquer criança de inícios da década de 90 não só usou na praia, como viu os pais e os avós usarem também. De facto, este formato de chapéu era tão universal, que o único grupo que nunca seria visto com um na cabeça era precisamente o mesmo que o tornaria a popularizar já no século XXI – os eternos 'escravos da moda' em idade adolescente. De resto, novos ou velhos, do sexo masculino ou feminino, havia pouco quem não optasse por um chapéu deste tipo (ou desenterrasse o seu do armário) de cada vez que chegava o Verão, normalmente tirando proveito da natureza reversível do mesmo, a qual permitia, simplesmente, virar o chapéu 'do avesso' sempre que necessário, passando assim a ter um chapéu vermelho em vez de azul, por exemplo. De facto, tal era a popularidade destes chapéus que difícil mesmo era, numa ida à praia durante aqueles anos, NÃO ver alguém à sombra de um guarda-sol ou a brincar ou passear junto à água com um destes na cabeça.

Como sucedeu com tantos outros artigos de que vimos falando nestas páginas, também a 'época' dos chapéus de praia deste tipo acabou, eventualmente, por terminar – mas não sem que estes icónicos chapéus beneficiassem de uma 'segunda vida' nos primeiros anos do século XXI, agora já sem a faceta reversível, decorados com padrões de flores e havaianos, e usados pela demografia que, em décadas anteriores, usara a 'versão original'. De facto, inspirados pelos ídolos que viam em revistas como a Bravo ou a Super Pop, os adolescentes do virar do milénio conseguiram, por um curto espaço de tempo, fazer destes chapéus um artigo de vestuário 'fixe', algo que dez anos antes parecia impossível. No entanto, inevitavelmente, também este segundo modelo acabou por cair em desuso, uma vez a geração em causa chegada á idade adulta; com o pendor da mesma para o revivalismo, no entanto, é bem possível que, em anos vindouros, os icónicos 'chapéus de praia' dos anos 90 voltem mesmo à ribalta. Já não seria a primeira vez...

08.10.22

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Apesar de, tecnicamente, o Verão ter já findado, e o regresso às aulas estar já instaurado em pleno nas escolas portuguesas, o calor que se vem fazendo sentir continua a convidar a uma ida à praia ou piscina, ou pelo menos, a uns salpicos na piscina de quintal; e a verdade é que, especialmente nos anos 90, nenhuma dessas actividades ficava completa sem a presença de um colchão insuflável.

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O modelo mais comum deste tipo de acessório.

Acessório intemporal, mas que teve em finais do século XX o seu auge de popularidade, os colchões aquáticos são daqueles produtos cujo apelo é, por demais, fácil de explicar – afinal, qual a criança que não gosta de se sentir a flutuar em cima de algo que oferece perfeita segurança? É o mesmo princípio das pranchas de bodyboard (outra diversão 'de praia' super-popular entre o segmento mais jovem, tanto da época como de hoje em dia) mas com a diferença de ser preciso muito mais para virar um insuflável do que uma prancha. Ainda assim, estes colchões não ficavam alheios a alguns 'tombos', sobretudo por parte de quem achava boa ideia pôr-se de pé em cima dos mesmos...

E apesar de os colchões 'normais' serem já por demais apelativos para o seu público-alvo, alguns fabricantes aperfeiçoavam ainda mais a fórmula oferecendo insufláveis com partes translúcidas ou transparentes, que permitiam ver o que se passava por debaixo do colchão, na água; e apesar de jamais criança alguma ter ido longe o suficiente da costa para ver mais do que quantidades infindáveis de areia batidas periodicamente pelas ondas, os colchões com esta simples mas entusiasmante característica puxavam, inevitavelmente, pela imaginação, criando a fantasia e expectativa de, um dia, se conseguir ver algo mais...

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Os colchões com 'janela' proporcionavam uma experiência ainda mais divertida que o habitual.

Com ou sem 'janela', no entanto, a verdade é que os colchões insufláveis (bem como os seus outros congéneres, como canoas ou barcos) foram parte integrante da infância de muitas crianças portuguesas de finais do Segundo Milénio – e, ainda que em menor escala, também de hoje em dia – tornando justificada a sua presença nesta rubrica.

24.09.22

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

O conceito de que não é preciso conceitos muito sofisticados para entreter uma criança ou jovem (sobretudo de menor idade) foi, por várias vezes, abordada aqui no Anos 90 – e, desta feita, chega a vez de adicionar mais um 'item' a essa lista em rápido crescimento. E se também já aqui anteriormente falámos de bolas (no caso, de futebol), neste post iremos abordar uma variante desse mesmo brinquedo, muito popular na época estival que ora finda.

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O modelo mais comum deste tipo de brinquedo.

Falamos das bolas de praia insufláveis, em tempos parte integrante e obrigatória da 'bagagem' de qualquer ida à praia ou piscina de ar livre com crianças. Invariavelmente maiores do que os próprios utilizadores, e normalmente decoradas com riscas verticais coloridas alternadas com branco, ou bonecos de um qualquer 'franchise' infantil da moda, estas bolas tinham, logo aí, dois importantes atractivos para crianças abaixo de uma certa idade, nomeadamente as ainda demasiado novas para se importarem com o facto de que qualquer jogo com as mesmas era, em virtude do seu tamanho e leveza, necessariamente muito menos preciso do que uma partida de 'raquetes' ou até um jogo de 'disco voador'; um jogo de futebol, por exemplo, era praticamente impossível, e mesmo a habitual troca de bola ao estilo 'futevólei' acabava, muitas vezes, com algum dos jogadores (ou um adulto) em perseguição rápida da bola, a fim de impedir que a mesma fosse levada pela maré.

Nada, no entanto, que desencorajasse as crianças 'noventistas' de continuarem a adquirir (e a divertir-se à grande com) este tipo de brinquedo, o qual continuou a ser quase indispensável entre os brinquedos de praia ou piscina até já depois da viragem do milénio, sendo mesmo uma opção popular de brinde em promoções de Verão – as da Nivea, por exemplo, foram quase tão icónicas como as suas congéneres famosamente 'plantadas' em postes de praias por esse Portugal fora na mesma época.. Desde então, no entanto (e apesar de ainda se encontrar largamente disponível em lojas de bairro, de praia, ou até em certas grandes superfícies) este tipo de diversão tem, gradualmente, vindo a perder preponderância nas praias portuguesas, substituída por outras, mais modernas e quiçá mais apelativas para as gerações correntes; quem cresceu nas últimas décadas do século XX, no entanto, não esquecerá os momentos de pura diversão que aquelas simples bolas coloridas, 'de encher', e quase maiores do que eles lhes proporcionou nos Verões da sua infância...

26.08.22

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As toalhas de praia estavam entre os muitos elementos que as crianças e jovens dos anos 90 utilizavam como meio de afirmar a sua identidade, quer individual, quer enquanto parte de um grupo; e, durante uma parte significativa da segunda metade da referida década, houve uma toalha de praia em particular que se tornou visão frequente em praias de Norte a Sul do País, sobretudo em locais que reunissem altos volumes de 'malta nova'.

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Lá por casa, houve uma muito semelhante a esta...

Falamos, claro, da mítica toalha da Coca-Cola, um daqueles items cuja popularidade é tão difícil de explicar quanto inegável. O que é certo é que a dado ponto, algures entre o ponto médio da década de 90 e os primeiros anos do novo milénio, a toalha vermelha com o clássico símbolo da marca impresso sobre o comprimento tornou-se O 'item' de praia a ter, destronando as suas tradicionais antecessoras com padrões de palmeiras, pôr-do-sol e barcos à vela sobre fundos multi-cores, e até mesmo as igualmente desejáveis toalhas aveludadas e com motivos de desenhos animados. Curioso foi, também, o facto de (ao contrário do que acontecia, na mesma altura, com os iô-iôs comercializados pela Russell) esta 'febre' não se ter estendido a qualquer outro logotipo ou tipo de bebida - as toalhas 'da moda' eram APENAS, e só, as da Coca-Cola.

As origens da súbita 'proliferação' deste tipo de toalha poderão ter estado na mesma promoção que também ajudou a popularizar os 'bips' entre toda uma geração, mas a certa altura, os referidos items extravasaram os confins de qualquer iniciativa profissional, aparecendo (e com frequência) em lojas tanto de lavores como de praia, ao lado de outros artigos não associados a qualquer marca - coincidindo este período com o da sua maior popularidade entre as crianças e jovens.

Fosse qual fosse o contexto que deu origem a esta breve mas marcante 'febre', a verdade é que, durante vários Verões de finais do século XX, uma larga fatia da população jovem portuguesa 'trabalhou para o bronze' sobre um logotipo da Coca-Cola, provavelmente ao lado de vários amigos que ostentavam, com orgulho, precisamente o mesmo item - prova cabal, como se ainda fosse necessário, do poder que um logotipo memorável e uma boa estratégia de 'marketing' podem ter junto de uma determinada demografia...

21.08.22

NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 20 de Agosto de 2022.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.

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Para muitas crianças e jovens das últimas décadas do século XX, o período de férias de Verão (as chamadas 'férias grandes') era sinónimo com uma mudança de paradigma, ou pelo menos com uma mudança de 'ares', normalmente como consequência de uma viagem ou deslocação para um ambiente diferente daquele que experienciavam todos os dias - fosse dentro do País ou no estrangeiro.

De facto, apesar de a maioria das crianças portuguesas da altura ir, de uma maneira ou de outra, passar o Verão 'fora', o leque de experiências e vivências dessa mesma geração nos meses de maior calor dividia-se, pelo menos, nas duas grandes categorias mencionadas no final do parágrafo anterior, as quais, por sua vez, se dividiam em diversas sub-categorias; quem 'ia para fora cá dentro', como rezava um famoso 'slogan' turístico da altura, tanto podia fazê-lo na sua casa de férias própria (sendo as zonas 'da moda' da altura, além do Algarve, áreas como o Baleal, a Ericeira ou a barragem de Castelo de Bode) como em casa de familiares - normalmente os avós ou tios - usufruir do conforto alugado de um andar, hotel, ou 'resort' 'da moda', ou até ir passar uma quinzena numa colónia de férias, longe da família mas na companhia de dezenas de outras crianças da mesma idade.. De igual modo, quem decidia ir para o estrangeiro tanto podia optar por destinos puramente veranis, como o 'corriqueiro' Sul de Espanha, como aproveitar para visitar família emigrada, e com eles passar uns dias ou semanas.

Experiências, no fundo, não muito diferentes das dos jovens de hoje em dia, mas que se desenrolavam numa conjuntura bastante diferente, com poucas ou nenhumas soluções tecnológicas, e com bastante menos facilidade de deslocação - o que apenas ajudava a tornar aqueles períodos de férias ainda mais valiosos; afinal, na época em que as férias eram caras e as chamadas telefónicas primavam por esporádicas, após terminado o interregno, era sempre uma incógnita se, ou quando, o mesmo se tornaria a repetir, e quando se voltaria a conviver ou até falar com os familiares visitados.

Isto, claro, sem falar na miríade de novas vivências que umas férias proporcionavam, desde as novas amizades (e reencontro com os amigos 'de férias') até às brincadeiras impossíveis no meio de origem, passando pelos sempre apetecíveis dias de praia, pelas aventuras 'geográficas' em países desconhecidos, ou simplesmente pela comida da avó; factores que, em conjunto ou por si só, contribuíam para fazer daqueles últimos anos de férias 'pré-tecnológicas' uma memória para a vida, e uma daquelas experiências que - infelizmente - as novas gerações já só conhecerão em 'segunda mão'...

19.08.22

NOTA: Este post é respeitante a Quinta-feira, 18 de Agosto de 2022.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Desde o seu início, esta rubrica tem-se fixado em objectos adquiríveis, quer nas lojas existentes à época, quer como brinde na compra de outros produtos; no entanto, qualquer ex-criança que tenha feito férias de Verão numa zona litoral (ou que as faça, actualmente, na companhia de crianças) saberá que existe uma terceira 'categoria' de quinquilharia, muito típica desta época: a que abrange as conchinhas e seixos de cores e padrões invulgares apanhados à beira-mar aquando de uma ida à praia.

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Uma actividade de apelo intemporal

Apesar de as lojas de lembranças da época (e, presume-se, ainda de hoje em dia) estarem, regra geral, pejadas de búzios e outros brindes baseados nas conchas e corais marinhos, nenhum destes tinha, para uma criança, o mesmo fascínio do 'artigo genuíno': aquela conchinha já com um cantinho partido, mas de estrias praticamente intactas, ou o seixinho de padrão tão perfeito que quase parecia ter sido criado numa qualquer fábrica. Eram estes - e não as versões artificialmente aperfeiçoadas para uso comercial - os 'tesourinhos' que tendiam a vir para casa nos bolsos dos mini-'praieiros' daquela época, normalmente por entre vários quilos de areia; e apesar de, normalmente, o seu interesse não perdurar muito para além do fim das férias (em geral, durava apenas uns dias) a própria 'aventura' de os procurar e coleccionar valia por si mesma, e ajudava a tornar um já muito antecipado dia de praia ainda mais entusiasmante.

Tal como outras actividades de que aqui temos vindo a falar, a recolha de conchas e seixos é um passatempo intemporal, pelo que é de crer que as crianças e jovens de hoje em dia ainda se lhe dediquem com tanto afinco e entusiasmo como o faziam os seus pais com a mesma idade; afinal, o fascínio de encontrar uma 'vieira' ou búzio, ou apenas uma pedrinha de cores invulgares e apelativas, é algo que nem as mais avançadas tecnologias de realidade virtual conseguem tornar desinteressante para alguém daquela idade...

06.08.22

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

O Verão é, em Portugal, praticamente sinónimo com as idas à praia ou para parques de campismo e caravanismo – duas situações que, por sua vez, são praticamente sinónimas com os jogos de raquetes. E se, de entre estes, o 'rei' era e continua a ser o Beach Ball – que já aqui abordámos – a verdade é que os anos 90 trouxeram, pelo menos, um competidor à altura para as famosas raquetes de madeira: as luvas com velcro e bola condicentemente 'pegajosa'.

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Conhecidos no Brasil pelo nome de 'frescobol', estes híbridos de raquete, luva, e acessório de treino de artes marciais – pela maneira como eram seguros, deslizando a mão por dentro de uma pega localizada nas costas de cada raquete – foi, também, sobejamente conhecido dos 'putos' dos anos 90, tanto pelos largos momentos de diversão que proporcionava, como pela habilidade que requeria; afinal, neste jogo, não bastava atirar a bola ao ar e batê-la para o parceiro – era necessário lançá-la directamente da própria luva, à qual se encontrava colada, uma nuance que requeria tanta habilidade e 'jogo de pulso' como força por parte do lançador, sob pena de o apanhador ser obrigado a fazer uma 'acrobacia' ou ir mesmo buscar a bola ao chão. O facto de a referida bola ser aproximadamente do tamanho e peso de uma de ténis ainda tornava tudo ainda mais complicado e desafiante – e, quando corria bem, ainda mais gratificante e divertido.

Estas características, aliadas ao preço relativamente acessível e larga oferta deste tipo de jogo (à época, disponíveis em qualquer loja de praia, e mesmo em algumas lojas 'generalistas' e supermercados) fez com que o mesmo se tornasse um favorito de Verão para grande parte das crianças e jovens dessa época – uma tendência que, presumivelmente, teria continuado, não fosse o facto de este jogo (como tantos outros de que aqui falamos) ter, gradualmente, desaparecido das prateleiras, até se tornar uma daquelas anomalias nostálgicas que uma rápida pesquisa no AliExpress revela ainda existirem para compra, embora o público-alvo tenha desaparecido há pelo menos vinte anos; ainda assim, é bom saber que ainda é possível a quem teve – e adorou – este tipo de raquete apresentá-la às novas gerações, despoletando assim, potencialmente, um 'reviver' da mesma em praias e parques de campismo por esse Portugal afora, tal como se verificava no 'nosso' tempo...

 

11.06.22

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

E porque a época balnear oficialmente abriu, e o calor aperta e convida a uma ida à praia, piscina ou parque aquático, nada melhor do que recordar um dos passatempos por excelência de qualquer Saída ao Sábado desse tipo – o clássico Beach Ball, ou 'jogo das raquetes'.

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O clássico 'design' da grande maioria das raquetes deste tipo comercializadas em Portugal durante os anos 90

Uma das poucas actividades verdadeiramente intemporais abordadas neste blog (ainda hoje é possível ver pessoas de todas as idades a disputar uma partida em qualquer praia de Norte a Sul do país, e a clássica 'redinha' com duas raquetes de madeira ou plástico e uma bola de borracha continua a ser omnipresente em qualquer loja de praia, e até em lojas generalistas ou de bairro) o Beach Ball é um daqueles jogos sem regras definidas, e que convidam cada par ou grupo a inventar as suas próprias variantes – há quem delimite 'campos', há quem simplesmente se coloque a uma certa distância, há quem permita dois toques enquanto outros apenas admitem um único....em suma, cada um joga da maneira que mais lhe aprouver, sem grandes preocupações quanto às regras.

O 'outro lado' desta questão surge, claro, quando jogadores habituados a jogar de forma distinta se juntam, causando potenciais discordâncias quanto ao que é, ou não, permitido – no fundo, o mesmo problema que se coloca com o popular jogo de cartas Uno; no entanto, muito mais do que com o referido jogo, qualquer 'desavença' resultante de experiências distintas tende a ser rapidamente sanada em nome da diversão conjunta.

Qualquer que seja a forma de jogar de cada indivíduo, no entanto, uma coisa é certa – o Beach Ball foi, é e certamente continuará a ser, para a maioria dos jovens portugueses, sinónimo com o Verão e a praia, merecendo, portanto, ser o primeiro tema contemplado no início desta nova época balnear.

21.08.21

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.

E numa altura em que se avança a passos rápidos para o fim do Verão, nada melhor do que aproveitar o calor que ainda se faz sentir com umas idas até à praia, ao bom estilo ‘puto dos anos 90’. Ou seja: com as forminhas, as raquetes, as belas das sanduíches, e dinheiro no bolso para uma bola de Berlim ou língua-da-sogra. O ponto de encontro é debaixo da Bola Nivea da Praia dos Pescadores, OK?

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Uma praia da Costa da Caparica, Lisboa, nos anos 90, com a tradicional 'bola Nivea' ao centro.

Agora a sério, a experiência de ir à praia enquanto criança não mudou assim tanto nos últimos trinta anos; continua a envolver areia – areia nos pés, nas toalhas, nos calções, no cabelo – água (para tomar umas belas ‘banhocas’ e dar uns ainda melhores mergulhos) bolos e sanduíches à sombra do guarda-sol, brincadeiras com os amigos (ou conversa até anoitecer, no caso dos mais velhos) e aquela sensação de cansaço bom, na volta, que faz adormecer ainda no carro ou na camioneta. Ou seja, todas as peças fundamentais do ‘bolo’ estão lá – o que muda são apenas os enfeites.

Isto porque algumas das principais diversões infantis dos anos 90 caíram um pouco no esquecimento – ou antes, no desuso – nas últimas décadas. Enquanto os jogos de bola ou a construção de castelos de areia ou ‘fossos’ mesmo junto ao mar (que rapidamente se enchem, claro) continuam a ser focos de interesse para os banhistas mais novos, alguns dos apetrechos mais comuns nas praias portuguesas dos anos 90 - as pranchas de bodyboard de tamanho e grafismo infantil, por exemplo, ou os colchões flutuadores, ou ainda as barbatanas e óculos de mergulho para ver debaixo das ondas – desapareceram quase por completo da beira-mar, vivendo, hoje em dia, apenas na memória dos pais e mães das crianças que hoje correm, de peito mais ou menos feito, para a água. Até mesmo as famosas raquetes parecem, hoje em dia, ter significativamente menos praticantes…

Ainda assim, como o regresso da Bola Nivea às praias da Costa da Caparica, em Lisboa parece indicar, existe ainda grande nostalgia por aqueles tempos inesquecíveis, em que cada ida à praia era uma experiência inesquecível, que ajudava a ‘fazer’ o Verão…

Um dia típico numa praia portuguesa dos anos 90, com os cumprimentos do YouTube.

 

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