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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

12.07.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quinta-feira, 10 de Julho de 2025.

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Um dos pontos altos do Verão de qualquer português é (ou, pelo menos, era) o aparecimento do novo cartaz da Olá. Pode parecer surpreendente que algo tão simples quanto novas opções de gelado para consumir possa entusiasmar genuinamente um ser humano, mas é precisamente isso que se passa, todas as épocas balneares, quando a principal companhia do ramo a operar em Portugal traz a lume as suas novidades, bem como alguns 'velhos conhecidos' já com estatuto quase perene – o que pode fazer esquecer o facto de que, algures em tempo, também eles foram novidades.

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Foi, precisamente, esse o caso, no primeiro Verão da década de 90, com um hoje 'decano' das arcas congeladoras nacionais, e escolha sólida para quem quer apreciar um gelado sem gastar muito dinheiro: o Feast, um dos 'clássicos' da companhia, ao lado dos inescapáveis Magnum, Cornetto, Calippo, Mini Milk, Solero (ele próprio uma 'invenção' dos anos 90) e da 'trilogia de mascotes' composta por Epá, Perna de Pau e pelo regressado Super Maxi. E se, ao contrário destes, o Feast não se afirma como 'gelado preferido' de ninguém, a verdade é que este clássico leva já três décadas e meia como melhor 'opção de recurso' para quem tem pouca imaginação ou dinheiro – talvez atrás apenas do referido Super Maxi.

Não que o gelado em si seja mau – antes pelo contrário, a combinação de 'crosta' crocante com interior achocolatado (por oposição à habitual baunilha) e mais duro do que o esperado proporciona uma experiência degustativa interessante. No entanto, a falta de uma 'mascote' de apoio e de um conceito mais interessante e apelativo do que 'gelado com interior duro' fazem com que o Feast fique, por vezes, um pouco 'esquecido' naquele seu eterno canto do cartaz, agora já sem mesmo a companhia do Krisspi, seu 'comparsa' naqueles idos anos de finais do século XX. Por aqui, no entanto, não o esquecemos (é mesmo dos mais consumidos entre os gelados da Olá) e fazemos questão de celebrar os trinta e cinco anos de um 'clássico eterno' da geladaria industrial portuguesa.

11.07.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 9 de Julho de 2025.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

No tocante a autores de vulto da literatura portuguesa contemporânea, o nome de José Saramago é incontornável. Embora pouco consensual, o malogrado escritor continua a ser um dos primeiros em quem se pensa quando o assunto são obras literárias criadas em Portugal, e mesmo quem não é apreciador é obrigado a reconhecer não só o talento como a importância de Saramago para o desenvolvimento da ficção em 'Português europeu'. E um dos principais livros de que imediatamente se fala ao trazer à baila o autor – que teve, inclusivamente, direito a adaptação cinematográfica 'Hollywoodesca', com Julianne Moore – é a obra que completa, este ano, trinta anos de existência: 'Ensaio Sobre A Cegueira'.

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Capa da edição original da obra.

Tão sinónimo com o escritor português como o histórico 'Memorial do Convento', 'Ensaio Sobre A Cegueira' prova que a evolução da prosa de ficção, e dos gostos de quem a lê, pouco ou nenhum efeito tiveram sobre Saramago, que aplica nesta obra de 1995 o mesmo exacto estilo estabelecido nas suas primeiras criações, mais de três décadas antes, e que se tornou algo 'memético' entre os leitores portugueses; estão aqui as longas frases com excesso de vírgulas, as interpelações em discurso directo violadoras das leis gramaticais, e todos os restantes recursos estilísticos que se tornaram quase indistinguíveis da escrita do autor.

É, pois, necessário ultrapassar esta primeira 'barreira' para que se consiga, verdadeiramente, apreciar a trama da obra, uma variação sobre o tema da epidemia pós-apocalíptica (que hoje seria, talvez, chamada de pandemia) neste caso com efeito sobre a visão humana, conforme explicitado no título da obra. Pretexto para Saramago explorar as formas como as suas diversas personagens – todas identificadas, não por nome, mas por características distintivas ou posição social – lidam com a recém-adquirida deficiência, e como esta os afecta psicologicamente. Um conceito bastante interessante, e que se prestou muito bem à filmagem por Fernando Meirelles (de 'Cidade de Deus'), que permitiu que a história se sobrepusesse à linguagem escrita de Saramago.

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Cartaz do filme de 2008.

Foi, pois, com justiça que 'Ensaio Sobre A Cegueira' adquiriu, quase desde logo, estatuto de 'clássico moderno' da literatura portuguesa, não só por virtude de quem assinava a obra, mas também pela qualidade da trama e da escrita da mesma. Não podíamos, pois, deixar de lhe dedicar algumas linhas neste nosso 'blog', no ano em que se celebra o seu trigésimo aniversário.

08.07.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Segunda-Feira, 07 de Julho de 2025.

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Na última Segunda de Sucessos, passámos em revista a carreira do duo romântico Anjos, hoje de novo na ribalta devido a um mediático processo judicial em que se encontram envolvidos. Nessa ocasião, fizemos também menção ao programa que ajudou a lançar o duo, 'Casa de Artistas'; nada melhor, portanto, do que dedicarmos agora algumas linhas a esse importante, mas esquecido, formato televisivo.

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Uma das poucas actuações do programa registadas na Internet actual.

Exibido pela RTP, com apresentação da então veterana dos ecrãs, Serenella Andrade, 'Casa de Artistas' (não confundir com o 'reality show' brasileiro, 'Casa DOS Artistas') podia ser descrito como um sucedâneo de 'Chuva de Estrelas', mas sem a vertente teatral e de reprodução dos visuais dos artistas homenageados, e com a característica única e distintiva de os participantes serem, forçosamente, membros da mesma família, regra que permitiu que os irmãos Rosado tomassem parte, e eventualmente se sagrassem vencedores. As diversas famílias concorrentes em cada programa competiam, pois, entre si, cabendo ao júri do programa escolher um vencedor final - um formato entre o concurso tradicional e 'talent shows' como o posterior (e bastante mais lembrado) 'Ídolos', e dos ainda mais posteriores 'Factor X' e 'The Voice Portugal', este último ainda hoje no ar. que apresentava alguma originalidade, e que fazia crer que 'Casa de Artistas' viesse a ser bastante mais recordado do que de facto é.

Efectivamente, apesar da premissa original e vertente competitiva, o programa em causa encontra-se, hoje, algo Esquecido Pela Net, sendo recordado apenas e só no contexto do início de carreira dos Anjos – razão mais que suficiente para que este nosso blog, 'especialista' em 'desenterrar' elementos esquecidos da vida de então, lhe dedique algumas linhas, e o procure trazer, novamente, para a ribalta, tal como sucedeu recentemente com os seus mais famosos e mediáticos vencedores.

29.06.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 27 e Sábado, 28 de Junho de 2025.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

Em tempos, falámos nesta mesma rubrica das diversas cadeias de 'fast fashion' que, desde o advento dos 'shoppings' em finais dos anos 90, têm vindo progressivamente a substituir as lojas de roupa e boutiques tradicionais. Nessa ocasião, fizemos menção passageira às duas cadeias que, nessa mesma altura, surgiram para fazer frente às lojas de desporto de bairro, acabando por se tornar a nova referência para a compra de roupa e artigos de desporto. Nada melhor, pois, do que dedicarmos este 'post' triplo a uma análise mais alargada desses estabelecimentos, ambos ainda hoje em actividade, embora apenas um ainda em território português.

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E comecemos, precisamente, por esse, estabelecido em 1997 e durante as décadas seguintes parte do gigantesco Grupo Sonae, do qual servia como 'ramo' desportivo. Falamos, claro está, da icónica Sport Zone, a grande superfície dedicada ao desporto que, durante as duas primeiras décadas do século XXI, teve o quase monopólio deste sector comercial no mercado nacional, graças à sua boa relação preço-qualidade, grande variedade de artigos à escolha (e para todos os orçamentos) e algum cuidado no 'design' das peças das suas marcas próprias - a Berg, mais dedicada à caminhada e montanhismo, e a Deeply, mais voltada para o 'surf', bodyboard e outros desportos aquáticos.

Este conjunto de características fazia com que uma visita a uma qualquer Sport Zone (e continua, até hoje, a haver uma em praticamente todas as grandes superfícies ou zonas comerciais de destaque em Portugal) fosse quase garantia de se encontrar fosse o que fosse que se procurava, e a um preço muito competitivo em relação às lojas de bairro, cujo teor independente obrigava à cobrança de valores mais altos por cada artigo. Não é, pois, de admirar que, naqueles primeiros anos do Novo Milénio, a maioria dos portugueses acorresse a uma das lojas da cadeia de Belmiro de Azevedo para colmatar as suas necessidades em termos de material desportivo.

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Este monopólio da consciência popular nacional não correspondia, no entanto, a um monopólio comercial, já que uma outra cadeia, de cariz internacional, fazia, no mesmo período, frente à Sport Zone, almejando uma presença e variedade tão grande ou maior do que esta. Tratava-se da suíça Intersport, que, a acrescer a todos os benefícios da Sport Zone, tinha ainda a vantagem de três décadas de experiência adicional, e de uma ligação a diversos eventos desportivos de monta, com destaque para os Jogos Olímpicos, dos quais era a fornecedora oficial. Assim, era também com naturalidade que os portugueses recorriam a esta cadeia como alternativa à nacional Sport Zone, tendo a Intersport gozado, mesmo, de vários anos de monopólio, no período anterior à criação da marca da Sonae.

Tendo isto em conta, foi com alguma surpresa que os portugueses assistiram à retirada da Intersport do mercado português, algures nas últimas duas décadas, cedendo definitivamente à Sport Zone a parcela maior do sector de artigos desportivos a nível nacional – um desaparecimento que se torna ainda mais surpreendente ao perceber que, em outros países do estrangeiro, a marca continua forte, e a afirmar-se como uma referência no seu sector. Em Portugal, no entanto, essa distinção pertence, hoje, à Decathlon, a 'sucessora' da Intersport na concorrência à Sport Zone, e que almejou ser mais bem sucedida do que qualquer delas, sendo hoje o principal destino dos desportistas e caminhantes amadores nacionais. A 'decana' das grandes superfícies desportivas continua, no entanto, a ter, ela mesma, um grau considerável de sucesso, assegurando que, tal como sucedia há três décadas, os aficionados de desporto portugueses continuam a ter escolha no tocante a artigos e roupas para a prática da sua actividade favorita.

 

26.06.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Quarta-feira, 25 de Junho de 2025.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Eram prática corrente sempre que era preciso auto-financiar uma viagem de finalistas ou visita de estudo, ou sempre que a escola, clube desportivo ou paróquia queria adicionar um incentivo extra para comparecer na sua festa de Natal ou em qualquer outro evento dessa índole. Ensinavam às crianças e jovens auto-confiança, ousadia, gestão de risco e o valor do trabalho, mas também a 'lei do menor esforço' e a arte de 'se safar', à boa maneira portuguesa. Eram, para uns, um frete e, para outros, um divertido desafio. E, como tantas outras coisas de que falamos nesta e noutras rubricas, caíram em desuso na era digital, a ponto de se encontrarem quase ausentes da sociedade actual - pelo menos da mais urbanizada – preteridas em favor dos mais simples e económicos sorteios digitais, por 'email', 'app' ou nas redes sociais. Falamos das rifas, aqueles pedacinhos de papel arrancados de um bloco, à maneira dos cheques ou bilhetes da altura, e que podiam deter em si o acesso a um prémio (mais ou menos) apelativo, ligado ao evento em causa e, mais que provavelmente, custeado pela própria organização.

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O desafio era sempre o mesmo: ser o primeiro a vender todas as rifas do seu bloco ou, pelo menos, conseguir vender mais do que os colegas. Em teoria, o cumprimento de tal objectivo passaria pela abordagem de estranhos que parecessem dispostos a investir no evento infanto-juvenil associado ao sorteio; para a grande maioria dos alunos portugueses da época, no entanto, tratava-se apenas de convencer os familiares (e, quiçá, um ou outro amigo mais próximo) a darem 'uma ajuda', já que poucos eram os que verdadeiramente tinham coragem de 'jogar' da forma correcta, ou seja, de falar a estranhos em plena rua ou mesmo nas lojas ou cafés do bairro. Fosse qual fosse a forma de chegar ao objectivo, no entanto, o que contava era mesmo a angariação de fundos, essencial para qualquer que fosse o objectivo da organização do sorteio propriamente dito, e que nunca deixava de ser substancial.

Conforme já referimos, no entanto, as rifas 'físicas' caíram um pouco em desuso com o avançar da era digital, tendo as Gerações Z e Alfa, presumivelmente, encontrado outra forma de ganhar carácter e auto-confiança. Para quem alguma vez levou para casa um 'caderninho' de rifas para o sorteio da escola, no entanto, aqueles 'bilhetinhos mágicos' ficarão, ainda e sempre, associados a tempos mais simples, em que tentar convencer o pai ou a mãe a contribuir para a causa em questão era a maior das suas preocupações nessa semana...

25.06.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Terça-feira, 24 de Junho de 2025.

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

De entre todos os 'veteranos' da televisão portuguesa de finais do século XX, um, em particular, destacava-se pela sua capacidade de comunicar com as crianças e jovens ao seu nível, sem paternalismos, bem como de criar formatos televisivos apelativos para essa mesma demografia, que ele próprio se encarregava de apresentar. Falamos, claro, de Júlio Isidro, o já então 'decano' dos pequenos ecrãs (levava, à época, quase três décadas de actividade) responsável por clássicos infanto-juvenis em décadas anteriores (de 'O Passeio dos Alegres' a 'Clube Amigos Disney') e que, à entrada para os últimos dez anos do Segundo Milénio, procurava manter esse estatuto com mais um formato com tudo para agradar ao seu público-alvo. É desse programa, sobre cuja se celebram na próxima semana trinta e cinco anos, que falamos nas linhas abaixo.

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Na linha de propostas semelhantes da mesma época, mas mais ambicioso do que estas, 'Oito e Oitenta' propunha um conceito mais baseado na perícia, destreza e habilidade do que nas capacidades mentais ou conhecimentos, destacando-se assim, desde logo, da concorrência. As equipas participantes eram formadas por alunos de dois estabelecimentos de ensino distintos e sem qualquer relação entre si, que se 'degladiavam' em confronto directo pela oportunidade de ganhar os habituais prémios patrocinados, neste caso pela Coca-Cola. Por entre provas, havia também lugar aos quase obrigatórios momentos musicais, protagonizados pelos artistas mais 'na berra' (os GNR, por exemplo, partilharam nas redes sociais um vídeo da sua actuação no programa).

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Uma fórmula, portanto, que tinha tudo para agradar à demografia a que apontava, mas que, infelizmente, acabou por não ir além dos treze episódios (o equivalente a uma 'temporada', em termos televisivos) nem tendo chegado a terminar o ano no ar – um desempenho desapontante, numa época em que os concursos ficavam no ar durante períodos bastante mais prolongados, e que terá deixado o veterano Isidro a ponderar o que havia corrido mal; felizmente, a carreira do apresentador não viria a sofrer em consequência desta aposta menos ganha, continuando o mesmo a entreter os espectadores portugueses até aos dias de hoje. Já 'Oito e Oitenta' permanece 'eternizado' nos Arquivos RTP, pronto a ser 'redescoberto' por quem na altura o via - ou quem não sabia da existência, mas ficou interessado após ler as linhas acima...

24.06.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Segunda-Feira, 23 de Junho de 2025.

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

Já aqui, anteriormente, falámos dos Excesso e D'Arrasar, duas das principais 'boy bands' portuguesas; no entanto, aquando desse 'post', deixámos de fora outros dois grandes nomes da música popular vocal da altura – os Millennium (a terceira grande 'boy band' nacional) e a dupla constituída pelos irmãos Rosado (Nélson e Sérgio) sob a denominação Anjos. Numa altura em que estes últimos voltam a estar na ribalta, devido a um processo jurídico movido contra a humorista Joana Marques, nada melhor do que dedicar algumas linhas àquela que continua a ser uma das grandes referências do seu nicho no nosso País.

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Nascidos na Margem Sul do Tejo mas com raízes alentejanas, os irmãos Rosado desde cedo principiaram a seguir o seu sonho, tendo ingressado na Academia de Música ao completarem sete anos, e dado o seu primeiro espectáculo pago quando o mais velho dos dois, Nélson, contava apenas doze anos, e o irmão apenas oito. Por essa actuação – a primeira de muitas – receberam quinze mil escudos, uma autêntica 'fortuna' para 'putos' dos anos 80, e que servia como uma espécie de antevisão do que o futuro reservava aos dois.

Ainda assim, os futuros Anjos não 'embandeiravam em arco', e continuavam a conciliar a música com a escola e o futebol, sem, no entanto, deixarem de 'agarrar' qualquer oportunidade que surgisse para mostrarem o seu talento. Foi esta abordagem que lhes permitiu, já no final da adolescência, em 1996, participar no programa 'Lugar Aos Mais Novos', da Rádio Renascença e, no ano seguinte, na 'Casa dos Artistas' da RTP, saindo vencedores de ambos – mais um augúrio auspicioso para o que esperava os irmãos a breve trecho.

Após este sucesso enquanto dupla, Nélson e Sérgio ingressaram nos Sétimo Céu, uma tentativa de 'concorrente' a Excesso e D'Arrasar que não deu certo, durando menos de um ano. Longe de se deixarem desanimar, os dois irmãos viram este percalço como uma oportunidade para, mais uma vez, trabalharem como dupla, dando oficialmente e definitivamente início ao percurso dos Anjos no panorama musical português, corriam os últimos meses do Segundo Milénio. Era a convite de uma produtora nacional que a nova dupla – cujo nome remetia a uma 'alcunha' dada aos jovens pela sua avó – surgia na 'cena' popular nacional, e seria também, quiçá, essa ligação a permitir aos irmãos gravar o primeiro álbum, 'Ficarei', logo nesse ano de 1999, estabelecendo desde logo a sua fórmula assente na 'pop' romântica, com ênfase nas vozes dos dois integrantes. Ainda antes do final do Milénio (embora já nas últimas semanas do mesmo) o álbum viria a ser relançado com uma música adicional – o mega-sucesso de Natal 'Noite Branca', em que Sérgio e Nélson Rosado surgiam em dueto com a cantora Susana.

Estava dado o mote para (à data deste 'post') duas décadas e meia de carreira, nem sempre com tanto sucesso como naqueles primórdios, mas sempre com uma audiência cativa e pronta a 'apadrinhar' cada novo lançamento da dupla, o último dos quais remete já a 2022. Ainda assim, os Anjos continuam a usufruir de fama suficiente para serem convidados a cantar o hino nacional no início de eventos – privilégio que está na base do actual processo movido a Joana Marques, e que se vai, desde Julho de 2024, 'arrastando' em tribunal. Qualquer que seja o resultado do mesmo, no entanto, o impacto dos Anjos no panorama da música romântica em português está estabelecido, e dificilmente poderá ser negado, merecendo-lhes o destaque nesta nossa rubrica dedicada a artistas musicais nostálgicos.

23.06.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 21 de Junho e Domingo, 22 de Junho de 2025.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

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Já aqui repetidamente mencionámos o facto de não ser, de todo, preciso grande complexidade de conceitos para entreter as crianças de finais do século XX; pelo contrário, alguns dos mais memoráveis brinquedos desse período primam pela simplicidade, bastando lembrar as 'febres' que foram as Ondamanias e os 'Diabolos'. Este paradigma estendia-se, também, a brinquedos que simulavam objectos ou elementos da vida real, estando por detrás não só de linhas como Lego Duplo, Playmobil e Pinypon, como também de brinquedos como os que abordamos neste 'post' duplo de fim-de-semana.

Isto porque, numa era em que o controlo remoto se principiava ainda a impôr, os aeromodelos eram caros e os carrinhos à escala eram a melhor opção para simular deslocações veiculares, não é de espantar que um brinquedo grande, relativamente económico e extremamente versátil (capaz de preencher tanto um Sábado aos Saltos como um Domingo Divertido) captasse a atenção das crianças. E era, precisamente, isso que acontecia com os barcos de brincar, muitos dos quais reuníam muitas ou todas as características supracitadas.

De facto, os anos 90 viam surgir nas drogarias, lojas de brinquedos e até lojas 'dos trezentos' todo o tipo de barcos à escala, desde os preparados para verdadeiramente 'navegar' ou 'velejar' (e que podiam ser testados na banheira de casa ou, pelos mais valentes, num curso de água exterior) até modelos de corda, ou outros que mais explicitamente se destinavam a um Domingo Divertido em casa, longe da água, ou até mesmo apenas à decoração de prateleiras, como o lendário e icónico barco pirata da Playmobil – isto sem falar daqueles que apresentavam 'função múltipla', afirmando-se como adequados para todas as funções supracitadas.

Fosse qual fosse a variante escolhida, no entanto, a diversão e o exercício da imaginação estavam garantidos, numa época em que a mente era mesmo o principal recurso para quem quisesse 'visitar' ou embrenhar-se em outros mundos. Talvez por isso tantas crianças, de ambos os sexos e de todas as idades, tivessem no quarto ou armário um qualquer tipo de barco de brincar, pronto a 'levantar âncora' sempre que para isso houvesse vontade...

21.06.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 20 de Junho de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

O início dos anos 90 viram ter lugar uma mudança de paradigma no tocante ao produto cinematográfico de Hollywood, em mais do que uma vertente. Para além das mudanças na apresentação e estética dos filmes considerados 'blockbusters', assistiu-se também a um influxo de realizadores estrangeiros – nomeadamente asiáticos e europeus – que trouxeram consigo as influências do cinema dos seus respectivos países e regiões, incorporando nos seus filmes elementos estilísticos e temáticos a que os espectadores norte-americanos não estavam necessariamente habituados, e estabelecendo assim uma reputação como criadores de 'cinema de autor' que, ao mesmo tempo, conseguia ser bem aceite pelas massas. E se John Woo e seus comparsas se centravam sobretudo no estilo, com recurso à câmara lenta e inclusão de simbologia visual, o contingente europeu preferia destacar-se pela inclusão de temáticas humanistas e filosóficas naquilo que, regra geral, seria apenas 'mais um' filme de acção ou suspense. Um dos melhores exemplos desta abordagem estreou nas salas de cinema nacionais há pouco mais de trinta anos (a 28 de Abril de 1995) e granjeou imediatamente o estatuto de obra de culto para amantes de 'thrillers' mais cerebrais e menos imediatistas.

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Falamos de 'Léon – O Profissional', o 'thriller' responsável por lançar em Hollywood não só os seus dois actores principais – o francês Jean Reno e uma jovem Natalie Portman, para quem este era o primeiro papel cinematográfico – como também o seu realizador, Luc Besson, que rapidamente ficaria conhecido como um dos melhores 'balanceadores' de estilo e conteúdo do período em causa. E a verdade é que essas qualidades ficam bem vincadas neste filme, que, apesar de longe dos excessos visuais de 'O Quinto Elemento' e outros filmes do realizador, tem um estilo visual próprio, que complementa uma trama centrada, não em tiros e cenas de acção, mas no relacionamento do titular assassino a soldo com a menina que resgata após a morte dos pais – um elemento que Reno e, sobretudo, Portman (em extraordinária actuação para uma criança de apenas 13 anos e sem qualquer experiência no ramo) conseguem transmitir de forma exímia, dando ao filme um 'centro' emocional que muitas outras obras do estilo nunca chegam a almejar.

Não admira, pois, que 'Léon – O Profissional' seja ainda hoje alvo de elogios por parte da crítica especializada, e conste das listas de favoritos de muitos cinéfilos (nacionais e não só) com preferência por filmes com alguma 'substância' a ancorar os momentos de emoção e acção. Mais – nas três décadas subsequentes, o filme quase não 'envelheceu', quer do ponto de vista visual quer a nível do enredo e temáticas, continuando a constituir uma excelente base para uma Sessão de Sexta, e a justificar algumas breves linhas a seu respeito neste nosso 'blog' nostálgico.

19.06.25

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Uma das grandes curiosidades na aproximação de cada época balnear é saber que gelados a Olá vai adicionar ao seu já icónico cartaz. Seja qual fôr a abordagem – inovação, nostalgia, ou uma mistura de ambos – é certo e sabido que haverá sempre, pelo menos, um par de gelados novos no catálogo anual da marca. Neste ano de 2025, uma dessas atracções é uma versão em cone do icónico Perna de Pau – o que, por sua vez, justifica uma pequena 'revisão' das variantes deste gelado que a Olá introduziu (e fez desaparecer) nos anos da viragem do Milénio.

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A primeira destas, lançada em 1998, foi o Perna de Pau Mega – que, como o nome indicava, era tão-sómente uma versão gigante do clássico gelado de morango, baunilha e chocolate. Com cerca do dobro do tamanho de um Perna de Pau normal (aproximando-se mais às dimensões do não menos icónico Magnum) esta variação sobre o tema fez as delícias dos fãs desse ícone da Olá durannte os dois últimos Verões do século XX, antes de ser substituído, há um exacto quarto de século, pela outra variante que aqui abordaremos, nas próximas linhas.

Falamos do Perna de Pau Moeda, um gelado de 'sanduíche' em que o exterior era de chocolate, e o interior trazia o clássico recheio de morango e baunilha, permitindo assim saborear o velho favorito de forma nova e diferente. E a verdade é que esta proposta fez sucesso entre a juventude da época, a ponto de o Perna de Pau Moeda ter sido finalista da votação que, no Verão de 2024, acabaria por fazer regressar às arcas o também histórico Fizz Limão. Mesmo saindo derrotado, no entanto, a 'sanduíche' de Perna de Pau não deixou de contar com a lealdade dos seus fãs de há vinte e cinco anos, que até hoje esperam nova oportunidade de voltar a provar esta variante, descontinuada em 2003.

Qualquer que seja o formato em que é apresentada, no entanto, é óbvio que a tradicional e icónica 'fórmula Perna de Pau' encontrará sempre o seu público, nostálgico ou mais recente. É, pois, de esperar que, este ano, se vejam muitos cones 'piratas' nas mãos de miúdos e graúdos, em praias e localidades por esse Portugal fora...

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