22.07.23
Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.
Num dos primeiros posts 'de Verão' deste nosso blog, abordámos as pistolas Super Soaker, um dos brinquedos mais instantaneamente associáveis ao calor para as crianças dos anos 90. Apesar de popular, no entanto, as referidas pistolas de água não eram tão ubíquas quanto se possa pensar, graças a uma combinação de preços proibitivos (comuns a todos os brinquedos 'da moda' do século XX) e alguma controvérsia, graças à força que os jactos de água atingiam nos modelos mais potentes; assim, muitas das crianças e jovens portugueses da época continuavam a ver-se obrigados a recorrer a métodos mais 'tradicionais' para se refrescarem a si próprios e aos amigos em dias quentes de Verão, fossem eles os banhos de piscina, mangueira ou tanque, os sempre clássicos balões de água ou os brinquedos de que falamos este Sábado, as não menos tradicionais 'bisnagas'.
Associados – como os balões de água – tanto ao Verão como ao Carnaval, os icónicos 'revólveres´ de plástico translúcido e colorido, com um 'pipo' na frente por onde entrava a 'munição', vulgo a água, não podiam faltar na gaveta de qualquer menor de idade de finais do século XX, onde esperavam a época certa para 'entrar em acção', e molhar tudo e todos ao seu redor; e ainda que os seus jactos 'às pinguinhas' fossem mais irritantes que eficazes, os mesmos não deixavam, ainda assim, de atingir o objectivo proposto, nomeadamente o de 'chatear' os amigos e os deixar desconfortáveis.
Tal como tantos outros produtos de que aqui falamos, no entanto, também as bisnagas de água caíram em desuso com o passar das décadas, até por terem deixado de estar, como dantes, disponíveis em qualquer drogaria, loja dos 'trezentos' ou superfície comercial de bairro, a um preço hoje equivalente a uns poucos cêntimos. Ainda assim, é de crer que o seu atractivo não se tenha desvanecido para as crianças da nova geração, e que as mesmas saberiam o que fazer com um destes brinquedos se o mesmo lhe fosse posto nas mãos; afinal, por muito que as mentalidades mudem, há instintos e comportamentos que são inatos a qualquer criança ou jovem, e estes produtos conseguem juntar dois – o de brincar com água, e o de irritar os amigos – assegurando assim que o seu apelo permanece intemportal...