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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

23.06.23

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Já aqui, em edições passadas, falámos de sacolas e mochilas escolares e de campismo, bem como dos peluches que certo sector da demografia infanto-juvenil noventista tendia a pendurar dos fechos das mesmas; nada mais justo, portanto, que completarmos este 'ciclo' da forma mais natural – abordando as mochilas que eram, elas próprias, peluches.

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Um exemplo bem típico do tipo de produto em causa.

Populares não só entre o público infantil como também entre a demografia feminina um pouco mais velha, estas mochilas surgiam, normalmente, numa de duas configurações: a de um animal genérico estilizado (normalmente um macaco, urso, cão ou até vaca) ou uma 'aproximação livre' a um personagem licenciado, como o cão dos Peanuts, Snoopy, ou a sempre popular versão Disney do Ursinho Puff. Escusado será dizer que, nestes últimos casos, o material nem sempre era oficial – aliás, havia maiores probabilidades de ser pirata do que reconhecido pela detentora dos direitos do personagem. Nada, claro, que parasse as crianças desejosas de levar às costas o seu personagem favorito, ainda que apenas 'mais ou menos' bem recriado...

Em termos da utilização em si, há que destacar que estas mochilas não o eram verdadeiramente, pelo menos não no sentido estrito; eram, antes, versões infanto-juvenis das carteiras-mochila (à época muito populares entre as mulheres mais adultas) mais passíveis de serem utilizadas para guardar Quinquilharias numa Saída de Sábado, ida de férias ou acampamento de Verão do que no regresso às aulas. Aliás, a própria configuração destas bolsas admitia esse propósito, oferecendo normalmente apenas uma bolsa central e uma outra com fecho-éclair, por oposição às 'milhentas' sub-divisões normalmente encontradas numa mochila escolar.

Ao contrário do que acontece com a maioria dos artigos que aqui abordamos, as 'mochilas de peluche' não desapareceram verdadeiramente, embora tenham, sim, decrescido de popularidade e assumido contornos visuais um pouco diferentes dos que possuíam na altura; ainda assim, é inegável que a maioria das crianças de hoje em dia prefere usar uma mochila ou mini-carteira 'declarada', relegando cada vez mais estes híbridos para o campo da memória nostálgica da geração que os viu nascer, e que ainda se recorda de ser da idade deles e adorar levar às costas o seu cão dálmata ou Ursinho Puff, com as suas bugigangas dentro...

19.03.23

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui referimos anteriormente que a revolução tecnológica dos anos 80 e 90 nem sempre se fez sentir apenas a um nível 'macro'; pelo contrário, as décadas em causa trouxeram igualmente uma série de novas possibilidades quase imperceptíveis, mas que viriam mudar para sempre o panorama social ocidental, nos mais diversos campos e das mais diversas formas. Como um dos principais beneficiados pelas novas tecnologias emergentes, o sector dos brinquedos não poderia, evidentemente, ficar imune a estas tendências, e os últimos vinte anos do século XX ficaram marcados por uma evolução gradual mas inegável dos brinquedos 'auto-suficientes', que, pouco a pouco, iam deixando para trás os mecanismos de corda como principal sistema propulsor, e adoptando um novo interface baseado em motores a pilhas.

De facto, da década de 80 em diante, começou a notar-se entre os fabricantes de brinquedos uma notória tendência para adicionar funcionalidades electrónicas em tantos produtos quantos possível, a fim de poder apregoar mais um atractivo aliciante à venda. Das bonecas subitamente falantes aos carros ou pistas com telecomando ou auto-suficientes, macacos tocadores de pratos, flores 'dançarinas', jogos de mesa ou armas com luz e som, foram inúmeros os tipos de brinquedo que se viram 'incrementados' com funcionalidades electrónicas durante essa década e a seguinte, tendo a globalização das pilhas e o decréscimo do custo das partes tecnológicas ajudado a acelerar a produção em massa destes tipos de produtos, invariavelmente produzidos praticamente sem custos em países como a China.

Este fenómeno, por sua vez, ajudou a que os referidos brinquedos chegassem a retalhistas que, alguns anos antes, dificilmente teriam conseguido arcar com os custos de importação, passando a ser vistos menos frequentemente em lojas de brinquedos 'finas' e cada vez mais em drogarias de bairro, lojas dos 'trezentos', máquinas de brindes, ou até a serem vendidos por comerciantes de legalidade duvidosa em plena rua.

Neste último caso em particular, havia um brinquedo que se destacava por sobre todos os outros, e que qualquer jovem dos anos 80 ou 90 terá certamente tido a dado ponto da sua infância: os cãezinhos (e gatinhos) de peluche que andavam e emitiam sons.

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Extremamente fáceis de encontrar numa qualquer 'lojeca' de bairro ou até sobre uma lona na rua, estes animais a pilhas faziam parte daquele lote de brinquedos suficientemente barato para poder constituir uma prenda 'casual' durante um passeio ao centro da cidade (à semelhança dos balões ou das bolas de sabão) e, ao mesmo tempo, divertido e resistente quanto bastasse para entreter uma criança não só no próprio dia, mas durante um período mais alargado.

Normalmente produzidos para se assemelharem a 'cocker spaniels' ou caniches (embora também fosse comum ver gatos ou 'huskies') estes brinquedos tinham uma funcionalidade simples, mas capaz de produzir largos momentos de diversão, sendo capazes tanto de andar como de se sentar, altura em que emitiam uma série de ladridos (ou miados), antes de retomarem a sua marcha; um processo fascinante para qualquer criança, e que tinha o atractivo adicional de servir para confundir e assustar os congéneres 'de carne e osso' dos pequenos animais – e quem nunca tenha activado um destes brinquedos em proximidade ao seu cão ou gato, e gozado a reacção dos mesmos, que atire a primeira pedra.

Tal como tantos outros brinquedos de que falamos nesta rubrica, também estes animais electrónicos acabaram por, ao longo dos anos, se afirmar como demasiado simplistas para agradar à 'geração iPad', acabando por perder preponderância e praticamente se extinguir do imaginário infantil de inícios do século XXI; hoje em dia, os brinquedos vendidos na rua são outros (com destaque para os famosos 'fidget spinners') e, apesar de estes simpáticos peluches 'animados' continuarem disponíveis nos habituais retalhistas grossistas (além de lojas como a Amazon e o eBay) dificilmente serão suficientes para 'encher as medidas' às crianças actuais. Quem ainda tiver o seu (ou UM dos seus, dado que a criança média portuguesa tendia a ter vários ao longo da sua vida) pode, no entanto, tentar 'apresentá-lo' aos seus filhos ou familiares mais novos; quem sabe os mesmos os apreciem o suficiente para fazer estes brinquedos – como tantos outros desta mesma época – voltar a estar na 'moda'...

18.11.22

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Até finais da década de 90, os peluches estavam conotados, sobretudo, com a primeira infância, ou, na melhor das hipóteses, com elementos mais velhos, mas do sexo feminino (vulgo, eram 'para bebés' ou 'para meninas'); essa tendência sofreu, no entanto, uma completa inversão nos últimos anos do século XX, quando os bonecos feitos do referido material, sobretudo os acoplados a um porta-chaves, foram apropriados pelo movimento alternativo, e transformados em moda adolescente entre os então denominados 'freaks', que os exibiam orgulhosamente nos fechos das suas mochilas Eastpak, Jansport ou Monte Campo, ou até nas igualmente populares sacolas de sarja

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Um exemplo bastante típico do fenómeno explorado neste 'post'.

De facto, entre o último terço da década de 90 e meados da seguinte (e, em menor escala, até aos dias de hoje) não era, de todo, incomum ver jovens de ambos os sexos com penteados ousados, calções, calças e ténis largos e 't-shirts' de marcas radicais ou alusivas a bandas de metal ou propriedades intelectuais 'de nicho' trazerem pendurado da 'pasta' um ursinho (ou uma réplica de outro objecto do dia-a-dia, como um ténis, um estojo ou um telemóvel) feito de peluche; em inícios do novo milénio, quando a cultura 'pop' norte-americana começou a chegar em maior escala ao nosso país, este acervo ver-se-ia, ainda, acrescido de réplicas dos personagens de algumas das mais populares propriedades intelectuais dessa nova vaga, entre os quais se destacam largamente os quatro protagonistas infantis do icónico 'South Park'.

E ainda que esta moda fizesse torcer o nariz a quem estava menos 'dentro' do movimento, a verdade é que a mesma era perfeitamente bem aceite por quem dele fazia parte, sendo uma das raras instâncias em que os jovens do sexo masculino não eram alvo de ridículo por parte dos colegas por uma decisão deste tipo – tendência que, aliás, se continua a verificar hoje em dia, em que o uso de peluches e outros artefactos alusivos à propriedade intelectual favorita são encorajados e utilizados com orgulho por jovens em idade de ensino secundário e até universitário. O que os mesmos talvez não saibam, no entanto, é que devem a possibilidade de expressar a personalidade desta forma à geração dos seus pais (ou, pelo menos, irmãos mais velhos), a primeira a normalizar o uso de peluches por jovens já em plena adolescência como forma de demonstrar individualidade e oposição às normas sociais estabelecidas – ainda que, como tantas outras tendências adolescentes dessa época e de outras, o mesmo se tenha popularizado ao ponto de deixar de ser uma transgressão, e se passar a inserir no campo da 'moda' pura e dura...

18.05.22

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

O mês de Maio tem tido, para as crianças e jovens portugueses das últimas décadas, um significado muito especial; isto porque – à excepção do atípico 'ano pandémico' de 2021, em que o mês escolhido foi Outubro - é neste mês que chegam às superfícies comerciais (e, por vezes, companhias privadas) uns simpáticos bicharocos arredondados, de antenas e olhos esbugalhados, prontos a serem levados para casa e a morarem na prateleira.

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Sim, falamos do Pirilampo Mágico, a mascote introduzida pelo grupo de instituições de caridade CERCI (sigla para Cooperativas de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas), em 1987, e cuja venda contribui directamente para ajudar as crianças com deficiências mentais. Originalmente revestido de peluche, e mais recentemente em borracha, o Pirilampo atravessa décadas, séculos, milénios e gerações relativamente imutável – para além do material de revestimento, a maior inovação registada foi mesmo o uso de duas cores, também em anos recentes – e sempre com um público cativo, pronto a adicionar mais um dos bicharocos à sua colecção.

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A versão mais recente do Pirilampo, com o corpo em borracha

Apesar deste carácter mais ou menos 'eterno', no entanto, não há dúvida de que foi na primeira década da sua existência que o Pirilampo teve a sua fase áurea, sendo provável que provenham dese período a maioria das memórias nostálgicas associadas à mascote das CERCI. Quem era de uma certa idade naqueles finais dos anos 80 e início ou meados dos 90 certamente se recordará de, anos depois, abrir uma gaveta e de lá de dentro 'saltar' um Pirilampo, pensado perdido após substituição pelo 'irmão' mais novo; ou talvez a memória seja de uma fila de Pirilampos de diferentes cores alinhados na prateleira, cada um com a característica fita branca com o logo das CERCI a servir-lhe de cauda. Seja qual fôr a lembrança, é quase certo que esta existe, pois havia pouco quem, à época, não adquirisse o bicharoco, senão anualmente, pelo menos com alguma regularidade.

Prova do 'estado de graça' do Pirilampo durante aqueles primeiros dez ou quinze anos era, também, a existência de diversos temas oficiais da campanha, sempre cantados por algumas das principais celebridades nacionais do respectivo ano. Estes temas chegaram, aliás, a sair em disco, primeiro em 1993 (disco que reúne a 'nata' dos grupos vocais infantis portugueses da época, com Ministars, Onda Choc e Popeline a marcarem presença nos três temas da 'cassette', ao lado de nomes como Toy, Paco Bandeira, Dulce Pontes, Marco Paulo ou Carlos Alberto Moniz) depois em 1999 (em que o CD-Single continha, como 'lado B', uma versão em 'rap' do tema, intitulada 'Pirilampo Rap'!) e, finalmente, em 2006, em comemoração antecipada dos vinte anos da campanha; resta saber se, numa altura em que se celebram exactos vinte e cinco anos sobre o nascimento da mascote, voltará a ser distribuído (agora, provavelmente, em 'streaming') alguma nova versão da música oficial da mesma...

Medley de todas as músicas do Pirilampo Mágico, da sua criação até ao ano 2000.

Seja qual fôr o caso, no entanto, é inegável que o Pirilampo Mágico constitui já parte indelével não só da cultura e calendário portugueses, como das memórias de infância de, pelo menos, duas gerações - e, tendo em conta a colaboração com a Microsoft e o Banco Montepio na campanha Building the Future, em 2021, esse paradigma não parece vir a alterar-se nos próximos anos; aos 35 anos, o Pirilampo está vivo, recomenda-se, e continua tão Mágico como sempre...

 

06.03.22

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

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Um dos primeiros tipos de brinquedo que qualquer criança recebe (e com o qual contacta), normalmente ainda antes de saber falar ou andar, são os animais de peluche. Uma prenda tradicional para bebés até uma certa idade (e, em menor escala, também para crianças um pouco mais velhas e do sexo feminino), trata-se de um brinquedo perene, que atravessa gerações com muito poucas mudanças cosméticas, e raramente sofrendo qualquer decréscimo em popularidade – afinal, qual é a criança que não fica maravilhada perante a visão de um gigantesco animal de peluche maior do que ela? Mesmo os peluches mais pequenos e 'em conta' têm um apelo intemporal, com os seus corpos feitos de material fofo e especialmente concebidos para serem abraçados e acarinhados.

Nos anos 90, este paradigma não era diferente – antes pelo contrário, esta foi a década por excelência dos quartos de menina (e, muitas vezes, também de rapariga mais velha) decorados praticamente à base de bonecas Barbie e peluches dos mais variados tipos, desde os tradicionais ursos ou coelhinhos até às inevitáveis figuras associadas a propriedades intelectuais conhecidas (ou vice versa, ou não fora esta a época dos desenhos animados feitos expressamente para vender brinquedos.) Já os rapazes sonegavam veementemente aqueles bonecos de expressão amigável da sua infância, os quais consideravam não terem lugar em meio aos seus Action Man e Power Rangers; no entanto, a figura certa – normalmente alusiva a um super-herói ou algo semelhante, e de dimensões suficientes para impressionar quaisquer potenciais visitantes – podia, ainda, encontrar um cantinho onde passar o resto dos seus dias, até ser posto na arca alguns anos depois.

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Sad Sam e Honey estiveram entre os peluches mais populares dos anos 90

Tal como acontece com tantos outros produtos que aqui abordamos (como os balões do nosso último post) também os peluches podiam ter as mais diversas proveniências, embora duas se sobrepusessem, em volume e frequência, às restantes: as lojas de brinquedos (ou secções de brinquedos de supermercados e hipermercados), de onde provinham os modelos mais caros e atractivos, e as máquinas de garra, território por excelência dos personagens 'quase-oficiais' e semi-deformados e dos ursinhos de cores estrambólicas. Outras fontes para a obtenção de peluches incluíam promoções de marcas, concursos (nos quais os mesmos serviam como prémio de consolação atractivo o suficiente para justificar a participação) e até certos produtos que os ofereciam como brinde, como foi o caso do detergente Presto com os seus famosos 'glutões'.

Qualquer que fosse a proveniência do boneco, no entanto, era quase certo que um novo peluche seria bem recebido pela maioria das crianças de uma certa idade, independentemente do sexo, bem como por um grande número de raparigas um pouco mais velhas, mas que gostavam de os ter no quarto, na prateleira ou ocupando o 'lugar de honra' junto à almofada da cama. E a verdade é que, apesar dos trinta anos entretanto volvidos (em que muitas dessas crianças tiveram, elas próprias, crianças) a situação não parece ter-se alterado grandemente – um peluche continua a ter potencial para ser o 'melhor amigo' de uma criança pequena, e estamos em crer que há, por esse país afora, muito quem continue a arrastar o seu animal preferido para junto de si para ver episódios da sua série de desenhos animados favorita...

07.07.21

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog...

…como é o caso das máquinas de ‘garra.’

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Tal como o tema do post anterior, os matraquilhos, as máquinas de ‘garra’ são, ainda, uma visão relativamente frequente, sobretudo no contexto de salões de jogos; no entanto, tal como os seus congéneres abordados na última Quarta de Quase Tudo, estas máquinas têm, gradualmente, vindo a perder a identidade que em tempos tiveram, tornando-se cada vez mais anódinas e anónimas e, como tal, cada vez menos interessantes.

Nos anos 90, no entanto, este tipo de jogo – acessório quase obrigatório em cafés, ‘tascas’ e bares por esse Portugal fora, especialmente na primeira metade da década - era um verdadeiro deleite para quem gostasse de brindes em molde ‘tão mau que é bom’, em particular peluches ‘quase’ oficiais, dos quais a mesma máquina dificilmente teria dois iguais. Qualquer criança dos anos 90 recordará com afeição aqueles ursinhos de cores ‘estrambólicas’, ou os Silvestres, Patos Donald e Super Mários de feições meio ‘tortas’ e tufos de ‘pêlo’ onde os mesmos nunca haviam existido, que, não fazendo esquecer os originais e oficiais, tinham ainda assim aquele charme único dos produtos de cntrafacção. Hoje em dia, este tipo de boneco intemporal foi substituído por réplicas, todas iguais e provavelmente licenciadas, de qualquer que seja a propriedade intelectual ‘da moda’ – o que, apesar de mais honesto e legítimo, não tem o mesmo factor de imprevisibilidade das máquinas dos anos 90.

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Exemplos de máquinas de 'garra' modernas, com peluches oficialmente autorizados

O mesmo, aliás, se passa com os outros brindes encontrados nas versões modernas destes jogos. Embora os produtos electrónicos ‘rafeiros’ ainda abundem entre os prémios possíveis de certas máquinas, conseguir um leitor de mp3 de há 20 anos continua a perder pontos relativamente a ‘sacar’ um relógio de pulso a imitar bom, e uma PSP falsa com um emulador de NES não chega nem aos calcanhares de um Brick Game (que, para ser sincero, era um prémio genuinamente bom, dos melhores que se podiam conseguir neste tipo de máquina).

Enfim, embora o princípio seja o mesmo (e mesmo assim, nem sempre) a verdade é que as versões modernas das máquinas de ‘garra’ ficam a perder, e muito, para as suas congéneres dos anos 90; se não acreditam, basta perguntar a quem já jogou nas duas, e ver as respostas…

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