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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

29.06.23

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

De entre todos os tipos de publicação disponíveis no mercado português durante a década de 90, as revistas de jogos e informática estavam entre as que mais interesse suscitavam ao público infanto-juvenil, a par das de banda desenhada, música, celebridades ou especificamente dirigidas a essa demografia: o sector masculino, em particular, era ávido consumidor deste tipo de periódico, o qual constituía, à época, o principal recurso para conhecer as novidades no campo tanto do 'software' (jogos e programas informáticos) como do 'hardware', ou seja, os próprios recursos técnicos e tecnológicos por detrás do desempenho de um computador ou consola. E se no primeiro caso as líderes de mercado eram a 'Mega Score' e a 'Bgamer', sem grandes hipóteses para a maioria da concorrência, no segundo, um único nome era incontornável no Portugal dos 90s: a PCGuia.

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Exemplar da revista com o grafismo original.

Fundada em 1995, e inicialmente vinculada ao grupo Cofina, a nova revista não tardou a afirmar-se como referência no sector dos periódicos tecnológicos, devido, sobretudo, ao facto de não haver à época em Portugal qualquer outra publicação nos seus moldes. De facto, muito mais do que uma simples 'revista de jogos', ou seguidora das tentativas simplistas de lançar uma 'revista de computadores' feitas até então, a 'PCGuia' procurava ser aquilo que o seu nome indicava – um guia para utilizadores informáticos, e para aqueles que procuravam iniciar-se nesse mundo, ou simplesmente melhorar os seus recursos dentro do mesmo.

Assim, o conteúdo da revista tendia a misturar os melhores elementos de uma 'ProTeste' (e de outras revistas especializadas da época) com os da referida 'Mega Score', apresentando testes sérios, sóbrios e detalhados a computadores, sistemas e programas (entre os quais, claro, alguns jogos) ao mesmo tempo que dava conta das últimas novidades e dos mais entusiasmantes avanços tecnológicos a esperar no futuro, tornando-se assim uma valiosa 'aliada' dos consumidores informáticos na hora de decidir em que investir o seu dinheiro – o que, numa época em que a tecnologia primava ainda por preços exorbitantes, a ajudava a destacar-se dos restantes periódicos do ramo.

A juntar aos conteúdos verdadeiramente úteis e de qualidade cuidada estava, ainda, o principal atractivo da 'PCGuia' para grande parte do público jovem nacional – o CD-ROM (mais tarde DVD) recheado de versões de teste ou gratuitas do mais variado tipo de programas, alguns dos quais do interesse activo desta demografia. Tal como acontecia com a 'Mega Score', 'Bgamer' e mais tarde a 'Player', esta adição era, muitas vezes, suficiente para justificar o preço de capa, já que os programas nela veiculados tendiam a ter bastante uso por parte dos compradores.

Esta combinação de conteúdos de qualidade com um 'brinde' apetecível terá, aliás, sido o principal factor por detrás do sucesso da revista, que – ao contrário do que acontece com muitas das publicações que aqui recordamos – continua a marcar presença nas bancas nacionais a cada mês, embora agora em versão '2.0', e já sem o apoio do grupo editorial lisboeta. Significa isto que a revista, nascida na era do Windows 95, marcou já presença em quatro décadas da vida quotidiana portuguesa, durante as quais ajudou três gerações a escolherem material informático, e viu o mundo da tecnologia progredir dos primeiros processadores Pentium para Inteligências Artificiais que escrevem livros por si mesmas, quase sem ajuda; há que esperar, portanto, que estes mesmos avanços tecnológicos não venham a ditar o fim desta já 'decana' publicação, como aconteceu com tantas das suas contemporâneas...

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