01.05.21
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.
E porque hoje esteve sol e foi feriado, vamos deixar um pouco de lado os espaços de visita esporádica, e falar de uma saída bem mais comum num dia como este: o parque infantil.
Sim, o parque infantil, aquele espaço de poucos metros quadrados, normalmente localizado muito perto de casa, que continha dentro de si mil e uma brincadeiras, aventuras, e momentos de diversão – e que, precisamente por estar normalmente situado numa localização acessível em poucos minutos, a pé ou de bicicleta, acabava por ser ponto de visita frequente durante a infância.
E nenhuma década terá sido tão boa para visitar o parque infantil como os anos 90, pois as crianças desta década acabaram por experienciar o ‘melhor de dois mundos’. Isto porque foi precisamente durante os últimos dez anos do século XX que os parques infantis sofreram uma mudança de conceito e visual, passando da configuração clássica – com escorregas, baloiços, tábuas, armações para trepar, etc. – para uma filosofia mais integrada e 'tudo-em-um’, centrada em estruturas que ofereciam vários tipos de experiência dentro de um só brinquedo – os por vezes chamados ‘castelos’ ou ‘barcos pirata’.
Apesar de deverem pouco aos brinquedos clássicos (muitos tinham escorregas, mas quase nenhuns tinham baloiços ou tábuas) os parques infantis deste formato tinham outros encantos – que o diga quem passou e trespassou, a correr ou de joelhos, por cima das habituais pontes pênseis, ou tentou trepar até ao topo das também comuns redes de corda laterais. No fundo, estas estruturas permitiam às crianças uma liberdade tão grande ou maior do que os parques infantis tradicionais – até porque fomentavam e encorajavam à brincadeira em grupo alargado, a qual nem sempre era possível na anterior configuração, em que os brinquedos tinham ‘lotação máxima’. Claro que muitos ‘à molhada’ dava confusão, mas ainda assim, a possibilidade estava lá, e era muito apreciada.
Ainda assim, estes novos brinquedos não suprimiam a excitação de frequentar um parque infantil ‘convencional’ – apenas a complementavam. Por muitos ‘castelos piratas’ que se construíssem, uma criança seria, e será, sempre atraída pela boa e velha combinação de baloiços, escorrega, tábuas, armação de trepar, barras horizontais e brinquedos de mola, sem esquecer as famosas ‘cadeirinhas’, onde quem corresse rápido e soubesse como empurrar conseguia bater ‘recordes de velocidade’, para deleite de quem estava sentado. Apesar de menos versáteis do que as novas estruturas que os substituíram, estes espaços continuavam a potenciar muitos e bons momentos de diversão, quer a solo, quer com a família ou amigos.
Ainda subsistem alguns parques infantis clássicos por esse Portugal fora.
De referir que, na década que nos concerne, havia ainda alguns locais em Portugal que não dispunham de parque infantil, de nenhum dos tipos – quem pode esquecer o anúncio da Skip em que Vítor de Sousa anunciava que, graças aos esforços da marca, ‘Sobral de Monte Agraço já tem um parque infantil’? No entanto, esforços como esse – e, sem dúvida, outros menos mediáticos – eram apenas mais um dos factores que faziam dos anos 90 uma das melhores décadas de sempre para se ser criança.
Infelizmente, os parques infantis de hoje em dia já praticamente abandonaram a configuração clássica, adoptando quase sempre um aspecto mais integrado. Mesmo assim, ainda é possível encontrar espaços que, com maior ou menor modernidade, propiciam às crianças muitos daqueles momentos que só se vivem mesmo durante a infância – e que, em dias de sol e sem escola, as crianças continuam a preferir às consolas de última geração. E ainda bem!
E vocês? Qual dos tipos de parque infantil preferiam? Que memórias têm do vosso local de brincadeiras favorito? Partilhem nos comentários!