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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

11.04.24

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Já aqui por várias vezes mencionámos a euforia em redor de 'Dragon Ball Z' como a maior febre a alguma vez assaltar os recreios portugueses. Ainda mais do que o seu antecessor, e certamente mais do que a sequela, a segunda parte da trilogia de adaptações em desenho animado da banda desenhada de Akira Toriyama captou os corações das crianças e jovens nacionais de uma forma que nem mesmo séries como 'Tartarugas Ninja', 'Os Simpsons' ou 'Power Rangers' haviam conseguido. Absolutamente tudo o que levasse estampadas as feições de Son Goku e amigos, fosse oficial ou pirata, tinha mercado garantido entre a demografia infanto-juvenil – o que, claro está, levou a que muitas companhias tentassem a sua sorte. De entre estas, destacava-se a célebre 'dupla alimentar' de Matutano e Panrico, à época responsável por dois terços dos brindes e quinquilharias coleccionados pelos jovens portugueses. E se algo como um jogo ou simples conjunto de cartas fazia sentido, e mesmo um cubo desdobrável tinha a seu favor o curioso e apelativo formato, já a quinquilharia de que falamos neste 'post' só poderia mesmo ter tido sucesso 'às costas´ de uma franquia mega-popular.

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Isto porque, se o conceito de figuras tridimensionais recortáveis é inerentemente interessante para o público jovem, o facto de a versão oferecida pela Panrico em 1997 não ser autocolante, nem tão-pouco dispôr de uma base para ajudar a colocar as figuras em pé, ou mesmo uma simples caderneta onde as guardar, à imagem do que fazia a Matutano com as suas colecções, tornava-as meros gastos de papel, bem como de espaço nos bolsos ou estojos do público-alvo, destinados a acabar a a 'ganhar pó' numa qualquer gaveta ou canto da casa, esquecidos em favor de novos brindes mais apelativos.

Ainda assim, no momento, aquelas duas dúzias de desenhos em relevo 'tridimensional' dos heróis e vilões da série mais popular de sempre em Portugal terão sido razoavelmente satisfatórios enquanto brinde, e capazes de arrancar um sorriso a quem os retirasse do Bollycao ou das Donettes; à distância de trinta anos, no entanto, é fácil ver 'através' deste brinde, que se afirma como um dos menos interessantes de entre a miríade que lutava pela atenção das crianças portuguesas da época, e hoje interessante apenas para coleccionadores.

03.08.23

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Na última edição desta rubrica, falámos dos 'Tous', a colecção de autocolantes do Bollycao que constituiu um dos primeiros casos de brindes grátis em produtos alimentares em Portugal, uma faceta pela qual a própria Panrico, a par da Matutano, Kellogg's e Nestlé, se viria a tornar conhecida durante as três décadas seguinte. Agora, chega a vez de falarmos de outra popular promoção da panificadora, lançada alguns anos depois da pioneira colecção e das suas 'sucessoras', as Janelas Mágicas: a colecção de cromos da Sega.

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Algumas das reproduções de capas constantes da colecção.

Como a própria descrição indica, tratava-se de uma série de autocolantes alusivos a uma das duas principais companhias produtoras de consolas e videojogos da época, sendo a maior parte dedicada a reproduções das capas de alguns dos mais populares títulos para as suas, então, três consolas, e a restante parcela reservada para uma série de desenhos originais e inéditos com a mascote da empresa, o popularíssimo Sonic, como protagonista, e que se dividiam entre situações quotidianas e imagens do famoso porco-espinho a segurar ou interagir com letras do alfabeto árabe.

Assim, além de reproduções fiéis das capas de alguns dos vários cartuchos disponíveis para Master System, Game Gear e Mega Drive (numa época em que as capas da maioria das caixas de videojogos eram, em si mesmas, uma forma de arte), os consumidores de Bollycao (e, conforme já referimos no artigo sobre o produto em si, essa demografia englobava a esmagadora maioria dos jovens portugueses) podiam também, com alguma sorte, contar com algumas ilustrações ´à maneira' para colar nos móveis do quarto ou nas capas dos 'dossiers' e cadernos, ou até para soletrarem o próprio nome – vertente que, quando aliada ao atractivo inerente à própria marca, ajudava a assegurar um sucesso fácil para a promoção.

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Os dois tipos de cromos com Sonic como protagonista.

E a verdade é que, apesar de menos recordada hoje em dia do que a colecção dos 'Tous' (já para não falar de outras promoções equivalentes, sobretudo as lançadas pela Matutano) a colecção de autocolantes da Sega contou, à época, com bastante sucesso e aderência por parte do público infanto-juvenil português, que se começava rapidamente a habituar à ideia de obter um brinde atractivo na compra das suas 'comidas de plástico' favoritas – razão suficiente para, mais de trinta anos após o seu aparecimento nas embalagens dos famosos pães com chocolate da Panrico, lhe dedicarmos algumas linhas neste nosso blog nostálgico.

22.06.23

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Para quem já nasceu (ou cresceu) num Mundo quase totalmente digital, os simples prazeres que deleitavam as crianças e jovens das gerações anteriores podem parecer estranhos e até caricatos; tal como a geração 'Millennial' teve dificuldade em compreender o apelo de alguns dos jogos, brinquedos e brincadeiras que encantaram os seus pais, também a actual Geração Z ficará, certamente, a ponderar qual o interesse de um pequeno bocado de cartolina com uma imagem desenhada, sobre o qual se coloca uma peça de plástico para fazer a dita imagem ganhar cor.

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As duas 'fases' do efeito (crédito da foto: Ainda Sou Do Tempo)

E, no entanto, foi essa a premissa de uma das mais memoráveis promoções do Bollycao, lançada na ponta final da década de 80 e que subsistiria até aos primeiros anos da seguinte – as 'Janelas Mágicas'. Apesar de simples ao ponto de a sua premissa ter sido explanada em uma frase do parágrafo anterior, estes brindes fizeram as delícias de toda uma geração de crianças, ainda a alguns anos de terem a sua vida mudada para sempre pelos Pega-Monstros, Tazos, Matutolas e restante panteão de brindes inesquecíveis da Matutano, Panrico, e restantes marcas explicitamente dirigidas à sua demografia.

De facto, esta foi uma das primeiras ofertas tentadas por qualquer das duas marcas, sucedendo à pioneira colecção dos 'Tous', que também aqui terá, em tempo, o seu espaço; e a verdade é que, apesar de não ter feito o mesmo sucesso (até por o seu apelo ser menos generalizado, e mais especificamente dirigido a um público infantil, ainda passível de se deixar fascinar com tais efeitos) a colecção não deixou, ainda assim, de ser icónica para um certo segmento da demografia em causa, para quem o acto de deslizar aquele bocadinho de plástico por cima da imagem monocromática e a fazer ganhar cor nunca perdia o encanto ou o fascínio.

Escusado será dizer que uma promoção nestes moldes estaria, hoje em dia, destinada ao fracasso. Se algo como os Pega-Monstros ou até os Tazos ainda poderia suscitar o interesse dos jovens de hoje, com a sua vertente competitiva e algo intemporal, este é um conceito bem mais restrito a um tempo pré-digital, em que a tecnologia ainda era algo caro, raro e definitivamente 'para adultos'; para uma geração que vê efeitos mais fascinantes do que este de cada vez que liga o telemóvel, esta oferta teria um interesse praticamente nulo. Para a geração que os antecedeu, no entanto, passava-se precisamente o oposto, sendo que ainda haverá, certamente, algumas destas 'Janelas' 'esquecidas' em gavetas de quartos de infância de Norte a Sul do País...

11.05.23

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Qualquer cidadão nacional que tenha tido a sua infância e adolescência entre finais da década de 80 e inícios do Novo Milénio concederá, sem grandes hesitações nem celeumas, o título de 'rainha dos brindes' à Matutano. Com promoções tão memoráveis quanto a das Matutolas, das Caveiras Luminosas, dos Pega-Monstros e, claro, dos lendários Tazos, a companhia de batatas fritas foi responsável por ditar quase todas as 'febres de recreio' daquelas décadas. E dizemos 'quase' porque a Matutano teve, durante esse período, a concorrência constante de três outros tipos de produtos alimentícios: os ovos de chocolate da Kinder, com as suas tradicionais colecções de mini-figuras, os cereais da Kellogg's e Nestlé, e os produtos da panificadora Panrico, responsável por marcas tão populares quanto o Bollycao, os Donuts e as Donettes.

Esta última, em particular, viu várias das suas promoções tornarem-se êxitos entre as crianças e jovens da época, com particular destaque para as icónicas colecções da 'Janela Mágica', na década de 80, e dos 'Tous', no início da seguinte, e para o jogo dos BollyKaos, já nos últimos anos do Segundo Milénio. Pelo meio, no entanto, houve outras promoções que, embora menos memoráveis, não deixaram ainda assim de ter sucesso, sobretudo devido ao seu uso de propriedades licenciadas; destas, destaque para as tatuagens temporárias (as então chamadas 'Decalcomanias') das Tartarugas Ninja, e para o brinde de que falamos hoje – os desdobráveis do Dragon Ball Z.

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(Crédito da foto: OLX)

Oferecidos com os produtos da panificadora algures em 1998 (quando a 'febre' em torno do 'anime' de Akira Toriyama ainda não apresentava sinais de abrandar) os referidos brindes conseguiam a tão almejada união entre custos de produção baixos e grau de apelatividade relativamente alto. Tratavam-se de simples cromos em papel cartonado que eram apresentados dobrados e que, quando abertos, revelavam uma imagem do 'anime', regra geral um 'close-up' de um dos personagens; um conceito tão simples quanto cativante, mas que se via severamente afectado pela fragilidade do material, que começava a rasgar ao mínimo toque mais intenso. Assim, por muito entusiasmante que fosse desdobrar o brinde e ver a imagem na sua plenitude, o processo tornava-se também, inevitavelmente, frustrante, sendo necessário passar quase tanto tempo a tentar que o brinde não se desfizesse quando manuseado como a apreciar a própria imagem.

Por essas e outras razões, torna-se difícil, à distância de um quarto de século e num contexto social completamente distinto, perceber como algo tão 'mal-amanhado' e básico conseguiu entreter e até entusiasmar fosse quem fosse; na conjuntura do ano em que o brinde foi lançado, no entanto – com a 'febre' do Dragon Ball Z ainda ao rubro e as novas tecnologias ainda numa fase muito mais incipiente – estes quadrados de frágil cartolina eram mesmo capazes de proporcionar alguns minutos de lazer, após o consumo de um Bollycao, a mostrar aos amigos, familiares ou colegas de escola o cromo adquirido, e a admirar a imagem nele impressa. Um bom exemplo de como a sociedade mudou nas últimas três décadas, e que certamente trará memórias nostálgicas a quem alguma vez tentou (ou conseguiu!) coleccionar os quarenta desdobráveis da série, á base de muitas semanadas repetidamente gastas em 'calorias más' no café do bairro ou bar da escola.

 

26.01.23

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

De entre todos os produtos industrializados com oferta de brindes na embalagem comercializados em Portugal nos anos 90, o Bollycao (e outros produtos da Panrico) estiveram entre os mais consistentemente populares, ocupando um honroso e bem cimentado segundo lugar, atrás da 'criadora de febres' Matutano. E apesar de nunca ter conseguido concorrer, em termos de popularidade, com os Tazos, as Matutolas, as Caveiras Luminosas e os Pega-Monstros, a panificadora não deixou de ser responsável por algumas linhas de brindes bem memoráveis para quem cresceu naquele tempo, como os lendários autocolantes dos 'Tou's, as Janelas Mágicas, os cromos e tatuagens temporárias das Tartarugas Ninja, ou o jogo de que se fala hoje, os Bollykaos.

2014951481-cromo-nixi-o-diabo-bollykaos-the-legendUma das cartas da colecção

Lançado já na segunda metade do século XX, e contando com duas 'séries' - subituladas 'The Game' e 'The Legend' - respectivamente este jogo mais não era do que uma versão graficamente mais interessante das icónicas 'Super Cartas' da Majora, que substituía os motivos de motas, aviões, carros de corrida ou jipes por monstros e criaturas alienígenas, bem ao gosto do público-alvo.

 

Havia, ainda, uma tentativa de diversificar um pouco a forma de jogar, através do uso da chamada 'Pirâmide de Poder' - na verdade, um dado losangular, ao estilo dos usados no famoso 'Dungeons and Dragons', cujo suposto objectivo era ditar qual das quatro características de cada criatura (Ataque, Defesa, Inteligência ou Velocidade) deveria ser comparado; o vencedor deveria, ainda, gritar 'Kao' como forma de declarar o seu direito às restantes cartas em jogo (um pouco ao estilo do que acontecia no 'Uno!'), sendo que só após este acto poderia recolher os seus 'ganhos'.

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As regras do jogo e as 'Pirâmides de Poder' (crédito das imagens: OLX)

Estas regras, que procuravam dar ao jogo um carácter diferenciado, sucumbiam, no entanto, à tendência das crianças para adoptar, instintivamente, fórmulas conhecidas, sendo que a maioria dos jogadores se limitava a utilizar as regras das referidas 'Super Cartas' (ou do muito semelhante, jogo com temática do Dragon Ball Z oferecido pela Matutano alguns anos antes), dispensando o uso da tal 'Pirâmide do Poder' – um brinde que, apesar de grátis (tal como a caixa para guardar as cartas – ou antes, 'Kartas') poucas crianças tinham (ou, pelo menos, se davam ao trabalho de carregar consigo, no bolso.)

Assim, para quem era fã das cartas, esta foi uma colecção 'gira', mas sem grande novidade, enquanto que quem era um pouco mais novo, ou nunca tinha tido contacto com os baralhos da Majora, terá tido por meio deste brinde a sua introdução a esse tipo de jogo. Fosse qual fosse a circunstância, no entanto, os Bollykaos deixaram a sua marca entre a juventude da época, merecendo o seu lugar no panteão de promoções e brindes memoráveis dos anos 90 e 2000.

 

30.04.21

NOTA: Este post é correspondente a Quinta-Feira, 29 de Abril de 2021.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

E desta feita, voltamos a pegar num tema do qual falámos há algumas Quintas-feiras atrás, e em outro do qual temos vindo a falar ao longo de toda esta semana – respectivamente, os cromos, e as Tartarugas Ninja. Porque a verdade é que, entre os muitos items de ‘merchandising’ relativos ao quarteto animado comercializados em Portugal contavam-se, não uma, mas duas colecções de cromos, além de outra tangencialmente relacionada a esse tipo de passatempo. É dessas colecções que falaremos neste post.

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Um cromo da caderneta 'Turtles' da Panini

E começamos, desde já, pela inevitável Panini, ainda hoje a ‘rainha’ das cadernetas de cromos, e que naquele início de década não perdeu a oportunidade de licenciar também aquela que era uma das propriedades intelectuais mais lucrativas e rentáveis da época. Assim, quase em simultâneo com o aparecimento da série em Portugal, saía o ‘Sticker Collectors Album’ das ‘Teenage Mutant Hero Turtles’, com um autocolante adicionado de forma ‘subtil’ à capa com a tradução portuguesa, para o caso de alguém não saber quem eram aqueles quatro répteis antropomórficos animados.

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A capa da caderneta da Panini. Reparem no autocolante de tradução, super-discreto e nada com ar de solução de última hora...

Em termos de estrutura, a caderneta das Tartarugas era bastante típica para aquele tempo, consistindo de cenas retiradas dos episódios da série animada original que se colavam por cima de panos de fundo também alusivos à série, com algum texto à mistura e – como a Panini orgulhosamente apregoava na capa – também um poster grátis, o qual constituía mais um incentivo (como se tal fosse necessário) à aquisição da mesma. Previsivelmente, o público-alvo respondeu de forma entusiasta, rapidamente colocando a colecção no mesmo patamar de sucesso imediato de que gozavam a maioria dos outros produtos com a marca Turtles naqueles primeiros anos da década de 90.

Ao mesmo tempo que a Panini lançava a sua habitual adaptação em formato cromos da série ‘do momento’, também as bolachas Triunfo lançavam uma colecção ‘alternativa’, embalada com a sua gama de bolachas wafers. Em relação aos da Panini, estes cromos eram bem mais simples, mas para quem gostava de bolachas e das Tartarugas Ninja (ou seja, 95% dos ‘putos’ portugueses) esta constituía uma proposta irresistível, e uma desculpa perfeita para aumentar o quociente ‘bolachistico’ dos armários lá de casa. Até porque a promoção associada aos cromos prometia uma ‘prenda ‘muita’ gira’ (sic) a quem encontrasse um dos cromos premiados, incentivando assim as crianças portuguesas a darem uma de Charlie Bucket e comprarem o máximo de pacotes de wafers possível, em busca do fugidio bilhete dourado. Não que tal incentivo fosse necessário, já que as wafers da Triunfo eram, à época, boas o suficiente para justificar a compra por si só.

(O que seria a tal prenda-surpresa, infelizmente, já não é possível saber. Será que alguém aí por casa encontrou um cromo premiado, e nos pode elucidar?)

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Poster alusivo à promoção Tarta-Heróis (ou 'Hero Turtles', porque traduzir sai caro e o dinheiro foi todo na licença) das bolachas Triunfo.

Recordadas que estão as duas colecções de cromos ‘de época’ das Tartarugas Ninja, resta recordar um outro brinde que, apesar de não ser exactamente igual, pertence à mesma categoria: as tatuagens temporárias oferecidas nos produtos da Panrico (Bollycao, Donettes, etc) durante o auge da ‘Tarta-Mania.’

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  Uma das tatuagens temporárias da Panrico

Tal como os cromos da Triunfo, estes decalques eram muito simples, consistindo apenas de uma ‘pose’ de um dos personagens sobre um fundo transparente, com o logotipo 'português' da série na parte superior e o da Panrico na parte inferior. Obviamente, neste caso, a opção pela simplicidade era feita por razões de necessidade, pois um desenho excessivamente complicado poderia não aguentar bem o processo de transferência do autocolante para a pele, ou para qualquer outra superfície onde a criança desejasse colocá-la (no nosso caso, a parede da cozinha da casa onde passámos a infância.)

Também à semelhança do que aconteceu com os cromos da Triunfo, estes brindes foram quase totalmente esquecidos pela Internet, tendo sido encontrada exactamente UMA imagem das mesmas, disponível acima (obrigado, Twitter!) Ainda assim, vale recordar uma promoção que, no auge das ‘febres’ das 'decalcomanias’ e das Tartarugas Ninja, soube combinar ambas num brinde muito apetecível para o público-alvo, disponibilizado na compra de snacks que, como referimos no nosso post a esse respeito, eram igualmente apetecíveis para esse segmento etário.

Fica, assim, completa esta retrospectiva sobre as principais ‘quinquilharias’ associadas às Tartarugas Ninja. Podíamos ainda falar dos ‘pins’ (outro ‘marco’ dos anos 90) e outras ‘tralhas’ semelhantes, mas por agora ficamo-nos por aqui. Chegou, pois, a vossa vez de se manifestarem: coleccionaram estes cromos ou as tatuagens? Que memórias guardam dos mesmos? Por aqui, e além da tatuagem na parede da cozinha, temos uma vaga memória de ter feito a colecção da Panini, embora nada tão vivo como no caso dos cromos do Dragon Ball Z – até porque a dos Tartas é muito anterior… E vocês? Lembram-se? Partilhem nos comentários!

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