26.09.24
Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.
O elemento de surpresa - a emoção de avançar para o desconhecido, de 'arriscar' e esperar pelo melhor - tende a mover grande parte da população mundial, e tem desde sempre sido uma das formas mais simples de entusiasmar a maioria dos seres humanos, independentemente da idade ou época em que tenham crescido. E se, actualmente, tal tendência se reflecte na compra de 'pacotes-mistério' no eBay ou Amazon, ou, para os mais jovens, de 'saquinhos' opacos com uma figura sortida, nos anos 90, um dos principais expoentes da mesma eram as cápsulas dissolventes com uma surpresa no interior – um conceito na mesma linha dos referidos 'saquinhos-mistério' tão populares actualmente, mas que adicionava ainda mais um elemento entusiasmante a uma equação já de si apelativa.
Exemplo moderno do produto em análise.
Isto porque cada cápsula ou 'ovo' tinha de ser dissolvida em água a fim de revelar a surpresa no seu interior – invariavelmente uma pequena figura na linha dos M.U.S.C.L.E ou Monsters In My Pocket, mas subordinada ao tema sugerido no exterior da cápsula. A diversão começava, portanto, logo a partir do momento em que se submergia a cápsula (que não podia, aliás, ser aberta por meios tradicionais) e se via a mesma principiar a dissolver-se, revelando a pouco e pouco, por entre as inúmeras bolhinhas, o 'boneco' nela contido. Aliás, poder-se-ia até dizer que, neste caso, o processo sobrepunha-se à recompensa, já que o verdadeiro interesse destas cápsulas estava mais no seu método de funcionamento do que propriamente no prémio, que não era melhor do que algo obtido numa máquina de bolinhas com prémio.
Ainda assim, o referido 'segredo' de abertura destes 'ovos com prémio' era suficiente para os tornar apelativos para as crianças da era pré-digital - embora seja pouco provável que tivessem o mesmo efeito sobre a actual 'Geração Alfa' – e para lhes garantir um lugar na memória nostálgica de duas gerações de portugueses (e não só) e, como tal, também nas páginas deste blog.