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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

26.06.23

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

Na última Sessão de Sexta, abordámos aquele que foi um dos filmes de maior sucesso no ano de 1993 – 'O Guarda-Costas', o drama romântico que unia o então galã 'de primeira' Kevin Costner à mega-popular diva pop Whitney Houston, que fazia assim a sua estreia cinematográfica. No decurso dessa peça, referimos também que o sucesso da referida película havia sido consideravelmente ultrapassado pelo da sua banda-sonora, que se viria a tornar o LP mais vendido do ano em Portugal e um pouco por todo o Mundo; agora, chega a hora de expandirmos um pouco essa temática, e analisarmos mais a fundo um daqueles 'mega-sucessos' discográficos como cada vez vai havendo menos.

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A banda sonora d''O Guarda-Costas' segue o mesmo modelo de outras, como 'Tarzan', da Disney, cujo principal destaque é a presença de um compositor ou intérprete – neste caso, a própria cantora, que se encarrega de metade das faixas do álbum (a outra metade pertence a nomes como Kenny G, Lisa Stansfield ou Joe Cocker, todos, como Houston, com temas inéditos e gravados em exclusivo para o filme). Assim, mais do que uma banda sonora comum, este álbum acaba por afirmar-se quase como um novo EP (ou mini-LP, como eram conhecidos na altura) de Whitney, podendo os fãs da cantora ignorar a segunda metade do álbum, se assim desejarem, e focar-se apenas na mão-cheia de músicas inéditas da sua 'diva' favorita – um aspecto que talvez tenha contribuído para as vendas astronómicas deste álbum à época (além, claro está, da popularidade do filme em si).

Outro factor determinante na 'cavalgada' deste disco para o topo das tabelas discográficas de Portugal e do Mundo é o facto de o primeiro dos seis novos temas, e faixa de abertura do álbum, ser 'I Will Always Love You', tema-estandarte de Whitney Houston, e talvez o mais popular dos seus muitos sucessos. E a verdade é que a faixa merece a aclamação de que goza, apresentando uma prestação portentosa por parte da cantora, que ajudaria a cimentar a mesma no panteão de grandes vozes da música moderna. Entre as restantes, destaque também para 'I'm Every Woman', um clássico da era 'disco' originalmente gravado por Chaka Khan e que mostrava a versatilidade da cantora, ao mesmo tempo que prestava homenagem a influências como Aretha Franklin, Tina Turner ou a própria intérprete original da música.

Em suma, analisando os factores em torno do sucesso desta banda sonora, torna-se fácil perceber a razão do mesmo, que passa por uma estratégia de 'marketing' inteligente, que aliava a presença de um nome sonante da música pop da época a temas exclusivamente originais (ainda que muitos fossem versões de músicas gravadas em décadas anteriores por diferentes artistas), cerca de metade dos quais interpretado pela própria 'estrela' – uma combinação que ajudou a fazer deste disco o mega-sucesso que constituiu, e que torna surpreendente o facto de essa mesma abordagem não ter sido repetida com maior frequência.

À distância de trinta anos, e com um panorama musical significativamente diferente, a banda sonora original de um filme romântico entretanto esquecido pode parecer uma escolha estranha para o posto de disco mais vendido mundialmente, seja em 1993 ou em qualquer outro ano; a verdade, no entanto, é que o 'star power' de Whitney Houston naqueles inícios de 90 era tal que chegava, por si só, para causar esse efeito, e tornar este álbum num dos 'objectos de estudo' do mercado musical de finais do século XX.

 

16.06.23

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Na última edição desta rubrica, falámos de 'Eu, Tina', o filme biográfico sobre a diva da pop e soul noventista Tina Turner; nada mais adequado, portanto, do que dar, agora, atenção ao filme protagonizado pela sua principal rival (ou aprendiz, se preferirmos) e que se tornou um dos maiores sucessos dos anos de 1992 e 1993 um pouco por todo o Mundo, incluindo em Portugal.

Falamos de 'O Guarda-Costas', o drama romântico que colocava lado a lado Kevin Costner e Whitney Houston, e cuja banda-sonora, composta exclusivamente por músicas interpretadas por esta última, incluindo o mega-êxito 'I Will Always Love You', foi o disco mais vendido em Portugal há exactos trinta anos. E a verdade é que a oportunidade de ver e ouvir Whitney cantar alguns dos seus grandes 'hits' talvez tenha sido uma das razões para o sucesso de um filme que, de outro modo, se limita a seguir (ainda que competentemente) um dos guiões-padrão do estilo: aquele em que duas pessoas forçadas a colaborar num contexto profissional acabam por se apaixonar.

Neste caso, o par romântico é formado pela cantora de Houston, a típica diva mandona e de mau-humor, e pelo seu guarda-costas, interpretado por Kevin Costner, então numa 'mó de cima' que seria abruptamente terminada pelo fracasso de 'Waterworld', menos de dois anos depois. Apesar de nunca ter sido grande actor, Costner era (é) dotado de um carisma e de uma aura de 'pessoa normal' que o tornavam perfeito para filmes deste tipo, em que o objectivo era fazer com que o público simpatizasse com os personagens; e, a julgar pela receita de bilheteira deste mega-sucesso, a fórmula resultou em pleno nesta instância.

Outro ponto a favor de 'O Guarda-Costas', aos olhos do público da altura, talvez tenha sido o próprio género em que se inseria; os anos 90 foram uma época cinematograficamente propensa a romances de índole clássica (como bem o comprova o maior sucesso de bilheteira de toda a década, e um dos maiores de sempre, 'Titanic') e este filme constitui um exemplo acima da média dessa sub-categoria, pelo que não terá deixado de atrair a sua quota-parte de adolescentes românticas, casalinhos apaixonados, e espectadores mais velhos em busca de uma história em moldes clássicos – no fundo, a mesma audiência de outro clássico do início da década, 'Pretty Woman - Um Sonho de Mulher' (do qual também aqui, paulatinamente, falaremos).

Fossem quais fossem os motivos por detrás do seu sucesso, no entanto, a verdade é que 'O Guarda-Costas' se saldou mesmo como um dos filmes mais lucrativos de 1993, ajudando a projectar ainda mais a fama já considerável de Whitney Houston. Curiosamente, no entanto, esta primeira experiência não levou a mais papéis por parte da cantora, que se dedicaria sobretudo à música durante a sua restante carreira (do 'destino' de Costner, já falámos neste mesmo texto). Ainda assim, uma primeira 'aventura' com este grau de sucesso terá sido mais do que suficiente para satisfazer Whitney, já que ajudou a reforçar o facto de o seu nome ter suficiente poder de atracção para levar, por si só, milhões de espectadores ao cinema um pouco por todo o Mundo, incluindo em Portugal, e tornar o seu filme um dos maiores sucessos do período em que foi lançado. Nada mau, para um romance perfeitamente formulaico...

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