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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

23.05.24

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

De entre os materiais essenciais na mochila de qualquer aluno do ensino básico ou secundário – até aos dias de hoje, mas sobretudo na era pré-digital – as borrachas estavam entre os mais indispensáveis; afinal, quando grande parte do dia é passada a tirar notas em papel, convém ter maneira de corrigir quaisquer eventuais erros ou fazer quaisquer mudanças que se afigurem necessárias. Não admira, pois, que as crianças e jovens da altura (e também, ainda, as actuais) tivessem à sua disposição toda uma panóplia de borrachas, das mais normais, brancas, de marcas como a Rotring, a modelos em forma de personagens ou até com cheiro. No entanto, de todos estes modelos, apenas um se destaca imediatamente na mente de quem andou na escola naquela época; a famosa e infame borracha de tinta.

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Teoricamente equipadas com duas secções distintas, que lhes davam o tradicional visual bicolor em tons de castanho e azul, as borrachas de tinta são vistas, por alguns, como um dos maiores embustes 'oficialmente reconhecidos' da História. Isto porque a parte azul, supostamente capaz de apagar traços de tinta de caneta, revelava-se inevitavelmente aquém das expectativas, não só não eliminando por completo os referidos traços, como sucedia com a parte para lápis, mas acabando ainda mais inevitavelmente por furar até a mais grossa e resistente das folhas de papel. Não têm conta os trabalhos, textos, folhas de caderno e até testes ou pontos estragados por este tipo de borracha, que muitas vezes causava mais problemas do que os que resolvia. E, apesar de tudo isto, ao início de cada novo ano lectivo, lá constava do estojo mais uma 'tablete' castanha e azul, a qual, certamente, iria funcionar bem melhor do que as últimas dez, e apagar a escrita a tinta sem furar o papel...

Quanto mais não seja por esta capacidade de 'enganar' sucessivas gerações de jovens, bem como pela sua ubiquidade nos estojos dos mesmos (ainda que não constituísse, exactamente, uma quinquilharia) a borracha de tinta merece um apontamento neste nosso blog nostálgico; afinal, quantos objectos existem que, depois de falharem naquilo para que foram destinados, continuem a ser sucessivamente substituídos por outros exactamente idênticos?

29.02.24

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

O dicionário Priberam de língua portuguesa define 'quinquilharia' como 'objecto de pouco valor, geralmente de pequena dimensão, como brinquedos de criança' – e poucas coisas se encaixam tão bem nessa definição como o tema do nosso 'post' de hoje. Isto porque o referido objecto era, de facto, de valor negligenciável – sendo, inclusivamente, prémio habitual das máquinas de brindes de finais do século XX – e adequado a apenas uma função, ela mesma praticamente inútil; e, no entanto, não haverá criança dos anos 90 (nem, a julgar pelos resultados de uma rápida pesquisa na Net, dos dias de hoje) que não tenha tido, e apreciado, pelo menos um exemplar do mesmo.

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Versões modernas do intemporal artigo.

Falamos dos enfeites para lápis, muitas vezes designados informalmente como 'cabeças' – aquelas pequenas figuras ou formas com um buraco na base, através do qual se inseria o lápis, criando assim uma pequena decoração para o mesmo – sendo este o único objectivo a que se destinavam tais 'bugigangas' (embora, indirectamente, ajudassem também a prevenir que os 'roedores' de lápis, como o autor deste 'blog' quando criança e adolescente, danificassem a zona da borracha ou mesmo a madeira do velho HB.) Disponíveis numa grande variedade de materiais – borracha mole, borracha dura, plástico ou madeira – e num número quase infinito de motivos e padrões, estas literais 'quinquilharias' não deixavam, pese embora a sua inutilidade, de fazer as delícias das crianças como elemento puramente estético, particularmente quando combinados com um lápis com padrão e cores semelhantes ao da 'cabeça'.

Mesmo nos mais 'básicos' lápis ´às riscas´ ou de cor sólida, no entanto, estas decorações ajudavam a dar um toque de interesse e originalidade, tornando a experiência de tirar notas, fazer um ditado ou cópia ou preencher um teste ligeiramente mais agradável e divertida. Talvez por isso, ou talvez pela sua alta disponibilidade e preço relativamente baixo, as 'cabeças' de lápis fossem presença assídua, e quase obrigatória, ao lado da caneta multicores e da borracha de cheiro, nos estojos dos alunos do ensino básico daqueles finais de Segundo Milénio – um estatuto de que, presumivelmente, continuarão a desfrutar até o uso de 'tablets' e portáteis substituir, e tornar definitivamente obsoletas, as notas escritas à mão. Ou seja, enquanto houver lápis nos estojos escolares de crianças pré-adolescentes, haverá grandes probabilidades de, algures no interior dos mesmos, se encontrar também uma versão moderna do mesmo objecto que adornou, há duas ou três décadas atrás, as pontas dos lápis dos então jovens 'millennials'...

07.12.23

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

A era pré-digital pôs, verdadeiramente, à prova a teoria, há muito vigente, de que até o mais básico dos produtos pode ser tornado emocionante se 'vendido' da forma correcta e ao público correcto; de facto, ao longo da última metade do século XX, foram muitos os produtos à primeira vista desinteressantes que se tornaram sucessos, quer fruto de uma elaborada campanha de 'marketing' e publicidade, quer simplesmente por oferecerem uma ou mais características apelativas para a demografia a que se destinavam – a qual, sem surpresas, era muitas vezes menor de idade.

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De facto, as crianças de finais do Segundo Milénio serviram como 'mesa de teste' para muitas ideias mais ou menos estapafúrdias da mente de empresários e comerciantes, algumas das quais viriam a falhar na sua busca de sucesso, ao passo que outras excederiam todas e quaisquer expectativas; entre estas últimas, encontrava-se a categoria de produtos de que falaremos esta Quinta-feira, e que conseguiu a proeza de, com apenas um pequeno ajuste, transformar um produto corriqueiro e até banal de aborrecido em apetecido.

Falamos das borrachas de cheiro, 'febre' escolar dos anos 80 que, na década seguinte, apenas tinha ainda perdido uma fracção do seu apelo e preponderância nos estojos das crianças e jovens portugueses. Como o próprio nome indica, tratavam-se, pura e simplesmente, de borrachas como quaisquer outras (embora, normalmente, em formatos apelativos, muitas vezes evocativos do cheiro que soltavam) às quais era injectado um aroma, que fazia com que, sempre que utilizadas ou simplesmente seguradas perto do nariz, as mesmas trouxessem à mente o produto que representavam; uma borracha em forma de morango, por exemplo, traria um aroma a esse fruto, o mesmo se passando com outras em forma de ananás, melancia, gelado, ou o que mais viesse à mente das companhias produtoras e distribuidoras destes objectos.

Escusado será dizer que a combinação de custos de produção e venda praticamente nulos com popularidade entre o público-alvo tornou estas borrachas numa das quinquilharias mais rentáveis do período em causa, tendo a maioria das crianças portuguesas da época tido contacto com pelo menos um exemplo das mesmas ao longo dos seus anos na escola. E ainda que a 'moda' dos produtos com cheiro não tenha tido a mesma expressão em Portugal do que em países como os EUA, estas borrachas (a par dos sabões em forma de animal da Body Shop) permaneceram na memória colectiva dos 'X' e 'millennials' portugueses até aos dias de hoje, não tendo nunca verdadeiramente desaparecido do imaginário infanto-juvenil nacional – o que, só por si, é razão mais que suficiente para lhes dedicarmos algumas linhas nesta nossa rubrica sobre 'quinquilharias' bem-amadas dos 'putos' lusitanos de finais do século passado...

04.10.23

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

As duas últimas semanas do mês de Setembro assinalavam, para os alunos portugueses das gerações 'X' e 'millennial', o regresso às aulas, com todos os trâmites e rituais nele implicados, das matrículas à compra de material e livros e, claro, a sempre importante decisão sobre a côr do carimbo a estampar no cartão da escola, e subsequente nível de liberdade e autonomia. Em meio a tudo isto, havia ainda outro componente, menos trabalhoso e consequente, mas nem por isso menos importante: a obtenção e preenchimento de um horário escolar.

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Exemplo de um horário promocional, no caso alusivo aos sumos Joi.

De facto, numa era em que a maioria dos processos eram, ainda, analógicos, aquelas folhinhas de papel ou plástico com uma grelha dividida em dias da semana e número de períodos típico de um dia de aulas constituíam a principal forma de um aluno recordar as datas, horas, ordem e até salas em que teriam lugar cada uma das suas aulas, tornando-os um auxiliar essencial para as primeiras semanas de aulas, antes de essas mesmas informações serem interiorizadas e o processo se tornar 'mecanizado' na mente do aluno.

Efectivamente, a importância dos horários era tal que, mesmo servindo apenas e só uma função utilitária, os mesmos estavam sujeitos às mesmas regras estéticas que qualquer outro elemento do 'kit' escolar; embora houvesse quem preferisse simplesmente anotar essas informações no verso do cartão da escola – que oferecia uma grelha para o efeito – a maioria das crianças e jovens procurava um horário de aspecto diferenciado, muitas vezes obtido gratuitamente como brinde numa qualquer revista juvenil, ou numa loja de material escolar, e orgulhosamente exibido no verso do 'dossier' ou na parede do quarto.

Escusado será dizer que, em plena era digital, os horários perderam toda e qualquer relevância que alguma vez pudessem ter tido; para os alunos de finais do século XX e inícios do seguinte, no entanto, esta aparentemente singela parte do processo de 'rentrée´ escolar revestia-se de uma importância que a torna, ainda hoje, memorável ao recordar os inícios de ano lectivo daquela época.

08.01.23

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Um dos passatempos favoritos de qualquer criança é mexer em materiais ou substâncias moles ao tacto, as quais surgem, na maioria das vezes, associadas ao conceito de 'sujidade' e 'confusão', e tendem a ser vistas com desagrado pelos adultos; assim, não é de estranhar que a proposta de uma substância com estas características com que os adultos não tinham qualquer problema – e cujo uso até encorajavam – fosse recebida da melhor forma um pouco por todo o Mundo, Portugal incluído.

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Falamos da plasticina, a qual - com ou sem a marca Play-Doh – marcava quase obrigatoriamente presença no quarto de qualquer criança portuguesa nas décadas a que este blog diz respeito, fosse na sua vertente mais simples (um enorme bloco do qual se iam retirando pedaços conforme necessário) fosse através das mais complexas criações da referida Play-Doh, sendo que estas últimas tendiam a incluir também os acessórios necessários à criação do conceito proposto – por exemplo, o 'kit' de cabeleireiro incluía um 'modelo' de cabeça, através do qual se podia fazer passar a plasticina para criar 'cabelo'. Era esta junção perfeita de criatividade e prazer táctil que tendia a tornar os 'kits' de plasticina (ou, simplesmente, os referidos blocos, com a respectiva faca de plástico para cortar e alisar) um dos brinquedos favoritos de quem fazia do balde de LEGOs o centro das suas brincadeiras, e mesmo de quem, sendo menos criativo, gostava de passar uma tarde a amassar e esmagar pedaços de substâncias borrachentas, e ainda nunca tinha ouvido falar do Bostik...

Outra virtude da plasticina, e uma que, muitas vezes, passava despercebida, prende-se com o facto de a mesma preparar as crianças para outra substância semelhante que – pelo menos à época – fazia parte integrante de qualquer currículo de EVT do quinto e sexto ano: o barro. Talvez por isso, e apesar de as escolas primárias portuguesas não incluírem deliberadamente a plasticina no seu acervo de trabalhos manuais como o fazem as norte-americanas, por exemplo, a substância acabasse sempre por surgir, mais cedo ou mais tarde, em qualquer sala de aula do primeiro ciclo, e até do pré-escolar.

Considerações educativas à parte, no entanto, a plasticina era (e talvez ainda continue a ser) apenas e só uma ocupação divertida para fazer passar mais rápido um fim-de-semana de chuva – com a vantagem adicional de, uma vez finalizadas, as 'criações' dessa sessão poderem ser postas em exposição na prateleira, para mais tarde recordar...

28.07.22

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

E se na edição anterior desta rubrica falámos das canetas com vibração, chega agora a vez de falarmos do outro tipo de caneta praticamente sinónimo com essa altura da História, e que todo o estudante (sobretudo do sexo feminino) daquele tempo conhecia: a caneta multi-cores.

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Quem não se lembra?

De conceito extremadamente simples – tratavam-se, simplesmente, de vários 'tubos' de caneta, nas quatro cores mais comuns (azul, preto, verde e vermelho) inseridos num só invólucro exterior, o qual contava com um sistema de molas, que permitia escolher e activar a cor desejada, bastando para isso empurrar para baixo a mola da cor desejada, revelando e activando assim o bico dessa mesma cor; e quando se precisasse de trocar, bastava repetir o processo com a nova cor, sendo que, neste caso, a mola (e bico) anteriormente activados voltavam automaticamente à posição inicial, num efeito simultaneamente entusiasmante e frustrante (porque não terá, decerto, havido criança que não tivesse desejado poder utilizar dois bicos de cores diferentes, ou até todos, em simultâneo).

Apesar de serem, sobretudo, do agrado das raparigas (já que a metade masculina da população tem, famosamente, dificuldade em perceber a necessidade de canetas de outras cores que não o azul e preto) a verdade é que estes instrumentos não só permitiam a quem gostava de usar várias cores para tomar notas poupar no preço das canetas (não que as mesmas fossem muito caras, mas ainda assim...) mas também libertar no estojo espaço para as várias outras Quinquilharias de que aqui vimos falando, periodicamente, às Quintas-feiras - sendo as várias cores disponíveis, inclusivamente, benéficas ao criar uma delas, os icónicos Quantos-Queres.

Tal como muitos desses mesmos pequenos objectos, aliás, também estas canetas são, hoje em dia, visão menos comum nas prateleiras de lojas e estojos de estudantes do que em tempos foram – o que as torna, ainda mais, um elemento nostálgico da infância e adolescência de toda uma geração, hoje adulta, mas que certamente ainda se lembrará de usar este tipo de instrumento (em conjunto com os inevitáveis marcadores grossos, outro favorito das alunas femininas) para 'organizar' os apontamentos daquela disciplina particularmente difícil...

08.07.22

NOTA: Este post é correspondente a Quinta-feira, 08 de Julho de 2022.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

O fascínio que as canetas 'invulgares' exerceram (exercem?) sobre as crianças e jovens de uma certa idade é um fenómeno tão inexplicável como inegável, como qualquer pessoa que tenha crescido nos finais do século XX e inícios do seguinte certamente atestará. De facto, essa era da História parece ter sido particularmente prolífera em instrumentos de escrita que, mais do que apenas oferecer cores ou efeitos fora do comum (como as sempre populares canetas 'brilhantes') eram verdadeiros exemplos de inovação num campo que tende a ter como principais valores a simplicidade e a consistência.

O exemplo mais comummente recordado deste fenómeno eram (são) as famosas canetas multicores, em que a pressão numa das muitas patilhas localizadas em torno do instrumento activava a ponta da respectiva cor; no entanto, a década a que este blog diz respeito viu, ainda, nascer (e morrer) outro tipo de caneta, ainda mais invulgar e entusiasmante do que estas – as canetas vibratórias.

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Metade instrumento de escrita, metade curiosidade semi-carnavalesca (e, suspeitamos, capazes de suscitar polémica se comercializadas nos dias de hoje) estas canetas destacavam-se, sobretudo, pela função que lhes dava nome – nomeadamente, a possibilidade de, após inserida a quantidade correspondente de pilhas, activar uma função vibratória, que fazia tremer tanto a caneta como a mão de quem a empunhava, resultando em linhas, invariavelmente, tortas e repletas de 'zigue-zagues', a fazer lembrar um detector de mentiras ou monitor de pulsação cardíaca. Ao mesmo tempo, no entanto, o instrumento permitia um certo grau de controlo mesmo após activada esta função, o que permitia criar propositadamente linhas irregulares, transformando o que poderia ser um elemento causador de frustração no oposto – uma fonte de diversão para o utilizador da caneta.

Tal como tantos outros produtos de que falamos nestas páginas, as canetas vibratórias desapareceram tão celeremente como haviam surgido, não obstante a substancial popularidade de que gozavam como 'quinquilharia' de estojo de lápis – facto que talvez esteja ligado à predisposição por parte das crianças da época para as usarem como um autêntico (e, muitas vezes, único) objecto de escrita, sem que, ao mesmo tempo, fossem capazes de resistir à tentação de activar o seu 'efeito especial'...

Qualquer que tenha sido a razão por detrás da sua 'extinção' enquanto instrumento integrante dos estojos escolares infantis (apesar de, aparentemente, ainda serem comercializadas), é inegável que estas canetas marcaram quem com elas conviveu, e teve o privilégio de alguma vez as utilizar, justificando plenamente um lugar no pódio das 'quinquilharias' deste nosso blog.

14.10.21

NOTA: Este post corresponde a Quarta-Feira, 14 de Outubro de 2021.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog...

Numa altura em que o novo ano lectivo começa verdadeiramente a ‘engrenar’, muitas ex-crianças dos anos 90 – às compras com os filhos nos hipermercados e grandes superfícies por esse Portugal fora – certamente recordarão o tempo em que eles próprios precisavam de se ‘abastecer’ de todo o material necessário à aprendizagem; e certamente algumas das mais vivas memórias de todo esse processo terão a ver com a compra de materiais como cadernos e dossiers.

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Quem se lembra...?

Isto porque a década a que este blog diz respeito foi pródiga em ‘engendrar’ material escolar que quase fazia o fim das férias valer a pena, só pelo ‘gozo’ de poder mostrar aos colegas os novos cadernos. De linhas ligadas a licenças oficiais até ‘designs’ mais genéricos, mas não menos apelativos (quem não se lembra dos cadernos de espiral com motas, carros de corrida ou desenhos de flores?) a escolha era variada, existindo invariavelmente algo para todos os gostos.

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Lá por casa houve a dado ponto um destes...

O facto de a maioria destes materiais se encontrarem nos referidos hipermercados e 'shoppings' – implicando, portanto, a necessária viagem para serem adquiridos – apenas adicionava ao seu encanto, apesar de ter também o efeito colateral de fazer com que muitas crianças da mesma área ou escola tivessem os mesmos cadernos, o que os tornava um pouco menos únicos. Ainda assim, o sentimento de ‘pertença’ que essa situação acarretava acabava por compensar a perda de identidade única no que tocava a material escolar, levando a que muitos alunos não vissem na mesma qualquer problema. Lesados, mesmo, só acabavam por ficar os ‘coitados’ que haviam adquirido os materiais na sempre conveniente papelaria da esquina (ou da própria escola), e que acabavam invariavelmente com um caderno de capa lisa (normalmente azul, vermelha ou preta) e sem o mínimo interesse do ponto de vista estético.

Os cadernos não eram, no entanto, a única oportunidade de utilizar o material escolar para estabelecer uma identidade – havia outra forma, bastante mais vistosa, e como tal, consideravelmente mais importante para a maioria dos alunos portugueses dos anos 90; essa, no entanto, está mais ligada ao Style, pelo que dela falaremos na próxima Sexta…

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