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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

18.03.24

NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 16 de Março de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

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A época da 'viragem' para o Novo Milénio e entrada no mesmo viu nascer entre os jovens portugueses um fascínio considerável, ainda que temporário, pelas artes circenses. O lendário 'Diabolo', presença inescapável nos recreios lusitanos durante mais de um ano em finais dos 'noventas', servia como 'porta de entrada' para todo um 'universo' de truques e habilidades centrados em torno do equilíbrio e habilidade. Do bastão (que se perfilava inicialmente como o sucessor natural do 'Diabolo', embora tenha ficado muito longe de atingir o mesmo nível de sucesso globalizado) às bolas de malabarismo, passando ainda por outras vertentes menos conhecidas, foram muitas as artes 'saltimbancas' a transpôr a barreira do 'mainstream' e a fascinar os adolescentes portugueses durante este período.

Não foram, no entanto, apenas as artes em si a exercer tal atracção sobre a juventude lusitana: o próprio modo de vida dos artistas foi, durante alguns anos, idealizado e posto num pedestal por grande parte da referida demografia, que se apressou a adoptar, total ou parcialmente, a sua estética e valores. Motivados e inspirados pelos cada vez mais estrangeiros da sua idade que visitavam Portugal à época, os jovens da época rapidamente adoptaram os penteados exóticos, sacolas de sarja e roupas largas e debotadas em tecidos de pano cru, criando assim um estilo associado com a prática das artes circenses e com a frequência de locais elevados ao estatuto de 'mecas', como o Chapitô, em Lisboa, o principal espaço dedicado ao ensino e formação deste tipo de competência.

Em anos subsequentes, à medida que as gerações 'X' e 'millennial' davam progressivamente lugar aos 'Z' e 'Alfa', o fascínio pelas artes circenses reduziu-se consideravelmente, tendo a maioria dos 'saltimbancos' do início do século desaparecido das ruas das zonas turísticas onde tendiam a exibir as suas habilidades; e, com a crescente tendência para a digitalização das brincadeiras por oposição à aquisição de competências físicas, afigura-se pouco provável que tal situação volte a ocorrer. Ainda assim, quem viveu aquele momento muito particular na cultura portuguesa moderna certamente se lembrará do fascínio que o estilo de vida 'saltimbanco' gerava, e terá mesmo tido vontade de ir à arrecadação, sótão ou prateleira buscar o bastão ou as bolas de malabarismo, e verificar se ainda retém a memória muscular de outros tempos...

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