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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

17.12.22

NOTA: Este post é respeitante a Sexta-feira, 16 de Dezembro de 2022.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

No primeiro Natal do Anos 90, há quase exactamente um ano, fizemos questão de recordar aquele que continua a ser, possivelmente, o maior clássico de Natal da geração de finais do século XX, o imortal e perene 'Sozinho em Casa'; agora, doze meses volvidos e no fim-de-semana em que se celebram trinta anos sobre a sua estreia em Portugal, chega a altura de recordar a primeira e mais famosa sequela do filme de Chris Columbus.

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Produzido e lançado nos EUA em Novembro-Dezembro de 1991, 'Sozinho em Casa 2: Perdido em Nova Iorque' demoraria, como o original, quase um ano a atravessar o Atlântico, surgindo nas salas de cinema portuguesas apenas a 18 de Dezembro de 1992, ainda mais que a tempo de cativar os jovens fãs do original e de capitalizar sobre a popularidade da mini-estrela Macaulay Culkin, que surge novamente no papel que o revelou ao Mundo: o de Kevin McAllister, filho mais novo de uma família numerosa e com uma certa tendência para o ignorar, ou, pior, esquecer-se dele. E se no primeiro filme Kevin havia sido deixado para trás aquando de uma viagem de férias, desta vez, é durante a visita da família à cidade de Nova Iorque que o engenhoso mas ingénuo jovem se separa da família, vendo-se obrigado a tentar encontrá-la ao mesmo tempo que procura escapar às maquinações dos bandidos de Daniel Stern e Joe Pesci, que se procuram vingar dele pelos eventos do primeiro filme; pelo meio ficam interacções com Donald Trump (sim, interpretado pelo próprio), 'visitas guiadas' cinematográficas às principais atracções da Nova Iorque natalícia de princípios dos anos 90 e, claro, aquela mistura de humor e sentimento que caracteriza qualquer bom filme de Natal, e que fizera do primeiro filme o tremendo sucesso que foi.

Infelizmente, apesar de a 'fórmula' ser mais ou menos a mesma, bem como o realizador e elenco, 'Sozinho em Casa 2' dá razão à máxima que diz que as sequelas nunca são tão boas como os originais, nunca chegando a ser um clássico ao nível do original. Talvez seja a ausência das armadilhas caseiras que proporcionavam todos os bons momentos do primeiro filme, ou talvez a ambição demasiada em colocar Kevin a deambular pela gigantesca 'Big Apple' - o certo é que falta mesmo a esta primeira sequela aquele 'pózinho secreto' que lhe permitisse ombrear com o seu antecessor. Ainda assim, em vista do que se seguiria - e da maioria das comédias de Natal infantis estreadas desde então (como os insuportáveis 'Grinch' e 'Elf - O Falso Duende') 'Sozinho em Casa 2' não deixa de ser uma película acima da média, e capaz de proporcionar algumas gargalhadas aos mais novos numa tarde de cinema em família - desde que, claro, se faça questão de exibir também, na mesma sessão, o primeiro filme. E, para facilitar, deixamos abaixo o 'link' de YouTube para o filme completo...

19.11.21

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Os meados de Novembro marcam, no calendário de muito boa gente – e, certamente, da maioria das empresas e estabelecimentos de comércio – o início da época natalícia. As iluminações, armadas e colocadas nos respectivos lugares desde há pelo menos seis semanas, são finalmente acesas; os supermercados inserem uma série de temas natalícios nas suas 'playlists' musicais; o comércio de rua toma a liberdade de começar a decorar as montras com Pais Natais, árvores decoradas e desenhos de flocos de neve; e milhares de ex-crianças dos anos 90 começam a tentar prever em que data passará na televisão o 'Sozinho em Casa'.

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Uma imagem que está indelevelmente gravada na memória de todos nós.

Um dos três filmes de Natal inescapáveis em Portugal – ao lado de 'Mary Poppins' e 'Música no Coração', sendo, nos últimos anos, também provável que alguma emissora exiba um dos filmes da série 'Shrek' – 'Sozinho em Casa' é uma das obras cinematográficas mais imediatamente associadas a esta época do ano por qualquer pessoa que fosse da idade certa quando o mesmo estrou nos cinemas de todo o Mundo há quase exactamente trinta e um anos, a 16 de Novembro de 1990. E ainda que a constante e quase anual repetição do filme nos diversos canais da TV portuguesa tenha contribuído para reduzir significativamente a boa-vontade exibida por essa mesma geração em relação ao filme, a verdade é que também há pouco quem se oponha a ver o filme ainda mais uma vez...

Vendo bem, em retrospectiva, era inevitável que 'Sozinho em Casa' fizesse sucesso entre o público-alvo da altura, que não podia deixar de se rever no protagonista Kevin McAllister, interpretado por um rapazinho de nove anos que se viria em anos subsequentes a tornar um dos principais actores juvenis de Hollywood – o inconfundível Macaulay Culkin, cuja cara seria em breve objecto de capa de revistas infanto-juvenis como a Super Jovem, sempre acompanhada do icónico 'pullover' castanho-avermelhado envergado por Kevin durante a grande maioria da hora e 45 do filme. Quanto ao realizador Chris Columbus, vir-se-ia também a tornar uma estrela por direito próprio, tendo o seu segundo momento de glória surgido quase exactamente uma década após o primeiro, quando foi seleccionado para realizar as primeiras duas adaptações cinematográficas da estratosférica saga 'Harry Potter'.

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Macaulay Culkin, então e agora

E se a carreira do seu actor principal viria eventualmente a descarrilar, levando Culkin a afastar-se do mundo do cinema durante quase vinte anos, o legado do filme em si sobreviveria, tanto por culpa das repetições constantes como parte da programação natalícia de canais de televisão em todo o Mundo, como por mérito próprio do seu guião, assumidamente 'pastelão' a pontos de se assemelhar a um desenho animado de acção real, mas ao mesmo tempo alicerçado numa situação realista q.b., e tão excitante quanto aterrorizante para o seu público-alvo – ser esquecido pelos pais aquando de uma viagem, e ter que defender a sua casa contra assaltantes. Junte-se a isto uma pitada de sentimentalismo, sem exageros, e muitos, muitos momentos memoráveis (encabeçadas pela impagável cena do 'after-shave' e pelo icónico 'keep the change, ya filthy animal!') e está encontrada a receita perfeita para o maior filme de Natal do ano – ou, no caso de Sozinho em Casa, um dos maiores filmes do ano, ponto (ao que também ajudou o facto de a proposta da Disney para esse Natal ser 'Bernardo e Bianca na Cangurulândia', um dos filmes menos lembrados da safra anos 90 da companhia.) 

Méritos à parte, o facto é que Sozinho em Casa foi um estrondoso sucesso (só por aqui, foram CINCO as idas ao cinema para ver o filme!), tendo não só justificado, à época, a inevitável sequela (por sinal muito abaixo do nível do original) como também dado origem, anos mais tarde, a um inenarrável 'franchise' de lançamentos 'direct-to-video', já sem o envolvimento de qualquer membro da equipa original (Columbus só não sentirá vergonha destes filmes porque deve receber 'royalties' relativas aos mesmos), e com orçamentos significativamente mais reduzidos. Isto sem esquecer o 'remake' recém-estreado no canal Disney +, agora com um jovem britânico (Archie Yates, de 'Jojo Rabbit') inexplicavelmente residente nos EUA, no papel outrora interpretado pelo americaníssimo Culkin. MV5BNDI1MzM0Y2YtYmIyMS00ODE3LTlhZjEtZTUyNmEzMTNhZW

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A primeira regra das sequelas de 'Sozinho em Casa' é que não se fala das sequelas de 'Sozinho em Casa'...

Pelo caminho, o filme original foi também indelevelmente incorporado na cultura 'pop' (na Primark britânica podiam, há uns anos, encontrar-se 'pullovers' de Natal com a legenda 'Merry Christmas, you filthy animal!') a um ponto que tornava inevitável que o seu aniversário fosse celebrado, e lhe fossem dadas honras de abertura da época natalícia, neste nosso blog nostálgico. Chegou, pois, oficialmente a altura de começar a consultar as grelhas de programação dos diversos canais (vai passar ALGURES. Todos sabemos que vai passar ALGURES!) e a 'arrumar' a agenda para, no momento certo, podermos estar à frente da televisão a ver o gorro de Joe Pesci a pegar fogo e Daniel Stern a apanhar com a bola de bólingue na cabeça pela 6,427,139ª vez... Feliz Natal, seus animais!

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