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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

15.02.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Independentemente da era ou geração, a Sessão de Sexta com a cara-metade – seja no sofá ou numa sala de cinema – continua a ser uma das opções mais populares para passar a noite de S. Valentim; e, naturalmente, dado o contexto, os filmes de romance contam-se, inevitavelmente, entre os mais populares e frequentemente escolhidos pelos casais aquando desta data e situação. Os anos da 'viragem' do século XX para o XXI não eram, de todo, excepção a esta regra, pelo que não deixava de ser fortuito que as décadas de 90 e 2000 vissem o género em causa – sobretudo na sua vertente mais leve e voltada para a comédia – viver uma verdadeira 'era de ouro', oferecendo muitas e boas opções a 'pombinhos' de todas as idades para uma Sessão de Sexta pintada de 'cor-de-rosa' e 'vermelho-coração'.

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Apenas alguns dos inúmeros filmes de romance produzidos durante os anos 90.

De facto, é dos anos 90 e – sobretudo – 2000 que emanam muitos dos maiores clássicos tanto do romance mais sério como da chamada comédia romântica. É esta a época, por exemplo, de 'Titanic', 'Antes do Amanhecer', 'Ghost – O Outro Lado da Vida', 'As Pontes de Madison County', 'A Paixão de Shakespeare' ou 'O Guarda-Costas', mas também de 'Enquanto Dormias', 'Nunca Fui Beijada', 'Notting Hill', 'Quatro Casamentos e Um Funeral', 'O Casamento do Meu Melhor Amigo', 'Dez Coisas Que Odeio Em Ti', 'Ela É Demais', 'Miss Detective' e, claro, daquele que ainda hoje é um dos exemplos mais sinónimos com o género, 'Um Sonho de Mulher', estreado logo nos primeiros meses da década de 90 e que serviu como inspiração para quase tudo o que se lhe seguiu. Eram os anos áureos de 'meninos bonitos' como Brad Pitt, Leonardo DiCaprio, Tom Cruise, Keanu Reeves, ou Freddie Prinze Jr., e de galãs mais maduros e sofisticados como Matthew McConnaughey, Richard Gere, Robert Redford ou Kevin Costner, os quais contracenavam com 'meninas do lado' como Meg Ryan, Kate Hudson, Julia Roberts, Sandra Bullock ou Jennifer Lopez em filmes fáceis de identificar pelos cartazes cheios de letras cor-de-rosa com fontes arredondadas, fundos de cor pastel e fotos dos protagonistas numa pose que dava muitas pistas sobre a sua relação – normalmente abraçados ou, em filmes mais irreverentes, costas com costas, imitando a icónica pose de Gere e Roberts no supracitado 'Um Sonho de Mulher'. Um indicador óbvio e fácil para namorados de visita ao videoclube ou cinema local, em busca de uma película com a qual 'matar' duas horas.

Ao contrário de muito do que se fala nestas páginas, a comédia romântica continua 'viva e de saúde', embora hoje mais frequentemente confinada a plataformas de 'streaming'. Quem quiser recordar a juventude, no entanto, pode ainda fazê-lo de forma relativamente fácil, bastando procurar um dos supracitados filmes (ou dos inúmeros outros exemplos disponíveis à época) e, através dele, recordar aquelas Sessões de Sexta e Saídas de Sábado românticas dos seus tempos de 'miúdo' – ou, em alternativa, criar novas memórias ao lado do actual parceiro, na noite mais propícia do ano para o fazer.

 

03.05.24

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

O início dos anos 90 foi palco de um breve 'romance' entre os estúdios de Hollywood e John Grisham, o popular autor de 'thrillers' com tramas baseadas em casos jurídicos. Num curto espaço de tempo (menos de meia década), o escritor viu serem adaptadas ao formato cinematográfico diversas das suas principais obras, por vezes ao ritmo de mais de uma por ano. A primeira destas foi 'A Firma', com Tom Cruise, cujo sucesso serviu de mote para adaptações como 'O Cliente' (do ano seguinte), 'Tempo de Matar', 'O Segredo' (ambos de 1996) ou o filme que abordamos hoje, lançado logo naquele mesmo ano de 1993, mas que chegava a Portugal apenas na Primavera do ano seguinte, tendo acabado de completar trinta anos sobre a sua estreia nacional, a 15 de Abril de 1994. E porque, na Sessão de Sexta correspondente, escolhemos abordar outro 'aniversariante' mais relevante – o primeiro capítulo da saga 'A Múmia' – prestaremos agora a devida homenagem a 'Dossier Pelicano', filme que, apesar da temática séria e adulta, chegou a ter alguma exposição nos meios de comunicação dirigidos aos mais jovens publicados à época (a revista 'Super Jovem', por exemplo, fez do filme capa de um dos seus números daquele mês.)

Capa do DVD nacional do filme.

Tal atenção não era, aliás, de estranhar, tendo em conta que a adaptação do livro de John Grisham sobre uma advogada estagiária que se vê pessoalmente envolvida num caso 'de monta' trazia nos papéis principais duas das maiores estrelas de cinema da época: a idealista Darby Shaw era interpretada por uma Julia Roberts em pleno 'período imperial' (que, ainda nesse mesmo ano de 1993, participaria também em 'Hook', o 'Peter Pan para crescidos' realizado por Steven Spielberg) enquanto que o seu mentor e parceiro era vivido por Denzel Washington.

E se só a presença destes dois mega-astros da 'constelação' de Hollywood já seria suficiente para levar a maioria dos cinéfilos da altura às salas de cinema, o par não deixa os créditos por mãos alheias, evidenciando uma excelente 'química' mútua que é, também, ajudada pelo excelente elenco secundário - que inclui nomes como Sam Shepard, Stanley Tucci, John Lithgow, Robert Culp ou James B. Sikking, o Hunter de 'Hill Street Blues' – e pelo próprio guião, que adapta de forma fiel uma das melhores tramas de Grisham. O resultado é um filme que, sem necessariamente obedecer aos requisitos dos mais novos em termos de acção e comédia, não deixa, ainda hoje, de proporcionar uma excelente Sessão de Sexta para cinéfilos mais sérios, justificando bem a homenagem (ainda que atrasada) por alturas do trigésimo aniversário da sua chegada às salas nacionais.

10.06.22

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Os anos 80 e 90 representaram o auge absoluto da carreira do realizador Steven Spielberg, que seria responsável, durante esse período, por uma sucessão de êxitos de bilheteira, a começar em 'Salteadores da Arca Perdida', de 1981, e que se estenderia durante mais de vinte anos, até pelo menos a 'Apanha-me Se Puderes', de 2002. Os filmes dirigidos a um público infanto-juvenil, em particular – 'E.T. - O Extraterrestre', 'Poltergeist', 'Os Goonies', as sagas 'Indiana Jones' e 'Parque Jurássico' – granjearam ao nova-iorquino uma reputação suficiente para que qualquer projecto por ele encabeçado e dirigido a esta demografia se tornasse um sucesso, por mais megalómano ou exagerado que fosse.

Serve este preâmbulo para falar de 'Hook', talvez O mais megalómano e exagerado de todos os filmes infanto-juvenis de Spielberg, que – mesmo com quase duas horas e meia de duração, e apresentando muitos dos piores 'tiques' do realizador – não deixou ainda assim de ser bem acolhido pelas crianças e jovens de inícios dos 90, não constituindo Portugal excepção neste aspecto.

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De facto, aquando da sua estreia em território nacional, a sequela para a clássica história de Peter Pan – que documenta o regresso do herói à Terra do Nunca, décadas depois de finalmente ter sucumbido à maturidade – suscitou considerável interesse entre o público-alvo, a quem nem mesmo a longa duração do filme (quase uma hora mais longo do que a maioria das películas destinadas à mesma demografia) conseguiu refrear o entusiasmo; como consequência, 'Hook' acabou mesmo por se afirmar como mais um na infindável lista de sucessos de Spielberg – mesmo sendo um dos filmes mais fracos do realizador durante esse período.

De facto, conforme referimos acima, a longa-metragem apresenta várias pechas, que não se resumem apenas à longa duração e ritmo algo indulgente; não foi à toa que, por exemplo, Julia Roberts foi nomeada para a Framboesa de Ouro relativa a Pior Atriz Coadjuvante – a sua prestação como Sininho, já de si repleta de todos os mais irritantes clichés da actriz, não sai de todo beneficiada pelos efeitos especiais da época. De igual modo, Williams surge neste filme em modo 'sentimentalão', sem a 'chama' que trazia a papéis sérios como 'O Clube dos Poetas Mortos' nem a veia cómica desenfreada das suas futuras prestações em 'Aladdin', 'Flubber' ou 'Papá Para Sempre'.

Valem, pois, as prestações de Dustin Hoffman como o titular Capitão Gancho – declaradamente e propositalmente afectada e exagerada – e do jovem Dante Basco como Rufio (líder dos Meninos Perdidos e 'substituto' de Peter tanto em idade como em aspecto e atitude) para manter o interesse do espectador comum, não sendo de estranhar que ambas constituam os elementos mais memoráveis da película.

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O Rufio de Dante Basco e o Capitão Gancho de Dustin Hoffman são os elementos mais memoráveis do filme

Em suma, apesar de não constituir de todo uma má opção para uma tarde chuvosa em família – quem conhece o Spielberg deste período sempre soube que estaria em boas mãos – 'Hook' deixa algo a desejar quando comparado com a esmagadora maioria das obras que o rodeiam na filmografia do realizador americano, devendo pois ser recordado (ou apresentado às gerações mais novas) apenas depois de esgotados todos os restantes marcos da filmografia Spielbergiana. Ainda assim, o filme chegou, à época, a ser marcante para um determinado sector da juventude portuguesa, pelo que, qualidade à parte, estas breves linhas em sua homenagem acabam por não ser totalmente descabidas...

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