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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

02.03.25

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Numa altura do ano em que as partidas e brincadeiras estão na ordem do dia, nada melhor do que recordar cinco dos melhores acessórios utilizados para esse fim pelas crianças portuguesas de finais do século XX e inícios do seguinte, em tempos mais simples e menos obcecados com o realismo.

Diarreia/Vomitado Falso

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De perto, não enganava ninguém, com o seu aspecto duro e plástico; de longe, no entanto, era suficientemente realista para ser desconcertante, e fazer os pais ou educadores acreditar que tinha havido um 'acidente' na carpete que urgia limpar. Duplamente eficaz em casas com bebés ou animais de estimação, por razões que deverão ser óbvias.

Almofada de 'Traques'

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Simples e eficaz, este acessório destinava-se a ser colocado sobre um qualquer assento que alguém fosse, em breve, ocupar, de modo a que, ao sentar-se, a pessoa despoletasse o som da almofada de ar, o qual se assemelhava sobremaneira a uma função gasosa intestinal, provocando os expectáveis ataques de riso por parte dos elementos mais imaturos presentes.

Máquina de Choques

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Talvez a mais perigosa das partidas aqui elencadas, por emitir um pequeno choque eléctrico, não deixava, ainda assim de ser um clássico. Falamos da pequena máquina, do tamanho da palma da mão, que se escondia no interior da mesma logo antes de avançar para um amigo com um enorme aperto de mão – que, ao ser correspondido, resultava no referido choque, quase inofensivo, mas ainda assim suficiente para incomodar. Um clássico que, hoje em dia, deveria ser alvo de muitas restrições de segurança, a ponto de quase deixar de poder existir – algo que, neste caso, não se pode deixar de considerar positivo, dada a natureza da brincadeira.

Insectos de Borracha

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Mais ou menos realistas, nunca falhavam se colocados no sítio certo, à hora certa para causar uma reacção por parte dos mais 'fóbicos', ou daqueles que, simplesmente, não esperavam tal 'surpresa' debaixo do guardanapo da mesa, dentro da cama ou em qualquer outro sítio que a imaginação engendrasse.

Farinha e Ovos

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Terminamos com um clássico que os pais tendiam a detestar, por razões mais do que óbvias, mas que é talvez 'O' clássico do Carnaval em Portugal – ainda que apenas seja divertida para quem a ministra, já que a vítima tende a achar a prática tudo menos agradável...

Infelizmente, dada a mudança de tempos, sociedade e mentalidade, é pouco provável que qualquer destas partidas tenha interesse para as gerações mais novas. Para os seus pais, no entanto, eram parte integrante da experiência do Carnaval, a única época do ano em que tendia, verdadeiramente, a 'valer tudo'...

26.10.23

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Apesar de, como celebração, o Halloween ser uma data 'importada' já bastante depois da viragem do Milénio, alguns dos seus elementos estéticos, imagéticos e iconográficos faziam já, de uma forma ou de outra, parte do quotidiano das crianças e jovens portugueses desde há várias décadas; quem cresceu em inícios dos anos 90, por exemplo, certamente dedicou um período da sua infância a coleccionar as famosas Caveiras Luminosas oferecidas nos pacotes da Matutano, e talvez até lhes tenha dado lugar de honra na prateleira do quarto, de forma a aproveitar o efeito fluorescente e bem 'tétrico' que as mesmas davam a uma divisão às escuras. Não se ficava por aí, no entanto, a presença de elementos associados ao terror, e também estará provavelmente a mentir quem, tendo crescido no período em causa, afirme nunca ter assustado um familiar, professor, colega ou mesmo apenas a senhora da limpeza com um insecto de plástico.

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Fáceis e baratos de conseguir nas drogarias tradicionais, lojas dos trezentos ou até simplesmente como brindes nas máquinas de 'bolinhas', as réplicas de aranhas, lagartos, cobras e outros animais marcavam presença na gaveta das 'quinquilharias' de muitas crianças, prontas a serem 'desenterradas' assim se apresentasse a menor oportunidade. E se a qualidade variava consideravelmente dependendo da proveniência (as tiradas em 'bolinhas', por exemplo, tendiam a ser microscópicas, em plástico duro e praticamente isentas de detalhes) também é verdade que alguns destes brinquedos almejavam um grau de realismo suficiente para, de relance ou à distância, enganarem os mais incautos – lá por casa, por exemplo, existia uma tarântula que, inclusivamente, contava com um fio acoplado, permitindo 'sustos' perfeitamente épicos. Depois, era só escolher a situação mais adequada (lá por casa, normalmente, a mesa do almoço ou jantar), a 'vítima' mais susceptível, e esperar pela inevitável reacção, que nunca falhava em causar deleite.

E porque queremos pensar que a geração Z não é totalmente desprovida de criatividade, e não deriva TODO o seu humor de vídeos do TikTok, arriscamos dizer que, nesta época de Noite das Bruxas, haverá por esse Portugal fora inúmeros pequenos cérebros a engendrar sustos centrados em torno de insectos de plástico, para ajudar ao clima desta festa que se tenta tornar tradição. A esses, fica a dica para que, se precisarem de ajuda, perguntem aos respectivos pais, dado estes terem mais experiência no assunto do que se possa, à partida, imaginar...

14.10.23

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Apesar de a maioria dos tópicos abordados nesta secção serem referentes a actividades em conjunto, as crianças dos anos 80, 90 e 2000 também sabiam brincar sozinhas, mesmo no exterior; e. nessa conjuntura, uma das mais frequentes actividades prendia-se com algo que hoje sabemos ser crueldade animal, mas que, à época, pretendia apenas saciar a curiosidade natural dessa fase do desenvolvimento humano.

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Quem nunca?

Falamos das inúmeras 'brincadeiras' e 'experiências' que tinham como vítima os insectos e outros animais de porte microscópico, como os girinos e peixes bebés; e ainda que algumas destas fossem relativamente inocentes (como apanhar peixinhos, girinos ou 'alfaiates' no balde, na praia, ou num copo ou recipiente, no rio) outros cruzavam, efectivamente, o limiar da crueldade, como o arrancar das asas às moscas, impedindo-as de voar, o agarrar em borboletas pelas asas, o desenrolar forçado de bichos de conta, o desenterrar de minhocas da terra, o esborrachamento de formigas com os dedos ou a inserção de paus ou agulhas de caruma nas cascas dos caracóis para os fazer sair. Não deixa de ser estranho que, entre uma demografia que condenava intrinsecamente outros actos (como queimar formigas com lupas, por exemplo) este tipo de acções fosse tomado como perfeitamente normal, mas era precisamente isso que se passava, não havendo certamente um único membro das gerações 'X' e 'millennial' que não seja culpado de ter feito pelo menos uma destas coisas, pelo menos uma vez - por aqui, por exemplo, esborracharam-se ou desviaram-se do rumo muitas formigas em momentos de maior aborrecimento, e também se perturbaram muitos caracóis para os ver 'correr'...

Felizmente, a sociedade evoluiu desde esse tempo, e actos como os anteriormente referidos são, hoje, activamente denunciados, inclusivamente pela demografia equivalente à acima mencionada – apesar de a existência ainda hoje, no Google, de um jogo para telemóvel intitulado 'Ant Smash', já na terceira edição, indicar que talvez nem tanto tenha mudado desde aqueles anos...

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