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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

06.04.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 5 de Abril de 2025.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

De entre as muitas novas preocupações sociais a surgir durante as duas últimas décadas do século XX, a da vida saudável e perda de peso fica apenas atrás da ecologia como uma das mais relevantes no Mundo ocidental. Apesar de não ser nada de novo, estando presente na referida sociedade desde pelo menos há meio século a esse ponto, a preocupação com estar em forma, desenvolver músculos ou partes do físico, ou ainda perder peso ganhou novos contornos durante os anos 80 e 90, tendo simultaneamente ganho uma representação 'visível' e tangível, com o aparecimento dos ginásios e a difusão em massa de disciplinas como a aeróbica.

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De facto, foi precisamente nesses últimos anos do Segundo Milénio que se deu a génese do movimento pró-exercício físico que hoje permeia as vidas da quase totalidade dos cidadãos ocidentais. E se, ao contrário do que ocorre actualmente, os ginásios estavam, sobretudo, reservados aos culturistas e praticantes de desportos de combate, as 'donas de casa', profissionais de colarinho branco e outros sectores menos activos da sociedade encontraram na prática da referida actividade a sua forma de garantir a manutenção da tão importante 'linha'. Como consequência, verificou-se durante o período em causa um enorme aumento do número de aulas de aeróbica e 'step' oferecidos pelos supracitados ginásios, além do aparecimento de cassettes VHS que permitiam realizar o equivalente a uma sessão no conforto do lar.

Por sua vez, esta junção de factores resultou, inevitavelmente, na difusão da aeróbica a outros sectores da sociedade, não tardando a disciplina em causa a permear, por exemplo, o currículo das aulas de Educação Física do ensino preparatório e secundário, onde veio a encontrar toda uma nova demografia-alvo de jovens prontas (e, por vezes, também prontos) a emular os exercícios que viam as mães fazer no clube local ou em frente à televisão – ainda que, muitas vezes, num mero arremedo, mais próximo de uma brincadeira de faz-de-conta durante um Sábado aos Saltos do que de qualquer tipo de exercício sério. Ainda assim, esta actividade não deixava de constituir uma maneira de as crianças e jovens se manterem activos, ainda que talvez não a mais acertada ou apropriada para a faixa etária em causa.

Como todas as 'manias' e 'febres' da sociedade ocidental, no entanto, também a aeróbica acabou por ser alvo de mutação, ainda que sem nunca ter desaparecido completamente.; em vez disso, a modalidade dividiu-se em diversas disciplinas, as quais ainda hoje podem ser vistas no horário ou lista de aulas do ginásio mais próximo. Quem viveu a 'febre' original da aeróbica, no entanto, certamente reconhecerá nestas divisões apenas o espírito da rotina de exercícios que pôs milhões de mulheres (e também muitos homens) num estúdio de musculação ou em frente à televisão, em 'leggings' e perneiras, a agitar freneticamente os braços durante meia hora de cada vez...

24.05.24

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

De entre as actividades extra-curriculares disponíveis no Portugal de finais do século XX, a ginástica infantil ocupava, para grande parte da população, lugar de destaque. Ainda mais do que o 'ballet', equitação, natação, futebol ou artes marciais, era esta actividade unissexo e de claros benefícios tanto físicos como sociais que atraía muitos pais, e que rapidamente se tornava parte do quotidiano de inúmeras crianças pré-adolescentes. E quem, na infância, tenha frequentado mais do que uma única aula de ginástica, certamente se lembrará vivamente de se deslocar à loja de desporto mais próxima para adquirir as indispensáveis sapatilhas brancas ou pretas.

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De aspecto e 'design' algures entre as alpercatas, os sapatos de 'ballet' e os futuros 'best-sellers' da Vans, estas peças de calçado ofereciam muito pouco no tocante a moda ou 'style' – não se pondo sequer a hipótese de serem usadas para lá das quatro paredes do estúdio ou ginásio – mas, desde que compradas no tamanho certo (o que nem sempre era adquirido) ofereciam o conforto e mobilidade necessária para os pinos, rodas e cambalhotas da ginástica, ao mesmo tempo que ofereciam alguma protecção – embora não muita, como sem dúvida asseverará qualquer pessoa que tenha colocado mal um pé com elas vestidas.

Quando aliadas ao facto de estas peças de calçado serem infinitamente resistentes, recusando-se a 'morrer' mesmo após meses ou anos de uso semi-intensivo, estas qualidades faziam com que as sapatilhas de ginástica valessem bem o seu dinheiro – e continuem a valer, já que este tipo de sapato está longe de ter desaparecido do Portugal contemporâneo, ainda que a sua presença no mesmo seja significativamente mais reduzida do que outrora, devido à queda de popularidade da ginástica infantil em relação a outras modalidades. Ainda assim, quem tenha filhos com apetência para os saltos e cambalhotas certamente já terá dado por si a comprar pelo menos um par de sapatos deste tipo e, quiçá, a recordar um tempo em que os 'papéis' eram invertidos, e as sapatilhas eram para si...

17.10.21

NOTA: Este post corresponde a Sábado, 16 de Outubro de 2021.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.

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Um dos principais elementos da vida de muitas crianças ou jovens, sobretudo em meios urbanos, são as actividades extra-curriculares. Nos anos 90, a situação não era diferente; para além do tempo passado diariamente na escola, muitas crianças dedicavam uma parte das suas semanas à actividade ou desporto da sua preferência (ou dos pais) – algumas das quais tinham lugar, sim, ao Sábado (vêem como conseguimos ligar o tema ao título do blog?) E ainda que essa tendência se mantenha relativamente inalterada até aos dias de hoje, as actividades propriamente ditas sofreram algumas alterações, fazendo com que valha a pena recordar como este 'ritual' se passava no tempo em que todos fomos crianças.

Como quem esteve lá certamente recordará, os anos 90 foram a era das artes marciais (para os rapazes), dança e equitação (para as raparigas), além das sempre populares natação e ginástica e dos eternos cursos de línguas. Já na recta final da década, vir-se-iam a intrometer também neste paradigma as danças de rua (vulgo hip-hop), as quais ganhariam ainda maior expressão na década, século e milénio seguintes.

Fosse qual fosse a actividade escolhida, no entanto, o ritual era o mesmo: às segundas, quartas e sextas, terças e quintas ou (sim) Sábados, lá íamos muitos de nós para o treino ou para a aula, chegando muitas vezes a casa completamente derreados (ainda que no bom sentido) e com vontade de tomar um banho, comer alguma coisa e ir dormir – o que se tornava complicado quando havia trabalhos de casa para fazer para o dia seguinte, ou um fim-de-semana inteiro ainda para gozar... Ainda assim, poucos eram os que se queixavam, visto estas actividades acarretarem consigo uma certa sensação de progressão e recompensa do esforço, que por sua vez incitava a um ainda maior grau de aplicação e práctica; tanto assim era que o mais provável é que muitos dos que nos estão neste momento a ler, e que têm eles próprios filhos em idade de ingressar nestas actividades, provavelmente já os terão inscrito nas mesmas, reiniciando assim o ciclo e mantendo vivo o ritual por mais uma geração...

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