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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

09.02.25

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

O gosto pela música é uma das características mais inatas do ser humano, revelando-se, muitas vezes, logo desde tenra idade; o mesmo se passa com a tendência para imitar os gestos e comportamentos dos adultos, que principia assim que a criança tem idade suficiente para estar ciente do que a rodeia, e tomar decisões conscientes. Assim, não é de surpreender que um dos muitos brinquedos de sucesso entre as crianças dos anos 80 e 90 tenha tido por base uma combinação destas duas vertentes com a tecnologia da época, com um resultado final que não poderia deixar de ser irresistível. Nada melhor, portanto, do que dedicar mais um 'post' duplo a esta 'pérola' algo esquecida de muitos Domingos Divertidos.

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Falamos do gira-discos de brincar da Fisher-Price, o qual emulava o principal método de reprodução musical da época pré-dispositivos portáteis, mas substituindo as frágeis circunferências de vinil estriado por algo bastante mais resistente e adequado a ser manuseado pela demografia-alvo do brinquedo – no caso, discos em plástico duro, cada um deles codificado com uma respectiva cor pastel, que permitia às crianças em idade de pré-literacia saber que música neles estava contida sem, para isso, precisar de decifrar qualquer rótulo. Os temas, esses, consistiam de uma selecção de temas de domínio público, alguns deles especificamente criados para um público infantil (como 'A Ponte de Londres') e outros apenas de cariz apelativo para o mesmo (como a valsa 'Danúbio Azul'). E, apesar da 'distorção' natural derivada dos limitados aspectos técnicos do produto, a verdade é que cada um destes temas era perfeitamente inteligível, e muito agradável de ser ouvido.

No restante, o brinquedo funcionava exactamente como uma versão simplificada de um verdadeiro leitor de LP's, com o disco a ter de ser inserido no prato, a agulha posta em contacto com o mesmo e a corda dada antes de a canção poder ser reproduzida – uma mecânica que obrigava a criança a despender esforços mentais e processuais, ao mesmo tempo que lhe dava a conhecer o funcionamento de um gira-discos de verdade, como o que os pais possivelmente teriam na sala de casa. Assim, não é de admirar que muitos Domingos Divertidos se tenham transformado em Segundas de Sucessos graças a este 'sucedâneo' infantil de um produto para adultos, e à meia-dúzia de 'singles' incluídos no mesmo, que terão ajudado muitas crianças (portuguesas e não só) a descobrir e nutrir o gosto pela música.

Infelizmente, a era do CD viria a tornar este tipo de brinquedo obsoleto, nunca tendo havido uma 'versão' do mesmo em formato de Discman ou 'tijolo'. Assim, é provável que apenas os mais velhos de entre os leitores deste blog – crescidos ainda na era do vinil – recordem este saudoso produto; para esses, no entanto, é bem possível que este 'post' tenha despoletado uma vaga de nostalgia, e um daqueles momentos de recordação da infância (e respectivas exclamações de surpresa e espanto) tão característicos da natureza humana...

08.05.22

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui por diversas vezes referimos que o período de vinte anos que mediou entre o início da década de 80 e o novo milénio foi, sem qualquer sombra de dúvida, um dos mais frutíferos e entusiasmante da História da humanidade; no entanto, apesar de a maioria desses avanços se terem dado nos campos da electrónica e informática, esses não foram os únicos campos em que se verificaram evoluções ao longo do referido período – pelo contrário, as mesmas eram visíveis até mesmo em algo tão aparentemente insignificante como um quadro de desenho.

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Falamos, claro, do famosíssimo Etch-a-Sketch, o instrumento com que até mesmo as crianças com pouco jeito para as artes visuais se podiam sentir artistas – até por a mecânica do dito cujo brinquedo nivelar artistas e 'toscos' mais ou menos pela mesma bitola.

Isto porque as duas alavancas utilizadas para desenhar no quadro LCD – das quais uma controlava as linhas horizontais, e a outra as verticais – não permitiam um grau de precisão por aí além; apesar das magníficas obras de arte prometidas pelo anúncio do produto, a maioria das tentativas de produzir um desenho no instrumento pouco melhores eram do que aqueles 'rabiscos' que a maioria das crianças faz antes de aprender a desenhar. Aqui e ali, podia ser que se conseguisse elaborar algo vagamente parecido com um pássaro ou uma casa, mas o processo para lá chegar era precisamente o oposto das linhas que o produto produzia – ou seja, tudo menos recto. E nem a caneta magnética ajudava...

Nada disto, no entanto, impediu o Etch-a-Sketch de ser um sucesso mundial junto de uma determinada geração - houve, até, edições de viagem, ou licenciadas, como uma em que o quadro surgia entre as mãos do Rato Mickey - talvez pelo factor 'os-outros-não-conseguiram-mas-eu-vou-conseguir' que motiva tantas das iniciativas de crianças nessa fase de desenvolvimento. Todos achávamos ir ser os próximos artistas-revelação do Etch-a-Sketch – e mesmo quando esse sonho caía por terra, continuavam-se a fazer tentativas para o tornar realidade...

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A versão Mickey do 'Quadro Mágico'

Dado o grau de sucesso atingido pelo produto original, não foi, de todo, surpreendente ver surgir um 'concorrente' melhorado durante o mesmo período. Tratava-se do Magna Doodle, um instrumento que prometia um maior grau de precisão e maiores possibilidades do que o Etch original, e que muitas ex-crianças portuguesas da época recordarão, sobretudo, pelo contagiante estribilho do anúncio nacional.

Produzido pela Fisher-Price, 'rainha' dos brinquedos pré-escolares e infantis, este concorrente do Etch-a-Sketch tinha muitos dos mesmos problemas daquele, mas cumpria, pelo menos, na questão das possibilidades, visto que permitia gradientes de até seis tonalidades – todas elas de cinzento ou preto (ou seja, mais sombras que verdadeiras tonalidades) mas ainda assim, um passo acima dos desenhos totalmente planos do Etch-A-Sketch.

O problema continuava, infelizmente, a residir na questão da precisão, sendo que a experiência de tentat desenhar num Magna Doodle era apenas marginalmente mais satisfatória do que num Etch-A-Sketch, não conseguindo por isso satisfazer as necessidades dos mini-artistas; ainda assim, pela maior gama de criações que possibilitava, este produto afirmava-se como uma alternativa válida ao seu concorrente mais estabelecido no mercado – embora, previsivelmente, tenha sido este a perdurar a longo prazo, dada a sua longevidade de, à época, mais de 30 anos no mercado (ser incluído como personagem num sucesso como 'Toy Story' também não terá deixado de ajudar...)

Fosse como fosse, ambos estes produtos tiveram o seu momento na ribalta, sensivelmente no mesmo período da História; e embora os aspirantes a artistas mais sérios cedo tenham 'emigrado' para recursos mais confiáveis e versáteis, nenhum dos dois deixa de ser uma das muitas memórias de infância para ex-jovens ao redor do Mundo, não sendo Portugal excepção neste particular.

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