31.12.23
Feliz Ano Novo! Obrigado por mais um ano de apoio ao blog. Boas entradas, e vemo-nos em 2024! (E 1994, e 1999...)
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31.12.23
Feliz Ano Novo! Obrigado por mais um ano de apoio ao blog. Boas entradas, e vemo-nos em 2024! (E 1994, e 1999...)
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28.12.23
Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.
A cerimónia da passagem de ano, ou 'reveillon', é caracterizada pelo seu ambiente de festa - o qual, tanto em Portugal como um pouco por todo o Mundo, é, por sua vez, marcado pelo barulho, alegria e animação. No caso do Ano Novo, esta atmosfera é grandemente auxiliada por uma série de acessórios, que a festa de 31 de Dezembro partilha com outra celebração portuguesa na 'outra ponta' do Inverno, o Carnaval.
Exemplos modernos dos acessórios em casa.
De facto, das cornetas com 'serpentinas' e 'línguas da sogra' (não confundir com o bolo do mesmo nome) a adereços como óculos e cartolas, sem esquecer as tradicionais buzinas e tampas de panela, são muitos os acessórios tradicionalmente associados ao 'reveillon', não só em Portugal como um pouco por todo o Mundo, os quais, como é evidente, não deixam de fazer as delícias dos mais novos, sempre prontos a aproveitar qualquer desculpa para fazer 'algazarra' e barulho - situação, aliás, que não deverá apresentar grandes mudanças nos tempos que correm, sendo essa uma daquelas características inter-geracionais que resistem a todo e qualquer aumento da digitalização. Assim, quem tiver filhos, amigos ou parentes menores a festejar consigo o 'reveillon' talvez queira 'apetrechar-se' com um bom sortido dos acessórios em causa, tal como o faziam os seus pais quando eles próprios eram da mesma idade, em finais do século XX...
03.12.23
NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 2 de Dezembro de 2023.
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.
A quadra natalícia no Portugal de finais do século XX e inícios do Novo Milénio ficava, para muitas crianças e jovens, marcada por uma série de rituais que se repetiam anualmente: os jantares em família, a compra e decoração da árvore, a montagem do presépio, o circo de Natal (ao vivo e na televisão), o convívio dos clubes ou modalidades de que faziam parte, os desenhos para pintar e cartas ao Pai Natal escritas na escola, a visita ao referido Pai Natal no 'shopping' ou hipermercado mais próximo e, claro, a festa de Natal organizada por pelo menos uma das empresas onde os pais trabalhavam.
De facto, se em outros países esta festa é, sobretudo, um pretexto para dar uma 'noite de farra' aos adultos, em Portugal, a mesma era mais direccionada às crianças, envolvendo tradicionalmente um convívio com aperitivos, distribuição de prendas, e até, muitas vezes, um espectáculo de palhaços ou teatro ou uma visita do próprio Pai Natal; em outros casos, a festa era, ela mesma, organizada durante, e em torno, de um espectáculo de circo ou peça de teatro já em cena, permitindo simplificar essa faceta do processo e proporcionando uma experiência ainda mais inesquecível aos pequenos espectadores. Não é, pois, de admirar que as festas de Natal de empresas como a Portugal Telecom fossem altamente antecipadas pelos filhos dos funcionários – afinal, quem não gosta de receber presentes, comer 'à borla' e passar uma tarde divertida na companhia de outros jovens da mesma idade?
Infelizmente, o progressivo afastamento da vertente familiar por parte das empresas portuguesas ditou a redução drástica do número de festas deste tipo no século XXI; e embora seja de acreditar que ainda haja em Portugal empresas dispostas a organizar eventos anuais dirigidos aos mais novos, não é de todo polémico afirmar que foi nos anos 90 que as festas de Natal institucionais e corporativas viveram aquele que talvez venha a ser o seu último período áureo.
13.06.23
NOTA: Por motivos de relevância temporal, esta Terça será de TV, e não Tecnológica.
Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.
As festas dos chamados Santos Populares – o Santo António em Lisboa, o São João no Porto, e o São Pedro em várias outras localidades - acarretam consigo uma série de tradições, algumas partilhadas (como as sardinhadas) e outras relativas a uma das festas em particular, como os 'martelinhos' e alhos-porros do São João do Porto, ou as Marchas Populares, em Lisboa, as quais usufruem da sua própria 'sub-tradição', nomeadamente, a transmissão televisiva do desfile e subsequente votação para melhor marcha. Com origens que remontam ao início da televisão, a teledifusão das Marchas é uma das poucas certezas inerentes a qualquer mês de Junho em Portugal – o que não invalida que, a dada altura, até mesmo esta tradição tenha sido alvo de uma ligeira mudança.
As Marchas de 1993 na SIC, que dividia nesse ano a transmissão com a TVI
De facto, os anos 90 representam o primeiro período, desde o advento da chegada da televisão ao País, em que as Marchas Populares não foram, necessariamente, transmitidas pela RTP. A 'entrada em cena' de duas concorrentes privadas, no espaço de apenas alguns meses, veio ameaçar a hegemonia daquela que era até então a única emissora nacional, e promover a rotatividade de direitos de transmissão das Marchas, que, durate a década seguinte, transitariam indiscriminadamente pelos três canais, embora com especial incidência nos dois privados, a ponto de a RTP apenas ter conseguido transmitir o desfile uma única vez (em 1997) no período compreendido entre 1993 e 2003; mesmo entre as duas novas estações, a concorrência era algo desleal, com a TVI a sair clara vencedora, conseguindo garantir os direitos oficiais de transmissão do certame entre os anos de 1993 e 1995 (por obra do então edil de Lisboa, Pedro Santana Lopes) e novamente entre 2000 e 2002.
Uma 'batalha' fascinante, portanto, mas que viria a ter fim tão abruptamente quanto começara, com a recompra dos direitos das Marchas por parte da RTP, há exactas duas décadas. Desde então, o desfile não mais deixou a estação estatal, tendo-se, assim, reposto o 'status quo' anterior a 1993, e tornado as 'guerras das Marchas' num daqueles assuntos de que só quem os viveu se lembra. Felizmente, não deixar que este tipo de eventos caiam no esquecimento é, precisamente, a proposta deste blog, pelo que – no rescaldo de mais um desfile na Avenida da Liberdade, marcado por vitória histórica do Bairro da Bica, a primeira em vinte anos – não podíamos deixar de recordar os breves mas 'intensos' anos em que as Marchas de Lisboa se viram, temporariamente, sem domicílio fixo no seio da televisão portuguesa...
31.12.22
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.
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O dia 31 de Dezembro fica marcado pelo chamado 'Reveillon' - a festa de passagem de ano que, dependendo da zona do país ou até do agregado familiar, reveste uma série de actividades e tradições bastante distinta. E apesar de, hoje em dia, haver uma variedade bastante maior de opções de entre as quais escolher nesta data, os anos 90 não deixavam, eles mesmos, de possibilitar às crianças e jovens portugueses passagens de ano bastante distintas entre si.
E se, para os mais novos, a data era normalmente passada em família (sempre bem acompanhados pelos especiais de Ano Novo televisivos e pelos tradicionais espectáculos de fogos de artifício comunitários vistos da varanda ou do jardim, e quiçá com direito a um pequeno gole de champanhe ou de outra bebida, quando já mais 'crescidinho') os jovens e adolescentes não deixavam de encontrar uma série de maneiras distintas de celebrar a entrada do novo ano, desde as tradicionais discotecas (para os mais velhos e/ou abastados) até às não menos típicas festas entre amigos (em casa de uns ou de outros, e sempre com comida e bebida à descrição) ou até algo mais 'aventuroso' e memorável, como o aluguer de uma casa onde passar um fim-de-semana inesquecível. Cada uma destas opções tinha, claro, as suas vantagens e desvantagens - as discotecas, por exemplo, eram menos intimistas e mais dispendiosas, mas permitiam 'ser visto', enquanto que os encontros entre amigos forneciam maior intimidade e liberdade em troca de um investimento bastante menor - tendo as mesmas de ser equacionadas na hora de escolher um plano em definitivo para o Ano Novo.
Qualquer que acabasse por ser a 'táctica' adoptada, no entanto, os 'reveillons' dos anos 90 e 2000 acabavam, invariavelmente, por ser tão ou mais marcantes do que os actuais - até por ser bastante menos fácil 'alinhavar' planos e combinar encontros. É em memória desses anos, e com um olho sempre no futuro, que queremos desejar aos nossos leitores umas excelentes entradas em 2023. Feliz Ano Novo!
21.12.22
Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.
Recentemente, falámos aqui do ritual de enfeitar a árvore de Natal, ainda hoje um dos pontos altos deste período de Festas para muitas crianças e jovens, em Portugal e não só; agora, chega a altura de recordar a outra (e não menos entusiasmante) vertente das decorações natalícias do lar português médio - o presépio.
Um presépio bem tradicional e típico da época.
Montado, normalmente, ao mesmo tempo do que a árvore (e geralmente perto da mesma) a tradicional cena do nascimento de Jesus permitia aos mais criativos dar largas à imaginação, senão na cena em si (que é histórica e, como tal, imutável) pelo menos na apresentação da mesma - por exemplo, através da construção de uma manjedoura ou estrela em trabalhos manuais, a qual se tornava, posteriormente, parte integrante da cena até se 'desfazer'.
Mesmo quem não tinha pendor para estas inovações, no entanto, tinha muito por onde se entusiasmar, sendo a própria aquisição das figuras em si - à época, normalmente, disponíveis em formato avulso em muitas drogarias e lojas tradicionais 'de bairro' - já constituía uma experiência fora do vulgar, e indicativa de que a época natalícia se estava, verdadeiramente, a iniciar; e depois, claro, havia a própria disposição da cena na sala de jantar ou de estar, também ela bastante divertida, sendo apenas difícil resistir à tentação de usar os figurinos do presépio como figuras de acção, ou heróis de histórias retiradas naquele preciso instante da nossa imaginação. E depois havia, claro, a também memorável 'excursão' pelas ruas da cidade, vila ou aldeia, em busca dos presépios públicos que as diferentes autarquias sempre montavam como complemento às tradicionais iluminações, muitos dos quais se destacavam pelo conceito, execução, ou simplesmente pelo tamanho...
Sejam quais forem as circunstâncias em torno deste ritual anual, no entanto, não restam dúvidas de que o mesmo constituía um dos pontos altos da experiência de preparação do Natal para as crianças e jovens portugueses de finais do século XX; a única questão que se coloca é, portanto, se esta prática continuará a ter o mesmo impacto para as gerações actuais...
12.11.22
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.
Esta sexta-feira, celebrou-se o feriado bem português do São Martinho, que fica marcado, de Norte a Sul do País, pelas tradicionais festas do magusto que em ambientes mais citadinos se resumem praticamente ao consumo de castanhas assadas (em tempos disponibilizadas pelos tradicionais vendedores de rua), mas que em povoações mais pequenas acarretam uma série de outros elementos que as tornam uma Saída de Sábado (ou antes, de qualquer dia em que se dê a festa) verdadeiramente memorável, para os mais novos e não só.
Nos anos 90, não era diferente, sendo as celebrações do magusto desse período muito semelhantes às actuais, ou às de décadas passadas, sendo esta, felizmente, daquelas tradições imunes a quaisquer avanços sociais ou tecnológicos – até pelo seu carácter bem presencial, com as famílias (e, por vezes, até grupos maiores, sobretudo nas aldeias, onde se trata de uma festa comunitária) a reunirem-se à volta da mesa ou de uma fogueira para conviver, comer as referidas castanhas e beber bebidas típicas da época (neste caso, mais os adultos que as crianças, dado o teor alcoólico da maioria dos acompanhamentos líquidos ligados à festa, dos quais se destaca o vinho novo.) Em certas partes do País, o magusto fica ainda ligado a tradições localizadas, como o 'furar das adegas' praticado nas Beiras, ou a matança do porco minhota.
Todos estes elementos – aliados aos que cada bairro ou povoação não deixava de adicionar à sua própria celebração – tornavam (e tornam) a noite de S. Martinho marcante para quem era (é) jovem e impressionável, sobretudo em ambientes menos urbanizados, onde as tradições eram, e continuam a ser, observadas a rigor - sendo que, para os citadinos, a data era, sobretudo, memorável pela oportunidade que oferecia de comer castanhas assadas na escola, muitas vezes no exterior, na companhia dos colegas de turma. Motivos mais que suficientes, portanto, para recordamos esta festa nas nossas páginas, e (espera-se) provocarmos nostalgia em todos aqueles que, em pequenos, as viveram....
25.04.22
NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 23 de Abril de 2022.
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.
Na vida de uma criança (seja dos anos 90 ou contemporânea) o dia dos anos perde apenas para o Natal como evento mais importante do ano; afinal, são essas as duas datas em que se recebem, sem quaisquer condições de reciprocidade, presentes de todos os tamanhos e feitios, em que se comem sem quaisquer restrições toda a espécie de doces e iguarias, e em que (não menos importante) se recebe em casa os amigos, para uma tarde de diversão.
Sim, nos anos 90 (como agora) a festa de anos era um dos pontos altos do ano para uma criança, e o ritual organizativo de que esse evento se revestia apenas servia para o tornar ainda mais entusiasmante. Isto porque, enquanto alguns países tornaram tradição celebrar a data no McDonald's ou semelhante, Portugal continua a ser das nações que opta pela via mais tradicional e económica da festa em casa, com uma mesa cheia de bolos, batatas fritas, sumos, gasosas e outras iguarias à disposição do aniversariante e convidados, e quiçá, à saída, um saquinho com Smarties, Sugus, rebuçados e outras lembranças para agradecer a presença dos mesmos.
Esta opção, por sua vez, apenas fazia com que a perspectiva de ir à festa de um amigo ou colega de escola (especialmente se o mesmo fosse mais chegado) fosse quase tão entusiasmante para a maioria das crianças como a ideia do seu próprio aniversário; da excitação de receber o tradicional envelope com o convite no recreio (um ritual a que a era da Internet veio tirar a magia) à descoberta de todas as possibilidades oferecidas pela casa do aniversariante, uma festa de anos representava, para um pré-adolescente da época, a garantia de um dia bem passado a 'fazer asneiras' com outras crianças da sua idade. E, claro, toda a experiência se tornava ainda melhor se o colega fosse daqueles poucos cujos pais estavam dispostos a alugar um espaço especialmente para a festa, ou a convidar artistas para animar a mesma, como os tradicionais palhaços.
Mesmo depois de chegada a adolescência, o apelo de uma festa de anos para o 'puto' médio português não esmorecia; isto porque, nessa altura, as festas em casa eram, progressivamente, substituídas por saídas com os amigos, primeiro às 'pizzas' e ao shopping, cinema ou feira de diversões, e mais tarde para uma jantarada e saída à noite. E apesar de este tipo de festas nem sempre envolver (ou mesmo requerer) presente, as mesmas tinham, ainda assim, uma série de atractivos extra, que as tornavam não menos entusiasmantes ou antecipadas do que as suas congéneres dos tempos de infância – mesmo que, agora, os convites fossem enviados por SMS, em vez de entregues em mão na sala de aula.
Em suma, para um jovem dos anos 90, os anos (próprios ou dos amigos) estavam, sem dúvida, entre os acontecimentos mais aguardados do ano – um paradigma que, queremos acreditar, nem mesmo a tendência crescente para o isolamento digital terá conseguido contrariar. Afinal, seja qual fôr a altura da História, uma festa é sempre uma festa...
05.03.22
Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos e acessórios de exterior disponíveis naquela década.
Já várias vezes aqui referimos que as melhores brincadeiras nem sempre são, necessariamente, as mais complicadas, antes pelo contrário – por vezes, basta um bocado de elástico suficientemente comprido, ou algumas marcas no chão da rua, para se passar uns bons momentos de brincadeira com os amigos.
Dessa perspectiva, um bocado de plástico ou borracha oco e repleto de hélio ou outro gás pode ser considerado um dos acessórios mais simples de entre todos os que já falámos nesta rubrica, a par do referido elástico; no entanto, como qualquer criança tanto dos anos 90 como dos dias de hoje atestará, o mesmo traz infinita alegria a qualquer jovem de uma certa idade, por mais efémera que a mesma seja.
Sim, hoje falamos dos bons e velhos balões, essa eterna fonte de tantos sorrisos como lágrimas, normalmente de vida curta, mas do qual a maioria das crianças nunca se parece cansar. E apesar de este não ser, de todo, um produto exclusivo dos anos 90 – pelo contrário, mais intemporal seria difícil – a verdade é que o mesmo fez parte de todas as nossas infâncias, merecendo por isso o destaque neste nosso 'blog' nostálgico. Até porque, nos anos 90, não havia apenas um tipo de balão, nem tão-pouco dois, existindo mesmo variedades hoje desaparecidas.
O simples e honesto balão de borracha
Destas, a mais comum era, claro, a de borracha lisa e unicolor e forma vagamente oval, vendida em pacotes com dezenas ou até centenas, que se podia decorar com um desenho ou frase, e que - precisamente devido ao seu baixo custo e alta customização - era presença constante em festas de anos, eventos publicitários ou de empresas, e outras efemérides semelhantes, normalmente amarrada a um pau de plástico que prevenia que escapassem, mas também reduzia a mobilidade.
Uma visão que suscitaria a cobiça de qualquer criança
O segundo tipo mais frequentemente vislumbrado na mão de uma criança – ou a voar pelo céu, depois de o fio ter escapado da mesma – era também dos mais cobiçados, e era normalmente encontrado à porta de eventos dedicados ao público infantil, embora também marcasse ocasionalmente presença em parques e jardins movimentados; falamos, é claro, do balão em forma de boneco, normalmente alusivo a uma qualquer propriedade mediática popular entre o público-alvo, mas que também podia representar apenas algo mais genérico, mas ainda assim do interesse do mesmo, como um unicórnio ou um carro de corridas. Este tipo estava, normalmente, associado a uma ocasião ou saída (de Sábado...) especial, e – quando não voava antes de chegar a casa – tendia a atingir o fim de vida junto ao tecto do quarto do dono, onde era alvo de uma 'mirragem' lenta mas inexorável...
Os característicos balões de animais
Depois, claro, havia também balões que não eram bem 'balões', na medida em que não subiam, nem eram feitos para subir. Dos balões de água já aqui falámos, mas havia ainda os balões usados por artistas de festa para fazer os famosos 'animais', mais compridos que os 'normais' de festa de anos, e – ao contrário destes – com tendência a ficarem bem 'amarrados' à gravidade, fazendo das suas formas características (normalmente de cavalo, cão, girafa, flor, espada, ou a mais 'preguiçosa' cobra) o seu principal ponto de interesse para o público-alvo.
Quem nunca fez isto, não sabe até que ponto é divertido...
Para além destes tipos, ainda hoje comuns, havia, conforme referido, outros tipos de balão que já quase não se vêem, dos quais o mais comum talvez fosse o chamado 'Punch Ball' – um balão em forma de esfera perfeita, recheado de algum tipo de grão ou substância dura, e dotado de um elástico estrategicamente colocado no topo do balão, que permitia ao dono sacudi-lo, fazendo assim saltar os grãos do recheio e causando um som estralejante. Uma mecânica por demais simples, mas que ilustra perfeitamente a máxima exposta no início deste post, visto não haver criança que não tirasse deste viciante e satisfatório movimento diversão suficiente para tornar ainda mais prazerosa a ida ao Jardim Zoológico ou feira popular.
Fosse qual fosse o tipo, no entanto, um balão entregue a uma criança era garantia de momentos de extasiante felicidade – pelo menos, até o mesmo fugir ou, pior, rebentar, transformando os sorrisos em lágrimas de desgosto ou susto. Mesmo com este pequeno senão, no entanto, era (e continua a ser) rara a criança que recusa ou se opõe à ideia de receber um balão, fazendo deste imortal acessório de saídas e brincadeiras de exterior um dos mais perenes e duradouros de sempre entre a demografia infanto-juvenil – e, como tal, um tema mais que meritório para este Sábado aos Saltos.
26.02.22
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.
Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos e acessórios de exterior disponíveis naquela década.
Sim, leram bem – o 'post' de hoje é uma combinação estilo '2-em-1' dos nossos dois tipos de posts de Sábado. Isto porque a festa que se celebra deste fim-de-semana até à próxima quarta-feira – o Carnaval – envolve tanto Saídas (para que o Mundo possa ver a nossa bela fatiota de máscara) e Saltos (ou não fosse esta, em anos 'normais', uma semana de férias da escola, em que o tempo parece interminável.) Falemos, pois, do modo característico como esta festa era celebrada em Portugal nos anos 90, e de tudo aquilo que, em criança, lhe tendia a estar associado.
E começamos, precisamente, pelo factor mais comummente associado ao Carnaval – as máscaras. Enquanto que hoje estas se cingem quase exclusivamente a propriedades intelectuais populares – não se pode ser 'apenas' uma princesa, tem de se ser uma princesa DISNEY, de preferência a Elsa – nos anos 90, havia ainda uma mistura saudável entre este tipo de fatos (com destaque para as Tartarugas Ninja, Homem-Aranha, Super-Homem e Power Rangers) e os mais 'clássicos' disfarces de cowboy, princesa, palhaço, monstro, ou o que mais se conseguisse imaginar sem ter que gastar muito dinheiro.
O disfarce de Tartaruga Ninja era um dos mais populares nos anos 90
No entanto, mesmo com esta vasta gama de disfarces à disposição, havia um que suplantava todos os outros, senão em popularidade, pelo menos em frequência: o de Zorro. Não havia, à época, praticamente nenhum Carnaval em que não se vissem pelo menos uns dois ou três Zorros, fosse na rua, na escola ou no clube desportivo. A popularidade do herói mascarado era tão indisputável quanto inexplicável, já que o mesmo estava ainda a alguns anos do seu 'renascimento' às mãos de Antonio Banderas, e era apenas vagamente conhecido da maioria das crianças; a verdade, no entanto, é que – vá-se lá saber porquê... - a sua característica roupagem era mesmo uma das escolhas mais populares no que tocava a fatos de máscara.
Os fatos completos não eram, no entanto, a única opção no tocante a disfarces de Carnaval; pelo contrário, a maioria das crianças via-se mesmo restrita às chamadas 'caraças', aquelas máscaras de cara completa, com elástico, que se podiam comprar em qualquer drogaria, loja de brinquedos ou até dos trezentos, por um preço relativamente acessível – o que ajudava, talvez, a explicar a popularidade. Curiosamente, estas máscaras eram perfeitamente bem aceites entre o normalmente hiper-crítico público infantil, e embora um fato fosse mais admirado e invejado, a criança que se disfarçava apenas com uma máscara não seria alvo da chacota dos colegas, como se poderia talvez pensar, tornando-as uma boa alternativa para quem tinha menos dinheiro.
Nem só de máscaras e disfarces, no entanto, vivia o Carnaval – e, aqui, há que falar da enorme panóplia de acessórios associados à celebração desta festa pelas crianças e jovens, que ajudava a dar vigência à expressão 'BRINCAR ao Carnaval'. À época, a gama de diversões de Carnaval ia das mais inócuas - como as serpentinas que se penduravam das grades da janela ou varanda e que acabavam invariavelmente na rua, a dar trabalho aos lixeiros – às irritantes (como os martelinhos, as pistolas de água ou os balões de água atirados de andares altos para quem passava cá em baixo) ou activamente perigosas, como os inenarráveis estalinhos ou as sempre populares pistolas de fulminantes. Alguns destes acessórios tinham uma ligação mais óbvia ao Carnaval que outros, mas a verdade é que todos eles fizeram parte da infância de qualquer português que tenha celebrado esta festa nos anos 90 – senão a título próprio, pelo menos manuseados por alguém nas proximidades.
Alguns dos mais populares brinquedos do Carnaval português dos anos 90
No cômputo geral, todos estes elementos – as máscaras, as partidas, os brinquedos, até mesmo as férias da escola - contribuíam para moldar a experiência do Carnaval português dos anos 90; e embora, hoje, as regras mais apertadas de segurança tenham tornado esta festa significativamente diferente, quem a viveu nos anos 90 certamente nunca vai esquecer as emoções, sensações e brincadeiras daquela última semana de Fevereiro. Feliz Carnaval!