Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos e acessórios de exterior disponíveis naquela década.
Já várias vezes aqui referimos que as melhores brincadeiras nem sempre são, necessariamente, as mais complicadas, antes pelo contrário – por vezes, basta um bocado de elástico suficientemente comprido, ou algumas marcas no chão da rua, para se passar uns bons momentos de brincadeira com os amigos.
Dessa perspectiva, um bocado de plástico ou borracha oco e repleto de hélio ou outro gás pode ser considerado um dos acessórios mais simples de entre todos os que já falámos nesta rubrica, a par do referido elástico; no entanto, como qualquer criança tanto dos anos 90 como dos dias de hoje atestará, o mesmo traz infinita alegria a qualquer jovem de uma certa idade, por mais efémera que a mesma seja.
Sim, hoje falamos dos bons e velhos balões, essa eterna fonte de tantos sorrisos como lágrimas, normalmente de vida curta, mas do qual a maioria das crianças nunca se parece cansar. E apesar de este não ser, de todo, um produto exclusivo dos anos 90 – pelo contrário, mais intemporal seria difícil – a verdade é que o mesmo fez parte de todas as nossas infâncias, merecendo por isso o destaque neste nosso 'blog' nostálgico. Até porque, nos anos 90, não havia apenas um tipo de balão, nem tão-pouco dois, existindo mesmo variedades hoje desaparecidas.
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O simples e honesto balão de borracha
Destas, a mais comum era, claro, a de borracha lisa e unicolor e forma vagamente oval, vendida em pacotes com dezenas ou até centenas, que se podia decorar com um desenho ou frase, e que - precisamente devido ao seu baixo custo e alta customização - era presença constante em festas de anos, eventos publicitários ou de empresas, e outras efemérides semelhantes, normalmente amarrada a um pau de plástico que prevenia que escapassem, mas também reduzia a mobilidade.
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Uma visão que suscitaria a cobiça de qualquer criança
O segundo tipo mais frequentemente vislumbrado na mão de uma criança – ou a voar pelo céu, depois de o fio ter escapado da mesma – era também dos mais cobiçados, e era normalmente encontrado à porta de eventos dedicados ao público infantil, embora também marcasse ocasionalmente presença em parques e jardins movimentados; falamos, é claro, do balão em forma de boneco, normalmente alusivo a uma qualquer propriedade mediática popular entre o público-alvo, mas que também podia representar apenas algo mais genérico, mas ainda assim do interesse do mesmo, como um unicórnio ou um carro de corridas. Este tipo estava, normalmente, associado a uma ocasião ou saída (de Sábado...) especial, e – quando não voava antes de chegar a casa – tendia a atingir o fim de vida junto ao tecto do quarto do dono, onde era alvo de uma 'mirragem' lenta mas inexorável...
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Os característicos balões de animais
Depois, claro, havia também balões que não eram bem 'balões', na medida em que não subiam, nem eram feitos para subir. Dos balões de água já aqui falámos, mas havia ainda os balões usados por artistas de festa para fazer os famosos 'animais', mais compridos que os 'normais' de festa de anos, e – ao contrário destes – com tendência a ficarem bem 'amarrados' à gravidade, fazendo das suas formas características (normalmente de cavalo, cão, girafa, flor, espada, ou a mais 'preguiçosa' cobra) o seu principal ponto de interesse para o público-alvo.
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Quem nunca fez isto, não sabe até que ponto é divertido...
Para além destes tipos, ainda hoje comuns, havia, conforme referido, outros tipos de balão que já quase não se vêem, dos quais o mais comum talvez fosse o chamado 'Punch Ball' – um balão em forma de esfera perfeita, recheado de algum tipo de grão ou substância dura, e dotado de um elástico estrategicamente colocado no topo do balão, que permitia ao dono sacudi-lo, fazendo assim saltar os grãos do recheio e causando um som estralejante. Uma mecânica por demais simples, mas que ilustra perfeitamente a máxima exposta no início deste post, visto não haver criança que não tirasse deste viciante e satisfatório movimento diversão suficiente para tornar ainda mais prazerosa a ida ao Jardim Zoológico ou feira popular.
Fosse qual fosse o tipo, no entanto, um balão entregue a uma criança era garantia de momentos de extasiante felicidade – pelo menos, até o mesmo fugir ou, pior, rebentar, transformando os sorrisos em lágrimas de desgosto ou susto. Mesmo com este pequeno senão, no entanto, era (e continua a ser) rara a criança que recusa ou se opõe à ideia de receber um balão, fazendo deste imortal acessório de saídas e brincadeiras de exterior um dos mais perenes e duradouros de sempre entre a demografia infanto-juvenil – e, como tal, um tema mais que meritório para este Sábado aos Saltos.