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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

14.07.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 13 de Julho de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

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A bola de 1992.

Enquanto centro nevrálgico do jogo de futebol – sendo mesmo a razão do prefixo do mesmo – a bola acaba por ser um elemento tão icónico quanto os próprios equipamentos ou chuteiras dos jogadores, apesar de, muitas vezes, menos notável ou notório. Ainda assim, têm havido, ao longo dos últimos cinquenta anos, várias bolas oficiais da FIFA e UEFA cujo 'design' e escolha de cores e padrões as torna particularmente memoráveis, e suscita a compra de um sem-número de réplicas por parte dos jovens fãs do desporto-rei. Os anos 90 não foram, de forma alguma, excepção a esta regra; de facto, ainda que as bolas oficiais dos Campeonatos Europeus daquela década ficassem longe das cores vivas e 'designs' memoráveis do Novo Milénio, as mesmas revelavam, ainda assim, suficiente 'personalidade' para justificarem serem as escolhidas do público-alvo em causa.

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O modelo de 1996.

Da responsabilidade da Adidas, fabricante único das competições internacionais desde o seu início, as três bolas oficiais dos Europeus de finais do século XX (a Etrusco Único de 1992, Questra Europa de 1996 e Terrestra Silversteam de 2000) apresentavam a mesma base no tradicional branco, mas marcavam a diferença através de padrões bem distintos, embora nem sempre particularmente originais. A Etrusco, por exemplo (modelo que 'transitava' do Mundial de Itália '90) era uma simples bola preta e branca, com o habitual e frequentemente imitado padrão da Adidas: painéis lisos no meio, com um 'friso' a toda a volta. Já a Questra Europa, usada apenas no Euro '96, marcava a diferença através das cores usadas no friso (azul e vermelho) que evocavam a anfitriã Inglaterra sem, ao mesmo tempo, serem declaradamente alusivas à icónica Union Jack. Por sua vez, a Terrestra Silverstream, utilizada apenas no Europeu de 2000, apostava num conceito menos declaradamente localizado e de cariz mais inovador, substituindo a clássica cor branca dos painéis por um elegante prateado, que tornava de imediato a bola mais apelativa para os jovens da viragem do Milénio, época em que o futurismo estava em alta em todos os sectores da sociedade.

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O esférico de 2000.

Três bolas tão semelhantes quanto distintas, portanto, cada uma das quais desenhada para apelar às sensibilidades dos adeptos da época e, idealmente, garantir que os mesmos levavam para casa uma réplica de um dos três esféricos, por oposição às igualmente apelativas, e mais baratas, bolas não oficiais com os painéis decorados com bandeiras dos diferentes países do Mundo – um paradigma que, aliás, se mantém até aos dias de hoje, tendo sem dúvida ajudado a informar o 'design' da bola do Campeonato Europeu prestes a concluir-se algumas horas após a publicação deste 'post'...

07.07.24

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

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Goste-se mais ou menos dos jogadores convocados, o apoio à Selecção Nacional de futebol masculino sénior está entranhado no âmago de qualquer adepto português, teimando em surgir sempre que as Quinas surgem em mais um Mundial ou Europeu – algo que vem sendo recorrente de há três décadas a esta parte. No entanto, a maioria dos adeptos mais velhos será, também, rápida a admitir que a Selecção de hoje já não desperta a mesma paixão do grupo desse tempo, centrado em elementos da lendária Geração de Ouro e que apresentava o verdadeiro 'futebol champanhe', dando 'espectáculo' e entusiasmando os adeptos independentemente do resultado.

E esta última condicionante é mais importante do que parece, já que um dos principais elementos associados a 'essa' Selecção Nacional era o azar. De facto, jogasse melhor ou pior, Portugal parecia sempre soçobrar nos momentos-chave, fosse por falta de sorte, fosse por o adversário lhe ser legitimamente superior. O auge desta tendência (apenas desfeita, de forma inacreditável, em 2016) foi, claro, a derrota frente à massa adepta caseira, em pleno Estádio da Luz, na final do Euro 2004; no entanto, o problema já vinha, a essa data, mais 'de trás', tendo ambas as participações das Quinas em competições internacionais durante os anos 90 redundado em esperanças desfeitas quase 'à última hora'.

De facto, logo no seu regresso aos palcos internacionais, em 1996 (Europeu que iniciaria a referida tendência de apuramentos sucessivos que perdura até aos dias de hoje) Portugal logrou efectuar uma fase de grupos honrosa, até dominadora, e foi favorecido com um sorteio bastante razoável para os quartos-de-final, evitando os 'tubarões' e defrontando a República Checa, hoje Chéquia. O 'presente' revelar-se-ia, no entanto, 'envenenado', com um golo monumental do futuro benfiquista Karel Poborsky (então jogador do Manchester United) a ditar a eliminação da equipa fortemente favorita para esse jogo, e a lançar a 'outra' tendência de Portugal em Europeus, esta mais negativa que a anteriormente mencionada.

A 'maldição' continuaria (e de forma ainda mais dolorosa) quatro anos depois, quando uma das melhores selecções portuguesas de sempre realizaria uma fase de grupos irrepreensível (encabeçada por uma reviravolta histórica contra a Inglaterra) e 'dinamitaria' a Turquia nos quartos, garantindo o acesso a uma meia-final de má memória, em que levou a França campeã do Mundo dois anos antes a prolongamento, para depois ser 'atraiçoada' por uma mão de Abel Xavier em plena área, que Zidane converteria em corações partidos de Norte a Sul de Portugal.

Vistos isoladamente, cada um destes casos pode parecer apenas coincidência, ou azar; no entanto, todo o adepto português sabe que os mesmos marcaram o início de uma tendência que apenas seria contrariada duas décadas depois, no único jogo que Portugal talvez não merecesse ganhar. E numa altura em que a 'maldição' volta a 'atacar' em pleno (tendo Portugal acabado de soçobrar nos 'penalties' frente à França, nos quartos-de-final do Euro 2024) convém que não se perca a memória de onde tudo começou...

05.07.24

NOTA: Este post é respeitante a Quinta-feira, 4 de Julho de 2024.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Desde a sua massificação em inícios do século XX, o futebol tem sido o desporto mais consensual e com maior base de fãs a nível mundial; Portugal não é, de todo, excepção a esta regra, como se pode facilmente verificar pela existência de nada menos do que três jornais diários dedicados apenas e tão-somente a notícias de cariz desportivo, com natural primazia para o futebol. Não é, pois, de estranhar que cada nova competição internacional, particularmente as disputadas entre selecções de jogadores de cada país, façam 'parar' grande parte do Mundo, e motivem um sem-número de companhias a efectuar promoções alusivas ao certame em causa.

O Euro '96, levado a cabo em Inglaterra, não foi, de forma alguma, excepção a esta regra, tendo vários produtos, companhias e entidades adoptado temporariamente as cores da bandeira do país em que eram comercializados, e oferecido brindes centrados nas equipas presentes no torneio. Em Portugal, uma dessas entidades era o jornal 'A Bola', que, não querendo deixar créditos por mãos alheias no que toca à sua área de especialização, veiculava esse Verão, em conjunto com o seu jornal, figuras em borracha dos jogadores da Selecção Portuguesa da altura.

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Algumas das figuras da colecção, e respectivos cartões de 'identidade'.

Inteligentemente chamados de Figuras da Bola (num trocadilho com o nome do jornal) estes bonecos constituíam, basicamente, caricaturas tridimensionais dos jogadores, cada um dos quais surgia com as feições exageradas daquele estilo de arte, e com cabeças muito maiores do que o 'esquelético' corpo em que assentavam. Ainda assim, e apesar da abordagem 'cartunesca', a maioria dos 'craques' da Geração de Ouro era, ainda, perfeitamente reconhecível, de Fernando Couto e Paulo Sousa com as suas 'melenas' à não menos farta cabeleira loira de Jorge Cadete, o enorme queixo de Sá Pinto ou a cabeça achatada de Luís Figo, entre outras características propositalmente ampliadas para máximo efeito cómico. Juntamente com cada uma das figuras vinha, ainda, um cartão, com uma caricatura do jogador em causa e alguns dados vitais do mesmo – um pormenor cujo valor era apenas aparente, já que o que verdadeiramente interessava era a figura, ideal para colocar na estante, mesa de cabeceira ou secretária (não confundir com Secretário, que também faz parte da colecção...!) e mostrar assim o apoio à Selecção.

Curiosamente, apesar da natureza obviamente atractiva desta promoção (mais próxima de um brinde dos ovos Kinder ou do Happy Meal do McDonald's do que algo oferecido por um jornal), não tornou a haver, em certames subsequentes, qualquer outra promoção deste tipo, deixando a 'Selecção' de Figuras da Bola como uma iniciativa única no panorama promocional português, quer do século XX quer do actual, e bem merecedora de lembrança nas páginas deste nosso blog.

26.11.23

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

Ao longo da História do futebol, tem havido um sem-número de jogadores tão sinónimos com certos clubes que é difícil acreditar que alguma vez tenham defendido outros emblemas. O futebol português dos anos 90 e 2000 não foi, de todo, excepção a esta regra, e poderá ser surpreendente para os mais distraídos constatar que Sá Pinto e Pedro Barbosa nem sempre foram do Sporting, Nuno Gomes e Mantorras não foram formados no Benfica, e Fernando Couto ou Maniche também não são oriundos das escolas do FC Porto. A estes nomes, há ainda que juntar um outro, sinónimo com o Porto da fase hegemónica, mas que iniciou a carreira ainda um pouco mais a Norte, noutro histórico do futebol português, e que completou esta semana cinquenta e três anos de idade.

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Com a camisola de que se tornou sinónimo.

Falamos de João Paulo Maio dos Santos, mais conhecido pelo diminutivo Paulinho, e que a maioria dos adeptos associa de imediato ao contingente de jogadores físicos e agressivos que compunha o plantel dos 'Dragões' durante grande parte da década de 90. O que muitos não saberão, no entanto, é que o homem que dava verdadeiro significado à expressão 'polivalente defensivo' iniciou a carreira com uma camisola listada, não de azul, mas sim de verde e branco, ao serviço do clube da sua terra-natal, o Rio Ave, em cujas escolas completara uma formação iniciada mais 'a sério' no Varzim, aos doze anos de idade.

Decorria a última temporada dos anos 80 (e, simultaneamente, primeira dos 90) quando o jovem Paulinho Santos, recém-graduado da equipa de juniores, era integrado no plantel principal dos vilacondenses, então nos escalões secundários do futebol português; apesar deste modesto início, no entanto, o talento do jovem não tardaria a vir à tona, e a utilização esporádica durante as primeiras duas épocas daria lugar à titularidade indiscutível na terceira, de 1991/92, onde ombrearia com vários nomes emprestados pelo seu futuro clube, como Cao, Tulipa e os também futuramente famosos Rui Jorge e Bino. Talvez tenha sido por intermédio destes que o talento de Paulinho Santos chegou aos ouvidos dos responsáveis portistas, mas seja qual tenha sido o modo de transmissão da mensagem, o resultado foi inevitável – no final da época, o médio-defensivo vilacondense rumava ao Estádio das Antas, para não mais o deixar até final da carreira.

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O plantel titular do Rio Ave da época 1991/92, última do jogador nos vilacondenses. Paulinho Santos está ao centro na fila de cima.

O resto da História é bem conhecido: esteio defensivo da Selecção Nacional da fase Geração de Ouro no Euro '96 (onde chegou a jogar a lateral-esquerdo!), peça fulcral da equipa do Porto penta-campeã nacional, eterno 'arqui-inimigo' de João Vieira Pinto, e espectador 'de cadeirinha' (ou antes, de 'banco') aos triunfos europeus dos Dragões, quando já há muito trocara a titularidade pelo estatuto de veterano e 'lenda viva' dentro do plantel. No total, foram onze épocas e mais de duzentos jogos ao serviço do Futebol Clube do Porto, durante os quais conquistou tudo o que havia para conquistar, e partilhou o terreno de jogo com uma verdadeira 'litania' de nomes sonantes, de Jorge Costa a Aloísio (com quem partilhou o estatuto de 'lenda' do clube), Fernando Couto, Drulovic, Zahovic, Jardel, Capucho, Nuno Valente, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Deco ou o actual treinador dos azuis e brancos, Sérgio Conceição.

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Com as Quinas, que defendeu no Euro '96 na posição de lateral-esquerdo.

O próprio Paulinho Santos viria, aliás, a enveredar ele próprio pela carreira de treinador, como aliás acontece com tantos ex-jogadores; sem surpresas, é na sua 'segunda casa' que Paulinho continua a exercer cargos técnicos, sobretudo como treinador-adjunto das camadas jovens e da equipa B, embora tenha chegado a ser adjunto da equipa principal durante um par de épocas em inícios da década de 2010.

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Como adjunto da equipa principal do Porto, em 2013.

Já dentro de campo, o seu legado continua, igualmente, a ser honrado pelo filho, conhecido pela mesma alcunha do pai e actualmente ao serviço da equipa que viu o mesmo despontar para o futebol – uma forma honrosa de 'completar o ciclo' para um jogador que, embora tenha vivido os seus melhores anos noutras partes, nunca esqueceu o clube junto ao qual nasceu e cresceu, e graças ao qual se viria a afirmar enquanto jogador sénior. Parabéns, Paulinho Santos!a

22.08.22

NOTA: Este post é respeitante a Domingo, 21 de Agosto de 2022.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidades do desporto da década.

Apesar de o mundo do futebol ser dos que mais exalta os seus 'craques', nem todos os jogadores mais memoráveis da História do desporto-rei foram, necessariamente, sobredotados ou prodígios de talento; muitos deles destacaram-se por outras qualidades, como a raça, a entrega, a dedicação a um determinado clube, a aparência bizarra ou original, ou simplesmente a longevidade no seio de uma determinada liga. O homem de quem vamos, nas próximas linhas, traçar um esboço de carreira faz, precisamente, parte deste segundo lote - apesar de ter chegado a ser internacional portuguêm em plena era da Geração de Ouro e a jogar no Real Madrid, dificilmente será recordado como um portento técnico; quaisquer memórias positivas a ele associadas terão, precisamente, a ver com os factores acima elencados, em particular a sua dedicação a um clube específico do campeonato português.

Falamos de Carlos Secretário, eterno defesa-direito do FC Porto da fase hegemónica, e que dedicou ao emblema nortenho nove das suas quinze épocas como profissional de futebol - mais de metade do total da sua carreira - apenas entrecortadas por uma passagem algo 'desastrada' pelo referido Real Madrid, por quem não conseguiu almejar mais do que treze jogos antes de voltar à 'casa de partida', para mais seis épocas. Conforme é apanágio desta secção, no entanto, não é nessas épocas ao mais alto nível que nos focaremos; pelo contrário, neste post, contaremos a história futebolística de Secretário enquanto foi uma Cara (Des)conhecida do panorama desportivo português.

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O defesa ao serviço da Selecção das Quinas, em 1999

Nascido em S. João da Madeira a 12 de Maio de 1970, foi, com naturalidade, no clube local que o jovem Secretário iniciou a sua formação futebolística, já relativamente tarde, aos 14 anos; os quatro anos que mediariam até à sua estreia como sénior veriam, ainda, o lateral passar pelas academias de Sporting e Porto, iniciando-se aí, aos dezassete anos, a relação do atleta com a agremiação azul e branca. A estreia como profissional, no entanto, dar-se-ia não no seio do clube das Antas, mas (ainda) mais a Norte, em Barcelos, onde um Secretário de apenas dezoito anos amealharia vinte e nove jogos e dois golos ao serviço do clube local, o Gil Vicente.

De Barcelos, o atleta rumaria, na época seguinte, a Penafiel, onde permaneceria por duas épocas, afirmando-se como presença quase indiscutível na equipa; no total, foram sessenta e quatro jogos com a camisola dos penafidelenses, com mais dois golos a juntar à conta pessoal do defesa. Nas duas épocas seguintes, ao serviço do Famalicão e Braga, respectivamente, o defesa conseguiria a proeza de totalizar números exactamente iguais, terminando cada uma das épocas com exactamente trinta e uma exibições e...dois golos!

Seria aqui, no final da época 1992-93 (e já como internacional sub-21 por Portugal) que Secretário chegaria, finalmente, à sua casa (quase) definitiva, onde viria a 'morar' por duas vezes: primeiro entre 1993 e 1996, contabilizando 86 jogos e mantendo a sua média de dois golos por época (num total de seis) e depois entre 1998 e 2004, período durante o qual alinharia praticamente cento e trinta vezes pelo clube das Antas, ainda que sem qualquer golo. Pelo meio, ficavam a referida (e azarada) passagem pelo campeonato espanhol, e umas nada despiciendas trinta e cinco internacionalizações AA, com duas competições internacionais disputadas ao serviço das Quinas (os Campeonatos Europeus de 1996 e 2000) e um golo marcado.

Apesar do seu longo e honroso vínculo ao FC Porto, no entanto, não seria nas Antas que Secretário viria a terminar carreira; ao invés, a última época do futebolista seria disputada ao serviço do Maia, tendo o lateral alinhado por vinte e quatro vezes com a camisola do clube dos arredores do Porto. Seria, aliás, também no Maia que Secretário iniciaria a sua nova carreira, a de treinador, que o veria passar por diversos clubes amadores e semi-profissionais dos campeonatos português (Lousada, Arouca, Salgueiros 08 e Cesarense) e francês (Lusitanos Saint-Maur e Créteil Lusitanos, clube que actualmente orienta); e apesar de não ter tanto 'brilho' como a sua carreira de jogador, esta nova etapa do ex-internacional português não deixa de ser honrada e honrosa, merecendo tanto respeito quanto foi atribuído à sua profissão passada. Numa altura em que o ex-defesa enfrenta problemas de saúde - tendo, por esse motivo, sido homenageado no último 'derby' entre Sporting e Porto - não queríamos, pois, deixar de homenagear o ex-atleta, a quem enviamos também votos de rápidas melhoras, e de que a carreira de treinador venha a ser tão notável como a de jogador profissional.

26.06.21

NOTA: Este post corresponde a Sexta’feira, 26 de Junho de 2021.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Camisolas de futebol. Hoje em dia, não há quem não tenha pelo menos uma do clube ou jogador favorito, nem que seja para a ‘peladinha’ ou o ginásio semanal. Mas se nas últimas duas décadas este tem sido um item quase banal em lojas, hipermercados e até barraquinhas de praça ou feira – em versão mais ou menos legal, consoante o local de compra – há escassos trinta anos, não era bem assim. Em meados da década de 90, as camisolas de futebol eram, ainda, caras e difíceis de encontrar se não se soubesse onde ir para comprá-las; até mesmo as lojas de desporto tendiam a vender, sobretudo, camisolas ‘anónimas’, destinadas a serem usadas como uniforme para equipas amadoras, mais do que como acessório de beleza.

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Uma das poucas camisolas de futebol da época encontráveis na Internet actual

E, bem vistas as coisas, isto nem sequer era assim tão estranho; afinal, um dos principais atractivos de comprar uma camisola destas – ter o nome e número do nosso ídolo nas costas – ainda não era práctica comum à época, só se vindo a popularizar já no novo milénio. Quem comprasse uma camisola nos anos 90 não estava com a camisola do Figo vestida – apenas com a número 7 de Portugal; ou seja, a compra de um item deste tipo era uma questão mais clubística ou patriótica do que propriamente de admiração por um jogador em particular. E quanto a vestuário alusivo a futebol, mas que não fossem camisolas (do género que se vê, por estes dias, nas referidas lojas, hipermercados e bancas) pura e simplesmente não existia – ou,  quando existia, era tão proibitivamente caro como as camisolas em si.

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O único outro exemplo alusivo à Selecção das Quinas encontrado 

Mesmo assim, uma pesquisa na Internet ainda permite encontrar algumas camisolas desse tempo, tanto da Selecção como de clubes – embora, claro, em muito menor número do que os modelos da década seguinte, quando este tipo de artigo se popularizou. Mas é aos anos 90, e não ao novo milénio, que este blog diz respeito – e como tal, esta viagem nostálgica pelas camisolas de futebol tem mesmo de terminar por aqui…

24.06.21

NOTA: Este post é relativo a Terça-feira, 22 de Junho de 2021.

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Hoje em dia, qualquer fã de futebol – seja de clubes ou internacional – tem uma variedade de meios à escolha se pretender acompanhar o seu clube ou Selecção de eleição. Mesmo sem entrar pelos meandros da Internet, se um dos quatro canais principais não estiver a transmitir a partida pretendida, a SportTV ou o novíssimo Canal 11 certamente terão algum tipo de solução – e, em último recurso, há sempre o ecrã de plasma do café da esquina…

Tempos houve, no entanto, em que não era assim. Tempos, até, bem mais recentes do que pensa; basta, por exemplo, lembrar que na década de 90, os fãs de futebol portugueses podiam ver exactamente UM jogo por semana – normalmente, de um dos três grandes – ficando, no restante, reduzidos a relatos radiofónicos ou resumos no Domingo Desportivo. Até mesmo a Selecção Nacional se via adstrita a este regime, ainda que em menor escala – até porque, à época, as Quinas não eram ainda consideradas uma das grandes Selecções mundiais, e não participavam necessariamente em todos os torneios.

Foi, precisamente, em meados da década de 90 que a situação começou a mudar. O advento do Euro '96 – um dos Campeonatos Europeus mais mediatizados até então – e a presença da Selecção no mesmo levaram os jornalistas a redobrar esforços no respeitante à cobertura do evento, o que acabou por se traduzir numa das primeiras instâncias de cobertura desportiva como a entendemos actualmente.

A principal responsável por esta mudança de paradigma foi a SIC, então ainda em início de vida, e que decidiu marcar posição enviando uma equipa de reportagem a Inglaterra, não para seguir a Selecção, mas para avaliar o clima geral da competição. O resultado foi uma peça noticiosa histórica, de indole inédita à época, que desviava o foco dos jogadores e das partidas e o colocava, firmemente, nos adeptos. Mas não QUAISQUER adeptos – adeptos britânicos, alcoolizados, e que tinham como ídolo particular um então titular habitual da Selecção das Quinas…

Enfim, um momento ‘divisor de águas’, e que incentivou as restantes emissoras a seguir o exemplo da SIC no tocante a peças sobre desporto. Claro que a mudança não foi imediata – antes pelo contrário – mas também é certo que, em finais da mesma década, o jornalismo desportivo já se assemelhava muito mais ao que hoje conhecemos. E tudo por causa de quatro adeptos alcoolizados e um cântico de louvor a Jorge Cadete…

21.06.21

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

No início desta semana desportiva, quando falámos sobre o Euro ’96, aludimos ao facto de o mesmo não ser, exactamente, um Euro normal. A febre inglesa pelo ‘seu’ Campeonato Europeu transformou aquilo que era só mais uma competição desportiva internacional – emocionante, sim, mas igual a tantas outras – naquilo a que os próprios britânicos chamariam ‘a big deal’.

Isto foi particularmente not]orio no campo do merchandising’, sendo que a competição de 96 viu serem lançados alguns produtos comemorativos oficiais, no mínimo, invulgares. Para além dos habituais cromos, copos e outros brindes do género, o Euro inglês foi o primeiro a ter um videojogo oficial (hoje prática comum, mas à época, um acontecimento inaudito) e continua, até aos dias de hoje, a ser o único a ter um CD de banda sonora oficial! É precisamente deste último – denominado ‘The Beautiful Game: The Official Soundtrack of Euro ’96 - que falamos neste post.

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Vendo bem, a ideia de um CD de banda sonora de um Euro jogado em Inglaterra – especialmente durante os anos 90 – não é, de todo, descabida. Afinal de contas, as Ilhas Britânicas viram surgir, através dos tempos, alguns dos mais excitantes artistas e grupos musicais de sempre - basta lembrarmo-nos da British Invasion ou do movimento ‘punk’, entre tantos outros. Ora, este disco foi lançado precisamente no auge de um desses movimentos, no caso a ‘Britpop’, que começara a popularizar-se um par de anos antes; assim, não é de estranhar que grande parte das mais de duas dezenas de artistas aqui incluídos façam parte desse movimento, caso dos Blur (cuja ‘Parklife’, sátira à falta de aspirações do britânico médio que, num golpe de ironia, virou um hino dos mesmos ao seu estilo de vida, é talvez a mais conhecida de entre as músicas aqui incluídas), Pulp, Teenage Fanclub ou The Boo Radleys.

'AAAAAALLLL THE PEEEOOOPLEEEE...SOOO MAAANYYY PEEEOPLEEEE...'

Não, o que verdadeiramente surpreende na selecção de músicas de ‘The Beautiful Game’ é o seu ecletismo, e o facto de haver por aqui bandas de movimentos tão díspares quanto a ‘new wave’ (New Order) ou a electrónica (Stereo MCs, Jamiroquai), o rock electrónico (Primal Scream ou Black Grape, que aqui surgem com um convidado de luxo na pessoa de Joe Strummer, líder dos Clash) ou o ‘trip-hop’ (Massive Attack, Olive.) Em comum, estas bandas só tinham mesmo o facto de virem das Ilhas Britânicas – e, no caso dos suecos Wannadies, nem isso! (A propósito, a sua ‘Might Be Stars’ é das coisas mais divertidas deste disco.)

A divertida 'Might Be Stars', dos Wannadies, únicos representantes estrangeiros neste disco

Em suma, uma selecção bem variada, com algo para todos os gostos (excepto, talvez, para os fãs de metal) e bem mais cuidada e curada do que se poderia esperar de um álbum deste tipo, com patronício de marca de bebidas e tudo.

Visto de 25 anos no futuro, ‘The Beautiful Game’ é uma verdadeira ‘cápsula do tempo’ que nos transporta até à Grã-Bretanha de meados dos anos 90, ao som de algumas das bandas mais populares da altura, e sem sequer precisar do contexto específico do campeonato – ainda que algumas músicas mencionem o futebol (em particular ‘Parklife’ e a final ‘Three Lions’, adoptada como cântico oficial pelos fãs ingleses devido ao seu refrão de ‘football’s coming home, it’s coming home, it’s coming!’) a maioria pode ser ouvida e apreciada por si só.

Agora já sabem de onde vem o cântico...

Por isso, se gostam de Britpop, rock alternativo ou electrónica, fica a dica – há coisas bem piores do que este peculiar produto de ‘merchandising’ futebolístico...

18.06.21

NOTA: Este post corresponde a Quinta-feira, 17 de Junho de 2021.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

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Numa das primeiras edições desta rubrica, falámos das colecções de cromos, um dos mais populares passatempos entre as crianças dos anos 90; e como qualquer pessoa que tenha ‘estado lá’ prontamente admitirá, as colecções mais conhecidas e ferventemente ‘negociadas’ e completadas eram as de futebol.

Destas, havia dois grandes tipos, ambos popularizados pela Panini, e ambos com sensivelmente o mesmo formato: as anuais, relativas às formações dos clubes da Liga Portuguesa da respectiva época, e as alusivas às competições internacionais. Ambas ofereciam aos ‘putos’ da época (quase todos do sexo masculino) a oportunidade de colar as caras dos seus jogadores nacionais e internacionais favoritos nas sempre atractivas cadernetas, e de ‘gabarolar’ junto dos amigos quando completavam as mesmas antes deles.

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...o quê, vão dizer que em 96 não sonhavam ter a cara do Secretário colada em qualquer lado?

A caderneta alusiva ao Euro ’96 não constituía excepção a qualquer destas regras, ficando apenas na memória por ser uma das primeiras a incluir a Selecção Nacional portuguesa - o que a terá, sem dúvida, tornado ainda mais popular junto do público-alvo. De resto, a caderneta era igual a todas as suas congéneres, tanto em formato – além dos jogadores, cada página dedicava um lugar à foto de equipa e outro ao símbolo de cada Selecção – como em aspecto, com as tradicionais ‘molduras’ à volta da imagem de cada jogador, e o não menos característico papel brilhante, que realçava o colorido dos fundos de página alusivos a cada país, ou à competição em geral.

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Uma das páginas da caderneta

Cabe realçar, no entanto, que apesar de os conteúdos serem os mesmos em todos os países onde a caderneta era comercializada, o mesmo não se passava com as capas; Portugal recebeu apenas a variante ‘standard’, mostrada no início deste post, mas a Alemanha, por exemplo, tinha a mesma imagem em fundo vermelho-escuro, enquanto que outra variante encontrada na Internet se destaca por não ter absolutamente NADA a ver com qualquer das outras.

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Capas ‘estranhas’ à parte, no entanto, não há muito mais a dizer sobre os cromos do Euro ’96; tratava-se de uma colecção de futebol perfeitamente vulgar pelos padrões da sempre fiável Panini, que seguia à risca a receita futebolística de ‘em equipa que ganha, não se mexe’ – a qual já havia dado resultado no passado, daria resultado aqui, e voltaria a dar resultado aquando da próxima competição internacional, que renderia à editora uma das suas mais bem-sucedidas cadernetas da década. Quanto a ‘Europa ‘96’, a mesma também se pode inserir nesse leque, como bem atesta a caderneta que por estas bandas se preencheu, e que ainda há pouco tempo ‘morava’ algures na Área Metropolitana de Lisboa…

 

15.06.21

A década de 90 viu surgirem e popularizarem-se algumas das mais mirabolantes inovações tecnológicas da segunda metade do século XX, muitas das quais foram aplicadas a jogos e brinquedos. Às terças, o Portugal Anos 90 recorda algumas das mais memoráveis a aterrar em terras lusitanas.

A expressão ‘jogos de futebol dos anos 90’ traz à memória muitos e bons jogos, de FIFA e Actua Soccer a Goal, Sensible Soccer ou International Superstar Soccer, entre outros. No entanto, uma memória que essa expressão NÃO evoca é a de jogos alusivos aos Campeonatos Europeus de Futebol. Mundiais, sim (a começar pelo excelente World Cup 98, da sempre fiável EA Sports), mas Euros…nem por isso.

Esta tendência é fácil de explicar, se pensarmos que a maioria dos jogos desta geração (incluindo os títulos de futebol) eram produzidos no Japão e Estados Unidos, e vendidos não só para a Europa, mas para todo um mercado mundial consumidor de títulos deste tipo, que incluía nomeadamente a América Latina. Para além disso, na era pré-FIFA (ou seja, a primeira metade dos anos 90) a maioria dos jogos não tinha qualquer vínculo oficial, pelo que as companhias eram livres de inventar as suas próprias competições, sendo estas postas ao serviço do jogo, e não o oposto.

Esta situação só viria a mudar com o advento do Euro 96, quando a ‘febre’ do retorno do futebol à sua casa-berço – Inglaterra – deu à criadora de software Gremlin a ideia de fazer um jogo só e especificamente baseado naquela competição, em exclusivo para o mercado europeu (a bem da verdade, o único que nele poderia ter algum interesse). A sorte acabou por sorrir à companhia britânica nesta empreitada,  já que a Gremlin não só conseguiu a licença oficial do certame, como também teve a sua tarefa muito simplificada em termos de programação, visto já possuir no seu currículo um título de futebol; bastou, pois, dar uma ‘lavadela de cara’ a esse jogo, e o primeiro videojogo oficial de um Europeu estava pronto a lançar.

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Sim, tal como aconteceria alguns anos mais tarde com a EA Sports, a Gremlin limitou-se a lançar o seu título de futebol habitual (o qual até já contava com equipas internacionais), actualizando apenas os nomes dos jogadores e reduzindo as competições a uma – o próprio Euro, com as suas 16 equipas. Tirando esses pequenos detalhes, ‘Euro 96’ – o jogo – é apenas mais um título da série Actua Soccer, com a mesma jogabilidade, qualidades e defeitos dos seus antecessores, e dos que se lhe seguiriam, nomeadamente ‘Actua Soccer 3’.

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Todos os gráficos do jogo são retirados de 'Actua Soccer', mas com a devida adaptação ao ambiente do Euro.

No entanto, mesmo esta versão reduzida de um jogo já existente foi suficiente para capturer o coração dos adeptos britânicos, cuja febre ‘Eurística’ ajudou a colocar a versão do jogo lançada para Sega Saturn no topo das tabelas de vendas (curiosamente, este título nunca foi lançado para Playstation.)

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A caixa da versão para Sega Saturn

Não foi, no entanto, apenas em Inglaterra que o jogo teve repercussão; também em Portugal o título se fez notar, sobretudo por oferecer um detalhe que nenhum outro título à época oferecia – nomeadamente, comentários em Português, pela voz nem mais nem menos do que de Jorge Perestrelo. E a verdade é que o mini-adepto português médio sentia alguma excitação ao iniciar um jogo e ouvir aquele senhor da televisão utilizar o seu rol de expressões clássicas e inconfundíveis, como ‘ripa na rapaqueca’, para descrever o que ele (o jogador) estava a fazer. Este sentimento, que era bem transmitido pelo próprio anúncio do jogo, terá ajudado a vender mais uns largos milhares de unidades de ‘Euro 96’ – um título que, à época, representava o ‘state of the art’ em termos gráficos, sonoros e de jogabilidade (recordamos que, por esta altura, ‘FIFA’ ainda era apenas um jogo, e não uma dinastia, tendo ‘FIFA 96’, o segundo título de sempre da perene série da EA, acabado de chegar aos escaparates.)

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Em 1995, isto era o cúmulo do realismo...

Visto à luz de hoje em dia, ‘Euro 96’ é um jogo básico, e muito datado, mesmo por comparação com títulos da mesma altura ou lançados um ano ou dois depois, e o facto de ser apenas um ‘Actua Soccer’ simplificado também não abona nada a seu favor; na sua época, no entanto, este foi um jogo único, revolucionário, e que colmatava uma falha no mercado, tendo, por isso mesmo, sido muitíssimo bem recebido pelos ‘gamers’ de 1995-96.

O próximo jogo alusivo a um Campeonato Europeu de Futebol seria, no entanto, já muito mais próximo daquilo que os adeptos esperavam de um título deste tipo, e com uma chancela muito mais fiável; no entanto, o mesmo só chegaria às prateleiras já alguns meses depois do novo milénio, deixando ‘Euro 96’ como o único representante de jogos deste tipo na década de 90; e, nessa perspectiva, até que este título não fez má figura…

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