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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

18.09.23

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

Hoje em dia, um grande concerto dado por um artista de renome internacional num palco com destaque não é, de todo, novidade para os melómanos portugueses, já que os cada vez mais incontáveis festivais de Verão ajudam, a cada ano, a colocar Portugal no 'mapa' musical mundial. Esta é, no entanto, uma situação relativamente recente, sendo que mesmo a maioria dos membros da geração 'millennial' se lembra de uma época da História em que havia menos de uma mão-cheia de concertos verdadeiramente 'grandes' por ano, normalmente dados em estádios, o equivalente da altura aos grandes pavilhões e palcos exteriores de hoje; e porque uma dessas raras ocasiões teve lugar há quase exactos trinta anos, a 11 de Setembro de 1993, iremos esta semana dedicar-lhe algumas linhas, depois de um erro de cálculo ter feito com que ignorássemos involuntariamente a efeméride na data do seu verdadeiro aniversário. Mais vale tarde do que nunca, no entanto, pelo que recordemos a passagem dos 'gigantes' Bon Jovi pelo Estádio de Alvalade, naquele fim de verão de há três décadas atrás.

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O vocalista durante o concerto em causa.

Em 'estado de graça' após uma sequência de álbuns extremamente bem-sucedidos, o quinteto oriundo de Nova Jérsia aterrava no nosso País pela segunda de seis vezes para promover o seu à época mais recente álbum, 'Keep The Faith', lançado em finais do ano anterior e que liderava inclusivamente, naquela segunda semana de Setembro de 1993, as tabelas de vendas fonográficas portuguesas. E porque a passagem anterior datava já de 1989 (altura em que promoviam, no velhinho Dramático de Cascais, o também excelente 'New Jersey' - que, curiosamente, completa também  esta semana, a 19 de Setembro, exactos trinta e cinco anos sobre o seu lançamento) era compreensível a considerável excitação dos fãs quanto ao regresso da banda – uns porque não tinham tido ensejo de os ver quatro anos antes, outros porque queriam voltar a vibrar com os 'hinos' do grupo, ou simplesmente admirar os atributos físicos do vocalista e líder, um dos mais famosos e destacados 'sex-symbols' juvenis da década. Prova desse mesmo entusiasmo eram os diversos concursos radiofónicos alusivos ao concerto, e que permitiriam a alguns 'sortudos' visitar os bastidores da actuação e conhecer em primeira mão a banda.

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O grupo promovia, à época, o álbum 'Keep the Faith', que liderava as tabelas fonográficas portuguesas naquele mês de Setembro de 1993.

UHF e Billy Idol – eles mesmos nomes destacados das respectivas cenas musicais – tinham naquela noite a ingrata tarefa de 'aquecer' um público a quem interessavam, sobretudo, os cabeças de cartaz; e a verdade é que, quando finalmente subiram ao palco, Jon e companhia não desiludiram, pondo em cena um espectáculo memorável, cujo ponto alto via Bon Jovi empunhar uma bandeira 'luso-americana', que depois atiraria para o público, num daqueles 'truques de palco' tão 'batidos' quanto eficazes. O alinhamento era, também ele, de luxo, dando previsível ênfase ao álbum mais recente, mas não esquecendo as 'malhas' do passado, e abrindo mesmo espaço a alguns 'covers' bem clássicos, de nomes como Jimi Hendrix. Foram quase exactas duas horas (incluindo dois 'encores') e mais de uma dezena e meia de temas de 'hard rock' radiofónico, daquele que, tendo já os dias contados, ainda ia subsistindo na era pós-Nirvana, muito por conta de grupos como os Bon Jovi, e espectáculos como os daquela noite em Alvalade.

A banda norte-americana ainda voltaria, aliás, uma segunda vez ao nosso País (e ao Estádio de Alvalade) durante a década de 90, pouco menos de dois anos depois, durante a turnê de 'These Days'; seguir-se-iam, já no Novo Milénio, mais três concertos, em 2008, 2011, e 2013, sempre no Parque da Bela Vista, em Lisboa, palco do famoso Rock In Rio. No entanto, para os fãs portugueses de uma certa idade, é aquela actuação em 1993 que fica na memória,sendo hoje considerada como um dos melhores concertos ao vivo da época. E para que essa mesma faixa demográfica possa recordar essa grande noite, e quem era, à época, demasiado novo para ir a concertos possa 'sentir' um pouco do que ali se passou, deixamos abaixo o concerto integral, com os cumprimentos do YouTube. Vejam, portanto (ou revejam), e tirem as vossas próprias ilações...

28.06.21

NOTA: Este post corresponde a Sábado, 26 de Junho de 2021.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.

E para terminar em beleza a ‘semana europeia’, nada melhor que recordar um dos momentos mais excitantes na vida de um pequeno adepto: o visionamento de um jogo, não em casa na televisão, mas ‘ao vivo’, fosse no próprio estádio ou (mais frequentemente) no café da esquina, entre vizinhos e conhecidos.

Ambas estas vertentes tinham os seus atractivos, embora os mesmos fossem, necessariamente, muito diferentes. A experiência de ir ao estádio (que nem todos chegavam a viver, e a maioria muito raramente) tinha a seu favor todo o ‘frisson’ inerente a uma saída ‘especial’, muitas vezes aliada ao atractivo da compra do inevitável cachecol, boné ou camisola do clube do coração, e da ainda mais inevitável combinação de sandes-e-sumo, fosse antes do jogo, fosse durante o intervalo; depois,  havia também a emoção de ver os jogadores ‘ao vivo e a cores’ (embora, muitas vezes, do tamanho de bonecos) e de sofrer ou exultar em uníssono com centenas ou até milhares de estranhos, unidos apenas por uma cor e credo, fosse clubístico ou patriótico. E, no dia seguinte, havia ainda a alegria de se poder ‘gabar’ na escola aos que não tinham podido ir, ou comparar experiências com os que lá tivessem estado – uma parte imprescindível deste tipo de experiência, envolvesse ela o que envolvesse.

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Os jogadores parecem bonecos, mas...who cares?! ALLEZ ALLEZ!!

Já o ‘jogo no café’, embora mais corriqueiro e, como tal, menos emocionante, tinha a seu favor o ambiente bem mais descontraído e familiar, que se traduzia sobretudo em oportunidades frequentes de comentar o jogo com os presentes, trocar ‘galhardetes’ e picardias, e em geral estar bastante mais à vontade do que se estaria rodeado de estranhos, num estádio gigantesco. E, claro, a combinação sandes-e-sumo (ou bolo-e-sumo, porque havia jantar em casa) estava também inevitavelmente presente, embora neste caso o cachecol, camisola ou boné tivessem de ser trazidos de casa.

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Mais plasma menos plasma, está tudo mais ou menos na mesma...

Em suma, duas Saídas de Sábado bem diferentes, mas ambas extremamente gratificantes para qualquer criança dos anos 90 – e, suspeitamos, também para as actuais. Afinal, apesar de todos os avanços tecnológicos dos últimos vinte anos, estas são daquelas experiências que se mantêm, fundamentalmente, inalteradas…

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