28.06.21
NOTA: Este post corresponde a Sábado, 26 de Junho de 2021.
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.
E para terminar em beleza a ‘semana europeia’, nada melhor que recordar um dos momentos mais excitantes na vida de um pequeno adepto: o visionamento de um jogo, não em casa na televisão, mas ‘ao vivo’, fosse no próprio estádio ou (mais frequentemente) no café da esquina, entre vizinhos e conhecidos.
Ambas estas vertentes tinham os seus atractivos, embora os mesmos fossem, necessariamente, muito diferentes. A experiência de ir ao estádio (que nem todos chegavam a viver, e a maioria muito raramente) tinha a seu favor todo o ‘frisson’ inerente a uma saída ‘especial’, muitas vezes aliada ao atractivo da compra do inevitável cachecol, boné ou camisola do clube do coração, e da ainda mais inevitável combinação de sandes-e-sumo, fosse antes do jogo, fosse durante o intervalo; depois, havia também a emoção de ver os jogadores ‘ao vivo e a cores’ (embora, muitas vezes, do tamanho de bonecos) e de sofrer ou exultar em uníssono com centenas ou até milhares de estranhos, unidos apenas por uma cor e credo, fosse clubístico ou patriótico. E, no dia seguinte, havia ainda a alegria de se poder ‘gabar’ na escola aos que não tinham podido ir, ou comparar experiências com os que lá tivessem estado – uma parte imprescindível deste tipo de experiência, envolvesse ela o que envolvesse.
Os jogadores parecem bonecos, mas...who cares?! ALLEZ ALLEZ!!
Já o ‘jogo no café’, embora mais corriqueiro e, como tal, menos emocionante, tinha a seu favor o ambiente bem mais descontraído e familiar, que se traduzia sobretudo em oportunidades frequentes de comentar o jogo com os presentes, trocar ‘galhardetes’ e picardias, e em geral estar bastante mais à vontade do que se estaria rodeado de estranhos, num estádio gigantesco. E, claro, a combinação sandes-e-sumo (ou bolo-e-sumo, porque havia jantar em casa) estava também inevitavelmente presente, embora neste caso o cachecol, camisola ou boné tivessem de ser trazidos de casa.
Mais plasma menos plasma, está tudo mais ou menos na mesma...
Em suma, duas Saídas de Sábado bem diferentes, mas ambas extremamente gratificantes para qualquer criança dos anos 90 – e, suspeitamos, também para as actuais. Afinal, apesar de todos os avanços tecnológicos dos últimos vinte anos, estas são daquelas experiências que se mantêm, fundamentalmente, inalteradas…