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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

27.03.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Quarta-feira, 27 de Março de 2025.

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Pela sua natureza específica a um determinado momento, as bandas desenhadas institucionais tendem a estar entre os títulos mais frequentemente Esquecidos Pela Net, com, via de regra, pouca a nenhuma informação disponível para lá da capa. Já aqui, anteriormente, abordámos um par de exemplos deste fenómeno e, neste 'post', iremos falar de mais um.

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Lançado algures nos anos 90 pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, 'O Caso da Doença Misteriosa – Um Problema Para o Dr. Truso' envolverá, presumivelmente, o titular médico, cuja missão será tentar resolver o mistério que compõe o restante título, e que, dada a entidade responsável pela edição, terá algo a ver com a vertente cardíaca. Tudo isto são, claro, ilações, já que o único elemento verdadeiramente restante desta edição (tão misteriosa como a doença a que alude) é a vibrante capa, que permite apreciar um pouco do estilo de desenho que compõe a obra, cujos traços se situam entre o abstracto ou surreal e o caricatural, com algumas aproximações a Mortadelo e Salamão na fisionomia do protagonista.

Quanto à trama ou enredo, pouco mais se sabe do que a cena mostrada pela capa, com o Dr. Truso pendurado da sua própria nave, e a pedir auxílio ao seu jovem assistente – algo que, depreende-se, ocorrerá a um qualquer ponto da aventura. Tudo o resto é mera conjectura sobre aquela que se perfila como mais uma integrante da nossa lista de publicações periódicas (ou, neste caso, institucionais) sobre as quais é praticamente impossível encontrar informações. Se algum dos nossos leitores tiver informações sobre esta publicação (como já aconteceu no passado) pedimos, pois, que as partilhem, para que esta incógnita Esquecida Pela Net passe a ser um pouco menos desconhecida e misteriosa.

13.03.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Quarta-feira, 13 de Março de 2025.

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

Já aqui por diversas vezes abordámos produtos, programas e publicações do Portugal dos 'noventa' que, por uma razão ou outra, foram Esquecidos Pela Net, transformando-se naquilo a que normalmente se chama 'lost media' e ficando, assim, algo arredados da memória nostálgica das gerações que então cresciam e amadureciam. No entanto, grosso modo, até o mais obscuro desses produtos possibilita a escrita de algumas linhas a seu respeito, seja através de recordações e memórias pessoais, seja pelos (poucos) recursos que ainda o recordam nos meandros cibernéticos; tal não é o caso, no entanto, com a publicação de que falamos neste 'post' duplo do Anos 90, e que consegue a proeza de ser o primeiríssimo tópico a deixar o autor deste 'blog' totalmente perplexo.

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De facto, é possível que nos tenhamos precipitado ao rotular a revista 'Ultra Som' como a mais misteriosa da Internet, já que, apesar da falta de dados ou números digitalizados da mesma, era pelo menos possível discernir do que tratava pelas pistas contextuais oferecidas pela única capa disponível na Net. No caso da revista agora em análise, no entanto, nem isso é viável, já que tanto o título impossivelmente genérico como as capas mostradas no leilão OLX (mesma fonte da 'Ultra Som') não permitem mais do que uma conjectura. E se o termo 'Juvenil' utilizado como título infere a quem a revista se dirige, as capas ora desenhadas, ora feitas de colagens fotográficas não deixam claro se a mesma deve ser inserida nas Quartas aos Quadradinhos, Quintas no Quiosque, ou mesmo em ambas, à laia de uma 'Super Jovem' (publicação com a qual parece ter maiores semelhanças). Pedimos, pois, aos nossos leitores que saibam alguma coisa sobre esta revista (alô, homónimo sabe-tudo!) que nos deixem alguma pista sobre a natureza da dita-cuja; nos entrementes, no entanto, tem mesmo de ficar por aqui esta análise sobre mais um elemento ultra-Esquecido Pela Net do Portugal de finais do século XX.

27.02.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 26 de Fevereiro de 2025.

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Já aqui por diversas vezes falámos da enorme latitude que a hegemonia da Abril-Controljornal sobre o mercado da banda desenhada 'de quiosque' em Portugal lhe permitia. Com a sua principal competição a vir do estrangeiro – nomeadamente do Brasil – a editora responsável pelas revistas Disney e Marvel tinha amplas oportunidades para experimentar os mais diversos conceitos sem, com isso, arriscar perder o seu espaço dentro do referido mercado. A série de que falamos hoje é apenas mais uma dessas tentativas, desta feita tematizada e coerente, mas com uma designação tão genérica quanto confusa, e abertamente baseada em OUTRA série de publicações Disney da mesma editora.

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Os três únicos vestígios da revista restantes na Internet.

De facto, a colecção de volumes conhecida como 'Especial Pateta' é totalmente separada do icónico 'Disney Especial', surgindo, em vez disso, sob a designação 'Hiper Disney', talvez pelo número avultado de páginas. No entanto, os números desta série estão longe de ser apenas variantes do normal Hiper Disney, centrando-se em vez disso em torno de um personagem específico – o eterno coadjuvante de Mickey nas páginas da Abril – o que os aproxima mais de um...Disney Especial!

Confusões à parte, no entanto, o que a (pelo menos) dúzia de títulos publicados há cerca de trinta anos oferece é, precisamente, aquilo que promete: uma selecção de alguns dos melhores momentos de Pateta enquanto personagem principal ou de relevo, divididas entre as habituais histórias mais clássicas e a vertente mais moderna, representada por tramas criadas no Brasil ou em Itália. Para além do generoso tamanho do volume – perfeito para ser lido numa viagem mais longa ou numa tranquila tarde de fim-de-semana – pouco mais há a dizer sobre aquela que é, para todos os efeitos, apenas 'mais uma' das muitas colecções lançadas pela Abril nesta época, mas que decerto não terá deixado de agradar aos fãs da personagem em foco (entre os quais se contava, na altura, o autor deste 'blog', que teria decerto apreciado esta colecção). Nada de essencial ou revolucionário, mas ainda assim uma colecção de revistas de BD bem conseguida, que, três décadas após o seu último volume, merecia ser mais lembrada pelos fãs dos 'quadradinhos' Disney em Portugal.

31.01.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quinta-feira, 30 de Janeiro de 2025.

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

Em ocasiões anteriores, recordámos nas páginas deste nosso 'blog' as revistas especificamente direccionadas a um público feminino e adolescente, fossem elas edições internacionais, de produção portuguesa, ou mesmo um misto das duas, em que a publicação faz parte de um grupo internacional, mas é localizada ou adaptada para edição em território nacional. É, precisamente, neste último grupo que se insere a revista que abordamos neste nosso regresso ao universo dos periódicos para adolescentes de finais do século XX.

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Chegada às bancas nacionais nos primeiros anos da década de 90, a versão portuguesa da 'Teenager' trazia como editora Teresa Pais, que já desempenhara a mesma função na extinta 'Élan' – uma publicação de teor quase diametralmente oposto – e que viria, mais tarde, a chefiar também a redacção da 'Telenovelas'; e a verdade é que a experiência trazida pela jornalista não deixava de ser valiosa para garantir que a 'Teenager' se mantinha a par das revistas da mesma índole - não só as dirigidas a adultos como também, mais significativamente, publicações como a 'Ragazza' ou a '20 Anos', com as quais partilhava características temáticas e até gráficas.

De facto, Pais e a sua redacção eram capazes de 'engendrar' artigos de interesse para o público-alvo e que, apesar de abordarem os mesmos temas de todas as outras publicações adolescentes da época, o conseguiam fazer com alguma profundidade e conteúdo jornalístico, por oposição à abordagem 'pela rama' de muitas das concorrentes; talvez por isso a 'Teenager' tenha logrado manter-se nas bancas durante um período bastante respeitável, ainda que não tão longevo quanto o de algumas outras revistas de que falamos neste espaço.

Infelizmente, o advento da Internet, com a sua informação gratuita e imediata, veio ditar o destino desta publicação, a qual, como a maioria das suas congéneres, rapidamente se viu obsoleta face à nova força emergente, acabando por soçobrar já na ponta final da década. Ainda assim, durante o seu tempo de vida, a revista – que, hoje em dia, se encontra consideravelmente Esquecida pela mesma Net que a tornou irrelevante – terá cumprido o seu objectivo de guiar as jovens portuguesas pela sempre difícil fase da adolescência, e de lhes proporcionar informações importantes de forma leve e confortável, merecendo por isso uma menção, ao lado das suas congéneres, neste 'blog' dedicado aos principais artefactos da cultura infanto-juvenil portuguesa de finais do século XX.

29.01.25

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Já aqui, em tempos, falámos de 'Lisboa Às Cores', uma colaboração entre António Jorge Gonçalves e Rui Zink lançada pela Câmara Municipal de Lisboa como forma de celebrar o colorido especial da cidade capital de Portugal. Essa não foi, no entanto, a única obra de banda desenhada institucional criada pelo ilustrador, que, apenas um ano mais tarde, voltaria a realizar uma obra por comissão para uma entidade estatal e centrada sobre a cidade de Lisboa, desta feita para o Instituto Português de Museus e em parceria com o seu mais famoso e duradouro parceiro, Nuno Artur Silva.

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Intitulada 'À Procura do F. I. M.', a obra em causa, que comemorou neste ano transacto exactas três décadas sobre a sua publicação (no âmbito do projecto 'Lisboa '94') marca ainda presença nas bibliotecas de algumas escolas primárias e preparatórias do nosso País, pelo menos a julgar pelas informações disponíveis em diversos catálogos bibliográficos 'online'. Já na restante Internet, a sua pegada é bastante mais reduzida, encontrando-se o álbum no limiar de ser Esquecido Pela Net, sendo 'salvo' de tal fado apenas pelos inevitáveis Bazar0 e Bedeteca, bem como pelos supramencionados catálogos.

Ainda assim, além dos dados básicos de publicação, o único elemento disponível após pesquisa é a capa, que mostra um grafismo abstracto e psicadélico (quase ao estilo cubista ou impressionista) e sugere a presença, na história, de uma nave espacial, ou no mínimo um carro voador. O subtítulo, no entanto, sugere que a trama se centra sobre a Lisboa Subterrânea, o famoso conjunto de passagens, catacumbas e aquedutos no subsolo da capital, embora a verdadeira natureza do 'F.I.M' e a razão para a sua busca sejam, infelizmente, impossíveis de discernir.

Apesar da falta de informações que, por vezes, assola certos 'posts' deste nosso 'blog', no entanto, não queríamos deixar de relembrar esta segunda colaboração por parte de dois dos melhores criadores de banda desenhada em Portugal, e certamente os que melhor conseguem transmitir informações didácticas de forma cativante e divertida.

08.01.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Segunda-feira, 06 de Janeiro, e Terça-feira, 07 de Janeiro de 2025.

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

A década de 90 viu surgirem e popularizarem-se algumas das mais mirabolantes inovações tecnológicas da segunda metade do século XX, muitas das quais foram aplicadas a jogos e brinquedos. Às terças, o Portugal Anos 90 recorda algumas das mais memoráveis a aterrar em terras lusitanas.

O advento e popularização do CD-ROM – e dos respectivos leitores, que substituíram as 'drives' de disquetes na maioria dos PCs a partir de meados da década de 90 – abriu toda uma nova gama de possibilidades em termos de programação, já que o novo formato tornava possível criar discos compatíveis não apenas com computadores, mas também com leitores de CD padrão. Não foi, por isso, de surpreender que um dos muitos tipos de 'software' criados e lançados na época em causa tenha tido como foco, precisamente, conteúdos musicais, que surgiam tanto em formato áudio (reproduzível num qualquer 'tijolo', aparelhagem ou Discman) como também interactivo, com acompanhamento de imagem, para quando o disco era inserido numa 'drive' de PC. Era, precisamente, esta a base de uma colecção de cinco CD-ROM dirigida a um público infantil e lançada algures em finais do ano de 1997, em conjunção com o histórico jornal Diário de Notícias, sob o nome de Cantigas de Roda.

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A colecção completa, retirada do nosso 'arquivo' pessoal.

Como a própria designação indica, o foco dos cinco volumes criados pela Cristaldata e pela Duplisoft eram as canções populares infantis passadas de geração em geração, normalmente num contexto de jogos tradicionais, de rua ou de roda (daí o nome), sendo a excepção o primeiro volume, que se focava exclusivamente em canções de temática natalícia, recolhendo exemplos de todo o País. Os restantes quatro lançamentos, no entanto, compilavam todos os clássicos do costume, lado a lado com alguns temas mais obscuras, que ajudavam também a dar a conhecer ao jovem público alguns temas menos conhecidos, e que poderiam ser do gosto do mesmo.

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O alinhamento de um dos volumes da colecção.

No cômputo geral, portanto, uma colecção que unia harmoniosamente e de forma natural o aspecto didáctico ligado à preservação da cultura popular com a diversão e alegria inerente aos temas contidos nos seus cinco volumes, criando assim uma combinação que não podia deixar de agradar à demografia a que esta colecção se destinava. Talvez por isso seja algo surpreendente ver que estas Cantigas de Roda se encontram algo Esquecidas Pela Net, obrigando a uma pesquisa muito específica (e munida de grande volume de dados) para sequer encontrar referências à mesma. Um destino algo injusto para uma série bem pensada, estruturada e conseguida (até mesmo as capas aparentemente mal feitas remetem deliberadamente à arte e pintura infantis), que 'fez tudo bem' e que, à data de lançamento, não terá deixado de granjear alguns fãs entre o segmento mais tardio da geração 'millennial'. Cabe, pois, ao nosso 'blog' servir, mais uma vez, como 'recuperador' de material (quase) perdido, e dar a recordar esta colecção, pouco depois de se completarem exactos vinte e oito anos sobre o lançamento do seu primeiro volume.

19.12.24

NOTA: Este post é respeitante a Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2024.

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Já aqui anteriormente falámos dos anos 90 como era de maior popularidade da banda desenhada institucional. Da EDP – através da sua 'mascote falhada', Luzinha – ao Instituto Português da Qualidade – com as bem melhor sucedidas personagens Disney como porta-vozes – passando pelo Jardim Zoológico de Lisboa, pelo banco Montepio Geral e por um sem-fim de autarquias e localidades de Norte a Sul do País, muitas foram as entidades que, durante a referida década, decidiram utilizar este recurso para veicular as suas mensagens. A esta lista, há ainda que juntar mais um nome, também ele ligado à função pública, e que talvez seja o mais 'Esquecido Pela Net' de todos os até agora mencionados.

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Falamos dos CTT, os quais, em 1996, publicavam 'Viagem ao Mundo dos Correios Portugueses', obra da qual, quase trinta anos depois, sobrevive apenas a arte de capa e o nome dos autores – Henrique Monteiro e António Luís Ferronha. Os restantes conteúdos da obra em causa encontram-se, infelizmente, perdidos no tempo, não sendo sequer possível retirar quaisquer pistas da algo psicadélica arte da capa. É apenas graças ao contributo do leitor Pedro Serra que ficamos a saber que se trata de uma História dos correios portugueses desde o final do século XVI à (então) actualidade, contada, como é habitual neste tipo de publicações, de forma divertida pelo argumento de Ferronha, bem complementado pelos desenhos em estilo quase caricatural de Henrique Monteiro, hoje conhecido pelo site Henricartoon. Sem estas informações, e apenas com recurso à arte de capa, poder-se-ia perfeitamente pensar que a obra em causa consistisse de como uma aventura que envolva mulheres de sorriso arrepiante e carruagens de cavalos...

Apesar desta relativa obscuridade, no entanto, 'Viagem ao Mundo dos Correios Portugueses' não deixa de ser mais um título a acrescentar à lista de 'quadradinhos' institucionais de finais do século XX – ainda que, por comparação aos outros de que aqui vimos falando, significativamente mais misterioso, quanto mais não seja pela falta de informação. Como 'blog' arquivista e recuperador de obras mais ou menos obscuras do período em causa, no entanto, seria omisso da nossa parte deixar de fora este título, àcerca do qual nos tornamos, com este 'post', uma das principais fontes de informação...

16.12.24

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

No que toca ao Mundo dos desenhos animados, o Natal serve, sobretudo, de temática a filmes ou episódios 'especiais' alongados de séries 'generalistas', não sendo costume centrar todo um programa em torno da estação, por razões óbvias. No entanto, tal não significa que essa seja uma prática inédita, tendo já havido pelo menos duas criações episódicas a utilizar a festa de Dezembro como tema central; da primeira, 'Noeli', falámos há quase exactamente um ano, pelo que chega agora a altura de voltarmos atenções para a segunda, bastante mais obscura, mas que teve ainda assim o seu 'tempo de antena' no bloco Infantaria da RTP1, há cerca de vinte e cinco anos, nas últimas semanas do Segundo Milénio.

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Falamos de 'O Mundo Secreto do Pai Natal', série franco-canadiana que propõe precisamente o que o título sugere - nomeadamente, um olhar sobre o quotidiano do Pai Natal e dos seus infatigáveis duendes, à medida que os mesmos efectuam preparativos para mais uma quadra festiva, e tentam impedir que o malvado Padre Fouettard e o seu assistente Gueignar sabotem os seus esforços por forma a vingarem-se do bom velhinho. Uma trama com algumas semelhanças a 'Bebés em Festa' – outra série em que o Pai Natal é personagem recorrente – e que, ao mesmo tempo, faz lembrar a quase totalidade dos desenhos animados dos anos 80 e 90, com claros paralelos com 'Os Estrumpfes', por exemplo, mas que não foi suficiente para captar o interesse do público mais jovem, até pelo nível algo básico e limitado (tipicamente canadiano) da animação.

Não é, pois, de estranhar que 'O Mundo Secreto do Pai Natal' tenha caído praticamente no esquecimento, com poucas informações disponíveis a respeito da série – não sendo sequer possível discernir se a mesma passou em versão original ou legendada. Ainda assim, na época em que esta se afirma como mais relevante, nunca é demais recordar um dos poucos programas infantis com coragem de utilizar o Natal como conceito alargado, ao invés do habitual uso esporádico; pena que o resultado final tenha sido tão pouco memorável...

12.12.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

A época natalícia é, já de si, farta em momentos e motivos de entusiasmo para os mais pequenos, seja em Portugal ou em qualquer outra parte do Mundo ocidental; entre escolher e decorar a árvore, ir ver as iluminações com a família, abrir diariamente uma das portinholas do Calendário do Advento, marcar no catálogo de Natal os presentes pretendidos (ou, nos dias que correm, escolhê-los na Amazon), escrever a carta ao Pai Natal (e visitá-lo no hipermercado). ver pela centésima vez o 'Sozinho em Casa' e fazer as compras necessárias para a ceia – e isto ainda sem contar com quaisquer potenciais festas da escola ou do trabalho dos pais – o mês de Dezembro afirma-se como um dos mais excitantes (a par dos meses de Verão) para as demografias mais novas. É, pois, de questionar se um livro cujos conteúdos consistem apenas e só de (ainda mais) actividades natalícias se afigura como uma boa ideia; no entanto, foi isso mesmo que a Editora Civilização decidiu lançar, em plena Primavera (o livro saiu em Abril!) de há exactos trinta anos, permitindo aos interessados começar a preparar com absurda antecedência o advento de 1994.

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Da autoria de Angela Wilkes, e parte de uma colecção mais alargada que incluía também volumes sobre cozinha e matemática, entre outros, “O Meu Primeiro Livro de Natal” sugere, no subtítulo, “actividades divertidas para fazeres no Natal”, a maioria das quais centradas nos trabalhos manuais, uma maneira simples, singela e divertida de criar bons momentos em família naquela que é a época dedicada, por excelência, à mesma. Da criação dos habituais enfeites típicos da quadra a actividades algo mais originais, são páginas atrás de páginas de actividades que terão, certamente, feito as delícias das crianças das gerações 'X' e 'millennial' com mais apetência para a criação de objectos decorativos. Assim, até por este volume se encontrar, hoje em dia, algo 'Esquecido Pela Net' – sobrevivendo apenas a capa e o nome da autora – não poderíamos deixar de lhe dedicar algumas linhas nesta nossa rubrica mais 'generalista', como forma de assinalar os trinta Natais desde a sua publicação, naquele que era um País significativamente diferente, mas de tradições natalícias praticamente idênticas às dos dias que correm.

14.11.24

NOTA: Este post é respeitante a Quarta-feira, 13 de Novembro de 2024.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

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Na última edição desta mesma rubrica, abordámos os 'Atlas' didácticos da Editora Civilização, por direito próprio alguns dos melhores livros didácticos da sua época. No entanto, havia pelo menos uma editora cujo catálogo neste particular rivalizava, senão mesmo superava, até o melhor destes volumes: a Terramar, cujos livros científicos para crianças marcaram época junto da parcela do público infanto-juvenil que gostava de aprender e alargar conhecimentos sobre temas do seu interesse.

Versando sobre todos os temas do costume, como dinossauros ou o espaço, bem como sobre alguns menos comuns ou mais inusitados, estes livros – cujo único ponto em comum era o formato, semelhante ao de um álbum de BD da mesma época – possuíam, invariavelmente, um ou mais pontos de interesse para a demografia-alvo, para além do próprio tema em si. Fossem ilustrações que poderiam figurar numa tirinha de banda desenhada ou actividades interactivas na própria página (como 'janelas' que podiam ser abertas ou rodas que se podiam mesmo rodar), os volumes científicos da Terramar mostravam-se apelativos logo a partir do momento em que eram abertos, conseguindo assim prender o interesse do famosamente volátil grupo a que se destinavam, e justificando várias releituras, quanto mais não fosse para poder novamente 'brincar' com a roda do Sistema Solar ou descobrir o que se escondia por detrás das 'portinholas' cortadas na página.

Infelizmente, apesar da qualidade que demonstravam, estes livros encontram-se, hoje em dia, algo Esquecidos Pela Net, sendo praticamente impossível encontrar imagens dos mesmos sem estar 'armado' com o título ou autor específicos. Também infelizmente, os mesmos perfilam-se, hoje, como produtos do seu tempo, já que os livros didácticos para crianças rapidamente encetariam um processo de extrema simplificação, com maior ênfase na interactividade do que no conhecimento, antes de serem quase totalmente substituídos por meios verdadeiramente interactivos, como o CD-ROM e a Internet. Quem teve a sorte de fazer parte do público-alvo daqueles livros da Terramar de finais dos anos 90 pôde, pois, desfrutar de exemplos do melhor que se fazia no ramo, com um nível de qualidade dificilmente atingível nos dias que correm e que, certamente, lhes terá aguçado ainda mais a vontade de aprender sobre qualquer que fosse o tema em causa.

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