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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

29.06.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 28 de Junho de 2024.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

No que toca a futebol, ou a qualquer outro desporto em geral, o equipamento tende a ser um dos elementos mais importantes na definição de uma identidade própria, quanto mais não seja por tornar o clube ou agremiação imediatamente identificável, e proporcionar um ponto de união para os respectivos adeptos. No caso das competições internacionais, esta forma de identidade torna-se duplamente importante, já que passa a ser simbólica não apenas de um bairro ou localidade, mas de toda uma nação; talvez por isso o impacto de um equipamento bem pensado e desenhado seja ainda maior no caso de uma Selecção do que na de um simples clube.

Neste aspecto, os anos 90 são – merecidamente – tidos como a época áurea do 'design' de equipamentos desportivos, e especificamente de equipamentos para Selecções Nacionais de futebol. É, afinal, esta a década responsável por 'malhas' tão icónicas como a da Alemanha de Matthaus e companhia, a 'maravilha' envergada pelas 'Super Águias' na sua estreia em Mundiais séniores, em 1994, ou o colorido equipamento da Colômbia na mesma competição. Portugal não foi excepção a esta regra, tendo apresentado, durante essa década e o início da seguinte, talvez os equipamentos mais bonitos de toda a sua História, em contraste absoluto com os 'conjuntos de pijama' grenás ou bipartidos com que se apresenta em tempos mais recentes. Em tempo de Campeonato Europeu, nada melhor, portanto, do que relembrar as icónicas 'malhas' com que algumas das melhores equipas de Portugal de sempre defenderam em campo as cores da bandeira.

Os primeiros anos da década de 90 viram, ainda, a Selecção Nacional envergar uma variante do equipamento dos anos 80, uma simples criação bicolor com subtis acentos amarelos nas mangas e um enorme número branco nas costas a criar alguma dissonância estilística, desfeiando ligeiramente o conjunto; no entanto, a primeira camisola que muitos 'millennials' portugueses se lembrarão de ver a Selecção vestir será a seguinte, com que Portugal surgia na sua primeira competição internacional da década, o Euro '96. Uma 'evolução na continuidade' do equipamento anterior, esta nova variante trazia de diferente apenas os números (e, pela primeira vez, nomes) que surgiam agora numa tipologia estilo 'Microsoft Word' e com um incongruente 'debrum' azul, numa escolha apenas ligeiramente menos inestética que a anterior. Ainda assim, apesar deste pequeno-grande detalhe, o equipamento acabava por se afirmar memorável o suficiente para ficar ligado, na memória nostálgica, a um determinado período da História da Selecção.

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Por muito icónico que esse equipamento de '96 tenha sido, no entanto, há apenas um equipamento que toda uma geração de portugueses continua a associar à equipa nacional – a maravilhosa 'malha' com que a Selecção 'movida' a Geração de Ouro se apresentou na fase de qualificação para o Mundial de França '98 e, posteriormente, no Campeonato Europeu de 2000 e no Mundial de 2002. Apesar das letras e números arredondados, que davam à camisola um aspecto de 'imitação de feira', o equipamento em causa tem muito poucos outros defeitos, constituindo uma obra de arte de simplicidade, e, desta vez, sem cores adicionais que não as da bandeira portuguesa, não havendo lugar a brancos, azuis, ou quaisquer outros tons não habitualmente associados a Portugal. Uma autêntica maravilha, que apenas foi superada pelas suas duas sucessoras directas, com uma das quais as Quinas receberiam os visitantes estrangeiros em 'sua casa' durante o Euro 2004, enquanto que com a outra jogariam o Euro 2008 – curiosamente, ambas 'evoluções na continuidade' que apenas solucionavam o grande problema da camisola de 98-2000, apresentando finalmente um grafismo digno para as letras e números e adicionando um toque de individualidade (o icónico círculo amarelo em torno do número na frente da camisola de 2004, e os números algo 'futuristas' da de 2008.)

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Infelizmente, foi mesmo esse o auge do 'design' das camisolas da Selecção Nacional Portuguesa; daí em diante, foi sempre a 'descer', até se chegar a alguns dos controversos grafismos dos últimos anos. Quem nasceu ou cresceu nos anos 90 e 2000, no entanto, sabe que teve a sorte de presenciar, em primeira mão, alguns dos mais marcantes equipamentos alguma vez apresentados pelas Quinas, os quais se coadunavam perfeitamente, a nível de elegância, estilo e beleza, com o magnífico futebol-espectáculo practicado pela própria equipa dentro de campo...



18.09.22

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

Quando se fala em 'históricos' do futebol português, o Farense – o simpático emblema algarvio recentemente regressado à 'alta-roda' do desporto-rei nacional – é uma escolha tão natural como os dois Vitórias, o Belenenses (o verdadeiro, e não a recém-criada versão SAD) ou os desaparecidos Salgueiros ou Campomaiorense; em conjunto com estes emblemas, o Sporting sulista perfazia um grupo de equipas que, fosse na então Primeira Divisão ou no escalão directamente abaixo, foram parte integrante e perene dos campeonatos nacionais daquela década.

No caso do Farense (como no do Beira-Mar ou Salgueiros) esse legado ficou ainda mais consolidado após um histórico (e, à época, inédito) apuramento para uma prova europeia, no caso a então chamada Taça UEFA – hoje Liga Europa – obtido na época 1994/95, depois de a turma de Paco Fortes ter terminado o campeonato interno num honroso quinto lugar. E embora, como no caso do Salgueiros, essa passagem pelos grandes palcos europeus fosse fugaz – tendo os farenses sido afastados logo na primeira eliminatória, pelos franceses do Lyon – a mesma não deixa de ser um marco na história do clube algarvio, que, nas quase três décadas subsequentes, não mais conseguiria repetir a façanha.

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A equipa europeia do Farense

Só isso já chegaria para deixar nos anais da História 'Aquela' Equipa do Farense de 1994/95, mas a mesma merece, ainda, menção pelas várias Caras (Des)Conhecidas e 'Grandes' dos Pequenos que apresentava no seu plantel. Senão veja-se: entre os nomes levados à quase-glória europeia por Paco Fortes naquele ano encontravam-se o do guarda-redes internacional nigeriano Peter Rufai, o do futuro reforço do Benfica Jorge Soares, e o dos 'históricos' do clube Miguel Serôdio e Hassan, entre outros. Uma 'turma' capaz de causar nostalgia a qualquer adepto dos campeonatos portugueses de finais do século XX, especialmente os do tempo em que a maioria dos jogos eram disputados em lodaçais e acompanhados através da imagem escura e granulada da RTP, e em que o futebol jogado era invariavelmente feio - aliás, esta mesma equipa do Farense não se furtava ao futebol físico e de contacto. Por isso, tanto como pelo próprio feito alcançado, 'Aquela' Equipa do emblema algarvio merece, em tempo de rescaldo de mais uma jornada de um ano europeu em que a maioria dos clubes portugueses envolvidos vão, por enquanto, surpreendendo, que se recorde a época em que também eles foram 'grandes' europeus...

06.09.21

Nota: Este post é respeitante a Domingo, 5 de Setembro de 2021.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos desportivos da década.

E depois de na primeira edição desta rubrica termos recordado ‘Aquela’ Equipa do Benfica de Souness, chega hoje a vez de nos debruçarmos sobre outro onze (ou antes, onzes) clássico(s) da década de 90: ‘Aquela(s)’ Equipa(s) de ‘sarrafeiros’ por que o Futebol Clube do Porto ficou conhecido no início da década.

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A primeira equipa do Porto da década, uma verdadeira 'colecção' de partidores de pernas alheias

Sim, antes de ser a ‘potência’ europeia do novo milénio, e mesmo antes de ter ido descobrir ao Brasil um homem-golo que viria a bater recordes de tentos na Liga Portuguesa, a principal equipa do Norte do país primava por um futebol…digamos, ‘físico’ e ‘de combate’, perpetrado por nomes como Jorge Costa, Fernando Couto, Aloísio, João Pinto ou o ‘rei’ da ‘traulitada’, o eterno Paulinho Santos. Entre si, estes homens deixaram um impressionante ‘trilho’ de membros lesionados e ossos ‘amassados’ em campos ‘da bola’ de Norte a Sul do País, sendo esta a única característica pela qual o futebol do Porto da altura é lembrado hoje em dia.

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Paulinho Santos a fazer o que fazia melhor. Reparem onde está a bola...

Tal situação é, no entanto, algo injusta, ainda que não excessivamente; porque a verdade é que aquele Porto dos inícios de 90 contava, para além da sua ‘hit squad’ de ‘carniceiros’, com alguns excelentes jogadores, capazes de adicionar uma nota artística ao futebol ‘de guerrilha’ do emblema nortenho; nomes como Kostadinov, Madjer, Rui Jorge (a excepção à regra dos defesas portistas dos 90s, com os seus pés esclarecidos e elegantes) ou o goleador Domingos Paciência (sem esquecer o eterno guardião e lenda viva dos ‘Dragões’ chamado Vítor Baía) eram genuinamente ‘de outro campeonato’, e responsáveis os (poucos) motivos de interesse em jogos do Porto naquela época.

No entanto, não há como contornar os factos – o Porto das épocas entre finais dos 80s e o dealbar da ‘era Mário Jardel’ era conhecido, principalmente e acima de tudo, por distribuir ‘porrada’ a partir da sua defesa – tanto assim, aliás, que existem compilações de YouTube apenas dedicadas a esse tema!

Não só não foi feita por nós, como é um dos primeiros resultados da pesquisa por 'Porto Anos 90' no Google...

Assim, e por muita valia que o seu meio-campo e ataque possam ter tido, era mesmo pela defesa que os ‘Dragões’ da altura se destacavam; aliás, o Porto desta altura poderia ser visto como um bom exemplo da máxima de que ‘boas defesas ganham campeonatos’ – não fosse o facto de, como hoje bem se sabe, a hegemonia dos azuis e brancos durante este período se ter devido, em grande medida, a outros factores… Ainda assim, os diferentes onzes apresentados pelo clube na primeira metade dos anos 90 são, todos e cada um deles, candidatos mais que meritórios ao título de ‘Aquela’ Equipa – e como tal, plenamente justificados para inclusão nesta secção…

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