15.05.25
NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-Feira, 15 de Maio de 2025.
Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.
Pouco mais de duas semanas antes da data de edição deste 'post', Portugal viveu momentos atípicos, ao sofrer as consequências de um corte de energia que afectou toda a Península Ibérica, e até partes de França, durante um período que mediou entre as cerca de dez horas e as quase vinte e quatro. E no tempo que o referido 'apagão' disponibilizou para pensar, longe da constante sobrecarga de informação que permeia o dia-a-dia ocidental, muitos residentes da metade meridional do País terão, sem dúvida, relembrado um outro incidente deste género, ocorrido quase exactamente um quarto de século antes, e que embora com duração e consequências bastante menores, não deixou de colocar em sobressalto a população da capital. E porque, à data exacta do aniversário, o Anos 90 se encontrava ainda 'de férias', nada melhor do que assinalarmos agora a referida data, ainda que com cerca de uma semana de atraso.
Foi já ao fim da noite de 9 de Maio do ano 2000 (pouco depois das vinte e duas horas) que todo o Sul de Portugal, incluindo Lisboa, se viu, subitamente, imersa em escuridão, como consequência de uma falha de energia que, no total, deixaria os 'sulistas' sem luz, telefone, rede móvel, televisão, TV Cabo ou Internet durante cerca de duas horas – uma fracção do tempo de 'apagão' de finais de Abril de 2025, mas ainda assim suficiente para despoletar o 'estado de alerta' no seio de muitas autarquias, tendo imediatamente sido enviadas forças policias para locais estratégicos, a fim de suprimir quaisquer tumultos. Para seu crédito, no entanto, a população portuguesa esperou pacientemente que voltasse a electricidade, não se tendo verificado quaisquer incidentes de violência como consequência do 'apagão', nem qualquer aumento da actividade criminal.
E se, em 2025, se temeu que um ciber-ataque estivesse na origem do 'apagão' sul-europeu, nos primeiros meses do Novo Milénio, a explicação para a falha energética era bem mais simples, e também insólita: o corte de electricidade havia sido causado por uma cegonha que, ao colidir com um fio de alta tensão na zona de Lavos, Figueira da Foz, havia não só morrido eletrocutada como também deixado grande parte do Sul do País 'no escuro' na pior altura possível – após o anoitecer. Um incidente tão caricato que chegou a ser relatado em jornais estrangeiros, um pouco por toda a Europa, e que, apesar do hábito das cegonhas de nidificar em postes elétricos, não se voltou a repetir ou verificar em qualquer outra altura nos vinte e cinco anos subsequentes, tendo-se eventualmente tornado uma daquelas histórias que, apesar do final trágico para a ave despoletadora da 'crise', se recordam com um sorriso nostálgico; mesmo à medida, portanto, para ser relembrada neste nosso blog...