01.11.24
NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 30 de Outubro de 2024.
Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.
Os anos 90 ficaram, em Portugal, parcialmente marcados por uma alteração das atitudes dos jovens relativamente ao conhecimento. Embora houvesse ainda muitas crianças e adolescentes com renitência em aprender – postura a que não ajudava a forma burocrática e aborrecida como muitas escolas nacionais veiculavam conhecimentos – uma parcela crescente da referida demografia encontrava, gradualmente, assuntos de interesse que os motivavam a aprofundar a sabedoria; e, felizmente para esses 'exploradores do conhecimento', não faltavam no mercado editorial português materiais e recursos didácticos de qualidade. É o caso da colecção que abordamos esta Quarta-feira, a qual, depois de ter gozado de enorme sucesso a nível internacional, chegava a Portugal algures nos anos 90, pela mão da Editora Civilização.
Dois dos mais populares títulos da colecção.
Falamos dos diversos 'Atlas' direccionados ao público infanto-juvenil, e que conseguiam, desde logo, captar a atenção do mesmo com as suas temáticas, invariavelmente fascinantes para a demografia em causa. Dos dinossauros (inevitáveis naquele período de 'dinomania' pós-'Parque Jurássico') ao espaço ou aos oceanos, eram diversos os assuntos explorados em cada 'Atlas', sempre com recurso a textos simples e minimalistas, mas ainda assim informativos, e a imagens ou fotografias hiper-detalhadas, que constituíam o principal ponto de interesse de cada livro, e eram, só por si, suficientes para fazer dos mesmos uma prenda apreciada nos anos ou Natal, e para lhes garantir um lugar proeminente na estante do quarto.
Tão elevada era a qualidade destes livros, aliás, que os mesmos continuam, ainda hoje, em circulação nas livrarias portuguesas, embora com as inevitáveis mudanças e actualizações gráficas, a fim de os tornar mais apelativos às crianças de hoje. E se o seu valor relativo é, nos dias que correm, algo discutível – já que os mesmos não oferecem, actualmente, qualquer vantagem relativamente a uma rápida consulta a um 'website' ou motor de pesquisa – a verdade é que as temáticas abordadas continuam a ser tão relevantes quanto fascinantes para a demografia-alvo, e que os livros em si continuam a possuir inegável apelo visual, tanto a nível do formato (um A3 perfeitamente 'gigantesco' para mãos pequenas) como dos próprios conteúdos, fazendo deles – hoje, como há trinta anos – uma boa proposta para a estante de qualquer jovem lusitano.