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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

31.07.23

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

No primeiríssimo 'post' deste blog, falámos do inesquecível e irrepetível fenómeno que foi Dragon Ball Z; já na última Segunda de Séries, comemorámos os vinte e cinco anos da sua algo desapontante sequela, Dragon Ball GT. Agora, apenas será de bom tom completar a 'trilogia', e falar da série que deu início a toda a 'febre', o Dragon Ball original.

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Criada por Akira Toriyama em 1986 e livremente baseada no antigo conto épico chinês sobre o Rei Macaco, Dragon Ball contava a história de Son Goku (ou Songoku, como era muitas vezes chamado) um rapaz de força prodigiosa, a beirar os super-poderes, com uma estranha cauda de macaco e detentor de uma nuvem mágica que obedece ao seu comando, que procura, simultaneamente, aprender artes marciais e reunir as sete bolas de cristal espalhadas pelo seu fantástico Mundo e que, quando juntas, invocam um dragão realizador de desejos; no caso de Son Goku, o desejo seria o de ressuscitar o avô, detentor original da quarta bola, agora na posse do jovem herói. O destino reúne-o a Bulma, uma adolescente desmiolada que também quer encontrar as bolas de cristal, Yamcha, um fora-da-lei, e Krillin, o outro discípulo do Mestre Tartaruga Genial, de quem Son Goku se torna aluno. Juntamente com personagens mais periféricos como Lunch (uma inocente e tímida menina que, ao espirrar, se torna numa irascível guerrilheira loira e musculada, ao estilo Rambo) Oolong (um ganancioso e oportunista porco antropomórfico) e Puar (um gatinho azul voador e transmorfo) este grupo irá viver muitas aventuras e enfrentar muitos inimigos, entre eles os alunos do Mestre Corvo Genial, Ten Shin Han (um monge com um terceiro olho implantado na testa) e Chaos (um príncipe com a aparência de um boneco de cristal), e os malvados extraterrestes Pilaf e Satã (sim, é mesmo esse o seu nome) cujo 'rabugento' filho se viria a tornar aliado dos heróis em 'Z'.

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O grupo de protagonistas - e alguns rivais.

E ainda que a sequela tenha sido o verdadeiro 'fenómeno' (ainda hoje inigualado em Portugal), a verdade é que Dragon Ball foi também imediatamente bem recebido pela juventude portuguesa aquando da sua estreia no mítico Buereré da SIC, quase uma década após a sua criação. Com o seu excelente balanço de acção e humor (com o segundo a ganhar largamente, ao contrário do que acontece com 'Z') história cativante e personagens imediatamente icónicos, a série não tardou a tornar-se uma das favoritas de uma demografia que já tinha acolhido de braços abertos séries como Tartarugas Ninja ou Moto-Ratos de Marte, de índole muito semelhante. Em relação a essas, no entanto – e a animes da 'primeira vaga', como Esquadrão Águia – Dragon Ball é mais centrado na fantasia, por oposição à ficção científica, destacando-se assim da maioria dos seus congéneres, o que também ajudou à sua rápida popularização; a versão portuguesa contou, ainda, com as vantagens acrescidas de uma dobragem abertamente cómica e largamente improvisada - que se tornaria um dos aspectos mais memoráveis tanto desta série como da sua sucessora– e de um tema de abertura absolutamente épico e clássico, considerado por muitos portugueses como sendo muito superior ao de 'Z' e mesmo ao de 'GT' (e que, decerto, figurará neste preciso momento na cabeça de muitos leitores).

Impossível não cantar.

Em suma, apesar de não ter atingido os contornos de fenómeno de massas do seu sucessor (e de alguma polémica relativa à suposta morte de uma criança ao cair de uma janela, esperando ser recolhida pela Nuvem Mágica) o Dragon Ball original não deixou de se afirmar como um sucesso entre os jovens portugueses de meados da década de 90, que, sem ter gerado tanto 'merchandising' como o seu sucessor, teve ainda assim direito às inevitáveis cassettes da Prisvídeo, no caso com filmes inéditos, como foi também o caso com 'Z'.

Uma das OVAs do Dragon Ball original lançadas pela Prisvídeo, no caso a terceira, e que serve como uma excelente introdução à série.

E a verdade é que a série faz por merecer essa recepção calorosa por parte do público-alvo, tratando-se, ainda hoje, de uma excelente série animada, dirigida a espectadores mais novos, sim, mas que os trata com respeito, e que talvez até seja mais agradável de rever do que o interminável 'Z', com as suas sagas de centenas de episódios em que apenas metade é relevante e avança a história – algo muito menos frequente nesta primeira série. Assim, quem quiser mostrar aos filhos – ou simplesmente a membros da geração mais nova – o que estava 'na berra' entre os 'putos' na sua infância, pode bem começar por lhes inculcar indelevelmente na cabeça o mesmo tema que tanto 'cantarolou' no recreio naquela época já longínqua: 'Dragon Ba-all, de puro cristaaaal...'

05.06.23

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

Todas as gerações nascidas ou crescidas após o advento da televisão têm os seus programas míticos, religiosamente seguidas por toda uma demografia, pelo menos até a mesma se tornar demasiado madura para os referidos conteúdos. A geração crescida em Portugal em finais do século XX não é, de todo, excepção a esta regra, sendo longa e evidente a lista de séries e programas que se inserem nesta categoria, da 'Rua Sésamo' às 'Tartarugas Ninja' e 'Moto-Ratos de Marte', de 'Power Rangers' a 'Pokémon', das 'Navegantes da Lua' ao 'Samurai X' e de 'Dartacão' a 'Inspector Gadget' ou ao inevitável 'Dragon Ball Z', talvez o programa mais consensual e agregador entre a juventude lusa da altura.

No entanto, a par destes ícones da memória nostálgica, as décadas de 80, 90 e 2000 foram, também, pródigas em séries mais 'de culto', saudosamente lembradas por quem a elas assistiu, mas não necessariamente tão omnipresentes na cultura popular infanto-juvenil da época como os nomes supracitados. Fazem parte desta categoria programas como 'As Aventuras do Bocas', 'Artur', 'Os Cavaleiros do Zodíaco', 'Esquadrão Águia', 'Alvin e os Esquilos', 'A Carrinha Mágica' e a série abordada neste post, apenas recentemente recuperada do esquecimento por quem dela tem gratas memórias.

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Falamos de 'O Panda Tao-Tao', ou apenas 'Tao-Tao', uma produção nipo-germânica (apesar de ambientada na China, e relativa á cultura daquele país) sem grandes pretensões à imortalidade, mas produzida com evidente cuidado (tanto a nível da escrita como da animação) e que, como tal, se afirmou, enquanto esteve no ar, como um dos programas infantis de maior qualidade na grelha de programação da RTP de finais da década de 80 e inícios da seguinte.

Com as florestas de bambu da China como pano de fundo, a série propõe uma premissa tão simples quanto cativante: cada episódio começa com o personagem titular e os seus amigos (com destaque para o irrequieto e irreverente macaco Kiki) a encontrarem, no decurso das suas brincadeiras diárias, algum tipo de problema ou catalista, prontamente aproveitado pela Mãe Panda, progenitora de Tao-Tao, como pretexto para partilhar a história da semana, cujos protagonistas são, invariavelmente, animais antropomorfizados - ou não fosse o sub-título da série 'Histórias de Animais de Todo o Mundo' – e que tem, normalmente, como lição de moral algo relacionado ao problema encontrado pelas crias. No final, com o problema ou objecto de controvérsia sanado, todos voltam à brincadeira anterior – pelo menos até ao episódio seguinte, em que o ciclo recomeça.

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Tao-Tao e o inseparável amigo Kiki

Esta abordagem nem totalmente lúdica nem totalmente educativa é, aliás, um dos pontos fortes de 'Tao-Tao'. Apesar de o foco de cada episódio ser declaradamente a história narrada pela Mãe Panda (normalmente retirada ou baseada no folclore das mais diversas partes do Mundo) a moldura narrativa não é, em momento algum descurada; pelo contrário, Tao-Tao, Kiki e a Mãe Panda são personagens por demais memoráveis (com todo o mérito para a dobragem, uma das primeiras a ficar a cargo da própria RTP), que incentivam à reentrada no seu 'mundo', ainda que apenas por breves instantes antes e após a história central – uma característica extremamente importante em programas desta índole, e que 'Tao-Tao' partilha, por exemplo, com a supracitada 'Rua Sésamo'. O genérico absolutamente épico e totalmente inesquecível é, assim, apenas a cereja no topo daquele que é já, só por si, um 'bolo' de alta qualidade, e que merecia ser mais conhecido e lembrado no âmbito da programação infantil daquele tempo.

Quem sabe, sabe.

A razão para o estatuto de culto desta série junto da demografia 'Millennial' é, aliás, um caso de estudo, já que 'Tao-Tao' gozou de exposição não só à época da sua transmissão (tendo, aliás, sido exibida três vezes distintas entre 1988 e 1990) mas também em anos subsequentes, quando a inevitável Prisvídeo 'desenterrou do baú' os episódios e os lançou no não menos inevitável formato VHS de 'banca de jornal', colados às icónicas cartolinas e com reproduções 'mais ou menos' fiéis dos personagens nas capas.

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Capa de um dos VHS da Prisvídeo.

Previsivelmente, no entanto, essa edição apenas interessou mesmo a quem já convivera com Tao-Tao, Kiki e a Mãe Panda alguns anos antes, tendo a demografia então na idade certa passado totalmente 'ao lado' de uma série cujo conceito diferia bastante da habitual acção e aventura, podendo estar precisamente aí a razão para não ser mais conhecida. Uma pena, já que, conforme referimos, se trata de um dos melhores programas infantis da televisão portuguesa de finais dos anos 80 e inícios dos 90.

 

12.09.22

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

Apesar de, hoje em dia, fazer parte integrante da cultura popular portuguesa, o 'anime' – nome por que é genericamente conhecido qualquer produto animado oriundo do Japão – tardou a penetrar na consciência popular lusa da mesma forma que havia feito no resto do Mundo...pelo menos, aparentemente. Isto porque, mesmo sem o saberem, as crianças e jovens nacionais já vinham sendo expostas a produtos mediáticos inseríveis nesta categoria pelo menos dez anos antes das primeiras séries declaradamente identificadas como tal; de facto, quem, na infância, viu 'desenhos animados japoneses' já conhecia o género muito antes do mesmo ser categorizado como tal. Mais – além de séries de traços declaradamente nipónicos, como 'Capitão Hawk' ou 'Cavaleiros do Zodíaco', a influência japonesa fazia-se também sentir em grande parte das séries ocidentais, as quais, à época, não só 'encomendavam' muita da sua animação ao País do Sol Nascente como também tratavam de adaptar e dobrar material originalmente produzido naquela nação.

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Um exemplo deste último fenómeno, cuja criação precede qualquer das séries atrás mencionadas, mas que seria exibido em Portugal sensivelmente na mesma altura das mesmas, é ´Esquadrão Águia', o nome nacional para a adaptação norte-americana do 'anime' 'Gatchaman' que – dependendo a quem se pergunte – é conhecida ora como 'G-Force', ora como 'Battle of the Planets', ora ainda como 'Eagle Riders'. Originalmente criada e exibida no Japão em 1978, a série demoraria nada menos do que catorze anos a chegar às televisões nacionais – um 'atraso' impressionante, mesmo pelos padrões da época!

É claro que, com tal intervalo de tempo desde a sua criação, os aspectos técnicos de 'Esquadrão Águia' ficavam, naturalmente, muito atrás dos das restantes séries com que competia, incluindo os supramencionados 'Saint Seiya' e 'Captain Tsubasa'; vista mais de quarenta anos depois, a animação da série é quase dolorosamente limitada, mais próxima de um 'Speed Racer' (outra série que chegaria 'atrasada' aos televisores nacionais) do que do desenho animado médio daquele início dos anos 90. Assim, o único factor de espanto é o facto de, após essa transmissão na RTP em 1992, em versão legendada, a série ter sido repescada, não uma, mas DUAS vezes, ambas com nova dobragem a cargo da Somnorte – primeiro, na mesma década, pela SIC (onde passou em 1997) e, já na década seguinte, pela RTP2, onde passaria em 2003, um exacto QUARTO DE SÉCULO após a sua criação!

As razões para tal cariz perene da série na televisão portuguesa são pouco claras, tendo, presumivelmente, a ver com a combinação ideal entre baixos custos de aquisição e (desde há alguns anos) nostalgia apresentado pelas aventuras dos Eagle Riders no combate aos Vorak, soldados alienígenas que procuram dominar a Terra em nome da sua entidade, Cybercon; no fundo, o mesmo tipo de premissa que tem vindo a fazer das sucessivas séries de 'Power Rangers' um sucesso inter-generacional, e que parece nunca perder o apelo para as demografias mais jovens. Ainda assim, para essas, havia – na altura, e especialmente hoje em dia – opções bem melhores do que esta série meio 'tosca', que beneficiou (e muito) por ter surgido no sítio certo e na altura certa para ter feito parte do grupo de animações pioneiras do seu género em Portugal, mas cujo valor é, nos dias que correm, quase exclusivamente nostálgico.

A introdução da série permite, desde logo, verificar as deficiências técnicas da mesma por comparação à 'concorrência'.

04.07.22

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

A abertura autêntica, de época, está disponível aqui mesmo, no SAPO, mas não permite fazer 'embed'...

Este é daqueles posts que tinha, mesmo, de começar assim – com um dos mais icónicos genéricos de abertura dos anos 90, daqueles que consegue a proeza de ser memorável sem, para isso, utilizar sequer uma palavra.

Não menos memorável e icónica, no entanto, é a própria série a que este mítico instrumental serve de suporte; antes pelo contrário, serão poucos os ex-jovens da época que não se recordem de ver pelo menos alguns episódios das aventuras do grupo de bebés conhecido, na versão original, como 'Rugrats', e em Portugal como 'Os Meninos do Coro'.

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De longe a mais famosa produção da dupla Arlene Klasky e Gabor Csupó – e uma das mais famosas do catálogo da Nickelodeon, a par de 'Hey Arnold!' e 'Ren e Stimpy' – 'Rugrats' chegou a Portugal em 1992 (menos de um ano depois da sua estreia em território norte-americano, um intervalo invulgarmente célere para a época) como um dos primeiros 'trunfos na manga' da recém-nascida SIC, que transmitiria a série como parte do seu bloco infantil da manhã durante os dois anos seguintes, primeiro em versão original legendada e, mais tarde, com a icónica (e impressionantemente fiel em termos vocais) dobragem que a maioria das crianças daquela época associará, de imediato, ao nome da série.

Ao todo, foram três temporadas – as primeiras, e melhores – em que os mini-espectadores se tornaram íntimos de Tommy, Chucky, os gémeos Phil e Lil e a 'carrasca' e centro das atenções do grupo, a espalha-brasas Angélica, que, por ser mais velha e extremamente mimada, dividia o seu tempo entre enfiar ideias na cabeça dos amigos mais novos e fazer 'birras' para obter o que queria dos adultos.

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O grupo original de 'Meninos do Coro', mais tarde expandido com novos personagens.

E por falar em adultos, estava aí outro dos factores que ajudava a demarcar 'Rugrats – Os Meninos do Coro' de produções contemporâneas semelhantes; os personagens adultos tinham tanto 'tempo de antena' como os bebés, e eram tão ou mais interessantes do que estes, transmitindo (ainda que de forma leve e subtil) mensagens sobre temas tão importantes como as famílias monoparentais, a identidade de género ou os pais mais focados no trabalho que nos filhos, e que tentam suprir essa lacuna com 'mimos' excessivos. Entre si, este grupo de personagens ajudava a que houvesse um pouco de variedade nas histórias da série, e permitia retirar o foco exclusivamente das aventuras estilo 'pastelão' e 'nonsense' dos protagonistas homónimos da série.

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O grupo dos adultos adiciona uma nova dimensão aos episódios.

Estes (e outros) elementos faziam de 'Rugrats – Os Meninos do Coro' uma excelente série para todas as idades (já que os guiões também incluíam piadas de humor um pouco mais sofisticado e dirigidas ao público adulto) que perdurou na memória dos jovens portugueses mesmo depois de ter saído originalmente do ar, em 1994. E se os espectadores lusos da época apenas conheceram esses episódios dos primórdios, lá por fora, a situação era bem diferente, tendo 'Rugrats' continuado a fazer sucesso durante várias décadas, e dado origem a inúmeros produtos de merchandising (tanto oficiais como piratas), várias longas-metragens, novas séries com os mesmos personagens (a excelente 'All Grown Up!' e a experiência falhada chamada 'Angelica and Susie's Pre-School Daze') e até um 'escape room' em Los Angeles!

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Os personagens em idade pré-adolescente, tal como surgem na sequela 'All Grown Up!'

Por cá, no entanto, o público fã de desenhos animados apenas voltaria a tomar contacto com Tommy e os seus amigos em 2005, com o advento da versão portuguesa da própria Nickelodeon, em que a série se encontrava inserida, agora com novas dobragens.

E a verdade é que esta segunda passagem (da qual é oriundo o genérico que abre este post) se afirmou ainda mais bem-sucedida que a primeira, tendo os 'Meninos do Coro' aproveitado a especificidade da sua nova 'casa', e o estatuto de que gozavam dentro da mesma, para se tornarem presença assídua nos ecrãs da nova geração que, entretanto, substituíra o seu público-alvo original; tanto assim que, em 2021, estreava na Nickelodeon Portugal uma nova temporada desta série aparentemente perene e imorredoura, que conseguiu já a proeza de ser transversal a duas gerações de espectadores, um feito normalmente reservado apenas a produções da Disney e Hanna-Barbera. Só por isso, 'Os Meninos do Coro' já mereciam uma presença nestas páginas; o facto de serem, efectivamente, uma das melhores e mais nostálgicas de entre as séries 'importadas' dos EUA naquele período é apenas a cereja no topo deste bolo de baba, cuspo e outros ingredientes 'duvidosos', mas ainda assim extremamente saboroso...

14.04.22

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

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Quando se é criança, 'vale tudo' para 'desligar', mesmo que por momentos, de uma aula chata; e nos anos 90, quando os telemóveis ainda eram mais excepção que regra e os 'tablets' ainda nem eram ideia no cérebro de um qualquer cientista, uma das principais formas que as crianças de todo o Mundo encontravam para 'matar tempo' nessas alturas mais chatas (quando não estavam a passar papéis entre si, claro) eram as confecções em papel, criadas com as folhas dos cadernos e 'dossiers'.

Da mais famosa destas - o quantos-queres - já falámos numa edição anterior desta rubrica; hoje, dedicaremos a nossa atenção às outras principais categorias de criações deste tipo - a saber, os barcos, os chapéus e, claro, os aviões de papel.

Dos três tipos, o mais universal era, sem dúvida, o último, até por um avião de papel ser tão fácil de criar - e a definição do que constituía uma criação deste tipo tão lata - que até quem não tinha grande jeito podia rapidamente 'fabricar' um destes artefactos e gerar algum entusiasmo, fosse na sala de aula ou cá fora, no recreio (as competições para ver que avião voava mais longe eram praticamente um ritual entre jovens de uma certa idade); por contraste, os barquinhos requeriam água nas proximidades (e tendiam a desfazer-se rapidamente) e os chapéus deixavam de servir após uma certa (pouca) idade. Ainda assim, qualquer destes três elementos constituía uma 'quinquilharia' artesanal perfeitamente válida - e, mais importante, uma forma divertida de fazer 'acelerar' o tempo num dia de escola mais lento...

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