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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

10.08.23

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

Nas últimas semanas, falámos aqui de diferentes séries, jogos de vídeo e até de um CD da franquia Dragon Ball, todos os quais bons indicadores da verdadeira febre que o anime de Akira Toriyama representou entre a juventude portuguesa da segunda metade dos anos 90; agora, chega a hora de juntar ainda mais um item a essa lista, e falar, não de uma, mas de duas revistas lançadas durante o auge da popularidade da série e dedicadas exclusivamente à mesma.

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As capas das duas revistas, única prova da sua existência. (Crédito das fotos: Coleccionador Dragon Ball.)

Ambas com chancela da inevitável Abril/Controljornal, as revistas em causa encontram-se, hoje, algo Esquecidas Pela Net, tendo apenas sido catalogadas pelo infatigável Bruno, do blog 'Coleccionador Dragon Ball', de onde foram 'roubadas' as imagens para este post (desculpa, Bruno!) É graças a esta fonte – e, também, por lá em casa ter existido pelo menos um destes dois números – que ficamos a saber que a primeira das duas publicações foi número especial da popular revista Super Jovem, já no breve período em que a mesma teve formato A4, e se centrou sobretudo sobre o primeiro capítulo da saga de Toriyama, como se pode ver pela capa, enquanto que a segunda pomposamente se intitulou 'revista oficial' e versou sobre a saga 'Z', embora – estranhamente – dando protagonismo a Krillin sobre Songoku e Vegeta, os quais não parecem nada satisfeitos por as suas transformações em Super Guerreiro 'perderem' para um dos lutadores mais fracos da série (e que surge aqui com uma estranha vestimenta).

De resto, e à semelhança do que aconteceu com o nosso último tópico para esta secção, não temos mais informações sobre qualquer das duas revistas do que a que se pode obter olhando para as capas – nomeadamente, que ambos os volumes conteriam brindes (no caso da Super Jovem Especial cartas em relevo, e no da Revista Oficial, nada menos que seis posters) e perfis das principais personagens da série, parecendo mesmo ser esta a principal abordagem da segunda publicação. Já a Super Jovem Especial tenta oferecer um pouco mais de variedade, incluindo uma entrevista com Toriyama-san (aqui chamado, de forma algo 'tu cá, tu lá' e desrespeitosa, de 'Akira' – não confundir com a também super-popular série de manga e filme de anime) e listas de truques e combates marcantes de Songoku e amigos.

E ainda que o restante conteúdo de ambas as revistas se perca nas brumas do tempo, não é difícil prever que ambas tenham sido um sucesso de vendas – afinal, no período entre 1996 e 1998, tudo o que tivesse mesmo a mais ténue ligação à saga de Toriyama tinha, automaticamente, garantia de sucesso entre o público jovem. Pena que, trinta anos mais tarde, apenas reste a memória das capas destas revistas – e, mesmo assim, apenas graças a um coleccionador dedicado...

07.08.23

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

Qualquer propriedade intelectual que consiga algum sucesso – seja entre o público infanto-juvenil ou mesmo entre os mais 'crescidos' – estará sempre sujeita ao aparecimento de produtos que tentam utilizar a sua imagem para vender algo pouco ou nada relacionado com a mesma. Mas enquanto que a utilização dos sobrinhos do Pato Donald como porta-voz de cereais ainda pode ser vista como uma conexão com algum sentido, o mesmo não se pode dizer da presença de Songoku e seus amigos na capa de um CD de Europop.

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Um dos mais bizarros produtos já abordados no Anos 90 (crédito da imagem: OLX).

Que a maior febre de recreio de sempre em Portugal não poderia nunca ficar imune a este fenómeno era um dado adquirido; a estranheza vem do método escolhido para capitalizar sobre a popularidade da série. Isto porque, das sete músicas de 'Dragon Ball Z - Vivam os Meus Amigos' (lançado em 1997, no auge da popularidade da série) apenas as três escritas propositadamente pelo chefe do projecto, Fernando António dos Santos ('Kameame', 'Saber Ser Guerreiro' e 'Dragon Mix',) tentam estabelecer ligação com o 'anime' de Akira Toriyama, não constando sequer do alinhamento os lendários temas de abertura de qualquer dos (então) dois capítulos da saga. Mais – as músicas tão-pouco são interpretadas pelos actores da série, ficando, em vez disso, a cargo de vocalistas genéricos, alguns sem sequer direito a apelido nos créditos, caso do vocalista principal Cândido ou de uma tal Ana Margarida.

Quanto ao estilo musical, é o que se poderia esperar – um Eurodance marcadamente 'pimba', típico do período, e que não ficaria a mais num disco dos Excesso, D'Arrasar ou Santamaria (bandas que Cândido e os seus comparsas parecem, aliás, estar a tentar imitar.) Quem esperava algo mais tolo ou divertido, ao estilo de uns Aqua, poderá ficar desapontado, mas aqueles para quem a presença de Songoku na capa já constitui razão suficiente para a compra serão, sem dúvida, menos exigentes – à semelhança, aliás, dos responsáveis por este projecto, que nem sequer se preocuparam em colocar a imagem correcta na capa, já que o CD é alusivo a Dragon Ball Z, mas a ilustração é retirada do ÍNÍCIO da série original, com Songoku pré-adolescente e ainda de 'kimono' azul, e Yamcha com a sua roupa de fora-da-lei, antes de ambos trocarem as respectivas vestes pelo tradicional vermelho da escola do Mestre Tartaruga Genial!

'Vivam os Meus Amigos' destaca-se, assim, sobretudo pelo fascínio exercido por uma obra que consegue não acertar plenamente em absolutamente NADA, e cuja própria existência é, em si mesma, fascinantemente bizarra, justificando os elevadíssimos preços que o disco consegue em sites de leilões. Para quem ainda nutra alguma curiosidade mórbida quanto ao que se pode ouvir nesta 'pérola' da exploração comercial, fica abaixo o álbum completo, para que possam ser tiradas conclusões próprias...

14.02.22

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

Quer se goste ou não, o romance é parte integrante da maioria dos produtos mediáticos. Grande parte da população gosta de ver duas pessoas apaixonarem-se e encetarem uma relação amorosa; como tal, naturalmente, a maioria dos criadores não hesita em incluir este aspecto nas suas obras para consumo massificado, sejam elas dirigidas a adultos ou a um público mais juvenil.

Nos anos 90, o paradigma era exactamente o mesmo – por muito que nós, os miúdos, torcêssemos o nariz a tudo o que envolvesse 'beijinhos', a verdade é que a maioria das séries, filmes e livros que consumíamos acabavam, mesmo, por ter um casalinho romântico algures. Mais – alguns destes pares conseguiam mesmo ultrapassar a nossa renitência inicial, e tornar-se presença marcante dos respectivos produtos; hoje, em homenagem ao Dia dos Namorados, o Anos 90 vasculhou o 'baú' de séries da nossa infância para 'desenterrar' cinco dos mais icónicos casais televisivos da 'nossa' década.

Antes de começarmos, no entanto, um pequeno reparo: esta lista não inclui casos em que a relação é implícita, mas nunca oficialmente declarada (como é o caso com Tico e Gidget em 'Tico e Teco: Comando Salvador' ou Fred e Daphne em 'Scooby-Doo', por exemplo), relacionamentos que gostávamos que acontecessem mas nunca chegaram a ocorrer (como Brock e Misty de 'Pokémon') ou relacionamentos cuja índole é ambígua e nunca explicitada (como Jesse e James, o Team Rocket do mesmo 'Pokémon'.) Feito este áparte, vamos à lista!

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E porque qualquer pesquisa deste tipo tem, inevitavelmente, de começar no mundo das séries para adolescentes, iniciamos a nossa lista com um exemplo extraído da mítica 'telenovela americana' 'Beverly Hills 90210', também conhecida como 'A Febre de Beverly Hills'. Isto porque, embora os dois parzinhos centrados no galã Luke Perry (primeiro ao lado de Jennie Garth, e mais tarde de Shannen Doherty) fossem o principal foco da série, era num dos casais 'laterais' que podíamos encontrar a verdadeira relação estável e saudável. Donna Martin e David Silver (interpretados por Tori Spelling, filha do produtor Aaron, e Ian Ziering, respectivamente) conhecem-se logo no início da série, e – à parte alguns percalços derivados da decisão de Donna em permanecer virgem até ao final do secundário – ficam juntos durante as dez temporadas da série, acabando mesmo por se casar no último episódio da mesma. Se isto não é digno de figurar numa lista de melhores casais dos anos 90, então não sabemos o que seja...

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Continuando no mundo das séries 'teen', fazemos em seguida uma viagem até ao liceu de Bayside, onde encontramos o nosso segundo casalinho-modelo: Zack Morris e Kelly Kapowski. O rebelde de Mark-Paul Gosselaar e a menina bonita de Tiffani-Amber Thiessen, principais protagonistas de 'Já Tocou!', derretiam corações no ecrã e fora dele, e a química que exibiam, mesmo nos maus momentos, fazia com que os espectadores torcessem sempre por Zack nos confrontos com o 'melhor inimigo' Slater pelo coração da jovem, ou quando os seus planos mirabolantes para levar a relação ao patamar seguinte pareciam não ter hipóteses de dar certo...

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O mundo dos adolescentes não era, no entanto, o único a possuir casais icónicos; também nas séries infantis encontramos alguns exemplos de relacionamentos memoráveis e marcantes – por vezes, nos locais menos esperados, como é o caso da relação entre Tommy Oliver e Kimberly Ann Hart em 'Power Rangers'. Sim, a série conhecida por ter personagens quase caricaturalmente assexuados e puros de coração permitiu, na sua segunda e terceira temporadas, que existisse uma relação amorosa (com direito a cenas de beijos!) entre dois dos seus heróis! As crianças, essas, não se importaram grandemente, já que os personagens de Jason David Frank e Amy Jo Johnson eram perfeitos um para o outro, pelo que o seu namoro parecia fazer todo o sentido; pena, pois, que a relação tenha acabado abruptamente, quando Kimberly partiu para uma cimeira de ginástica para não mais voltar – tendo, tempos depois, Tommy recebido uma carta a oficializar o fim do relacionamento, a pior maneira de ficar a par de algo deste tipo. Ainda assim, enquanto durou, o namoro entre os dois foi um dos pontos altos das duas excelentes temporadas de 'Power Rangers', e um marco icónico entre as relações amorosas mostradas em programas infantis da década.

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Outro casal marcante do mundo da TV infantil da época vinha, mais uma vez, de uma fonte inesperada – no caso, a série entre séries da década de 90, 'Dragon Ball Z'. Embora mais conhecida pelas intermináveis lutas super-poderosas e torneios de artes marciais, a série criada por Akira Toriyama foi, também, capaz de levar ao ecrã não um, mas DOIS relacionamentos não só plausíveis como extremamente funcionais, no caso entre o protagonista Son Goku e Kika (Chi Chi no original), a sua melhor entre a melhor amiga de Goku, Bulma, e Vegeta, 'melhor inimigo' do herói. Dois casais improváveis, mas que resultaram surpreendentemente bem, sobretudo pelo facto de as duas personalidades de ambos os casais se complementarem perfeitamente, tendo Kika a maturidade (e mau-génio) necessários para incutir sentido de responsabilidade no imaturo Goku (o qual, por sua vez, colmata o lado por vezes demasiado sério da mulher com a sua natural despreocupação e bom-humor), e Bulma compaixão e carisma social suficientes para minimizar a má impressão causada pelo seu irascível e mal-humorado marido, e trazer ao de cima o seu lado mais humano. É precisamente esta dicotomia que potencia a longevidade de ambos os casais, que permanecem juntos até ao fim da série, sendo que no caso de Goku e Kika, o relacionamento vinha já desde o fim do Dragon Ball original, quando se conheceram no Torneio de Artes Marciais.

Aqui temos, portanto, cinco exemplos de casais mediáticos dos anos 90 que, embora tenham estado longe de ser os únicos (basta lembrarmo-nos, por exemplo, de Doug e Patty Maionese, de 'Doug', ou de Dartacão e Julieta) tiveram relacionamentos bem escritos o suficiente para deixar marca entre a juventude da época, e justificarem um 'post' celebratório neste Dia de S. Valentim. E porque não vimos todas as séries que passaram na televisão na época, e como tal é bem possível que nos tenhamos esquecido de algum, ficamos abertos às vossas sugestões – quem caberia aqui, que não está? Digam de vossa justiça nos comentários. Até lá, resto de bom Dia dos Namorados!

20.08.21

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Quase todas as semanas falamos aqui de ‘merchandising’, seja alusivo a uma série, uma banda, ou qualquer outra propriedade mediática de interesse para crianças e jovens; e uma das facetas do ‘merchandising’ que também acabamos sempre por abordar é a roupa. De facto, desde que existe o conceito de criação de produtos ‘paralelos’ a um artista ou propriedade intelectual que as crianças demonstram interesse em ‘vestir’ os seus ídolos, incentivando os detentores dos direitos a permitirem o licenciamento da sua imagem também para peças de roupa, além dos tradicionais brinquedos ou artigos comestíveis.

Infelizmente, estes produtos licenciados acabam também, a maioria das vezes, por ser proibitivamente caros para o seu público-alvo, obrigando-os a recorrer à boa-vontade dos pais, a aproveitar ‘àquelas’ datas especiais, como o Natal ou os anos, ou – mais frequentemente, sobretudo na época a que este blog diz respeito – a comprar artigos não-licenciados, os chamados ‘piratas’.

Existentes há quase tanto tempo como o próprio conceito de ‘merchandising’, estes artigos têm, na sua maior parte, vindo a evoluir consideravelmente na sua concepção e manufactura, a ponto de, hoje em dia, serem fáceis de confundir com artigos licenciados; sendo certo que ainda existem algumas tentativas perfeitamente hilariantes (tão meméticas como os ‘equivalentes de feira’ às grandes marcas) , há também que admitir que, nos tempos que correm, estes artigos cumprem o seu objectivo tão bem como os oficiais, embora a qualidade seja sempre notoriamente inferior.

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Sim, ainda há 'coisas' destas, mas cada vez menos...

Nos anos 80 e 90, no entanto, não era bem assim; de facto, passava-se quase exactamente o contrário. Embora existissem contrafacções de qualidade bastante aceitável, a maioria dos artigos alusivos a desenhos animados, BD ou música encontrados nas feiras, lojas de tecidos de bairro e vendas de chão da rua do nosso país eram notoriamente e descaradamente ‘falsos’ – daquele tipo de falso que é, ao mesmo tempo, hilariante e vagamente enternecedor. Em suma, para cada réplica quase perfeita da famosa t-shirt ‘Bart Simpson: Overachiever’ (como havia lá por casa), existiam duas com o Snoopy desenhado mas a dizer ‘Funny Cartoon’, ou do Dragon Ball Z em que os personagens eram translúcidos (da mesma cor do fundo da camisola) e os ‘Gs’ pareciam ‘Cs’.

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Até pode ser que seja um artigo oficial, mas as probabilidades são baixas...

Ainda assim, e apesar dessa ‘tosquice’, este tipo de peça era relativamente comum nos pátios de recreio daquele Portugal de 90, maioritariamente porque – conforme observado acima – a maioria das crianças não tinha poder de compra para adquirir mais do que uma ou outra peça de ‘merchandise’ oficial da sua série, videojogo ou banda desenhada favorita. Aquelas t-shirts ‘fatelas’ deixavam, pois, de ser apenas imitações baratas e mal-amanhadas dos artigos genuínos, e passavam a ser peças centrais do guarda-roupa infantil, vestidas tão frequentemente quanto possível, como forma de professar o amor da criança à propriedade que representavam.

Com o virar do milénio, e à medida que este tipo de pirataria se tornava cada vez mais cuidado e refinado, o tipo de peça referido acima deixou de se ver tanto quanto anteriormente, ao ponto de, hoje em dia, se encontrar quase extinto, e de as imitações ‘às três pancadas’ de que aqui falámos terem sido um fenómeno quase exclusivo daquelas duas décadas mágicas; ainda assim, quem lá esteve certamente se recordará ‘daquela’ t-shirt do DBZ ou Bart Simpson comprada na feira, que tinha visivelmente algo de errado, mas que era ainda assim amada e usada como se fosse cem por cento ‘the real thing’ - que o digam a camisola verde-tartaruga, com um desenho ‘quase bom’ dos Quatro Jovens Tarta-Heróis, que morava cá em casa no final dos anos 80, ou o pijama do Tweety, sem qualquer tipo de licenciamento, vestido à exaustão na década seguinte…

 

 

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