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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

24.10.21

NOTA: Este post corresponde a Sábado, 23 de Outubro de 2021.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos e acessórios de exterior disponíveis naquela década.

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Qualquer criança que interaja pelo menos uma vez com um grupo da sua faixa etária adquire conhecimentos e herda tradições que ninguém sabe muito bem de onde vieram, nem como foram perpetuados, mas que toda a gente sabe como funcionam; e nenhum exemplo ilustra melhor este fenómeno do que os jogos infantis, nomeadamente os disputados na rua, que se afirmam como verdadeiros estudos de caso no que toca à transmissão de conhecimentos adquiridos entre as crianças.

Quer o futebol de rua, nas suas diferentes permutações – 'baliza a baliza', 'toques'. 'todos contra todos', fintas, penalties – quer os jogos mais convencionais, como a 'Macaca', 'Mamã Dá Licença', 'Barra do Lenço', 'Estátuas', 'Macaquinho do Chinês', elástico, corda, futebol humano, apanhada ou escondidas, são brincadeiras que qualquer criança, de qualquer época, soube e sabe jogar, sem precisar de ser ensinada. Sim, as regras podem por vezes variar – levando a situações de algum desconforto quando se joga com um grupo diferente do habitual e as regras a que estamos habituados passam a ser consideradas 'batota' – mas a essência da brincadeira permanece a mesma, e é conhecida e compreendida sem ser necessária qualquer explicação.

No futebol, por exemplo, podem ou não valer 'bujas', mas o jogador mais fraco continua a ir à defesa, e o mais gordo à baliza; na apanhada ou escondidas, a récita a declamar à chegada ao 'coito' pode variar, mas a acção de bater com a mão no local designado antes de quem está a apanhar continua a dar ao jogador o direito de 'salvar todos', e iniciar uma nova ronda de jogo. Estas são convenções ancestrais, já observadas pelos nossos pais ou avós, e que continuarão certamente a ser observadas pelas gerações vindouras – isto, claro, se todas estas brincadeiras não se tornarem, entretanto, estritamente virtuais...

Seja qual for o futuro destes jogos, no entanto, restam algumas certezas; por um lado, que os mesmos se continuarão a afirmar como estudos de caso para a transmissão inata e oral de tradições e conhecimentos inatos, e por outro, que nada conseguirá apagar a memória de muitos bons momentos vividos em disputas renhidas de um ou vários dos mesmos, fosse durante o recreio, no bairro após a escola ou, sim, durante um Sábado aos Saltos...

09.10.21

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos e acessórios de exterior disponíveis naquela década.

Numa era da História em que predominam os brinquedos e produtos para crianças multi-funcionais e integrados com a toda-poderosa Internet, pode parecer pitoresco dizer que, até décadas bem recentes, um simples pedaço de corda com dois manípulos consistia veículo para horas de diversão numa tarde de fim-de-semana de sol, quer sózinho, quer (bem) acompanhado por amigos.

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O facto, no entanto, é que as cordas de saltar só há bem pouco tempo deixaram de ser um dos esteios das brincadeiras ao ar livre de uma certa demografia, a mesma que via num pedaço de banda elástica potencial suficiente para ocupar uma semana de recreios. Fosse a tentar bater o próprio recorde de saltos sem tropeçar, fosse a avaliar o momento certo para entrar no círculo infindável da corda girada por dois amigos - e lá se manter mais tempo do qualquer outra pessoa – as crianças do final do século XX e inícios do novo milénio continuavam, apesar de toda a tecnologia que os rodeava, a extrair muitos e bons momentos de brincadeira daquele brinquedo tão simples, singelo e até algo antiquado, que já havia feito as delícias dos seus pais, e até avós…

Como é habitual com a maioria dos brinquedos, também as cordas de saltar vinham em vários modelos e padrões de qualidade, das simples e literais cordas (daquelas grossas, para amarrar objectos pesados) passando por tipos especiais para ginástica e desporto, até outras já mais com aspecto de ‘brinquedo’ propriamente dito (normalmente em plástico colorido e com manípulos duros e bem delineados) adquiríveis nas lojas de brindes e brinquedos. Fosse qual fosse o tipo, no entanto, a diversão era a mesma…

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Exemplo do tipo de corda mais trabalhado e abertamente comercial.

Hoje em dia, é extremamente raro encontrar uma corda de saltar fora do contexto de uma aula de Educação Física ou ginásio de ‘fitness’, embora as mesmas ainda existam, e muitas vezes como produtos licenciados (existem, por exemplo, cordas alusivas ao filme Frozen e à linha de bonecas LOL Surprise); no entanto, é impossível não ter a sensação que, se fosse veiculado aos Alfas contacto com essa tão simples mas tão viciante brincadeira, o legado da corda de saltar não deixaria de se estender a mais uma geração…

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