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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

26.08.22

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As toalhas de praia estavam entre os muitos elementos que as crianças e jovens dos anos 90 utilizavam como meio de afirmar a sua identidade, quer individual, quer enquanto parte de um grupo; e, durante uma parte significativa da segunda metade da referida década, houve uma toalha de praia em particular que se tornou visão frequente em praias de Norte a Sul do País, sobretudo em locais que reunissem altos volumes de 'malta nova'.

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Lá por casa, houve uma muito semelhante a esta...

Falamos, claro, da mítica toalha da Coca-Cola, um daqueles items cuja popularidade é tão difícil de explicar quanto inegável. O que é certo é que a dado ponto, algures entre o ponto médio da década de 90 e os primeiros anos do novo milénio, a toalha vermelha com o clássico símbolo da marca impresso sobre o comprimento tornou-se O 'item' de praia a ter, destronando as suas tradicionais antecessoras com padrões de palmeiras, pôr-do-sol e barcos à vela sobre fundos multi-cores, e até mesmo as igualmente desejáveis toalhas aveludadas e com motivos de desenhos animados. Curioso foi, também, o facto de (ao contrário do que acontecia, na mesma altura, com os iô-iôs comercializados pela Russell) esta 'febre' não se ter estendido a qualquer outro logotipo ou tipo de bebida - as toalhas 'da moda' eram APENAS, e só, as da Coca-Cola.

As origens da súbita 'proliferação' deste tipo de toalha poderão ter estado na mesma promoção que também ajudou a popularizar os 'bips' entre toda uma geração, mas a certa altura, os referidos items extravasaram os confins de qualquer iniciativa profissional, aparecendo (e com frequência) em lojas tanto de lavores como de praia, ao lado de outros artigos não associados a qualquer marca - coincidindo este período com o da sua maior popularidade entre as crianças e jovens.

Fosse qual fosse o contexto que deu origem a esta breve mas marcante 'febre', a verdade é que, durante vários Verões de finais do século XX, uma larga fatia da população jovem portuguesa 'trabalhou para o bronze' sobre um logotipo da Coca-Cola, provavelmente ao lado de vários amigos que ostentavam, com orgulho, precisamente o mesmo item - prova cabal, como se ainda fosse necessário, do poder que um logotipo memorável e uma boa estratégia de 'marketing' podem ter junto de uma determinada demografia...

03.06.21

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

O que vos vem à mente ao ver ou ouvir a palavra 'iô-iô'? Provavelmente, memórias felizes de conseguir que aquela 'rodinha' de plástico duro presa por um fio ficasse lá em baixo mais do que um ou dois segundos, ou de conseguirem fazer a 'volta ao Mundo', ou simplesmente de 'matar' alguns minutos de ócio com uma actividade tão repetitiva quanto divertida e intemporal. E há grandes probabilidades de a maioria dessas memórias incluir um iô-iô da Coca-Cola.

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O modelo clássico e 'básico' dos iô-iôs de bebidas da Russell

Embora não tenham sido, nem de longe, os pioneiros do género em Portugal - na época a que este blog concerne, os iô-iôs já apareciam como prémio de feira popular ou máquina de 'bolinhas' de brinde - os iô-iôs alusivos a bebidas gaseificadas foram, sem dúvida, os mais populares entre a miudagem do nosso país, pelo menos até ao aparecimento dos iô-iôs luminosos.

Já muito comuns no seu país de origem (os EUA) desde há várias décadas, esta variante de iô-iô, da marca Russell, chegou a Portugal nos anos 80, na altura apenas como brinde da própria Coca-Cola. Já nos anos 90, estes produtos constaram também da lista de prémios de uma popular promoção da mesma marca - aquela dos beepers - antes de, a partir de meados da década, se afirmarem definitivamente como um produto adquirível separadamente, em papelarias e outros estabelecimentos do género. Foi nessa altura que a 'moda' verdadeiramente pegou entre a criançada, e havia muito poucas pessoas de uma determinada idade e geração que, ali por volta de 1996-97, não tivessem pelo menos um destes items na sua colecção (deste lado havia dois, o clássico da Coca-Cola e um lindo da Pepsi.)

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Exemplo de um dos modelos mais 'avançados', comuns em meados dos anos 90.

O atrativo destes iô-iôs em particular não residia, no entanto, na simples ligação a uma marca popular e apreciada pelo público-alvo; os mesmos teriam tido, senão o mesmo sucesso, pelo menos um sucesso considerável mesmo sem qualquer inscrição nas faces laterais. Não, o segredo destes produtos residia no facto de serem extremamente bem construídos, sólidos, e de alta performance - características extremamente desejáveis no contexto de um brinquedo que, muitas vezes, 'voava' da mão para o chão alguns metros mais adiante e que, tantas outras vezes, era feito de plástico do mais barato e tinha quase de ser 'coagido' a funcionar correctamente, à força de golpes de punho. Os iô-iôs da Russell anteviam e preveniam ambos estes problemas, sendo dos melhores de sempre no que toca a manuseamento, performance . fazer 'truques' era fácil e agradável, sem os habituais 'embaraços' do cordel ou trajectórias tortas de iô-iôs mais baratos - e resistência ao choque, tudo isto a um preço que, embora mais alto do que a média, era perfeitamente justo (e justificado) para a qualidade apresentada.

Não admira, portanto, que estes singelos produtos tenham sido um êxito entre a juventude da época, que ainda hoje os recorda com afeição como os melhores - ou pelo menos DOS melhores - iô-iôs que alguma vez tiveram. Um daqueles produtos, em suma, cujo abandono e desinteresse por parte da geração mais nova é algo frustrante - porque a verdade é que, se os 'putos' de hoje em dia conhecessem os iô-iôs Russell da Coca-Cola, talvez não demorasse mais do que algumas semanas até a 'febre' ser revivida, e o TikTok passar a ser a 'central dos truques marados'...

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