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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

21.06.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 20 de Junho de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

O início dos anos 90 viram ter lugar uma mudança de paradigma no tocante ao produto cinematográfico de Hollywood, em mais do que uma vertente. Para além das mudanças na apresentação e estética dos filmes considerados 'blockbusters', assistiu-se também a um influxo de realizadores estrangeiros – nomeadamente asiáticos e europeus – que trouxeram consigo as influências do cinema dos seus respectivos países e regiões, incorporando nos seus filmes elementos estilísticos e temáticos a que os espectadores norte-americanos não estavam necessariamente habituados, e estabelecendo assim uma reputação como criadores de 'cinema de autor' que, ao mesmo tempo, conseguia ser bem aceite pelas massas. E se John Woo e seus comparsas se centravam sobretudo no estilo, com recurso à câmara lenta e inclusão de simbologia visual, o contingente europeu preferia destacar-se pela inclusão de temáticas humanistas e filosóficas naquilo que, regra geral, seria apenas 'mais um' filme de acção ou suspense. Um dos melhores exemplos desta abordagem estreou nas salas de cinema nacionais há pouco mais de trinta anos (a 28 de Abril de 1995) e granjeou imediatamente o estatuto de obra de culto para amantes de 'thrillers' mais cerebrais e menos imediatistas.

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Falamos de 'Léon – O Profissional', o 'thriller' responsável por lançar em Hollywood não só os seus dois actores principais – o francês Jean Reno e uma jovem Natalie Portman, para quem este era o primeiro papel cinematográfico – como também o seu realizador, Luc Besson, que rapidamente ficaria conhecido como um dos melhores 'balanceadores' de estilo e conteúdo do período em causa. E a verdade é que essas qualidades ficam bem vincadas neste filme, que, apesar de longe dos excessos visuais de 'O Quinto Elemento' e outros filmes do realizador, tem um estilo visual próprio, que complementa uma trama centrada, não em tiros e cenas de acção, mas no relacionamento do titular assassino a soldo com a menina que resgata após a morte dos pais – um elemento que Reno e, sobretudo, Portman (em extraordinária actuação para uma criança de apenas 13 anos e sem qualquer experiência no ramo) conseguem transmitir de forma exímia, dando ao filme um 'centro' emocional que muitas outras obras do estilo nunca chegam a almejar.

Não admira, pois, que 'Léon – O Profissional' seja ainda hoje alvo de elogios por parte da crítica especializada, e conste das listas de favoritos de muitos cinéfilos (nacionais e não só) com preferência por filmes com alguma 'substância' a ancorar os momentos de emoção e acção. Mais – nas três décadas subsequentes, o filme quase não 'envelheceu', quer do ponto de vista visual quer a nível do enredo e temáticas, continuando a constituir uma excelente base para uma Sessão de Sexta, e a justificar algumas breves linhas a seu respeito neste nosso 'blog' nostálgico.

06.06.25

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Na última edição desta rubrica, celebrámos os trinta anos da estreia nacional de 'Lendas de Paixão', um dos filmes que ajudaram a consagrar Brad Pitt enquanto actor principal. Nessa ocasião, mencionámos também um projecto anterior do galã, tão ambicioso e bem-recebido quanto aquele, e em que havia sido dirigido por Robert Redford; nada melhor, portanto, do que nos debruçarmos agora sobre esse filme.

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Produzido em 1992 e adaptado da obra semi-autobiográfica de Norman McLean, 'Duas Vidas e o Rio' (no original, 'A River Runs Through It') traz Pitt no papel do mais novo dos dois filhos de um pregador presbiteriano do Montana rural, no caso o mais rebelde, por oposição ao irmão mais sensato (e autor da obra que serve de base ao filme), interpretado por Craig Shaeffer. O principal fio condutor da relação dos dois, tanto entre si como com o pai – que o filme explora ao longo de um período de cerca de trinta anos – é o gosto pela pesca, que levam a cabo no titular rio que passa perto da sua propriedade.

Como a sinopse dá a entender, trata-se de um filme minimalista, centrado nos relacionamentos dos três protagonistas, e contado num ritmo deliberado – uma descrição algo antagónica aos 'blockbusters' tanto da época como da actualidade, que privilegiam a acção, mas que permite a Pitt mostrar todas as qualidades que já nessa época possuía, ob a tutela de um antigo actor (e realizador mais que competente) como o é Redford. De facto, trata-se de um de uma série de papéis que o jovem actor aceitava na esperança de mostrar ser mais do que uma 'cara bonita' – o que, infelizmente, não impediria totalmente a sua estigmatização como sendo isso mesmo, a par do contemporâneo Leonardo DiCaprio, com quem rivalizava nos corações das adolescentes de então, e que aceitara já, ele próprio, projectos mais personalizados, como sejam 'Gilbert Grape' e 'A Vida Deste Rapaz'. Quanto a Pitt, partiria deste filme para 'Lendas de Paixão' e, daí, para uma carreira, em larga medida, bem menos 'comercial' do que poderia parecer à primeira vista, com filmes como 'Clube de Combate' e 'Seven – Sete Pecados Mortais' a sobreporem-se às inevitáveis comédias românticas n sua filmografia. Foi com 'Duas Vidas e Um Rio', no entanto, que Pitt principiou a delinear o 'caminho' que o tornaria numa das maiores estrelas de Hollywood, o que constitui razão suficiente para dedicarmos umas breves linhas a este excelente filme.

23.05.25

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

De entre os muitos nomes que definiram o panorama cinematográfico dos anos 90, um dos mais incontornáveis é o de Brad Pitt, hoje actor consagrado e respeitado, mas que – a par do seu contemporâneo Leonardo DiCaprio, hoje também tido em grande conta – era posicionado à época como sucessor natural dos galãs da década anterior, como Patrick Swayze ou Tom Cruise. Adorado por grande parte da população feminina pela sua atraente aparência e luminoso sorriso (em competição com o de Tom Cruise como o melhor daquela época), o então jovem actor viu-se, naturalmente, denegrido por uma parcela significativa não só do público jovem masculino, mas também dos críticos de cinema, para quem, nessa fase inicial, não passava de mais um 'menino bonito' de habilidade limitada.

A verdade, no entanto, é que tal visão era algo declaradamente parcial, e mesmo um pouco injusta, já que, mesmo nessa fase embrionária da sua carreira, Pitt dava já sinais de poder ser um nome a ter em conta para o futuro, granjeando mesmo papéis em filmes de realizadores como Robert Redford, com quem fez, em 1992, o aclamado 'Duas Vidas e Um Rio'. Seria, no entanto, apenas dois anos depois que surgiriam os dois filmes que verdadeiramente o consagrariam junto do público cinéfilo: 'Entrevista Com O Vampiro' e a obra a que dedicamos este 'post', 'Lendas de Paixão'.

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Produzido em 1994, mas estreado em Portugal apenas no ano seguinte – completaram-se no passado dia 11 de Maio exactos trinta anos sobre a sua estreia, não tendo o hiato do Anos 90 permitido falar do filme nessa altura – 'Lendas de Paixão' é, como 'Duas Vidas E Um Rio', um filme 'de época', desenrolando-se a trama durante toda a primeira metade do século XX, desde a Primeira Guerra Mundial até 1963. Um projecto, desde logo, ambicioso, e que requeria mais do que apenas uma 'cara bonita' para o conduzir; felizmente, Pitt esteve à altura, não destoando do restante elenco, e contribuindo para um filme ainda hoje bem conseguido (chegou a ganhar o Óscar de Melhor Cinematografia do seu ano) e bem merecedor de ser visto.

A conribuir para o sucesso global da obra, ao lado de Pitt, estão nomes como Aidan Quinn, Julia Ormond e o incontornável Anthony Hopkins, no papel do pai de três homens com quem é forçado a encarar as sucessivas mudanças histórico-sociais da América durante o período em causa, que afectam até mesmo as vidas de cidadãos do Montana rural, como a família Ludlow. O foco, no entanto, está todo no Tristan de Brad Pitt, grande catalista das peripécias do filme, um personagem complexo e longe de perfeito, mas com quem é, ainda assim, fácil simpatizar ao longo do decurso do filme.

Juntamente com 'Entrevista Com o Vampiro', esta obra ajudaria, pois, a elevar o 'cachet' de Pitt como actor principal, dando (parcialmente) o mote para uma carreira de astronómico sucesso, que tornaria o actor numa das mais reconhecidas personalidades dos anos 90 e 2000, e que ainda hoje lhe permite escolher projectos de valor, e trabalhar com realizadores como Quentin Tarantino. Razão mais que suficiente, portanto, para celebrar esta obra, no mês em que se completam três décadas sobre a sua estreia nacional.

12.04.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 11 de Abril de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Nenhum membro da primeira metade da geração 'millennial' (aquela nascida, maioritariamente, durante a década de 80) e oriundo de um país ocidental necessita de quaisquer explicações quanto ao nível ou à razão da fama de Macaulay Culkin. Dois mega-sucessos de Natal em anos consecutivos – o filme de estreia 'Sozinho em Casa' e a sua primeira sequela – colocaram aquele 'puto' loirinho de sorriso maroto nas 'bocas do Mundo' e projectaram-no para um sucesso que talvez ainda fosse muito novo para gerir, transformando-o naquilo a que a revista Super Jovem chamava, no seu 'número zero', uma 'mini super-star' (e só o facto de uma revista emergente para jovens utilizar 'Mac' como chamariz já diz tudo o que é preciso saber sobre a influência do rapazinho na cultura popular juvenil da altura).

Não é, pois, de surpreender que, após o sucesso dos dois primeiros 'Sozinho em Casa', os produtores de Hollywood procurassem integrar o jovem nos seus projectos, nem tão-pouco que o próprio Culkin quisesse diversificar o seu repertório, fazendo alguns 'desvios' do seu nicho de comédia infantil, o principal dos quais foi o papel dramático e até sádico em 'O Bom Filho', ao lado de outra jovem revelação, Elijah Wood, ele próprio a menos de uma década do mega-estrelato. Mais curioso é perceber que dois desses filmes chegaram às salas de cinema portuguesas lado a lado, exactamente no mesmo dia - há quase exactos trinta anos, a 7 de Abril de 1995  - criando assim uma espécie de 'dose dupla' de 'Mac', que não terá deixado de fazer as delícias dos seus pequenos fãs.

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O primeiro, e mais ambicioso, destes filmes foi 'A Grande Viagem' (título bem mais genérico que o original 'The Pagemaster') que propunha uma arrojada combinação de acção real com animação, ao estilo do que a Disney havia feito, com excelentes resultados, durante os anos 60. À cabeça de um elenco 'de luxo' que inclui Christopher Lloyd, Whoopi Goldberg e dois dos mais emblemáticos tripulantes da nave 'Enterprise' (Patrick Stewart, que à época ainda não se sentara na cadeira de capitão, e Leonard Nimoy, maior ícone d''O Caminho das Estrelas' original) 'Mac' embarca numa viagem através de várias cenas típicas da literatura infanto-juvenil, apresentadas no estilo de animação típico da altura.

Uma abordagem que tinha tudo para agradar ao público jovem...mas, por uma razão ou outra, não agradou. Antes pelo contrário – o falhanço deste filme, juntamente com o de 'Gatos Não Sabem Dançar', de 1997, viria a colocar entraves no departamento de animação da Turner, adiando ou cancelando vários projectos. E se as razões para tal desprezo por parte do público são incertas, a verdade é que o filme pouco faz para se destacar de qualquer outro filme infantil da época, tendo sido largamente ignorado pela 'onda' nostálgica que entretanto tomou conta das redes sociais.

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E se 'A Grande Viagem' é apenas descartável, já o outro filme de Culkin estreado na mesma altura é notável apenas e só por ser a obra que veria Culkin, então com catorze anos, 'reformar-se' como actor infantil, entrando num hiato que viria a durar toda uma década, e que ficou marcado por uma 'espiral' de problemas pessoais por parte do jovem. Falamos de 'Riquinho', adaptação em acção real do desenho animado e banda desenhada do mesmo nome (ambas da Harvey) que vê 'Mac' interpretar o impossivelmente rico personagem principal, em mais uma comédia infantil sem nada de particularmente errado ou entusiasmante, sem grandes estrelas no elenco, e que só é mesmo lembrada por ter sido a 'despedida' de Culkin dos écrãs até à idade adulta, e por trazer o irmão mais novo da mini-estrela, Rory, como a versão de menos idade do personagem principal.

Dois filmes, portanto, que, sem serem obras-primas do cinema infanto-juvenil, ofereciam ainda assim ao seu público o suficiente para manter elevado o interesse na 'jovem estrela' do momento, e terão constituído uma excelente Sessão de Sexta dupla para os fãs do pequeno actor...

29.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 28 de Março de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Como um dos escritores mais populares e prolíferos da era moderna, não é de espantar que Stephen King tenha visto a grande maioria da sua obra ser adaptada ao formato cinematográfico; mais surpreendente é verificar que, apesar da qualidade invariavelmente elevada dos contos do escritor, a referida obra se pauta pela irregularidade, com quase tantos filmes 'de culto' ou declaradamente maus quanto obras-primas imortais. De facto, basta um olhar de relance à filmografia do escritor para perceber que, para cada 'Carrie', 'Shining', 'Conta Comigo', 'Misery – O Capítulo Final' ou 'It – Capítulo I' (ou mesmo um 'Cujo' ou 'Cemitério Vivo') existe um 'Potência Máxima', 'Os Estranhos' ou 'A Torre Negra'. Ainda assim, no tempo presente, o saldo geral pauta-se, ainda, pela positiva, muito por conta de filmes como os dois que abordamos nas próximas linhas – curiosamente, ambos dirigidos pelo mesmo realizador, afectos à mesma temática, considerados obras-primas do seu tempo, e com estreias nacionais separadas por exactamente cinco anos, e com 'aniversários' marcantes no início da próxima semana.

De facto, os dias 31 de Março tanto do ano de 1995 como do ano 2000 veriam chegar às salas de cinema nacionais um filme adaptado de um romance de Stephen King, ambientado numa prisão, e com interpretações merecedoras de elogios e prémios, nomeadamente Óscares (sete para um e quatro para outro, tendo ambos ganho o de Melhor Filme); primeiro 'Os Condenados de Shawshank', com Tim Robbins e Morgan Freeman, e depois 'À Espera de Um Milagre', com Tom Hanks, Sam Rockwell e o malogrado Michael Clarke Duncan. Ambos continuam, três décadas e duas décadas e meia (respectivamente) após o seu lançamento, a afirmar-se como de visualização obrigatória para fãs do género, fazendo assim por merecer as breves linhas que aqui lhes dedicamos.

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Sobre 'Os Condenados de Shawshank', pouco mais há a dizer do que aquilo que tanto a imprensa especializada como o próprio público já sabe – nomeadamente, que se trata de um dos melhores filmes sobre prisões de todos os tempos, com interpretações magistrais de ambos os seus actores principais e muitos momentos memoráveis. Adaptação fiel do conto original (curiosamente, publicado na mesma compilação de onde saiu 'O Corpo', a inspiração para 'Conta Comigo', e dois outros contos que dariam ambos origem a filmes), a película de Frank Darabont narra os esforços do padeiro Andy Dufresne e do velho 'Red' Ellis para escaparem da prisão – mediante um buraco escavado por trás de um 'poster' da actriz Rita Hayworth – e dos laços de amizade que se criam entre os dois homens (e também alguns outros reclusos) como resultado da experiência modificadora que vivem. Uma temática que facilmente poderia cair no facilitismo da 'lamechice' ou da acção pseudo-profunda, mas que prefere (e bem) focar-se no aspecto humano, oferecendo uma perspectiva multifacetada que realça tanto a tragédia da vida prisonal como o humor que os próprios reclusos conseguem nela injectar. O resultado é, como já acima apontámos, um filme absolutamente essencial para qualquer cinéfilo, e que pouco ou nada envelheceu nas quase exactas três décadas desde a sua estreia.

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Não contente com uma obra-prima no seu portefólio, no entanto, Darabont voltaria a penetrar no 'filão' Stephen King cinco anos depois, para trazer ao grande ecrã um dos melhores livros do escritor, 'The Green Mile'. O resultado, que em Português se chamou 'À Espera de Um Milagre', trazia os mesmos ingredientes que haviam feito sucesso em 'Shawshank' – as interpretações marcadamente humanas, a abordagem complexa aos temas do enredo, e o foco nas pequenas situações e 'nuances' dos protagonistas – os quais, previsivelmente, voltaram a resultar num 'cozinhado apetitoso' para qualquer cinéfilo. E se, em 'Shawshank', não havia uma interpretação a destacar, por todas serem magníficas (embora tenha sido Freeman a ganhar o Óscar de Melhor Actor Principal), aqui o realce vai todinho para Michael Clarke Duncan, que, no papel do injustamente condenado John Coffey, terá feito lacrimejar em pleno cinema muitos 'homens feitos' - efeito que, aliás, continua a surtir até aos dias de hoje. E com razão, já que o seu desempenho de um personagem complexo e difícil é magistral, daquelas em que o actor se 'perde' no personagem ao ponto de fazer o espectador esquecer que se trata de um filme. Para seu crédito, o habitualmente 'canastrão' Tom Hanks e o previsivelmente excelente (e levemente tresloucado) Sam Rockwell ajudam a manter alto o nível geral de interpretação, mas é Duncan a verdadeira 'estrela', devendo a sua actuação servir, por si só, de incentivo para quem desconheça este magnífico filme, tendo-lhe merecidamente valido o Óscar de Melhor Actor Secundário na cerimónia desse ano.

Em suma, dois filmes com muito mais em comum do que apenas a data de estreia em Portugal, mas que essa e outras coincidências não poderiam deixar de 'fadar' a um 'post' conjunto, a poucos dias da data dos trigésimo e vigésimo-quinto aniversários da referida efeméride.

14.03.25

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Já aqui anteriormente mencionámos os filmes com animais falantes como uma das principais tendências do cinema infantil nos anos imediatamente anteriores e imediatamente posteriores à viragem do Milénio – e cuja popularidade continua em alta, como o atesta o sucesso da trilogia 'Paddington', cujo mais recente filme foi lançado há apenas alguns meses à data deste 'post'. De facto, enquanto em tempos a 'magia' vinha das peripécias protagonizadas pelas estrelas de quatro patas, a partir dos anos 90 verificou-se uma tendência cada vez maior para guarnecer os referidos animais com vozes humanas, normalmente de celebridades que se pudessem publicitar no cartaz.

Esse paradigma foi levado ainda mais ao extremo já perto do final da década em causa, quando a 'moda' dos animais falantes foi combinada com outra – a do 'hóspede' invulgar mas amigável que deve ser mantido em segredo, muito popular na televisão americana dos anos 80 – dando origem a uma série de filmes relativamente bem sucedidos, e que terão marcado a infância de muitas crianças das duas gerações seguintes. Talvez o mais famoso exemplo desse novo género seja o filme que comemorou há pouco mais de uma semana (a 7 de Março) os vinte e cino anos da sua estreia em Portugal; e por, nessa ocasião, termos escolhido erroneamente falar de outro filme, vimos nas linhas seguintes rectificar esse erro, e celebrar o aniversário 'atrasado' de um dos filmes mais falados entre as crianças e jovens nos primeiro meses do Novo Milénio.

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Referimo-nos à primeira adaptação cinematográfica do livro infantil 'Stuart Little', concebida nos anos 40 por E. B. White, mas que o filme, talvez por questões de conveniência, actualiza para os anos 90. Já a trama-base mantém-se semelhante, seguindo as aventuras de Stuart Little, um rapaz sobredotado que faz jus ao seu apelido, tendo apenas trinta centímetros de altura e, por razões nunca explicadas, o aspecto de um rato branco, apesar de se tratar de uma criança filha de humanos - isto no livro, já que no filme, é apenas filho adoptivo dos Little, e se trata verdadeiramente de um rato falante e com inteligência humana. Em ambos os casos, Stuart deve fazer uso da sua agilidade e pensamento rápido para ultrapassar situações típicas do dia-a-dia de um ser do seu tamanho, e para manter a distância o gato da família, Snowball, cujos instintos lhe dizem que cace Stuart, pese embora saiba tratar-se de um membro da família. A fórmula perfeita para um filme de família, que balança o factor puramente estético do adorável Stuart com uma história capaz de manter cativados os elementos do público-alvo, e interpretações com a qualidade expectável de nomes como Geena Davis, Hugh Laurie, Steve Zahn, Nathan Lane, Jennifer Tilly e Michael J. Fox, que volta a dar voz a um animal, após viver o impetuoso pitbull no 'remake' de 'Regresso A Casa'.

Não admira, pois, que 'O Pequeno Stuart Little' tenha feito sucesso, senão entre os críticos especializados, pelo menos junto de quem interessava: os mais pequenos. Tanto assim que o filme viria a gerar duas sequelas (em 2002 e 2006) e uma série animada (em 2003), além dos habituais videojogos licenciados e produtos de 'merchandising'. O apelo e sucesso de Stuart foram, aliás, suficientemente continuados ao longo das duas décadas e meia seguintes para justificar a proposta de um 'reboot', em formato de série televisiva, há apenas um par de anos. Mas se esse projecto ficou em 'águas de bacalhau' – pelo menos até à data – os filmes, esses, continuam a fazer parte da 'rotação' de filmes dos canais portugueses em alturas de férias escolares e festas familiares, e a constituir excelentes alternativas para visionamento em família durante uma Sessão de Sexta, mesmo um quarto de século após a sua chegada às salas de cinema nacionais.

Spot televisivo do filme, transmitido em Julho de 2012 no canal AXN White.

15.02.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Independentemente da era ou geração, a Sessão de Sexta com a cara-metade – seja no sofá ou numa sala de cinema – continua a ser uma das opções mais populares para passar a noite de S. Valentim; e, naturalmente, dado o contexto, os filmes de romance contam-se, inevitavelmente, entre os mais populares e frequentemente escolhidos pelos casais aquando desta data e situação. Os anos da 'viragem' do século XX para o XXI não eram, de todo, excepção a esta regra, pelo que não deixava de ser fortuito que as décadas de 90 e 2000 vissem o género em causa – sobretudo na sua vertente mais leve e voltada para a comédia – viver uma verdadeira 'era de ouro', oferecendo muitas e boas opções a 'pombinhos' de todas as idades para uma Sessão de Sexta pintada de 'cor-de-rosa' e 'vermelho-coração'.

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Apenas alguns dos inúmeros filmes de romance produzidos durante os anos 90.

De facto, é dos anos 90 e – sobretudo – 2000 que emanam muitos dos maiores clássicos tanto do romance mais sério como da chamada comédia romântica. É esta a época, por exemplo, de 'Titanic', 'Antes do Amanhecer', 'Ghost – O Outro Lado da Vida', 'As Pontes de Madison County', 'A Paixão de Shakespeare' ou 'O Guarda-Costas', mas também de 'Enquanto Dormias', 'Nunca Fui Beijada', 'Notting Hill', 'Quatro Casamentos e Um Funeral', 'O Casamento do Meu Melhor Amigo', 'Dez Coisas Que Odeio Em Ti', 'Ela É Demais', 'Miss Detective' e, claro, daquele que ainda hoje é um dos exemplos mais sinónimos com o género, 'Um Sonho de Mulher', estreado logo nos primeiros meses da década de 90 e que serviu como inspiração para quase tudo o que se lhe seguiu. Eram os anos áureos de 'meninos bonitos' como Brad Pitt, Leonardo DiCaprio, Tom Cruise, Keanu Reeves, ou Freddie Prinze Jr., e de galãs mais maduros e sofisticados como Matthew McConnaughey, Richard Gere, Robert Redford ou Kevin Costner, os quais contracenavam com 'meninas do lado' como Meg Ryan, Kate Hudson, Julia Roberts, Sandra Bullock ou Jennifer Lopez em filmes fáceis de identificar pelos cartazes cheios de letras cor-de-rosa com fontes arredondadas, fundos de cor pastel e fotos dos protagonistas numa pose que dava muitas pistas sobre a sua relação – normalmente abraçados ou, em filmes mais irreverentes, costas com costas, imitando a icónica pose de Gere e Roberts no supracitado 'Um Sonho de Mulher'. Um indicador óbvio e fácil para namorados de visita ao videoclube ou cinema local, em busca de uma película com a qual 'matar' duas horas.

Ao contrário de muito do que se fala nestas páginas, a comédia romântica continua 'viva e de saúde', embora hoje mais frequentemente confinada a plataformas de 'streaming'. Quem quiser recordar a juventude, no entanto, pode ainda fazê-lo de forma relativamente fácil, bastando procurar um dos supracitados filmes (ou dos inúmeros outros exemplos disponíveis à época) e, através dele, recordar aquelas Sessões de Sexta e Saídas de Sábado românticas dos seus tempos de 'miúdo' – ou, em alternativa, criar novas memórias ao lado do actual parceiro, na noite mais propícia do ano para o fazer.

 

01.02.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

A psique humana, com as suas diversas 'nuances' e desvios, sempre serviu como uma das melhores fontes para material artístico – fosse ele literário, musical ou cinematográfico – não tendo o final do século XX sido, de todo, excepção a esta regra. Antes pelo contrário, só no mundo do cinema, a última década do Segundo Milénio viu serem produzidos uma série de clássicos dentro do género do 'thriller' psicológico, de 'Se7en – Sete Pecados Mortais' a 'Clube de Combate'. 'Conhece Joe Black?' ou ao filme que abordamos nesta Sessão de Sexta, no final da semana em que se comemoram os vinte e cinco anos da sua estreia nas salas de cinema portuguesas, a 28 de Janeiro de 2000.

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Com a sua complexa e difícil temática em torno da obsessão e de outros impulsos menos desejáveis do subconsciente humano, 'Beleza Americana' está longe de ser o tipo de filme que apele à juventude, normalmente mais virada para tramas de acção, ficção científica ou comédia; no entanto, a presença da bela Mena Suvari – à época em alta entre a demografia juvenil, após a sua participação em 'American Pie – A Primeira Vez' – como parte de uma dupla de protagonistas adolescentes levou muitos menores de idade às salas de cinema para ver a longa-metragem de estreia do hoje conceituado Sam Mendes, acabando os mesmos por ter uma experiência, quiçá, algo distinta do esperado.

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Mira Sorvino e Kevin Spacey na cena mais icónica do filme.

Ainda assim, apesar da primeira impressão algo 'enganosa', qualquer pessoa que tenha visto 'Beleza Americana' terá pouco que apontar à reputação do filme, que merece largamente os elogios críticos que então lhe foram dispensados, bem como os galardões que amealhou – a saber, três Globos de Ouro (incluindo Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento) e nada menos do que seis Óscares, incluindo as três categorias principais – Melhor Filme, Actor e Actriz – e ainda as relativas à cinematografia, música e edição de imagem, o que, na era pré-'Senhor dos Anéis', representava um consenso e domínio crítico poucas vezes visto em tais cerimónias.

Não é, pois, de espantar que a película de Mendes se tenha rapidamente afirmado como um dos muitos 'clássicos' estreados num dos melhores anos da História do cinema moderno – um estatuto que continua a merecer mesmo após um quarto de século, e um sem-número de mudanças no paradigma cinematográfico, talvez pela ausência de efeitos especiais e outros 'truques' que acelerem o seu envelhecimento, ou talvez apenas pela qualidade de execução que apresenta em todos os seus aspectos. Um candidato mais que merecedor, portanto, a uma das nossas 'celebrações' retrospectivas, poucos dias após o vigésimo-quinto aniversário da sua estreia nacional.

19.01.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

'Eu vejo pessoas mortas.' Nos primeiros meses do Século XXI e do Terceiro Milénio, esta frase (ou alguma variação da mesma) era praticamente inescapável, sendo reproduzida, referenciada ou parodiada nos mais diversos meios e veículos de comunicação, sobretudo os de índole humorística, podendo facilmente inserir-se no restrito grupo de elementos mediáticos que constituíam 'memes' mais de uma década antes de esse termo ser criado ou penetrar na cultura popular. No entanto, toda esta exposição mediática acabava por constituir uma 'faca de dois gumes', já que o foco exclusivo nessa única linha de diálogo acabava por quase eclipsar a criação mediática da qual era proveniente – nomeadamente, um dos maiores (e melhores) filmes da viragem do Milénio.

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Estreado nas salas de cinema portuguesas há quase exactos vinte e cinco anos (a 14 de Janeiro de 2000, menos de duas semanas após o início do novo ano, século e Milénio), 'O Sexto Sentido' conseguia a proeza de fazer da sua estrela principal o elemento menos falado e elogiado da sua produção, recaindo as atenções quase exclusivamente nos dois nomes que ajudou a lançar, a saber, o realizador indo-americano M. Night Shyamalan e a 'mini-estrela' Haley Joel Osment, então com apenas onze anos, cuja personagem (uma criança com poderes psíquicos) era responsável pela famosa linha que ainda hoje simboliza o filme. E a verdade é que, ainda mais do que Bruce Willis (o referido actor principal, aqui em interpretação incaracteristicamente subtil e cheia de 'nuances') ambos estes nomes mereciam plenamente a aclamação de que eram alvo, o primeiro pela realização acima da média e inesperada conclusão do argumento, e o segundo por uma prestação muito acima da de outros actores da sua idade, ficando famosa a comparação entre esta sua actuação e a de Jake Lloyd como Anakin Skywalker em 'Guerra das Estrelas Episódio I – A Ameaça Fantasma', alguns meses antes. E embora ambos ficassem aquém do seu potencial em termos de carreira - com Shyamalan a revelar rapidamente ter apenas um único truque na manga (as conclusões cada vez menos inesperadas) e Osment a deixar o Mundo do cinema poucos anos depois, ainda adolescente - neste seu filme de estreia em particular, ambos pareciam ter pela frente futuros auspiciosos nas suas respectivas profissões.

Foi, portanto, sem surpresas que o público cinéfilo (português e não só) viu 'O Sexto Sentido' tornar-se num dos maiores sucessos daquele primeiro ano do 'novo calendário', e inscrever o seu nome na História do cinema como um dos 'clássicos modernos' do género 'thriller' psicológico. E ainda que, hoje em dia, o mesmo seja lembrado sobretudo graças 'àquela' frase (e às suas incontáveis paródias) não restam dúvidas de que se trata mesmo de um filme acima da média, merecedor de toda a atenção que mereceu aquando do seu lançamento, e também da homenagem que ora lhe prestamos, no final da semana em que se celebra um exacto quarto de século sobre a sua estreia em Portugal.

22.12.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2024.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Os anos 90 foram palco de uma mudança de paradigma no campo do cinema de acção, com os enredos centrados em mercenários em luta com exércitos inimigos ou terroristas, típicos da década anterior, a serem substituídos por um maior influxo de elementos de ficçáo científica, inspirados nos sucessos de 'Exterminador Implacável 2' e, mais tarde, 'Matrix'. E se, eventualmente, este género viria a lançar uma série de novos potenciais heróis de acçáo, a fase inicial do mesmo serviu, ainda, de veículo a nomes da 'velha escola', como Sylvester Stallone, Jean-Claude Van Damme ou o 'Exterminador' em pessoa, Arnold Schwarzenegger. Foi, aliás, este último a ter as honras de 'encerrar' tanto o século XX como o Segundo Milénio, com um filme bem característico da sua época e, pelos critérios do actor, até bastante ambicioso; uma pena, portanto, que o resultado tenha ficado um pouco aquém das expectativas.

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Falamos de 'Os Dias do Fim', película que celebrou há poucos dias os vinte e cinco anos da sua estreia em Portugal (a 17 de Dezembro de 1999) e que vê Arnold travar uma batalha com o próprio Diabo para o impedir de procriar com uma mulher humana e gerar, assim, o Anticristo. Um conceito muito mais sério e sombrio do que os de filmes anteriores do ex-culturista, e que lhe atribui um personagem também ele mais 'humano' e menos perfeito e invencível do que os que normalmente encarnava, que lidava inclusivamente com problemas de alcoolismo. Um veículo mais do que credível, portanto, para a planeada evoluçáo de carreira do actor, que pretendia expandir os seus horizontes enquanto intérprete, e adaptar-se ao novo 'clima' cinematográfico de inícios do Terceiro Milénio.

Infelizmente, consecutivos problemas impediram que 'Os Dias do Fim' atingisse o seu potencial, tendo uma série de bons realizadores optado por declinar o projecto, fosse por outros compromissos (como Guillermo del Toro ou Sam Raimi) fosse por problemas com o guiáo e a produçáo, como foi o caso com Marcus Nispel, e a realizaçáo a acabar por ficar a cargo de Peter Hyams. De igual modo, actores como Tom Cruise, Liv Tyler ou Kate Winslet tiveram de ser 'substituídos' por Schwarzenegger e a futura estrela de televisão, Robin Tunney. E embora o impacto destas mudanças no produto final nunca possa ser contabilizado, a verdade é que a versáo final de 'Os Dias do Fim' teve uma recepçáo extremamente negativa por parte da crítica e do público e foi um relativo fracasso de bilheteira, sendo hoje visto, ironicamente, como o início dos 'dias do fim' da carreira de Arnold Schwarzenegger, a qual entraria em abrupto declínio no Novo Milénio.

Embora ainda apreciado em certos círculos como filme 'tão mau que é bom', 'Os Dias do Fim' é, pois, lembrado hoje em dia sobretudo como aposta falhada, ou 'passo maior do que a perna'; ainda assim, como um dos últimos filmes a estrear em Portugal no Segundo Milénio, o filme merece ainda assim uma homenagem por altura dos vinte e cinco anos da sua estreia nas salas de cinema nacionais.

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