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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

01.09.23

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

O mês de Setembro sempre marcou, no calendário português, o fim do Verão; apesar de o regresso às aulas ainda ser, em grande medida, feito 'em t-shirt', não deixa também de ser verdade que a maioria dos jovens portugueses levava já para a escola um casaco, a fim de enfrentar as tardes mais frias. A chuva, essa, só costumava chegar mais para o final do mês, ou até em Outubro; este ano, no entanto, o Outono decidiu antecipar-se em algumas semanas, levando à situação algo caricata de, depois de uma Sexta com Style em que falámos das sandálias de praia, sob calor de quase quarenta graus, nos encontrarmos, duas semanas depois, a recordar uma peça de calçado diametralmente oposta, e indispensável nos dias de maior chuva.

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Falamos, é claro, das clássicas galochas – as botas de borracha que protegiam os pés das poças e 'rios' de água nos passeios em igual medida do que aliciavam aos saltos para dentro das mesmas – uma daquelas brincadeiras intemporais dos dias de chuva e que, seja em que altura da História fôr, dá azo à mesma reacção irritada por parte dos pais. No entanto, a verdade é que – com os pés e barrigas das pernas bem protegidos por uma ou mais camadas de borracha grossa – era mesmo bastante difícil resistir ao apelo daquelas superfícies lisas, mesmo a pedir para serem 'desfeitas'; o pior era quando a água subia demais e penetrava nas botas, contrariando assim o propósito de ter vestido as mesmas...

'Chapões' à parte, não haverá, decerto, um único 'nativo' dos anos 90 que não se recorde de ter vestido, a cada chegada do Outono, um par de sapatos deste tipo – muitas vezes a contragosto, já que os mesmos estavam longe de ser estéticos ou vistos como estando 'na moda', o que tendia a causar algum constrangimento em crianças mais velhas e, sobretudo, adolescentes. Curiosamente, esta vertente foi, em décadas subsequentes, devidamente suprida, com o aparecimento de galochas com padrões apelativos, bolas, riscas, e outros 'truques' para as deixar um pouco menos 'chatas' e incentivar ao seu uso.

Esses 'truques' não foram, no entanto, suficientes para fazer perdurar o apelo das galochas como calçado 'de cidade', sendo as mesmas, hoje em dia, mais frequentemente vistas em trabalhadores manuais cujos trabalhos envolvem o contacto com terra ou outras substâncias húmidas e desagradáveis, ou em crianças muito pequenas, tendo as demografias mais velhas encontrado outras soluções para fazer frente a chuvas mais fortes; para toda uma geração, no entanto, o calçado outonal por excelência serão, para sempre, aquelas botas inestéticas e meio desengonçadas, muitas vezes usadas 'à força', mas que, ao mesmo tempo, estarão sem dúvida associadas a um sem-número de bons momentos passados em brincadeiras à chuva...

07.01.23

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Numa altura em que a chuva se faz sentir com intensidade na maioria do território nacional, e já há várias semanas, nada parece mais adequado do que lembrar aqueles momentos em que – para horror dos pais – as crianças e jovens dos anos 90 saíam para brincar à chuva, naquela que talvez fosse a única ocasião em que este tipo de tempo era bem-vindo.

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Quem nunca?

Fosse o eterno chapinhar em poças (sempre iniciado, é claro, com um salto a pés juntos que ensopava tudo o que estivesse ao redor de água enlameada), os jogos de futebol que terminavam, invariavelmente, com a roupa suja e os cabelos a escorrer água (por muito que os professores de Educação Física se esforçassem por manter os 'putos' dentro de portas quando chovia...), as 'guerras de água' ou qualquer outra das inúmeras brincadeiras que as sempre criativas mentes juvenis criavam para estes momentos, não havia criança que resistisse a ir para a rua, senão durante a chuvada, pelo menos após a mesma, quando o ar ficava fresco e o chão cheio de poças convidativas...

É claro que, como muitas outras diversões de que aqui falamos, estas são actividades mais ou menos intemporais, que os mais novos de hoje em dia certamente ainda levarão a cabo, se disso tiverem oportunidade; no entanto, numa era em que não só os pais como também as crianças dispõem de bastante mais informação a respeito dos malefícios deste tipo de prática, é de crer que a mesma se venha tornando progressivamente mais rara – até porque quem brincou à chuva naquela época certamente se lembrará das constipações e resfriados que apanhou como consequência, e quererá evitar que o mesmo aconteça às crianças e jovens presentes nas suas vidas...

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